Índia sobre o embargo europeu ao Irã: vão catar coquinho
Via Hora do Povo
Índia anuncia que comprará ao Irã todo petróleo disponível
O
ministro do petróleo indiano, Jaipal Reddy, deixou claro que seu país
“não se guia por sanções impostas por certas nações”. A Índia é o 4º
maior consumidor e o Irã, seu 2º maior fornecedor de óleo
A Índia quer comprar tanto petróleo quanto possa por que os termos são
“amplamente favoráveis”, afirmou o ministro do petróleo do país, Jaipal
Reddy. Ele acrescentou que a Índia respeita sanções da ONU, “mas que não
nos guiamos por sanções impostas por blocos regionais, por certas
nações”, em clara referência ao embargo imposto unilateralmente pelos
EUA e seguido pela União Europeia.
Uma missão
indiana esteve em Teerã de 16 a 21 de janeiro para novos acertos para a
continuação da compra de petróleo iraniano pela Índia, país que é o
quarto maior consumidor mundial. 12% das importações de petróleo da
Índia provém do Irã. “Agimos de acordo com nossos interesses”,
acrescentou o ministro Reddy. “O Irã é o segundo maior fornecedor [da
Índia], de forma que precisamos utilizar essa fonte”. O governo de Nova
Delhi já havia dito que “temos tido negócios com o Irã e vamos
mantê-los”.
No momento, o pagamento do petróleo
está sendo feito através de um banco turco, após a entrada em vigor das
sanções dos EUA que levaram ao fechamento do canal anterior usado. Está
em discussão o uso da moeda indiana – rúpia – no pagamento de parte das
importações de petróleo. Teerã também oferece um crédito de 90 dias
para os pagamentos.
Rússia e China também já se
manifestaram dizendo que não vão aderir ao bloqueio decretado pelos
EUA, sendo que a China, que é um grande comprador do petróleo iraniano,
confirmou que as aquisições vão continuar. O próprio Japão anunciou que
manterá suas compras de petróleo do Irã e pediu a Washington um tempo
para se readequar. Até a Turquia declarou que suas compras de petróleo
do vizinho Irã vão prosseguir.
Na Europa,
Itália, Espanha e Grécia são os países mais afetados pela imposição do
bloqueio dos EUA ao petróleo iraniano, já que importavam respectivamente
13%, 13% e 14% dessa procedência. São, exatamente, os países em
situação econômica mais débil, e agora, adicionalmente, com sua
soberania energética alienada. Também por imposição dos EUA o novo
provedor será a colônia norte-americana no Oriente Médio, a Arábia
Saudita. Os países mais poderosos da Europa, Alemanha e França, sofrerão
desgaste menor com o bloqueio, na medida em que, respectivamente,
importavam 1% e
4%. A.P.
Nenhum comentário:
Postar um comentário