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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 19, 2013


Lei que proíbe uso de capacete em estabelecimentos comerciais(Leis que não pegam)


Daniel Ribeiro em 

Você já deve ter ouvido falar por ai: Foi aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo a Lei estadual 14.955, que proíbe o uso de Capacete nos estabelecimentos comerciais (incluindo postos de gasolina).

É o tipo de lei que nos faz lembrar que nós, o povo, estamos literalmente abandonados pelo governo, e que só podemos esperar NADA de lá.

É claro que não vai dar certo.
Desde quando ladrão respeita lei? Desde quando ele está preocupado com multa?
Existe uma lei que proíbe as pessoas de portar armas de fogo, lei que o ladrão também não respeita… o que é um simples capacete perto disso?
A própria ideia da lei já é absurda, uma lei que só afetará quem costuma respeitar as leis, pois o marginal continuará não respeitando, assaltando com o capacete na cabeça, e ninguém poderá fazer nada.
Mas vamos supor que as pessoas passem a respeitar esta lei. Veja o procedimento necessário para abastecer sua Moto.
  1. Dirija-se até o posto de gasolina (mas não entre nele ainda).
  2. Pare sua moto na rua, desça, retire o capacete.
  3. Empurre sua moto até a bomba de combustível.
    • Se você entrar rodando com a moto, com o capacete na cabeça, receberá a nova multa de R$ 500,00.
    • Se você entrar rodando com a moto, sem o capacete na cabeça, incorrerá em uma infração de trânsito GRAVÍSSIMA, 7 pontos na carteira, multa de R$ 191,54 e suspensão do seu direito de dirigir.
  4. Abasteça a moto.
  5. Empurre novamente a moto até a rua, coloque o capacete, suba na moto e vá embora.
A situação já é ridícula desde a base. Se sua moto for leve, com um pouco de malabarismo você até consegue empurra-la com uma das mãos enquanto a outra segura o capacete. Mas qualquer moto minimamente maior que uma YBR já torna a manobra bem complicada.

Outro detalhe pouco explorado por quem anda escrevendo sobre esta nova lei: A mesma regra se aplica aos condomínios. Você mora em um? Pois é, terá que empurrar sua moto desde a portaria até a garagem da sua casa. Trabalha em um prédio comercial? Sinto muito, vai chegar no escritório suado e amassado depois de empurrar sua moto para dentro do estacionamento.
 Imagine empurrar sua moto nesta subida.
Este é o Estado exercendo seu papel opressor, criando leis impossíveis de serem cumpridas, punindo o cidadão honesto por sua inércia e desinteresse por política.
Ou vai me dizer que você se lembra em quem votou para Deputado Estadual nas últimas eleições?
*boletimmotosblog

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