PTB ainda não sabe para quem se vender, nem o preço
Bonito penteado |
Exigência de vice inviabiliza aliança do PTB com Serra
CATIA SEABRA
O presidente estadual do PTB, Campos Machado, exigiu na tarde desta quinta-feira (28) a vice da chapa de José Serra como condição para costura de uma aliança na corrida municipal. Numa reunião com emissários do candidato do PSDB, Machado condicionou a acordo a uma coligação para a Câmara de Vereadores.
Participantes do encontro, o senador Aloysio Nunes Ferreira, e o deputado Vaz de Lima, afirmaram que a indicação do vice dependeria do aval do prefeito de São Paulo, José Serra.
Na reunião, realizada na tarde desta quinta-feira, Machado admitiu que o partido conversa com Celso Russomanno, segundo colocado na disputa municipal.
Mas contou que o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, discute diretamente com o vice-presidente da República, Michel Temer, um acordo com Gabriel Chalita, do PMDB.
Mensalão do DEM desviou R$ 110 milhões; Arruda ficou com 40%
De acordo com a denúncia, ex-governador José Roberto Arruda ficaria com 40% do valor arrecadado no esquema |
A denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, contra 37
suspeitos de envolvimento no escândalo que ficou conhecido como mensalão
do DEM informa que o valor desviado pelo esquema, entre 2005 e 2010,
seria de R$ 110 milhões. Entre os acusados da ação, divulgada nesta
sexta-feira, estão o ex-governador do Distrito Federal José Roberto
Arruda e o ex-vice-governador Paulo Octavio, além de secretários de
governo, deputados distritais e membros do Tribunal de Contas do DF.
O montante teria sido pago a título de reconhecimento de dívidas por
prestação de serviços em favor das empresas beneficiadas pelo esquema e
viria de contratos que totalizaram R$ 712 milhões. Segundo a denúncia,
por meio de Durval Barbosa, Arruda cobrava entre 7% a 10% do total
líquido pago pelo governo às empresas - dentre as quais a Linknet, Adler
e Call Tecnologia -, o que equivale à proporção entre os R$ 110 milhões
e os R$ 712 milhões.
Para a Procuradoria, 40% do valor solicitado e arrecadado pela quadrilha
era destinado ao ex-governador, 30% a Paulo Octávio e 20% ao secretário
da pasta que reconhecia a dívida. Os 10% restantes ficariam à
disposição de Arruda "para ser destinado à corrupção de parlamentares e
representantes de partidos políticos".
"Em contrapartida, esse referido grupo de empresários logrou êxito em
manter relacionamento comercial com o governo do Distrito Federal,
recebendo altos valores", diz o texto.
A denúncia afirma ainda que Arruda seria o "líder máximo" de uma
"poderosa quadrilha". O grupo, segundo o texto, "implantou um
sofisticado estratagema de corrupção e de desvio de recursos públicos"
dentro do governo do Distrito Federal, "com a finalidade de cometer
crimes para financiar suas atividades ilícitas, conquistar e manter o
poder político e enriquecer seus membros e aliados".
O mensalão do DEM
O chamado mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final de
2009, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da
Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia
empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base
aliada.
O então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) aparece em
um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas
pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na
condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da
delação premiada. Em sua defesa, Arruda afirmou que os recursos
recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e
contabilizados". Em meio ao escândalo, ele deixou o Democratas.
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que
Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes
de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude
em licitação, crime eleitoral e crime tributário.
Acusado de tentar subornar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o
Sombra, testemunha do caso, Arruda foi preso preventivamente em
fevereiro de 2010, por determinação do Superior Tribunal de Justiça, que
ainda o afastou do cargo de governador. Ele ficou preso por dois meses
e, neste período, teve o mandato cassado por desfiliação partidária.
*esquerdopata
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