Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 24, 2012

PT critica o PSDB por ação desastrada contra comunidade

http://sul21.com.br/jornal/wp-content/uploads/2012/01/pinheirinho-igreja-foto-filipe-jord%C3%A3o1.jpgO pessoal da comunidade invadida não faz parte da elite cheirosa, por isso a PM de Geraldo Alcmin baixou o pau em indefesos cidadãos.É esse o modo tucano de governar:para o rico, tudo.Para o pobre, porrada.
http://sul21.com.br/jornal/wp-content/uploads/2012/01/pinheirinho-policiais-credito-kit-gaion.jpg
Presidente nacional do partido, Rui Falcão criticou hoje a operação deflagrada pela PM na comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo; dirigente petista classificou como "violenta" a ação policial, que teve "a conivência do governador Geraldo Alckmin"
http://sul21.com.br/jornal/wp-content/uploads/2012/01/pinheirinho-moradores-credito-sindicato-dos-metal%C3%BArgicos3.jpg
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, criticou hoje a operação deflagrada ontem pela Polícia Militar de reintegração de posse da comunidade Pinheirinho, área de 1,3 milhão de metros quadrados em São José dos Campos (SP). Em vídeo, divulgado no portal do partido, o dirigente petista classificou como "violenta" a ação policial que, segundo ele, teve a conivência do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
"Eu quero expressar minha solidariedade às famílias que foram violentamente expulsas do Pinheirinho, depois de uma ação violenta promovida por ordem da Justiça Estadual e com a conivência do governo estadual, o governador Geraldo Alckmin", afirmou.
A comunidade foi desocupada após decisão judicial que determinou a reintegração de posse do terreno, que pertence à massa falida da empresa Selecta S/A, do empresário Naji Nahas.
Na operação policial, foram usados dois helicópteros, carros blindados e cerca de dois mil soldados do Batalhão de Choque. O presidente nacional do PT lembrou que havia um acordo em andamento com os moradores do acampamento e considerou que famílias foram desalojadas "sem necessidade". "E o que é pior: com uso de extrema violência", criticou.
Ele relatou que, inclusive, um ouvidor do governo federal foi ferido na ação de reintegração. "Havia um acordo em andamento, mas precipitou-se a ocupação com a utilização de força desnecessária." Em nota, assinada pelo presidente da sigla, o PT afirma que a operação policial "frustrou" os esforços para uma saída pacífica no Pinheirinho. "O terreno poderia ser objeto, conforme proposta formal do governo federal, de uma ação conjunta dos vários entes federados."
A nota ressalta ainda que a prefeitura de São José dos Campos, atualmente sob o comando do PSDB, "rompeu unilateralmente as negociações" e condena "fortemente" o que chama de "intransigência" e "insensibilidade social" dos governos municipal e estadual.
"A prefeitura de São José dos Campos, o governo do Estado de São Paulo e o Tribunal de Justiça de São Paulo devem responder pelas consequências de seus atos nessa situação lamentável", defende. "O que choca é que o mínimo de civilidade e credibilidade se espera na relação administrativa entre entes da federação."
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que teve garantias do governador de São Paulo de que seria pacífica e segura a ação policial no Pinheirinho.
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo também divulgou nota na manhã de hoje na qual repudia "veementemente" o rompimento das negociações por um desfecho pacífico na comunidade. "A bancada petista vê, além de precipitação, a total ausência de sensibilidade social na ação articulada pelo governador de São Paulo e pelo prefeito de São José dos Campos, ambos do PSDB", afirma.
"Mais uma vez, presenciamos o aparelho estadual sendo usado em favor do interesse de poucos e em detrimento do sofrimento da população mais pobre", acrescenta.
*oterrordonordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário