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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 10, 2013


BRICS criarão o Banco de Desenvolvimento do Sul para desfazer-se do US$ dolar


O BDS deverá ser criado ainda neste mês de março

 Russia Today, Moscou


Entreouvido na Vila Vudu: a imprensa-empresa no Brasil (entenda-se grupo GAFE - Globo, Abril, Folha de SP, Estadinho) IGNORA E ENSINA A IGNORAR completamente a criação do Banco de Desenvolvimento do Sul e absolutamente não informa sobre o tema... A rede Russia Today não encontrou fonte de onde recolher informação sobre o que o Brasil deseja desse Banco de Desenvolvimento do Sul. Não é im-pres-sio-naante?!


Os países BRICS preveem criar seu próprio banco de desenvolvimento até o final de março, com o objetivo de investir em projetos sustentáveis de infraestrutura e desenvolvimento para seus integrantes, sem ter de passar pela moeda nacional dos EUA, o dólar.

O capital inicial do banco do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul está estimado em 50 bilhões de dólares. Prevê-se que a criação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS seja oficialmente anunciada durante a Reunião de Cúpula que acontecerá na África do Sul, nos próximos dias 26 e 27 de março.

Os BRICS planejam aumentar os investimentos, dado que a necessidade de financiar projetos internos da organização pode chegar a 15 bilhões de dólares nos próximos vinte anos. Além disso, a aliança espera reduzir sua dependência das outras grandes economias do mundo, eliminando a necessidade de negociar em dólares e em euro, nas transações internacionais.

Um dos principais argumentos a favor da criação do novo banco foi precisamente a baixa porcentagem de apoio aos países em desenvolvimento, hoje esquecidos pelas grandes instituições de financiamento controladas pelos EUA e a União Europeia.

Em janeiro passado, um diplomata sul-africano, que trabalha na organização da reunião de cúpula do bloco, anunciou que os países integrantes do bloco BRICS estão próximos de um acordo para criar seu banco de desenvolvimento regional. Com essa decisão, segundo alguns analisas, a China aspira a ampliar o território de uso de sua moeda nacional, o yuan; a Índia quer atrair investimentos estrangeiros; e a Rússia quer fortalecer sua influência geopolítica, na sequência do crescimento de seus índices econômicos

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