Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 11, 2013

Assunto censurado… no Brasil



As empresas brasileiras, mas também as transnacionais, criam inúmeros subterfúgios para fugirem das obrigações com o Estado. 

A RBS, por exemplo, tinha uma subsidiária nas Ilhas Cayman. Para quê? 

Os grupos mafiomidiáticos já tem mais funcionários, mas prestadores de serviço. 

Obrigam os seus funcionários abrirem pessoas jurídicas e aí o custo é menor. É legal? Pode ser. Mas é imoral. 

O que significa uma empresa, ao invés de pagar um salário digno, inventar coberturas internacionais como forma de remuneração indireta, para fugir da tributação. 

Como se dá a relação trabalhista entre a Rede Globo e Arnaldo Jabor? É legal, é ético ou é imoral? 

É aquela história de sempre. A empresa quebra, mas os diretores/presidentes saem mais ricos. A falência é dos operários. 

Se, depois da Suíça, a moda pegar, pode ser que por aqui a civilidade empresarial passe a ter vez.

do Blog Ficha Corrida
*cutucandodeleve

Nenhum comentário:

Postar um comentário