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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 21, 2013

Condenado sem provas: a solidariedade de Jorge Mautner a José Genoíno




Jorge Mautner: “Você é um herói para o Brasil”

do site do Genoíno


Durante sua passagem pelo Rio de Janeiro na última segunda-feira (18), Genoino recebeu com surpresa a visita do músico e escritor Jorge Mautner. Ao saber da presença do deputado na capital fluminense, o cantor fez questão de ir pessoalmente registrar seu carinho e solidariedade.

“Você é um herói para o Brasil. Quem foi que lutou pela nossa liberdade? Foi você, meu caro amigo! Digo e repito isso sempre.”, disse Mautner ao cumprimentar Genoino com um forte abraço.

Há anos sem se reencontrar, ambos são resistentes do regime militar. Enquanto Genoino ingressava na Guerrilha do Araguaia em 1970, Mautner partia para o exílio político em Londres, aonde se aproximaria de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

O bate-papo durou cerca de meia-hora, na qual o deputado também parabenizou o artista por sua trajetória e pelo documentário que conta sua a biografia, “Jorge Mautner – O Filho do Holocausto”, dirigido por Pedro Bial e Heitor D’Alincourt, recém-estreado no circuito nacional de cinema.

Na ocasião, Genoino era aguardado para um jantar com o cineasta Luiz Carlos Barreto. A reunião ocorreu logo após um debate sobre os erros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da Ação Penal 470, promovido pela CUT-RJ (acompanhe o site para saber mais detalhes da atividade).


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