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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 31, 2013

José Mujica presidente do Uruguai, é indicado por ONG holandesa para receber o Prêmio Nobel da Paz

Uma organização holandesa quer que o presidente do Uruguai, José Mujica, concorra ao Prêmio Nobel da Paz. A iniciativa da entidade Drugs Peace Institute é motiva pelo plano do presidente uruguaio de outorgar ao Estado o controle da produção, distribuição e comercialização da maconha para lutar contra o tráfico de drogas. As informações são do portal Infobae.
A ideia foi transmitida aos partidários de Mujica no Uruguai pelo presidente da ONG, Frans Bronkhorst. Em entrevista ao jornal El Observador, ele afirmou que teve a aprovação do presidente para sua postulação. “Mujica é o primeiro presidente que propôs acabar com essa guerra que não serve a ninguém, só aos interesses obscuros”, explicou Bronkhorst.
A ONG Drugs Peace Institute aparece em uma lista da ONU como uma entidade que trabalha “pelo aumento da conscientização dos usuários de drogas sobre a qualidade dos produtos que consomem” e pela “integração” na sociedade.
O deputado da Frente Ampla Sebastián Sabini disse que a candidatura, se for confirmada, não deveria levar em conta apenas o plano antidrogas. Na opinião dele, Mujica “fez muitas coisas boas ao longo de sua vida e deu amostras de grandeza em muitos sentidos”.
Veja Tbm:
Discurso de José Pepe Mujica(Presidente do Uruguai) na Rio+20
Governo do Uruguai trocarão armas por computadores e bicicletas
* Anarquistaanarquismo

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