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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 25, 2013




Por: Victor Bellizia



 A burguesia tem suas fontes de alienação com todos os grupos sociais e não é diferente com as mulheres. Como maneira de manter o consumo, alienação e desvio do propósito de luta pelo socialismo, igualdade e soberania sexual (feminismo), a burguesia usa de métodos e artimanhas como à moda, à vaidade e a dependência da mulher por algumas das sub ordens capitalistas.

  Há um propósito para a constante atualização da moda feminina, com novas roupas: consumo e estimulação da vaidade. O consumo é o que sustenta a burguesia em tempos de crise mundial capitalista, caracterizando crescimento industrial – já que os meios de produção são dominados por estes – e afastando a mulher da luta revolucionária, uma vez que é extremamente necessária a participação feminista. E quem estimula a própria moda é a burguesia, uma vez que, a vestimenta, historicamente, foi modo de diferenciação ou forma de dividir as classes sociais visualmente; logo, as mulheres, por mais subdesenvolvidas financeiramente que possam ser, quando alienadas pela tendência do enriquecimento ou "status quo", compram roupas que são utilizadas pela burguesia para passar uma mensagem, criada historicamente, de abundância financeira; riqueza; etc. mesmo quando há falta deste, pois elas mesmas, quando alienadas, sabem que “a burguesia manda, logo, se parecer-me com as burguesas, vou ser reconhecida como uma”.

 As sub ordens têm como objetivo a dependência da mulher pelas tendências burguesas, mantendo a mulher presa a elas: financeiramente, portanto, sem soberania para seguir seu caminho de libertação como ser social, considerando a quantidade da importância que é dada para as tendências de enriquecimento que estão sobrepostas na moda e na alienação da tecnologia; intelectualmente, pois a mulher estará presa ao trabalho para conseguir atualizar-se, tanto na moda, como tecnologicamente, e não tendo soberania ou liberdade de buscar uma conscientização crítica revolucionária, estando demais presa nas tendências de enriquecimento e na histórica vontade de parecer um ser mais influente, dominante.

 Hoje, na socialização primária, são repassadas essas tendências pela força dos meios de comunicação em sua programação, pelas mães que seguem à moda de uma forma rigorosa, por acreditarem, simultaneamente, na ideia de inferioridade daqueles que não seguem a tendência burguesa.

 Isso tudo enfraquece o movimento revolucionário de libertação para a mulher e libertação do capitalismo, já que, uma vez preocupadas demais com o visual, são afastadas da guerrilha e métodos de libertação dos povos que foram historicamente confirmados como eficazes dentro das circunstâncias sociais e históricas de cada país. A burguesia tem suas armas contra as mulheres e somente a emancipação desta ideia pelas mulheres as trarão liberdade e consciência.

Posted by
*vermelhoaesquerda 

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