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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 21, 2013

Giancarlo assume lugar do pai na Abril; Civita vai tratar do câncer *


 

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Internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Roberto Civita (à dir.) tem presidência do Grupo Abril transferida para seu filho Giancarlo Civita; interinamente; profissionalização tentada com ida de Fábio Barbosa para a frente da empresa chegou ao limite; prevaleceu estrutura familiar; Gianca, como novo presidente é chamado pelos amigos, é considerado bem menos político que o pai; linha editorial de Veja e outras revistas do grupo sofrerá alterações para um realinhamento com o governo?; o sim tem, neste momento, maioria das apostas
Parem as rotativas – ao menos as do Grupo Abril. Em comunicado ao mercado expedido na tarde desta quarta-feira 20, a editora da família Civita comunicou uma troca na presidência do grupo. Deixa temporariamente o comando o filho do fundador Victor Civita, Roberto Civita, para dar lugar a seu filho, Giancarlo Civita, que ocupava o cargo de vice-chairman da AbrilPar.
Roberto Civita está internado há dias no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A informação era de domínio do mercado, mas não foi veiculada. O Grupo Abril informa que o motivo da internação é a coloção de um stent abdominal. Ele estaria em recuperação da cirurgia.
*+comtextolivre

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