BRICS. A NOVA REVOLUÇÃO MUNDIAL
(HD) - Começou
ontem, e se encerra hoje, em Durban, na República Sul-Africana, a quinta Cúpula
Presidencial dos BRICS - aliança que une o Brasil à Rússia, Índia, China e
África do Sul.
Durante o encontro, como estava
previsto, se realiza um fórum, sob o tema
“BRICS e África - Associação para a Cooperação, Integração,
Industrialização e Desenvolvimento”, com a participação dos líderes,
convidados, de 20 países do continente.
De acordo com a imprensa sulafricana, já
foi aprovada pelos chefes de Estado, e será destaque na Declaração Conjunta que
será divulgada hoje, a criação de um Banco de Desenvolvimento para os BRICS,
nos moldes do Banco Mundial, com capital inicial de 50 bilhões de dólares; um
acordo de swap no valor de 100 bilhões de dólares, para empréstimo conjunto de
recursos em caso de crise, nos moldes do que faz o FMI; e uma troca de moedas entre o Brasil e a China, por três anos,
em valor equivalente a 30 bilhões de
dólares por ano. A providencia garantirá o comércio de mercadorias, bens e
serviços em moeda local, para ficar a salvo de eventuais flutuações da moeda
norte-americana.
China e o Brasil são, hoje,
respectivamente, o primeiro e o terceiro credor individual externo dos EUA. Os
países BRICS detêm, em conjunto, 4,5 trilhões de dólares em reservas
internacionais, ou 40% do total do mundo.
Com a criação do seu próprio banco de
fomento, eles estão dizendo ao ocidente que se cansaram de esperar por reformas
no Banco Mundial e no FMI, que lhes dessem poder equivalente nessas
instituições, conforme o peso de seus recursos financeiros, sua população,
seus territórios, mercados, recursos
naturais, e dimensão geopolítica.
Como ocorreu com o G-8, que se tornou
uma sombra do que era antes, após a criação do G-20 - com a decisiva
participação do Brasil - o FMI e o Banco Mundial poderão minguar sua já decrescente importância na
nova ordem multipolar no mundo do século XXI.
Findou o tempo em que os países mais
pobres tinham de ir aos EUA mendigar recursos para infraestrutura ou enfrentar
crises geradas, como a atual, nas entranhas do descontrolado ultra- capitalismo.
A partir de agora, eles terão outros
interlocutores a procurar, em Brasília, Moscou, Nova Delhi, Pequim ou Pretoria,
e não apenas em Washington, Londres ou Berlim.
O Brasil, com a soja resistente à seca
da Embrapa, a mais produtiva cana de açúcar
e o melhor gado tropical do mundo, suas construtoras e seus programas de
combate à miséria e à fome, aliado à China, com seus gigantescos recursos
financeiros, e aos russos e indianos, pode mudar, em poucas décadas, o futuro
da população africana.
Basta que, para isso, não cometamos os
mesmos erros e os mesmos crimes do arrogante colonialismo ocidental, o mesmo
que, depois de tantos séculos de espoliação e violência, acabou por nos reunir
no BRICS.
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