Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
domingo, junho 03, 2012
Tucanos não adotam cotas raciais
Por José Dirceu, em seu blog:
A notícia pouco divulgada mesmo na internet, de que a tradicional
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco deflagrou um movimento
pela adoção do sistema de cotas raciais na Universidade de são Paulo
(USP) merece ser comemorada, mesmo que revele um lado preocupante e
lamentável.
Faxineiras e domésticas em extinção
Por Frei Betto, no sítio da Adital:
Se você ainda dispõe de faxineira, cozinheira e∕ou lavadeira,
considere-se privilegiado. Trata-se de uma categoria em extinção. As
políticas sociais do governo Lula, agora implementadas também por Dilma,
reduzem cada vez mais o número dessas trabalhadoras que transitam na
intimidade de nossas famílias.
Dilma vem para fazer História
Quem não se lembra da crônica política de dois anos atrás que,
diante da iminência da vitória da candidata Dilma Roussef, rotulava-a como
inexperiente, pronta para ser engolida, seja pela previsível
subserviência ao que seria o seu inventor (Lula) seja pela matreirice
corporativista de um congresso formado basicamente por raposas da política,
por aproveitadores e fisiológicos? Quem não se recorda do conceito
de “pau mandado” que lhe tentaram impingir em relação ao ex-presidente,
eminência parda para quem a presidenta eleita apenas esquentaria o lugar para
um hipotético retorno do líder petista ?
Um mínimo de honestidade dessa turma de críticos, alicerçada nos
atos e fatos que vêm marcando o governo Dilma, já deve estar mexendo com
determinadas convicções então levantadas, ao menos por parte dos realmente bem
intencionados. E não é por acaso que mesmo alguns setores da mídia que se
pautam permanentemente pelas tentativas de desestabilizar o poder constituído
pelo povo, mesmo esses estão mais cautelosos nas observações e análises sobre
as posturas da Presidenta, que hoje desfruta dos mais altos índices de
aceitação conferidos nos últimos anos a um mandatário nacional. E então, claro,
voltam suas baterias para o Lula, contando com a cumplicidade de alguns golpistas
e de muitos figurões da República. ... E elegem o “mensalão” petista (que,
diga-se, tem mesmo que ser julgado e, se for o caso, punido) como o nosso mais
sério delito de corrupção, esquecendo o seu irmão gêmeo mineiro, a compra de
votos para a reeleição, as denúncias da Privataria Tucana e tudo mais
que, em nosso país, está se transformando numa cachoeira, ou, se quiserem, numa
enxurrada . Mas esse é um outro assunto...
A Presidenta não titubeou no caso dos ministros que se viram
envolvidos em denúncias de malversação, tráfico de influência ou coisas
do gênero. Com sabedoria de estadista, administrou as crises – que muitos
pretendiam avassaladoras – e deixou que o bom senso (ou o rabo preso) dos
envolvidos encaminhasse as soluções de afastamento. Recusou o rótulo pejorativo
de faxineira, e afirmou-se pela sobriedade e seriedade com que foi equacionando
os problemas. Nas substituições que fez, deixou clara uma posição de
independência em relação a muitos interesses da sua própria base política de apoio,
apostando no técnico contra o político, na eficiência contra a demagogia.
É bem nítido que o nosso sistema político de composições
para a malfadada “governabilidade” tem impedido muitas vezes a
Presidenta de fazer valer seus propósitos. Mesmo assim, até pelas reações
corajosas de Dilma, poucas vezes a sociedade brasileira pôde
perceber tão claramente esse jogo espúrio de pressões e contrapressões que
ainda marcam o cenário nada republicano de nossa
política.
De qualquer forma, a Presidenta vem impondo sua marca, cada
vez mais particular, na condução de assuntos que, embora de interesse de
todo o povo brasileiro, são (ou eram) tidos como intocáveis. Um deles :
os juros cobrados no sistema bancário. Dilma não economizou críticas – em
horário nobre e rede nacional – às exorbitâncias praticadas e não apenas cobrou
medidas da rede particular como usou os bancos oficiais como elementos de
concorrência, em uma linguagem que o “mercado” certamente entende
...
A criação da Comissão da Verdade , acompanhada da verdadeira
profissão de fé da Presidenta , e a transparente Lei do Acesso, são ações que,
embora tardias, finalmente surgem agora como irreversíveis conquistas da
cidadania, marcas adicionais no perfil de estadista da Presidenta.
Se Dilma não pôde – como queriam os ambientalistas – vetar
totalmente o escandaloso Código Florestal aprovado no Congresso, nem por isso
cedeu aos ruralistas naquilo que considerou mais relevante para a
preservação de nossas florestas e para a afirmação de princípios éticos como o
da não anistia aos grandes desmatadores.
São apenas alguns exemplos, dentre muitos , que justificam os
números que as repetidas pesquisas estão revelando. Agora mesmo leio nos
jornais a publicação, pelos Ministérios da Saúde e da Justiça, de lei que
criminaliza a exigência, por parte de entidades de saúde particulares , de
cheque-caução para atendimento médico de urgência, tipificando a
exigência como crime de omissão de socorro. Sabemos todos da “caixa preta” que
envolve esse e outros assuntos ligados aos planos de saúde.
Evidentemente, nem tudo são ou serão flores no âmbito federal. Há
muitos desafios pela frente. Dilma reafirmou em recente pronunciamento que seu
compromisso é com o crescimento econômico do país, com inclusão social e sustentabilidade.
Lamentavelmente, a permanente tentativa dos nossos partidos de fazer
valer a política do “toma lá dá cá” não são práticas que desaparecerão em
um repente, por milagre ou por espasmo. Dilma , nesse âmbito, às vezes
tem que empenhar-se em dobrar alguns dos seus próprios companheiros de
partido...
Mas o caminho da Presidenta, esperamos todos , deve ser o
do enfrentamento do fisiologismo reinante. Aproveitando-se dos exitosos
índices que o país vem revelando no cenário mundial – que garante aos
brasileiros uma relativa tranquilidade em meio à crise geral -penso que está na
hora de fazer valer sua merecida popularidade para trocar,
gradativamente, o comprometido apoio de políticos discutíveis pelo
indiscutível apoio popular. Nas ruas, se for o caso, quando necessário, na
velha tradição das grandes causas públicas.
*Soa-Brasil
Dilma vai à guerra
Mauricio Dias
Após embate com o poderoso capital financeiro, a presidenta Dilma forçou
e conseguiu a redução dos juros para um patamar histórico. A taxa de
8,5% ao ano, anunciada nos últimos dias, não só marca o aniversário dos
primeiros 18 meses de administração dela como também consolida, para
decepção dos céticos, a identidade de Dilma.
Fonte: CNI/Ibope
Ela não é mais tão somente uma invenção de Lula. E, com o perdão das
feministas e para fazer escárnio dos machistas, o feito não é alcançado
pelo fato de uma mulher ser responsável pelo sucesso nem por ela ser
“durona como um homem”, como insistiria o frustrado.
O gênero não define nada. O que vem ocorrendo é resultado de coragem e determinação política.
Após superar a difícil fase de denúncias sobre assessores suspeitos de
corrupção, ou malfeitos, como diz ela, Dilma foi em frente. Afastou
ministros indicados pela base governista e deixou o Congresso
baratinado, soltando grunhidos de insatisfação.
Chegou-se a pensar que ela faria uma faxina capaz de desestabilizar o
governo, ou cederia. Não fez a faxina e não cedeu. Assim começou a
imprimir suas digitais na administração. O Congresso cedeu.
Posteriormente, pressionada pela crise internacional, partiu resoluta
para a queda de braço com os agentes do mundo financeiro. Eles esboçaram
uma reação.
Esperavam o recuo e se surpreenderam com o avanço.
A presidenta exibiu a musculatura do braço estatal – Banco do Brasil e Caixa Econômica – e os agentes privados cederam.
Poucos, além de fanáticos torcedores partidários, acreditavam que a
presidenta pudesse, sem o tutor político dela, ganhar identidade
própria. Pensavam assim os próprios militantes, os órfãos de Lula e,
naturalmente, a oposição, por elementar dever de ofício.
Dilma, neste curto período de ano e meio, contrariou os mais importantes
atores políticos do País ou, quando menos, grupos influentes como os
ambientalistas.
Ruralistas poderosos e ambientalistas influentes foram desagradados por
Dilma a partir das decisões tomadas em relação aos vetos e propostas,
nesse caso por via de medidas provisórias, do polêmico Código Florestal.
Para desespero dos profissionais de uma lógica superada, ela não
desestabilizou a base governista que, contabilizadas as alianças
formais, é formada por cerca de 350 parlamentares.
“Dilma fez tudo isso sem bravata e com a sobriedade que a função
presidencial exige”, constata Carlos Augusto Montenegro, do Ibope.
Mas, sem dúvida, não teria sucesso sem um apoio maciço da população. Os
porcentuais do índice de “Confiança no Presidente” (tabela) sustentam a
estabilidade do governo malgrado os conflitos frequentes com a base
governista no Congresso.
Ela só tem porcentual menor de confiança do que Lula tinha (80%) após
três meses de governo no primeiro mandato. Mas no primeiro trimestre do
segundo ano de governo comparado com Lula, seja no primeiro ou no
segundo mandato, ela já deixou Lula para trás: 72% dela contra 60% de
Lula no primeiro mandato e 68% no segundo.
Dilma contrariou também os militares com a formalização da Comissão da
Verdade e irritou a burocracia ao promulgar a Lei de Acesso à
Informação.
O Brasil está diante de uma importante transformação. E ela projeta uma
mudança fundamental: o ambiente político-eleitoral que elegeu Dilma em
2010 já não será o mesmo. Em 2014, talvez não seja inteiramente outro,
mas certamente será diferente.
Dilma deve, no entanto, a implantação de um novo código para o setor de comunicações. Para isso, no entanto, ainda virá a tempo.
*esquerdopata
Quem não se lembra da crônica política de dois anos atrás que,
diante da iminência da vitória da candidata Dilma Roussef, rotulava-a como
inexperiente, pronta para ser engolida, seja pela previsível
subserviência ao que seria o seu inventor (Lula) seja pela matreirice
corporativista de um congresso formado basicamente por raposas da política,
por aproveitadores e fisiológicos? Quem não se recorda do conceito
de “pau mandado” que lhe tentaram impingir em relação ao ex-presidente,
eminência parda para quem a presidenta eleita apenas esquentaria o lugar para
um hipotético retorno do líder petista ?
Um mínimo de honestidade dessa turma de críticos, alicerçada nos
atos e fatos que vêm marcando o governo Dilma, já deve estar mexendo com
determinadas convicções então levantadas, ao menos por parte dos realmente bem
intencionados. E não é por acaso que mesmo alguns setores da mídia que se
pautam permanentemente pelas tentativas de desestabilizar o poder constituído
pelo povo, mesmo esses estão mais cautelosos nas observações e análises sobre
as posturas da Presidenta, que hoje desfruta dos mais altos índices de
aceitação conferidos nos últimos anos a um mandatário nacional. E então, claro,
voltam suas baterias para o Lula, contando com a cumplicidade de alguns golpistas
e de muitos figurões da República. ... E elegem o “mensalão” petista (que,
diga-se, tem mesmo que ser julgado e, se for o caso, punido) como o nosso mais
sério delito de corrupção, esquecendo o seu irmão gêmeo mineiro, a compra de
votos para a reeleição, as denúncias da Privataria Tucana e tudo mais
que, em nosso país, está se transformando numa cachoeira, ou, se quiserem, numa
enxurrada . Mas esse é um outro assunto...
A Presidenta não titubeou no caso dos ministros que se viram
envolvidos em denúncias de malversação, tráfico de influência ou coisas
do gênero. Com sabedoria de estadista, administrou as crises – que muitos
pretendiam avassaladoras – e deixou que o bom senso (ou o rabo preso) dos
envolvidos encaminhasse as soluções de afastamento. Recusou o rótulo pejorativo
de faxineira, e afirmou-se pela sobriedade e seriedade com que foi equacionando
os problemas. Nas substituições que fez, deixou clara uma posição de
independência em relação a muitos interesses da sua própria base política de apoio,
apostando no técnico contra o político, na eficiência contra a demagogia.
É bem nítido que o nosso sistema político de composições
para a malfadada “governabilidade” tem impedido muitas vezes a
Presidenta de fazer valer seus propósitos. Mesmo assim, até pelas reações
corajosas de Dilma, poucas vezes a sociedade brasileira pôde
perceber tão claramente esse jogo espúrio de pressões e contrapressões que
ainda marcam o cenário nada republicano de nossa
política.
De qualquer forma, a Presidenta vem impondo sua marca, cada
vez mais particular, na condução de assuntos que, embora de interesse de
todo o povo brasileiro, são (ou eram) tidos como intocáveis. Um deles :
os juros cobrados no sistema bancário. Dilma não economizou críticas – em
horário nobre e rede nacional – às exorbitâncias praticadas e não apenas cobrou
medidas da rede particular como usou os bancos oficiais como elementos de
concorrência, em uma linguagem que o “mercado” certamente entende
...
A criação da Comissão da Verdade , acompanhada da verdadeira
profissão de fé da Presidenta , e a transparente Lei do Acesso, são ações que,
embora tardias, finalmente surgem agora como irreversíveis conquistas da
cidadania, marcas adicionais no perfil de estadista da Presidenta.
Se Dilma não pôde – como queriam os ambientalistas – vetar
totalmente o escandaloso Código Florestal aprovado no Congresso, nem por isso
cedeu aos ruralistas naquilo que considerou mais relevante para a
preservação de nossas florestas e para a afirmação de princípios éticos como o
da não anistia aos grandes desmatadores.
São apenas alguns exemplos, dentre muitos , que justificam os
números que as repetidas pesquisas estão revelando. Agora mesmo leio nos
jornais a publicação, pelos Ministérios da Saúde e da Justiça, de lei que
criminaliza a exigência, por parte de entidades de saúde particulares , de
cheque-caução para atendimento médico de urgência, tipificando a
exigência como crime de omissão de socorro. Sabemos todos da “caixa preta” que
envolve esse e outros assuntos ligados aos planos de saúde.
Evidentemente, nem tudo são ou serão flores no âmbito federal. Há
muitos desafios pela frente. Dilma reafirmou em recente pronunciamento que seu
compromisso é com o crescimento econômico do país, com inclusão social e sustentabilidade.
Lamentavelmente, a permanente tentativa dos nossos partidos de fazer
valer a política do “toma lá dá cá” não são práticas que desaparecerão em
um repente, por milagre ou por espasmo. Dilma , nesse âmbito, às vezes
tem que empenhar-se em dobrar alguns dos seus próprios companheiros de
partido...
Mas o caminho da Presidenta, esperamos todos , deve ser o
do enfrentamento do fisiologismo reinante. Aproveitando-se dos exitosos
índices que o país vem revelando no cenário mundial – que garante aos
brasileiros uma relativa tranquilidade em meio à crise geral -penso que está na
hora de fazer valer sua merecida popularidade para trocar,
gradativamente, o comprometido apoio de políticos discutíveis pelo
indiscutível apoio popular. Nas ruas, se for o caso, quando necessário, na
velha tradição das grandes causas públicas.
*Soa-Brasil
Dilma vai à guerra
Mauricio Dias
Após embate com o poderoso capital financeiro, a presidenta Dilma forçou
e conseguiu a redução dos juros para um patamar histórico. A taxa de
8,5% ao ano, anunciada nos últimos dias, não só marca o aniversário dos
primeiros 18 meses de administração dela como também consolida, para
decepção dos céticos, a identidade de Dilma.
Fonte: CNI/Ibope |
Ela não é mais tão somente uma invenção de Lula. E, com o perdão das
feministas e para fazer escárnio dos machistas, o feito não é alcançado
pelo fato de uma mulher ser responsável pelo sucesso nem por ela ser
“durona como um homem”, como insistiria o frustrado.
O gênero não define nada. O que vem ocorrendo é resultado de coragem e determinação política.
Após superar a difícil fase de denúncias sobre assessores suspeitos de
corrupção, ou malfeitos, como diz ela, Dilma foi em frente. Afastou
ministros indicados pela base governista e deixou o Congresso
baratinado, soltando grunhidos de insatisfação.
Chegou-se a pensar que ela faria uma faxina capaz de desestabilizar o
governo, ou cederia. Não fez a faxina e não cedeu. Assim começou a
imprimir suas digitais na administração. O Congresso cedeu.
Posteriormente, pressionada pela crise internacional, partiu resoluta
para a queda de braço com os agentes do mundo financeiro. Eles esboçaram
uma reação.
Esperavam o recuo e se surpreenderam com o avanço.
A presidenta exibiu a musculatura do braço estatal – Banco do Brasil e Caixa Econômica – e os agentes privados cederam.
Poucos, além de fanáticos torcedores partidários, acreditavam que a
presidenta pudesse, sem o tutor político dela, ganhar identidade
própria. Pensavam assim os próprios militantes, os órfãos de Lula e,
naturalmente, a oposição, por elementar dever de ofício.
Dilma, neste curto período de ano e meio, contrariou os mais importantes
atores políticos do País ou, quando menos, grupos influentes como os
ambientalistas.
Ruralistas poderosos e ambientalistas influentes foram desagradados por
Dilma a partir das decisões tomadas em relação aos vetos e propostas,
nesse caso por via de medidas provisórias, do polêmico Código Florestal.
Para desespero dos profissionais de uma lógica superada, ela não
desestabilizou a base governista que, contabilizadas as alianças
formais, é formada por cerca de 350 parlamentares.
“Dilma fez tudo isso sem bravata e com a sobriedade que a função
presidencial exige”, constata Carlos Augusto Montenegro, do Ibope.
Mas, sem dúvida, não teria sucesso sem um apoio maciço da população. Os
porcentuais do índice de “Confiança no Presidente” (tabela) sustentam a
estabilidade do governo malgrado os conflitos frequentes com a base
governista no Congresso.
Ela só tem porcentual menor de confiança do que Lula tinha (80%) após
três meses de governo no primeiro mandato. Mas no primeiro trimestre do
segundo ano de governo comparado com Lula, seja no primeiro ou no
segundo mandato, ela já deixou Lula para trás: 72% dela contra 60% de
Lula no primeiro mandato e 68% no segundo.
Dilma contrariou também os militares com a formalização da Comissão da
Verdade e irritou a burocracia ao promulgar a Lei de Acesso à
Informação.
O Brasil está diante de uma importante transformação. E ela projeta uma
mudança fundamental: o ambiente político-eleitoral que elegeu Dilma em
2010 já não será o mesmo. Em 2014, talvez não seja inteiramente outro,
mas certamente será diferente.
Dilma deve, no entanto, a implantação de um novo código para o setor de comunicações. Para isso, no entanto, ainda virá a tempo.
*esquerdopata
CÚPULA DOS POVOS E A RIO+20
Para
implantar a soberania alimentar, tem de mudar
muito. Não há soberania alimentar no capitalismo, em grande parte pelo
controle
corporativo da agricultura. O povo tem que deter esse controle e os
governos,
apoiar os produtores de alimentos, apoiar a pequena produção com
crédito,
estrutura e ajudar a criar os mercados locais. É central desmantelar o
modelo
capitalista e fortalecer os pequenos produtores”, afirma Martin.Os
movimentos sociais do campo avaliam que a Rio+20, cujo slogan é “o
futuro
que queremos”, irá debater o futuro que corporações e o capital
financeiro
querem, pois é impossível se falar em proteção ambiental sem que se
discutam
mudanças profundas no sistema econômico que as causa em primeiro lugar. “Não há muitas expectativas em termos de soluções na Rio+20, mas acho que o
capital vai sair fortalecido devido à aprovação de conceitos como o da economia
verde”, prevê Martin.Nesse quadro, diversos movimentos sociais, como a Via Campesina, o MST e os
Amigos da Terra, que irão compor a Cúpula dos Povos, um evento paralelo à
Rio+20 que irá debater a crise ambiental sob a ótica da sociedade civil.
http://www.mst.org.br/content/agrotoxicos-interesses-e-anti-jornalismo-da-revista-veja“
http://www.cultura.gov.br/riomais20/
GENTILEZA DA PROF. IONARA URRUTIA MOURA - LEITURA
*
Educomunicação Ambiental
“A ideia da Cúpula dos Povos é fazer uma grande mostra a partir dos próprios
povos e demonstrar que não há necessidade de grandes empresas continuarem
acumulando e privatizando a riqueza. Diversos povos, campesinos, quilombolas,
sindicatos, organizações que já fazem concretamente uma proposta de sociedade
diferente do que está colocada - e que socializa a relação com a natureza, a
riqueza, gera trabalho – estarão reunidas nesse espaço”, afirma Marcelo Durão,
da Via Campesina.
LEIA MAIS:http://www.mst.org.br/content/agrotoxicos-interesses-e-anti-jornalismo-da-revista-veja“
http://www.cultura.gov.br/riomais20/
GENTILEZA DA PROF. IONARA URRUTIA MOURA - LEITURA
As experiências dos principais grupos de pesquisadores do Brasil
e do Chile que realizam estudos na área de cartografia tátil são
narradas no livro Cartografia tátil: orientação e mobilidade às pessoas com deficiência visual.A
publicação reúne artigos de pesquisadores da Universidade Tecnológica
Metropolitana de Santiago do Chile (UTME), Universidade de São Paulo
(USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade
Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
e de outras instituições.
Carta sobre Gilmar: o peixe morre pela boca
REPORTAGEM DE CYNARA
MENEZES APONTA AS CONTRADIÇÕES DO MINISTRO DO STF QUE, NA ÚLTIMA SEMANA, FALOU
DEMAIS E PASSOU DA CONDIÇÃO DE ACUSADOR A ACUSADO; TEXTO TAMBÉM LEVANTA
SUSPEITA SOBRE USO DE JATINHO FRETADO POR CARLOS CACHOEIRA
247 – “Um tiro no pé”. Esse é o título da reportagem de capa
da revista Veja deste fim de semana. Segundo a publicação da editora Abril, a
estratégia do ex-presidente Lula de tentar “chantagear” o ministro Gilmar
Mendes, do Supremo Tribunal Federal, para tentar postergar o julgamento do
mensalão teria sido desastrosa. A bala teria se voltado contra o PT, que saíra
com “perda total” do episódio.
Curiosamente, a capa da revista Carta Capital poderia ter
circulado com o mesmo título. Bastaria trocar os personagens e dizer que quem
deu um tiro no pé foi o ministro Gilmar Mendes, ao patrocinar uma denúncia sem
comprovação na revista Veja.
Intitulada “As mil faces de Gilmar Mendes” e assinada por
Cynara Menezes, a reportagem de Carta Capital levanta contradições nas várias
entrevistas concedidas por Gilmar Mendes ao longo da semana. E lembra ainda um
ditado do Mato Grosso para criticar a postura boquirrota do ministro: “o peixe
morre pela boca”.
Numa versão, Gilmar se disse chantageado por Lula. Em outra,
disse ter apenas inferido isso da conversa. Numa nova entrevista, atribuiu ao
ex-presidente o papel de chefe da central de distribuição de calúnias. Ao falar
ao Estado de S. Paulo, afirmou que o ex-diretor da Abin, Paulo Lacerda, estaria
por trás do levantamento de informações contra ele.
Gilmar foi capaz de contradizer a própria revista Veja, que
situou a “chantagem” numa conversa reservada entre o ministro e o
ex-presidente, na copa da cozinha do apartamento de Nelson Jobim. Numa
entrevista, Gilmar disse que Jobim presenciou todo o encontro.
Por fim, Carta Capital levanta suspeitas também sobre a ida de Gilmar
Mendes a Berlim. Ele e Demóstenes Torres teriam regressado da Alemanha
na mesma data. De São Paulo, rumaram para Goiânia. Demóstenes disse que
viajou em jato particular, fornecido pela turma de Carlos Cachoeira.
Gilmar apresentou um bilhete da TAM, mas, segundo lembra Carta Capital,
não exibiu seus cartões de embarque.
Quem deu um tiro no pé? Lula ao tentar chantagear Gilmar? Ou Gilmar ao acusar Lula de tentar chantageá-lo?
Ficaremos eternamente agradecidos: Dilma quer barrar aluguel na TV, diz jornal
De acordo com levantamento da Intervozes utilizado na matéria, Globo e SBT estão entre as poucas empresas que não aderem à prática. Enquanto a Bandeirantes vende espaço para a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Rede TV! faz o mesmo com a Igreja Mundial do Poder de Deus e com rede farmacêutica Ultrafarma.
Na TV Gazeta, o Polishop, do empresário João Appolinário, ocupa dez horas semanais. A Record não informa se compra os programas religiosos que veicula - seu fundador, Edir Macedo, é da Igreja Universal do Reino de Deus.
Caso vá para a frente, o decreto fará com que as empresas tenham que adquirir programas produzidos externamente para terem a possibilidade de exibi-los. Na prática, reforça a Folha, isso faria com que elas deixassem de cobrar pelo tempo na grade, perdendo uma importante fonte de arrecadação.
Por outro lado, o governo daria carta branca para as emissoras comercializarem serviços de dados. Atualmente, apenas as companhias de telecomunicação podem fazê-lo.
No Exame
*Mariadapenhaneles
Presidente Dilma Rousseff: pacote de medidas deverá acabar com o aluguel de tempo na TV
São
Paulo - De olho na comercialização paralela de espaços na televisão, o
governo deverá lançar um pacote de medidas que coibirá esse tipo de
negociação. Segundo reportagem daFolha de São Paulo deste domingo,
o fim do aluguel de horário em emissoras de rádio e TV deverá impactar a
exibição de programas religiosos e comerciais nesses veículos.
De acordo com levantamento da Intervozes utilizado na matéria, Globo e SBT estão entre as poucas empresas que não aderem à prática. Enquanto a Bandeirantes vende espaço para a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Rede TV! faz o mesmo com a Igreja Mundial do Poder de Deus e com rede farmacêutica Ultrafarma.
Na TV Gazeta, o Polishop, do empresário João Appolinário, ocupa dez horas semanais. A Record não informa se compra os programas religiosos que veicula - seu fundador, Edir Macedo, é da Igreja Universal do Reino de Deus.
Caso vá para a frente, o decreto fará com que as empresas tenham que adquirir programas produzidos externamente para terem a possibilidade de exibi-los. Na prática, reforça a Folha, isso faria com que elas deixassem de cobrar pelo tempo na grade, perdendo uma importante fonte de arrecadação.
Por outro lado, o governo daria carta branca para as emissoras comercializarem serviços de dados. Atualmente, apenas as companhias de telecomunicação podem fazê-lo.
No Exame
Lula: - Haddad é o candidato que SP precisa... Serra está desgastado
O presidente Lula juntou-se a Fernando Haddad, no sábado (2) para o encontro de delegados para discussão de diretrizes do Plano de Governo do PT para São Paulo. No evento foi apresentado o mote de campanha para a população: "O homem novo para um tempo novo".
Lula discursou, Haddad também, mas hoje escolhemos um vídeo de outro discurso bem legal, o da Janaína. Olha só que história bonita de superação de dificuldades, e que consciência política e garra a moça tem:
É por gente como a Janaína que temos a certeza de que brasileiro excluído só era problema para governo que não inclui. É só estender a mão, dar uma chance para encontrar seu caminho, que vira solução, dá tudo certo e vai longe.
Com auditório lotado de militantes, na hora de Lula falar, ele lembrou das realizações de Haddad no Ministério da Educação e disse:
“Você não é o meu candidato, você é o candidato que São Paulo precisa nesse momento histórico”, afirmou Lula.
(...)
Nosso desafio é encontrar o discurso para falar com os 35% que já votam no PT e aqueles que não votam no PT (...) Essas pessoas (que não votam no partido) não são pessoas de esquerda ou de direita, mas são pessoas que ainda estão desinformadas sobre o que o partido pode fazer por São Paulo”.
Sobrou também o pré-candidato tucano José Serra, apesar de Lula não citar nomes, disse: "um dos adversários está desgastado (...) Alguém que já foi eleito e não exerceu [o mandato]”.
Na hora de Fernando Haddad falar, disse:
“... a casa não termina na soleira da porta” – e falou que São Paulo não acompanha os avanços que o país teve nos últimos anos governo Lula e Dilma: “A nossa cidade é a moradia ampliada, e a porta da rua é apenas uma fronteira. A vida melhorou dentro de casa e piorou da porta da rua para fora”
Em seguida criticou o mau aproveitamento das parcerias entre Prefeitura e Governo Federal, às vezes por ranço: “Não sendo capaz de promover uma agenda de desenvolvimento sustentável, a administração se negou a fazer parcerias para não dividir o sucesso”.
E sem citar nomes, fez críticas ao adversário tucano José Serra, que já abandonou a prefeitura uma vez, e sonha em candidatar-se a presidente em 2014: “São Paulo cansou de prefeitos de meio-expediente e de meio-mandato (...) Eu não sou alpinista político, nem profissional de eleições. Jamais usarei a prefeitura como trampolim ou degrau de interesses pessoais”. (Com informações do PT paulistano)
*osamigosdopresidentelula
Mino Carta em entrevista à Record News : mídia brasileira é golpista 30/05/2012
Mino Carta dirigiu as equipes de criação de publicações que fizeram história na imprensa brasileira, como Quatro Rodas, o Jornal da Tarde, Veja, IstoÉ e Carta Capital, da qual ainda é diretor de redação.
Assinar:
Postagens (Atom)