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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 11, 2013

Ahmadinejad: Chávez é pilar dos movimentos revolucionários



O falecido mandatário da Venezuela, Hugo Chávez, “já não é uma pessoa, mas uma cultura, um caminho para salvar a humanidade”, afirmou na última sexta-feira (8) o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmud Ahmadinejad.


Depois de participar do funeral de Estado de Chávez, realizado nesse mesmo dia na capital venezuelana, Caracas, Ahmadinejad declarou que Chávez é “um coração repleto, cheio de amor ao próximo (...) um grande homem pleno de características humanas e grandes valores, era como um manancial transparente, natural e puro”.

O chefe do Executivo iraniano asseverou que o presidente bolivariano se esforçou muito pela independência de seu país com o fim de dar desenvolvimento e bem-estar ao povo venezuelano e que neste caminho “enfrentou todo tipo de pressões”.

Ahmadinejad assegurou que a nação sul-americana continuará com valentia e amor à justiça o caminho que Chávez abriu.

“O futuro será mais brilhante do que hoje, porque sempre existe um destino e estou seguro de que o povo venezuelano assim o fará. Chávez foi um povo e pertenceu aos povos (...) Foi ele que conseguiu posicionar a Venezuela em escala mundial”, concluiu o mandatário persa.

Mahmud Ahmadinejad indicou que as relações entre o Irã e a Venezuela se enraízam na história, e disse que Chávez amava o Irã. Declarou também que foi ao seu funeral para expressar solidariedade e transmitir a mensagem da nação persa.

Ele contou que nas reuniões que manteve com as autoridades iranianas, Chávez sempre se referia a seu amor pelo Irã. Disse que inclusive sua mãe comentou isso com ele durante a cerimônia. 

“Chávez se perpetuará na historia”, disse o líder persa, destacando que alguns, em particular os inimigos, consideravam que a morte de Chávez frearia o avanço dos movimentos revolucionários, mas a cerimônia evidenciou que os movimentos pela unidade e solidariedade seguirão adiante.

Na opinião do presidente iraniano, Chávez é o pilar e o abandeirado dos movimentos revolucionários devido a sua resistência, valentia, amor pelo povo, religiosidade e seu arrojo diante do hegemonismo.

Em outra parte de suas declarações, Ahmadinejad assinalou que quando as nações latino-americanas lutavam contra o colonialismo para obter sua independência, foram violentamente reprimidas. Não obstante, agrega, depois da vitória da Revolução Islâmica do Irã, se levantou uma nova onda de movimentos revolucionários da América Latina, cujo líder foi Chávez, um verdadeiro revolucionário.

Sobre a visão de mundo de Chávez, Ahmadinejad sublinhou que este pretendia estabelecer a justiça, a amizade, a irmandade e os valores humanos; metas, por outra parte, que são também da Revolução Islâmica do Irã.

Ahmadinejad participou junto com mais de 30 chefes de Estado e 55 delegações internacionais de todo o mundo, da cerimônia que teve lugar na Academia Militar de Caracas para render homenagem ao líder da Revolução Bolivariana.

O líder foi calorosamente aplaudido. Visivelmente emocionado, beijou o féretro em que estava o corpo de Chávez coberto com a bandeira nacional venezuelana e fez uma saudação com o punho cerrado.


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=207946&id_secao=9







Com Hispan TV


Nicolás Maduro quer estreitar relações da Venezuela com a China Socialista




NICOLÁS MADURO QUER FORTALECER RELAÇÕES ECONÔMICAS DA VENEZUELA COM A CHINA

Publicação: 09/03/2013 19:19 Atualização:
Brasília – O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste sábado (9/3) que pretende fortalecer as relações econômicas com a China. Durante encontro com uma delegação do país asiático para rever as alianças e os acordos firmados, Maduro ressaltou a força econômica e política da China no cenário internacional.
“As nossas relações [entre a Venezuela e a China] estão no contexto da emergência de uma nova América Latina e no Caribe, uma nova era histórica”, acrescentou.

Maduro também agradeceu o apoio do governo da China durante o tratamento de Hugo Chávez e a carta de condolências enviada pelo presidente chinês, Hu Jintao, à família.
O presidente interino prometeu à delegação chinesa, que compareceu ao velório de Chávez, que o ministro do petróleo venezuelano, Rafael Ramírez, fará uma visita ao país nas próximas semanas.
A China é o segundo maior parceiro comercial da Venezuela, com volume anual de negócios que supera os US$ 12 bilhões (9,1 bilhões de euros), em particular pelos cerca de 500 mil barris de petróleo que o país sul-americano exporta diariamente para o país asiático.
http://falandoverdadesbr.wordpress.com/2013/03/10/nicolas-maduro-quer-fortalecer-relacoes-economicas-da-venezuela-com-a-china/


"Pastor das trevas” e direitos humanos


Do Blog do Miro

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Altamiro Borges

Milhares de pessoas participaram ontem (9) de uma passeata em São Paulo – da Avenida Paulista até a Praça Roosevelt – em protesto contra a indicação de Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal. A rejeição ao deputado – que já foi batizado nas redes sociais de “pastor das trevas” – saiu da internet para ganhar as ruas. De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu “entre 800 e 1.200 pessoas”. Já para os organizadores, ele contou com milhares de ativistas.

Segundo Igor Carvalho, da revista Fórum, “aos gritos de ‘racista, ladrão, cadê a solução’ e ‘se até o papa renunciou, Feliciano, sua hora já chegou’, representantes de diversos movimentos sociais, com forte predominância dos ativistas da causa LGBT, chegaram a deitar nas quatro faixas da Rua Consolação, parando o trânsito... ‘Somos, aqui, com certeza umas 20 mil pessoas protestando contra essa vergonha nacional, contra essa anomalia que é a eleição de Marcos Feliciano’, disse Daniel de Ogum, um dos organizadores”.

“Fatos novos” podem reverter a eleição

Também ocorreram protestos no Rio de Janeiro e Brasília. Pelas redes sociais, que coletaram 70 mil assinaturas numa petição contra a eleição do deputado/pastor em apenas um dia, novos atos estão sendo agendados para os próximos dias. Diante da forte resistência, até o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves, já admitiu a hipótese de reverter a decisão, caso surjam “fatos novos... A Câmara poderá avaliar a situação da comissão, mas respeitando o direito de cada parlamentar e de cada partido”, afirmou.

O próprio Marco Feliciano já sentiu o baque da rejeição. Em entrevista hoje à Folha, ele tentou posar de vítima e anunciou que pedirá proteção policial. “A situação está tomando dimensões muito estranhas. É assustador, estou me sentindo perseguido como aquela cubana lá. Como é o nome? A Yoani Sánchez”, choramingou. Mesmo assim, ele garantiu que não renunciará ao cargo. “Não estou preocupado” com os protestos. Maroto, ele ainda jogou a culpa por sua eleição no PT, que abriu mão da presidência do CDHM.

Eleição tumultuada e STF

Marco Feliciano foi eleito presidente da CDHM na quinta-feira (7). Ele teve 11 votos dos 18 possíveis – um deputado votou em branco e outros seis abandonaram a sessão. A votação foi feita às portas fechadas, mas houve protestos de um grupo de ativistas a sua escolha. Quem saiu em sua defesa foi o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que na semana anterior ciceroneou a dissidente cubana Yoani Sánchez. Aos berros, ele extravasou seus instintos fascistas, chamando os manifestantes de “baderneiros” e gritando “vão para o zoológico”.

O pastor só chegou ao cargo devido ao rodízio entre os partidos nas várias comissões existentes na Câmara. O Partido Social Cristão bancou a provocação ao indicá-lo e agora é alvo de uma enxurrada de críticas. Diante da manobra do PSC e de uma parte da bancada evangélica, o deputado Domingos Dutra (PT-MA), que presidia a comissão, abandonou a reunião, juntamente com as parlamentares do PT, PSOL e PSB. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) já anunciou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a eleição.

Racista, homofóbico e direitista

A eleição de Marco Feliciano para presidir a CDHM é uma verdadeira aberração. O deputado é conhecido por suas posições racistas e homofóbicas. Pela sua conta na twitter, ele já escreveu que “os africanos descendem de um ancestral amaldiçoado por Noé” e que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição”. Ele chegou a afirmar que a ex-senadora Marta Suplicy e a deputada Érica Kokay, defensoras do projeto de lei que criminaliza a homofobia, “são mulheres com sexualidade distorcida".

O pastor também é alvo de um processo por estelionato. Num culto gravado em vídeo, ele reclamou de um fiel que entregou o cartão do banco, mas não revelou a senha. Sua visão preconceituosa explica o apoio dado a José Serra nas eleições do ano passado. “Serra merece mais que respeito, merece admiração. É um guerreiro”, escreveu no twitter. Para ele, o tucano seria o único capaz de derrotar “a militância dos gays, a militância do povo que luta pelo aborto, a militância dos que querem descriminalizar as drogas”.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/03/pastor-das-trevas-e-direitos-humanos.html#more

 

Por que a direita odeia a América Latina

A direita odeia a América Latina. Antes de tudo porque sua mentalidade colonial e seus interesses a vinculam aos países do centro do capitalismo, aos Estados Unidos em particular, que tem uma relação histórica de conflitos com o nosso continente. A direita nunca esconde sua posição subserviente em relação aos EUA, adorava quando os países latino-americanos eram quintal traseiro do império, quando, por exemplo, na década de 90 do século passado, não expressavam nenhum interesse diferente dos de Washington e buscavam reproduzir suas políticas.
A direita não entende a América Latina, nem pode entender, porque sua cabeça é a da anulação diante do que as potencias imperiais enviam para nossos países, de aceitação resignada e feliz aos interesses dessas potencias.
Para começar, compreender a América Latina como continente e’ entender o que a unifica como continente: o fenômeno histórico de ter sido colonizada pelas potencias europeias e ter sido transformada posteriormente em região de dominação privilegiada dos EUA.
Daí a incapacidade da direita de entender o significado do nacionalismo e dos líderes nacionais, porque para a direita não há dominação e exploração imperialista, menos ainda o conceito de nação. Esses líderes seriam então demagogos populistas, que se valeriam de visões fictícias para fabricar sua liderança carismática, fundada no apoio popular.
A própria existência da América Latina como continente é questionada pela direita. Ressalta as diferenças entre o México e o Uruguai, o Brasil e o Haiti, a Argentina e a Guatemala, para tentar passar a ideia de que se trata de um agregado de países sem características comuns.
Não mencionam as diferenças entre a Inglaterra e a Grécia, Portugal e a Alemanha, Suécia e Espanha, que no entanto compõem um continente comum. Por quê? Porque tiveram e tem um lugar comum no sistema capitalista mundial: foram colonizadores, hoje são imperialistas. Enquanto que os países latino-americanos, tendo diferenças culturais muito menores do que os países europeus entre si, fomos colonizados e hoje sofremos a dominação imperialista.
Esses elementos de caracterização são desconhecidos pela direita, para a qual o mundo é compostos por países modernos e países atrasados, sem articulação como sistema, entre centro e periferia, entre dominadores e dominados.
Assim a direita nunca entendeu e se opôs sempre tenazmente aos maiores líderes populares do continente, como Getúlio, Perón, Lazaro Cárdenas, e hoje se opõe frontalmente ao Hugo Chávez, ao Lula, aos Kirchner, ao Mujica, ao Evo, ao Rafael Correa, à Dilma, ao Maduro, além, é claro, ao Fidel e ao Che. Não compreendem por que foram e são os dirigentes políticos mais importantes do continente, porque têm o apoio popular que os políticos da direita nunca tiveram.
Ainda mais agora, quando a América Latina consegue resistir à crise, não entrar em recessão, continuar diminuindo a desigualdade, e projetar líderes como Chávez, Lula, Evo, Rafael Correa, Mujica, Dilma, a incapacidade de dar conta do continente aumenta por parte da velha mídia. Sua ignorância, seus clichês, seus preconceitos a impedem de entender essa dinâmica própria do continente.
Só resta à direita odiar a América Latina, porque odeia os movimentos populares, os líderes de esquerda, a luta antiimperialista, a crítica ao capitalismo. Odeiam o que não podem entender, mas, principalmente, odeiam porque a América Latina protagoniza um movimento que se choca frontalmente com tudo o que a direita representa.

Populismo é invenção da direita para pegar trouxa


Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania
“O conceito “populismo” sempre foi elástico e subjetivo. Contudo, em alguns momentos da história chegou a fazer sentido. No século passado, porém, não era usado apenas para caracterizar a forma de governar de políticos de esquerda como hoje. O caudilho, que por definição governa de forma populista, poderia ser partidário de qualquer ideologia.
Em resumo, caudilho seria um chefe político que governa acima dos partidos e que adota medidas populistas (demagógicas) que agradam aos governados independentemente de serem viáveis, o que, por essa teoria, no médio e no longo prazos terminariam por causar mais malefícios do que benefícios.
No Brasil, o “caudilho populista” mais famoso é Getúlio Vargas, ainda que outros políticos trabalhistas como Leonel Brizola tenham sido associados a essa pecha.
A história do “populismo”, no entanto, importa menos do que o uso contemporâneo desse conceito, tal como vem sendo empregado na América Latina e, mais precisamente, na América do Sul ao longo do século XXI, período em que líderes de esquerda ascenderam ao poder por toda a região e a revolucionaram econômica e socialmente.”
Artigo Completo, ::AQUI::

"Pelas urnas ficou difícil para as elites"

Carta Maior

'As minorias sabem que pelas urnas é difícil chegar ao poder e aparece aí a tentação permanente de fazê-lo por fora das urnas. Não sei com certeza se há setores militares fortes com planos golpistas, mas se há militares que não gostam do chavismo isso não me surpreenderia. Isso ocorre com todas as elites. Por isso, considero importante que existam milícias populares dispostas a defender o governo para compensar o poder dos militares. 
A Venezuela foi uma província petroleira dos EUA durante décadas. Na II Guerra foi maior fornecedora de petróleo dos aliados. Tudo isso deu origem a uma classe dominante muito ligada ao negócio petroleiro e a Washington. Colômbia e Venezuela são fundamentais para o sistema norte-americano, no Mediterrâneo americano. Chávez acabou com tudo isso. Deu às costas aos Estados Unidos e se voltou ao Brasil, ingressou no Mercosul e rechaçou a ALCA. Isso, para os EUA, é imperdoável'.

(embaixador Samuel Pinheiro Guimarães; entrevista a Dario Pignotti; leia AQUI)

 

Assange e Yoani: dois pesos e duas medidas da imprensa alienígena


 
 
 
Por Davis Sena Filho
         
 
Até o momento a imprensa comercial e privada, seja por intermédio de seus editoriais ou por meio de seus chefes de redação, colunistas ou blogueiros, que chamam ridiculamente seus patrões de colegas ou coleguinhas, não gritou, não esperneou, não xingou e não se estrebuchou por causa da perseguição do governo estadunidense ao fundador do sítio Wikileaks, Julian Assange, bem como não protestou contra a censura ao seu portal.
     Nada que me comovesse ou me surpreendesse. Esperar discernimento e isenção de jornalistas que consideram seus patrões como colegas é a mesma coisa que esperar uma boa ação do capeta ou de jornais e revistas, a exemplo da "Folha", do "Estadão", do "Zero Hora", de "O Globo", de "Época" e da Última Flor do Fáscio — a ardilosa e inconsequente"Veja".
        Enquanto isso, a blogueira cubana, Yoani Sánchez, é recebida pela mídia de direita brasileira como se fosse a salvação da lavoura quando se trata de criticar Cuba e o regime socialista. São dois pesos e duas medidas. Enquanto Yoani realiza se périplo pelo mundo a atacar seu próprio país, o australiano Assange perdeu sua liberdade e o direito de falar por ser ameaçado pelos governos da Inglaterra e dos EUA, países esses que se consideram os defensores da democracia e da liberdade de imprensa e de expressão.
      Yoani deitou falação e mostrou para o que veio: atacar o governo cubano e defender o establishment, o qual ela serve, representa e por ele é financiada, sem, contudo, demonstrar qualquer constrangimento. Foi recebida com palmas pelos representantes da direita partidária brasileira ao tempo que ovacionada pelos editores, colunistas, blogueiros e comentaristas da imprensa conservadora e de negócios privados, que abriram-lhe as páginas de suas publicações, bem como franquearam sua imagem aos espaços televisivos.
 
 
A blogueira cubana é acusada de ser financiada pelo governo dos Estados Unidos para fazer propaganda contra Cuba. Grandes jornais e revistas também a financiam, e sua viagem, que começou no Brasil, vai durar 80 dias, sendo que dez países vão ser visitados. Todavia, o que chama atenção de seus críticos é o blog de Yoani Sánchez. O blog da cubana é diferenciado em relação à maioria dos blogs, mesmo os grandes.
No espaço, pode-se ler textos em 21 idiomas, inclusive o espanhol. Para se ter uma ideia melhor de tal blog, nem o sítio da ONU oferece tantas traduções aos leitores. Além do mais, o baronato encastelado na conservadoríssima Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), proprietário de organizações de comunicação e de jornais premiaram o blog de Yoani Sánchez, o que lhe rendeu prêmios em forma de dinheiro. Por seu turno, o Wikileaks, de Julian Assange, aquele que está asilado em Londres e se sair pode ser preso ou morto e ninguém faz nada, publicou documentos revelando encontros e relações entre a blogueira e o governo yankee. Yoani é acusada também de se envolver com a CIA.
Esses fatos e realidades são inacreditáveis ao tempo que verossímeis. E ninguém, mas ninguém mesmo da imprensa de mercado não comenta sobre as diferenças de tratamento a Yoani Sánchez e Julian Assange, tanto por parte de governos quanto pelo sistema midiático hegemônico. O Wikileaks divulgou os bastidores sujos e levianos da diplomacia (do porrete) estadunidense e por isso foi censurado e seu criador preso e depois asilado. Ninguém da imprensa alienígena contestou e protestou. A imprensa historicamente golpista se calou e apenas informa sobre os acontecimentos, mas não protesta, não critica e não faz editorial em prol de Julian Assange, que perdeu a liberdade, pois asilado na Embaixada do Equador em Londres. Enquanto o tratamento dado à Yoani Sánchez...
A oligarquia midiática não protesta sobre essa perseguição ao australiano como protesta e se estrebucha quando o governo brasileiro diz que quer discutir a comunicação e a informação, quando quer regulamentar o setor (nossas leis são de 1962, por isto estão defasadas) e quando fala em criar o Conselho Federal de Jornalismo, órgão que, para mim, deveria existir há muito tempo, como acontece em outras categorias profissionais e empresariais e segmentos da economia, que têm seus conselhos, e, o mais importante, seus marcos regulatórios.
 

 
Não. Neca de pitibiribas. Nada de protesto. Somente se sentem indignados e se comportam dessa forma quando o Governo chama a sociedade brasileira, de forma democrática, para discutir sobre os rumos do setor de comunicação, além de procurar debater sobre a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a liberdade de imprimir e as concessões públicas, dentre outras questões, que foram discutidas, de forma séria, nas plenárias da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada no fim de 2009, em Brasília.
A Confecom ouviu a sociedade, elaborou documento que vai ser analisado pelo Congresso, que um dia vai ter de dar uma solução para a questão das mídias. Mas existe um problema: os megaempresários de comunicação, os "donos" das diferentes mídias, dos oligopólios midiáticos, boicotaram a Confecom e boicotam e combatem qualquer ação que vise regulamentar o setor, por intermédio de marco regulatório que seja aprovado pelo Congresso, que é o poder onde a sociedade brasileira é representada, porque ela votou e institucionalizou seus representantes, que são reconhecidos pela Constituição.
Esta é a questão, o resto é dissimulação e mentira da imprensa burguesa, empresarial e privada, a mais atrasada do mundo, onde atuam os empresários mais conservadores deste País, realidade esta comprovada nas últimas eleições, quando suas empresas (muitas delas são concessões públicas) agiram ilegalmente como partidos políticos de direita e que apoiaram, evidentemente, o candidato tucano José Serra.
Agora os empresários e seus asseclas de redação se calam sobre o Wikileaks, porque não convêm a eles defender a liberdade de imprensa e de expressão que esses empresários tanto clamam quando se trata de defender seus interesses econômicos e políticos. Eles se calaram porque são porta-vozes do sistema capitalista, dos governos estadunidenses, dos bancos, das entidades empresarias industriais e rurais e de agências de segurança, investigação e espionagem como a CIA, por exemplo.
       

  
       Por isso eles se calaram, como o fizeram na ditadura militar. A Folha, então, era "sócia"do DOI/CODI. E a TV Globo foi irmã siamesa de todos cinco governos dos generais presidentes. É filha autêntica dessa era. Lamentável, mas ter de aturar a imprensa brasileira é dose para mamute ou, quiçá, mastodonte. Somente no Brasil, País importante e poderoso, ainda existe uma imprensa privada que quer eternizar sua condição de senhora feudal ou de governadora de capitania hereditária.
      Obviamente, com o contínuo fortalecimento do estado democrático de direito no Brasil, um dia essa realidade vai ter fim. Bem, vamos esperar para ver como esse processo vai acabar e como a imprensa burguesa vai se comportar doravante, apesar deu eu saber que sua posição vai ser a de sempre compor com os grupos conservadores da sociedade e ter como porta-voz do pensamento reacionário suas próprias empresas de comunicação. Que o digam os casos emblemáticos de Julian Assange e Yoani Sánchez. Dois pesos e duas medidas. É isso aí.
*Saraiva

Assunto censurado… no Brasil



As empresas brasileiras, mas também as transnacionais, criam inúmeros subterfúgios para fugirem das obrigações com o Estado. 

A RBS, por exemplo, tinha uma subsidiária nas Ilhas Cayman. Para quê? 

Os grupos mafiomidiáticos já tem mais funcionários, mas prestadores de serviço. 

Obrigam os seus funcionários abrirem pessoas jurídicas e aí o custo é menor. É legal? Pode ser. Mas é imoral. 

O que significa uma empresa, ao invés de pagar um salário digno, inventar coberturas internacionais como forma de remuneração indireta, para fugir da tributação. 

Como se dá a relação trabalhista entre a Rede Globo e Arnaldo Jabor? É legal, é ético ou é imoral? 

É aquela história de sempre. A empresa quebra, mas os diretores/presidentes saem mais ricos. A falência é dos operários. 

Se, depois da Suíça, a moda pegar, pode ser que por aqui a civilidade empresarial passe a ter vez.

do Blog Ficha Corrida
*cutucandodeleve

domingo, março 10, 2013


BRICS criarão o Banco de Desenvolvimento do Sul para desfazer-se do US$ dolar


O BDS deverá ser criado ainda neste mês de março

 Russia Today, Moscou


Entreouvido na Vila Vudu: a imprensa-empresa no Brasil (entenda-se grupo GAFE - Globo, Abril, Folha de SP, Estadinho) IGNORA E ENSINA A IGNORAR completamente a criação do Banco de Desenvolvimento do Sul e absolutamente não informa sobre o tema... A rede Russia Today não encontrou fonte de onde recolher informação sobre o que o Brasil deseja desse Banco de Desenvolvimento do Sul. Não é im-pres-sio-naante?!


Os países BRICS preveem criar seu próprio banco de desenvolvimento até o final de março, com o objetivo de investir em projetos sustentáveis de infraestrutura e desenvolvimento para seus integrantes, sem ter de passar pela moeda nacional dos EUA, o dólar.

O capital inicial do banco do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul está estimado em 50 bilhões de dólares. Prevê-se que a criação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS seja oficialmente anunciada durante a Reunião de Cúpula que acontecerá na África do Sul, nos próximos dias 26 e 27 de março.

Os BRICS planejam aumentar os investimentos, dado que a necessidade de financiar projetos internos da organização pode chegar a 15 bilhões de dólares nos próximos vinte anos. Além disso, a aliança espera reduzir sua dependência das outras grandes economias do mundo, eliminando a necessidade de negociar em dólares e em euro, nas transações internacionais.

Um dos principais argumentos a favor da criação do novo banco foi precisamente a baixa porcentagem de apoio aos países em desenvolvimento, hoje esquecidos pelas grandes instituições de financiamento controladas pelos EUA e a União Europeia.

Em janeiro passado, um diplomata sul-africano, que trabalha na organização da reunião de cúpula do bloco, anunciou que os países integrantes do bloco BRICS estão próximos de um acordo para criar seu banco de desenvolvimento regional. Com essa decisão, segundo alguns analisas, a China aspira a ampliar o território de uso de sua moeda nacional, o yuan; a Índia quer atrair investimentos estrangeiros; e a Rússia quer fortalecer sua influência geopolítica, na sequência do crescimento de seus índices econômicos

El Orden Criminal del Mundo - HQ (Completo)


*Nina

Hugo Chávez..."Amor com amor se paga!"






































‘Dilma e Cristina devem erguer muro contra golpistas’


À Carta Maior, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães fala sobre as incertezas políticas no continente após a morte de Hugo Chávez. Para ele, Brasil e Argentina desempenharão papel fundamental nesse processo. É importante que esses países estejam vigilantes, desestimulando eventuais movimentos golpistas. Juntas, Dilma e Cristina podem influir poderosamente. Por Dario Pignotti.
Dario Pignotti - @DarioPignotti
Brasília – Hugo Chávez citava frequentemente Samuel Pinheiro Guimarães para defender a aliança vital com o Brasil ou repudiar as tentativas de anexação por parte dos Estados Unidos sob o manto da Alca.
Chávez conhecia os bastidores do Itamaraty e quando citava Samuel talvez procurasse fortalecê-lo frente aqueles que tentavam afastá-lo da secretaria geral da Chancelaria para reestabelecer a diplomacia do Consenso de Washington. O diplomata também foi mencionado pela embaixada dos EUA para quem ele é um “antiamericano virulento”, segundo documento divulgado pelo Wikileaks.
A morte de Chávez, mas sobretudo a tensão estratégica entre Venezuela e Estados Unidos, e o “muro” que Dilma e Cristina Kirchner estariam formando para abortar tentativas golpistas contra Nicolas Maduro foram os temas tratados pelo diplomata nesta enciclopédica entrevista à Carta Maior.
Carta Maior – Washington considerou absurda a suspeita de que Chávez tenha morrido vítima de uma enfermidade inoculada. Certamente a hipótese soa algo exagerada, mas você a descartaria por completo?
Samuel Pinheiro Guimarães – Não estou em condições de falar sobre o que ocorreu concretamente, mas o presidente Maduro falou do tema, segundo ouvi, e prometeu investigar. Ele deve saber porque disse isso e se houver alguma desconfiança por parte do governo venezuelano este pode adotar a decisão que lhe pareça mais conveniente. Os estados têm soberania para decidir o que fazer. Não afirmou nada, estou especulando.
Os que colocaram em dúvida o que causou a morte de Arafat (suposto assassinato com substâncias radioativas) foram desqualificados em 2004, quando ele morreu. Passados alguns anos, isso que parecia um absurdo hoje não é mais e os que foram ridicularizados não estavam tão equivocados. O passar do tempo às vezes acaba revelando algumas coisas. Que se investigue.

CM – Maduro falou de um plano sedicioso com participação estadunidense... O jornalista Kennedy Alencar informou que Dilma e Cristina se articulam para frear eventuais golpistas...
SPG – Não tenho informação, mas imagino que haja uma grande preocupação por parte das presidentas para que não haja um golpe de estado. Isso sempre pode ocorrer, como em 2002. De repente veio o golpe. Um golpe se articula discretamente. Estão corretas em se preocupar se têm informações. Mas creio que isso seja difícil no curto prazo. No médio ou longo prazo, aí já não sei. É importante que Brasil e Argentina estejam vigilantes.
Desestimular eventuais movimentos golpistas é importante. Juntas, elas podem influir poderosamente. O apoio delas ao governo democrático é necessário. Igualmente acredito que a transição para as eleições está assegurada. Haverá estabilidade no curto prazo, o problema é o longo prazo.

CM – Se tiveram coragem de tentar um golpe contra Chávez, porque não tentariam de novo agora, sem ele?
SPG – Claro, isso é lógico. É preciso levar em conta que a sociedade venezuelana está fraturada, os programas sociais levaram à conscientização das massas e, ao mesmo tempo, provocaram uma reação das classes altas e médias altas. As minorias sabem que pelas urnas é difícil chegar ao poder e aparece aí a tentação permanente de fazê-lo por fora das urnas.
Não sei com certeza se há setores militares fortes com planos golpistas, mas se há militares que não gostam do chavismo isso não me surpreenderia. Isso ocorre com todas as elites. Por isso, considero importante que existam milícias populares dispostas a defender o governo para compensar o poder dos militares.

CM – O novo secretário de Estado, John Kerry, se veste de pomba. Será ele menos hostil do que Hillary?
SPG – Parece-me quase impossível ser mais hostil que Hillary, mas a política externa dos EUA transcende a característica pessoal de seus funcionários. Há um princípio permanente que é castigar, ainda que muitos anos depois, os países que não se enquadram nos desígnios de Washington. Quando algum país não obedece a esse enquadramento, e a Venezuela fez isso, será vítima de uma política que eu chamaria de vingativa. Lembro quando Bush invadiu o Iraque por muitas coisas. Para ele, havia um sentimento pessoal. Bush chegou a dizer que Saddam quis matar seu pai. O mesmo ocorre com o Irã, porque eles invadiram a embaixada e, pior, os iranianos tiveram a audácia de dar os nomes dos informantes iranianos que trabalhavam com a CIA. Isso, Washington nunca perdoou. O mesmo se aplica a Venezuela. Creio que Washington nunca perdoará as atitudes de Chávez.

CM – Soberania equivale e irreverência...
SPG – A Venezuela foi uma província petroleira dos EUA durante décadas. Na II Guerra foi maior fornecedora de petróleo dos aliados. Tudo isso deu origem a uma classe dominante muito ligada ao negócio petroleiro e a Washington. Colômbia e Venezuela são fundamentais para o sistema norteamericano, no Mediterrâneo americano. Chávez acabou com tudo isso. Deu às costas aos Estados Unidos e se voltou ao Brasil, ingressou no Mercosul e rechaçou a ALCA. Isso, para os EUA, é imperdoável.

CM – Para a direita, o chavismo morrerá com ele.
SPG – A dimensão de Chávez foi imensa, mas não considero adequado dizer que tudo era fruto do carisma dele. Um autor alemão que viveu nos EUA dizia que as pessoas não chegavam ao poder porque tem carisma, o poder é que lhes dá carisma. Quando Chávez chegou ao poder em 1999, não tinha a grande dimensão internacional que chegou a ter, na medida em que foi desenvolvendo seu projeto. Agora, é preciso ver com Maduro amadurece (risos).

CM – O cesarismo, talvez inevitável, do modelo bolivariano agrava o vazio causado pela morte do líder?
SPG – Os meios de comunicação dão muito valor à atuação do presidente ou do primeiro ministro, supervalorizam a pessoa, como se ela fosse imprescindível. É falso, Ninguém governa sozinho, governa-se porque se representa um conjunto de setores. Isso ocorre nas democracias liberais e nas ditaduras. Por tanto, é um equívoco achar que o chavismo é só a presença de Chávez e não ver que esse fenômeno teve um respaldo enorme dos setores populares.
Dizer que Chávez era tudo foi mentira desses meios, que também inventaram que a revolução não é democrática. Na Venezuela de Chávez houve mais eleições que aqui no Brasil, como Lula observou. Não há notícias de jornalistas ou opositores presos. Se houvesse, seria notícia permanente. Essa imprensa criou a fantasia de que a revolução é um sistema baseado numa pessoa e isso é falso.

CM – A longa agonia de Chávez permitiu que Maduro se afiançasse como seu sucessor?
SPG – Espero que sim. Não é fácil saber qual será sua habilidade para manter dentro do projeto os setores populares, partidos e forças armadas.

CM – Sendo Alto Representante do Mercosul (até julho de 2012), você pode conversar em profundidade com Chávez?
SPG – Com Chávez falei poucas vezes. Ele citava constantemente um livro meu que ele considerava muito importante.

CM – Parece estar em marcha um ataque preventivo contra Maduro quando os conservadores anunciam que deverá haver um “inevitável” ajuste do gasto público.
SPG – A mídia internacional e os organismos financeiros internacionais repetem em coro que é preciso fazer um ajuste, controlar a inflação ou então virá uma catástrofe. Tudo isso é falso. Basta olhar para os EUA onde nunca se fala disso e onde há déficits comerciais e fiscais absurdos. Lá não se pede isso, aqui sim. É uma religião disfarçada de discurso econômico global onde toda a política social é chamada de populismo. No Brasil falam do lulopetismo.

CM – As políticas sociais destes 14 anos de Chávez são conquistas irreversíveis?
SPG – Não creio. No Chile havia um processo avançado e, com o golpe de73, se retrocedeu até na reforma agrária. Na Argentina ocorreu o mesmo com o golpe de 1976. Se a direita volta é para retomar o poder e terminar com as políticas públicas, com a redistribuição de renda. Tudo começa com as campanhas nos meios de comunicação, dizendo que chegou a modernidade, que está tudo melhor, que o populismo está dizendo adeus.
Na Venezuela esse discurso pode começar a ser utilizado com a volta das classes abastadas, para desqualificar os programas de saúde, os gastos do Estado com alfabetização, para retirar recursos da Universidade das Forças Armadas, das missões (programas sociais do governo).
Capriles (principal opositor nas eleições de outubro de 2012) teve mais de 40% dos votos. Esses votos não são só das elites. Há pessoas pobres beneficiadas pelos programas sociais que são ideologicamente conservadoras. Eu creio que essas conquistas não possam ser entendidas como irreversíveis. Por isso as classes dominantes querem voltar ao governo, para reverter esses avanços.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer