Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Denúncia: De acordo com relatos, prefeitura de SJC e PM estão confiscando doações aos desabrigados do Pinheirinho. Qual será o próximo passo, câmaras de gás?



Denúncia feita pelo Facebook




Aqui vai mais um relato sobre o abrigo das vítimas do Pinheirinho, dessa vez, PRECISA ser compartilhado.


A Prefeitura está roubando as doações que chegam lá.


Por favor, leia:

Fomos hoje entregar as muitas doações para as famílias desalojadas na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ao chegar próximo do local, notamos uma grande movimentação: os ex moradores do Pinheirinho haviam sido removidos da Paróquia por pedido do Padre, e estavam sendo encaminhados para outro lugar, um ginásio, a 4km dali. Quatro kilometros percorridos por eles no sol de 35 graus, a pé.

Chegando no ginásio, a Prefeitura estava tomando conta do local e a PM estava cercando, coisas que não haviam ocorrido na Igreja.
Entregamos nossas mais de 15 sacolas enormes com doações de roupas, comida e itens de higiene a Juliana, que estava organizando tudo lá dentro, na medida do possível. Passamos por cima da grade, pois a Prefeitura estava bloqueando a porta para cadastro.
Resolvemos ir ao mercado comprar o valor de mais uma doação. Um pouco antes, vimos uma senhora convulsionando, as autoridades se recusando a chamar ambulâncias, então a PM a colocou num carro e saiu, na fúria, antes mesmo de perguntarmos os nomes dos policiais. Várias pessoas passaram mal devido a péssima ventilação do ginásio. A ambulância se recusou a ajudar em vários momentos. E a PM também.

Agora pra parte mais grave: voltamos do mercado e fomos procurar nossas doações. Juliana, a organizadora, nos contou que se distraiu por um minuto, e quando foi ver, a PREFEITURA ESTAVA LEVANDO AS DOAÇÕES EM UMA VIATURA.

Fui questionar os Agentes da Prefeitura lá presentes. Eles negaram, me chamaram de louca, mentirosa, disseram que não tinham visto nada chegar e que não roubariam os miseráveis de forma MUITO grosseira. Ao me ver peitando tais agentes, um guarda da GCM (Guarda Civil Municipal) veio até mim com a mão em sua arma e falou "Você tá fazendo uma acusação, fica esperta se não vai ter consequência".

Ficamos lá por mais um tempo procurando as doações. E eles negam até o fim e insistem que estou mentindo.

Pra piorar, serviram comida estragada aos abrigados. Linguiça verde e feijão amargo.

No Pinheirinho, vai tudo de mal a pior.

Por favor, compartilhem. A Defensoria Pública já foi avisada.
*Cappacette

Nenhum comentário:

Postar um comentário