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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 03, 2012

CÚPULA DOS POVOS E A RIO+20

Para implantar a soberania alimentar, tem de mudar muito. Não há soberania alimentar no capitalismo, em grande parte pelo controle corporativo da agricultura. O povo tem que deter esse controle e os governos, apoiar os produtores de alimentos, apoiar a pequena produção com crédito, estrutura e ajudar a criar os mercados locais. É central desmantelar o modelo capitalista e fortalecer os pequenos produtores”, afirma Martin.Os movimentos sociais do campo avaliam que a Rio+20, cujo slogan é “o futuro que queremos”, irá debater o futuro que corporações e o capital financeiro querem, pois é impossível se falar em proteção ambiental sem que se discutam mudanças profundas no sistema econômico que as causa em primeiro lugar. “Não há muitas expectativas em termos de soluções na Rio+20, mas acho que o capital vai sair fortalecido devido à aprovação de conceitos como o da economia verde”, prevê Martin.Nesse quadro, diversos movimentos sociais, como a Via Campesina, o MST e os Amigos da Terra, que irão compor a Cúpula dos Povos, um evento paralelo à Rio+20 que irá debater a crise ambiental sob a ótica da sociedade civil.
“A ideia da Cúpula dos Povos é fazer uma grande mostra a partir dos próprios povos e demonstrar que não há necessidade de grandes empresas continuarem acumulando e privatizando a riqueza. Diversos povos, campesinos, quilombolas, sindicatos, organizações que já fazem concretamente uma proposta de sociedade diferente do que está colocada - e que socializa a relação com a natureza, a riqueza, gera trabalho – estarão reunidas nesse espaço”, afirma Marcelo Durão, da Via Campesina.
LEIA MAIS:
http://www.mst.org.br/content/agrotoxicos-interesses-e-anti-jornalismo-da-revista-veja
http://www.cultura.gov.br/riomais20/
GENTILEZA DA PROF. IONARA URRUTIA MOURA - LEITURA

As experiências dos principais grupos de pesquisadores do Brasil e do Chile que realizam estudos na área de cartografia tátil são narradas no livro Cartografia tátil: orientação e mobilidade às pessoas com deficiência visual.A publicação reúne artigos de pesquisadores da Universidade Tecnológica Metropolitana de Santiago do Chile (UTME), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de outras instituições.

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