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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 19, 2013

Venezuela rebate crítica e chama sistema eleitoral dos EUA de 'frágil e excludente'

Governo venezuelano responde com declaração de Jimmy Carter às provocações do Departamento de Estado dos EUA a respeito da próxima eleição presidencial no país: "A Venezuela conta com o melhor sistema eleitoral do mundo"





Presidenta do Conselho Eleitoral da Venezuela reage a acusações do Departamento de Estado de que seria difícil imaginar eleições 'limpas e transparentes' para definir a sucessão de Hugo Chávez

do Rede Brasil Atual


Publicado em 17/03/2013, 20:05


São Paulo – A presidenta do Conselho Eleitoral da Venezuela, Tibisay Lucena, reagiu neste domingo (16) às críticas da subsecretaria do Departamento de Estado dos Estados Unidos para a América Latina, Roberta Jacobson, que afirmou na véspera que eleições “limpas e transparentes” para definir a sucessão de Hugo Chávez seria algo “um pouco difícil”.

“São temerárias as declarações vindas de onde vêm, quando sabemos que o sistema eleitoral dos Estados Unidos é frágil, inseguro e excludente das minorias populares”, disse Lucena durante pronunciamento no qual classificou a afirmação de Roberta Jacobson como “ingerencistas e infelizes”. 

No contra-ataque, a presidenta do Conselho Eleitoral recordou que nos Estados Unidos não se permite uma auditoria da votação, diferentemente da Venezuela, em que cada uma das etapas passa por um processo de conferência. Na visão de Lucena, o sistema eleitoral do país sul-americano “tem o reconhecimento nacional e internacional. Nacional pela confiança dos eleitores e eleitoras, e internacional pela fortaleza e pela robustês que se reconhece internacionalmente, incluindo o ex-presidente (dos EUA) Jimmy Carter, que disse que a Venezuela conta com o melhor sistema eleitoral do mundo”.

Ela acrescentou que houve uma reforma no sistema eleitoral venezuelano como parte de uma política maior, de inclusão social, que deu fim a uma brecha que excluía alguns cidadãos do direito ao voto, ao passo que nos Estados Unidos 25% dos eleitores em potencial estão excluídos do registro geral. A presidenta do conselho recordou ainda que em vários estados da nação do Norte se tentou aprovar mecanismos de restrição de acesso ao direito de votar. 

Em nova comparação, afirmou que na Venezuela se tem um resultado voto por voto, sem depender de bocas de urna que acabam por ratificar um resultado cujos números oficiais só se darão a conhecer dois meses depois. “Foi uma decisão do poder eleitoral de desenvolver uma política soberana de respeito, que supera a tutelação e a subordinação de umas repúblicas frente a outros. Nosso sistema é um dos mais abertos do mundo”, concluiu.

No próximo dia 14 de abril, o presidente interino Nicolás Maduro tentará se consagrar sucessor de Chávez, cuja morte provocada por câncer foi anunciada no último dia 5. Ele terá como adversário o governador de Miranda, Henrique Capriles, derrotado nas últimas eleições presidenciais, em outubro passado.
*Opensadordaaldeia

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