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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, agosto 13, 2013
Unesco oferece gratuitamente 10 mil páginas de história da África
Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África foi traduzida para o português e está disponível gratuitamente na internet. Produzido pela Unesco – órgão da ONU voltado para educação, ciência e cultura – o material possui quase 10 mil páginas e foi elaborado ao longo de 30 anos. A obra conta a história da África a partir de uma visão de dentro do continente, usando uma metodologia interdisciplinar. O trabalho envolveu 350 especialistas de áreas como história, antropologia, arqueologia, linguística, botânica, física e jornalismo.
A coleção aborda o continente desde a pré-história até a década de 1980. A narrativa atravessa períodos históricos marcantes, passando pelo Egito Antigo, por diversas civilizações e dinastias, pelo tráfico de escravos, pela colonização europeia e pela independência dos diversos países. A África é destacada como berço da humanidade e de contribuição fundamental para a cultura e a produção do conhecimento científico. A coleção completa pode ser baixada nas páginas da Unesco e do Ministério da Educação, na internet.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo. Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/10317-unesco-oferece-gratuitamente-10-mil-paginas-de-historia-da-africa
Publicada em oito volumes, a
coleção História Geral da África está agora também disponível em
português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe,
inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês,
francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um
dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta
anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo
de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite
compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua
relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica,
diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi
produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do
conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional
formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram
africanos. Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.
Download gratuito (somente na versão em português):
- Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-123-5
- Volume II: África Antiga – (Antigo Egito) (PDF, 11.5 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-124-2
- Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-125-9
- Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-126-6
- Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-127-3
- Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-128-0
- Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (9.6 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-129-7
- Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb)
- ISBN: 978-85-7652-130-3
Fonte: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/special-themes/ethnic-and-racial-relations-in-brazil/general-history-of-africa/
*ThecaC.
Duas CPI's tornaram-se imprescindíveis em Brasília:Globo e propinas no metrô de São Paulo
Quando os ritos da administração pública falham, resta ao cidadão o
recorrer ao poder político. É nesse contexto que as Comissões
Parlamentares de Inquérito (CPI) da TV Globo e das propinas no metrô e
trens de São Paulo tornaram-se imprescindíveis.
O
deputado delegado Protógenes (PCdoB) está recolhendo assinaturas na
Câmara dos Deputados para instalar uma CPI voltada a apurar os
acontecimentos em torno do escândalo da suposta sonegação fiscal da TV
Globo na compra de direitos de transmissão da Copa de 2002 da FIFA
através de operações em paraísos fiscais. O valor cobrado pela Receita
Federal alcançou o valor de R$ 615 milhões e gerou uma representação
para fins penais, identificando crimes contra o sistema financeiro. O
caso ganhou ares mais soturnos, com o sumiço do processo nas
dependências da Receita Federal, o que já levou à condenação em primeira
instância da funcionária acusada de subtrair a papelada.
Com todo esse conjunto de fatos, que parece enredo de filme policial, o
Ministério Público Federal (MPF) ainda não abriu uma investigação
profunda sobre os atos da emissora. Falhou os órgãos de estado da
administração pública, no caso os MPF. Resta ao cidadão o poder
político, representado por uma CPI, para defender os interesses da
sociedade.
No caso das propinas e licitações combinadas com superfaturamento no
metrô e trens de São Paulo, delatadas por executivos de empresas
multinacionais, como a Siemens e a Alstom, desde 2008 que oposição aos
sucessivos governos do PSDB tenta apurar os fatos na Assembléia
Legislativa e o rolo compressor da bancada aliada do governador impede. A
oposição também apresentou 15 pedidos de investigação ao Ministério
Público. Sabemos que há investigações abertas, porém a velocidade anda
muito aquém do desejado. Nos países das sedes da multinacionais
envolvidas, elas já foram punidas por terem corrompido autoridades
paulistas. Porém, aqui no Brasil, nem denúncia apresentada à justiça foi
apresentada até agora.
A situação está tão surreual, que a Siemens e Alstom desviaram dinheiro
dos cofres públicos do Estado de São Paulo e pagaram multas milionárias
aos governos da Alemanha, da Suíça, etc, por terem corrompido aqui. Veja
o absurdo: o dinheiro da corrupção que saiu daqui abastece os cofres
públicos dos governos de lá, em vez de voltar para cá!
No Brasil ainda as empresas corruptoras não foram obrigadas a devolveram
o dinheiro, nem a pagar multa, por falta de processo no judiciário.
Para corrigir estes absurdos e as falhas de operância dos órgãos de
controle estaduais paulistas, é que tornou-se indispensável uma CPI fora
de São Paulo para investigar este caso. O deputado Paulo Teixeira
(PT-SP) está recolhendo assinaturas para abrir a CPI em Brasília, na
Câmara dos Deputados. E é urgente, pois se confirmadas as recentes
notícias, o dinheiro a reaver aos cofres públicos dos diversos contratos
das várias multinacionais, além da TV Globo, pode passar de R$ 3
bilhões, incluindo multas e correção.
*osamigosdopresidentelula
Siemens e Alstom Aqui, roubam e com um trocado deste dinheiro financiam as ONGs da “honestidade”.
A ética da jabuticaba: Siemens e Alstom patrocinam o Ethos
Fernando Brito
O nosso país não é uma maravilha…
A Siemens e a Alstom, duas campeãs mundiais no pagamento de suborno (cliqueaqui e aqui
para ver o currículo global de suborno de cada uma) patrocinam, no
Brasil, ninguém menos que o Instituto Ethos, uma organização que tem
como objetivo, diz ela, combater “a utilização do tráfico de influência e
o oferecimento ou o recebimento de suborno ou propina por parte de
qualquer pessoa ou entidade pública ou privada”.
E o Ethos, convidado pelo Governador Geraldo Alckmin, vai integrar a “Comissão Pró-Transparência” do escândalo do metrô e dos trens paulistas superfaturados com a Siemens e a Alstom!
Jabuticabas, por favor!
O
vice-presidente do Ethos, Paulo Itacarambi, disse não haver conflito de
interesses no fato de ser patrocinado pelas duas empresas. E disse à
Folha que recebe ‘apenas” R$ 18 mil e R$ 14 mil ao ano da Alston e da
Siemens, respectivamente.
Não é verdade.
Só
a Siemens destinou US$ 3 milhões para um dos projetos do Ethos, os
“Jogos Limpos”. Não foi o Banco Mundial que selecionou os projetos aos
quais seria destinado dinheiro das sanções sofridas pela empresa por
corrupção. O Banco Mundial apenas acompanha, com direito de veto, a
escolha dos programas.
A Alstom também não é uma mera sócia contribuinte. Foi, ao lado da Siemens e de outras empresas, a patrocinadora, pasmem da edição de uma revista sobre responsabilidade das empresas em relação às eleições
Aliás, como organizador do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção,
o Ethos também não sabia das condenações da Siemens e da Alstom por
distribuírem propina a rodo, mundo afora e das denúncias aqui e convidou
as raposas para tomarem conta do galinheiro?
Parece
que o pessoal do Ethos é tão desentendido como o Alckmin, que não sabia
de nada e se deparou com 45 investigações do Ministério Público
Estadual.
A ética da jabuticaba lembra aquela história do mafioso que mandava matar e levava flores ao enterro.
Aqui, roubam e com um trocado deste dinheiro financiam as ONGs da “honestidade”.
E ainda é dedutível no Imposto de Renda!
*GilsonSampaio
Fidel conseguiu manter seus princípios e seguir em frente com seus ideais de solidariedade entre as nações e justiça.
Fidel em quatro textos
Via Síntese Cubana
“Fidel continuará líder da Ilha da Liberdade.”
A
frase, que dá o título a este texto, foi dita pelo líder do Partido
Comunista russo, Gennady Ziuganov, no momento em que Fidel Castro se
afastou da presidência de Cuba, em fevereiro de 2008. Ela se perpetuará
nos corações dos cubanos e dos povos solidários que lutam contra a
opressão e a injustiça. A Síntese Cubana a utiliza para homenagear o comandante eterno neste momento em que ele completa 87 anos de vida.
Fidel
Castro passa à história como o homem da incansável resistência aos
Estados Unidos. Nos anos que permaneceu no poder, Fidel enfrentou dez
presidentes norte-americanos, além de um bloqueio econômico, uma invasão
apoiada pela CIA e vários atentados. Ele se tornou símbolo da esperança
dos países do Terceiro Mundo e dos movimentos de libertação.
Nascido
em 13 de agosto de 1926 em Biran, Fidel foi o terceiro de uma família
de sete filhos. Seu pai, o espanhol Angel Castro, combateu no Exército
colonial da Espanha antes de se instalar na Ilha; a mãe, Lina Ruz, era
uma cubana humilde, natural de Pinar del Rio.
Após
estudar em colégios jesuítas, Fidel se matriculou na Universidade de
Havana em 1945 e saiu formado em Direito cinco anos mais tarde. No
ensino superior, adquiriu consciência política, primeiro na Federação de
Estudantes Universitários (FEU) e depois como integrante do Partido do
Povo Cubano, no qual participou das campanhas contra a corrupção
governamental.
Ainda como estudante, Fidel
participou em 1947 da frustrada expedição que tinha como objetivo
derrubar o ditador dominicano Rafael Leonidas Trujillo. Um ano mais
tarde, quando estava em Bogotá para um congresso estudantil, foi
surpreendido pelo assassinato do líder progressista colombiano Jorge
Eliecer Gaitan e integrou os protestos posteriores, que ficaram
conhecidos como “Bogotazo”.
O golpe de estado
protagonizado em Cuba, em 10 de março de 1952, pelo general Fulgêncio
Batista levou o jovem advogado a optar pela luta armada como via para
derrubar o ditador. Em 26 de julho de 1953, depois de 16 meses de
planejamento clandestino, Fidel liderou um grupo de patriotas que atacou
o quartel de Moncada, segunda base militar mais importante de Cuba. A
operação fracassou, mas marcou o ponto de partida da Revolução Cubana.
Fidel
e seu irmão Raul foram condenados a 15 anos de prisão em 16 de outubro
de 1953, em um julgamento no qual o líder rebelde assumiu a própria
defesa e, durante um discurso de cinco horas, pronunciou a célebre
frase: “A história me absolverá”.
Em 15 de maio
de 1955, Fidel Castro e seus companheiros foram anistiados. Depois de
fundar o Movimento 26 de Julho partiu para o exílio no México, onde
começou a preparar uma nova ação armada contra a ditadura de Batista.
Em
2 de dezembro de 1956, a bordo do iate Granma e à frente de 81 homens,
desembarcou em Alegria de Pio, na região oriental da Ilha, e sofreu um
duro revés: o pequeno grupo expedicionário foi dizimado pelo Exército
assim que tocou em terra, mas 16 combatentes conseguiram sobreviver,
incluindo Fidel, Raul e Ernesto Che Guevara, e se refugiaram em Sierra
Maestra.
Protegida pela selva da cadeia
montanhosa, a guerrilha começou a atacar as tropas de Batista e a
recrutar novos membros entre os camponeses e jovens universitários.
Quase dois anos depois, 10 mil soldados de Batista se voltaram contra a
guerrilha de Fidel, na fracassada “ofensiva de verão”. Fortalecidos pela
vitória, os rebeldes lançaram a batalha final. A partir daí, centenas
de simpatizantes engrossaram as fileiras da guerrilha.
Contra
todos os prognósticos e depois de 25 meses de combates, os
“guerrilheiros barbudos” comandados por Fidel levaram Fulgêncio Batista a
fugir de Cuba no dia 1º de janeiro de 1959.
Sete
dias mais tarde, o comandante-em-chefe fez sua entrada triunfal em
Havana. Após entregar a Presidência da República a Osvaldo Dorticos,
Fidel foi designado primeiro-ministro do novo governo em fevereiro de
1959.
Fidel permaneceu neste cargo até 1976,
quando foi nomeado presidente ao ser eleito para a chefia do Conselho de
Estado, cargo instituído por uma nova Constituição, posto em que
concentrou as funções de chefe de estado e de governo.
Em
1959, uma das primeiras medidas do governo foi a criação do Tribunal
Revolucionário para julgar os repressores pertencentes ao regime de
Batista. Ao recordar a época, Fidel disse em 1975: “Este ato elementar
de justiça, que era exigido unanimemente por nosso povo, deu lugar a uma
feroz campanha da imprensa imperialista contra a Revolução.”
Outra
ação adotada logo após o triunfo da Revolução foi a reforma agrária,
que expropriou e nacionalizou os latifúndios, pertencentes em 90% a
interesses americanos. Em seguida, aplicou uma reforma urbana que passou
para as mãos do estado as grandes empresas – também majoritariamente
americanas – que controlavam a economia da Ilha.
As
medidas provocaram a ruptura diplomática com os Estados Unidos em 3 de
janeiro de 1961. Sete meses depois, Havana optou por vincular-se a
Moscou, em uma aliança que teve uma influência determinante por mais de
três décadas.
Em abril de 1961, 1.400
mercenários apoiados pela Agência Central de Inteligência dos Estados
Unidos (CIA) desembarcaram na Baía dos Porcos e Fidel comandou
pessoalmente o contra-ataque. A expedição antirrevolucionária foi
derrotada no campo de batalha, mas as ações de sabotagem e de operações
guerrilheiras contra o regime continuam até hoje.
Em
1962, o jovem regime revolucionário atravessou um período crítico.
Washington conseguiu a suspensão de Cuba da Organização dos Estados
Americanos (OEA) e deu início ao bloqueio econômico, comercial e
financeiro da Ilha.
Em 3 de outubro de 1965,
Fidel foi nomeado primeiro secretário do novo Partido Comunista de Cuba
(PCC), que substituiu o Partido Unido da Revolução Socialista (PURS),
com uma importante transição ao marxismo-leninismo. Sete anos mais
tarde, Cuba tornou-se membro do Conselho de Ajuda Mútua Econômica
(Came), que reunia os países socialistas do mundo inteiro.
A
Revolução Cubana serviu de espelho, principalmente para países do
Terceiro Mundo. Uma destas operações, em 9 de outubro de 1967, resultou
na morte de Ernesto Che Guevara. Depois de abandonar todos seus cargos
públicos para continuar lutando por seus ideais revolucionários na
África, Guevara voltou à América Latina para criar um movimento
insurgente na Bolívia, onde foi capturado e morto.
Presidente
do Movimento de Países Não-Alinhados de 1979 a 1983, Fidel se tornou um
dos líderes mais populares do mundo, com discursos contra o
imperialismo, o colonialismo, a exploração e o racismo. Também comandou
uma grande ofensiva contra o pagamento da dívida externa.
Fidel
Castro exerce uma liderança natural sobre um país de cerca de 11
milhões de habitantes. Mesmo com a crise econômica em Cuba, provocada
pelo bloqueio imposto dos Estados Unidos, ele conseguiu manter seus
princípios e seguir em frente com seus ideais de solidariedade entre as
nações e justiça.
***
Leia também:
*GilsonSampaio
TIO SAM NÃO ACEITOU O BEIÇO DA GLOBO
Só Nós Pra Aguentar Esse Fardo |
Blogodita reproduz texto de O Cafezinnho:
Lula
ganhou sua primeira eleição presidencial em 27 de outubro de 2002. No
dia seguinte, 28 de outubro de 2002, a Globo declara que não tem mais
condições de pagar suas dívidas internacionais. O beiço da Globo,
saberíamos algum tempo depois, através de uma reportagem da BBC (e depois confirmada pela própria Globo),
remontava a quase dois bilhões de dólares. Em comunicado oficial,
divulgado pela Folha de São Paulo, a Globo diria que a razão do beiço
seria a “deterioração da situação econômica do Brasil”. A Folha apurou
que “a Globo decidiu anunciar a suspensão do pagamento da dívida da
Globopar apenas ontem, um dia depois do resultado das eleições
presidenciais, para que isso não fosse usado por nenhum dos dois lados
da campanha eleitoral.”
Deu inclusive no New York Times:
Diferentemente da Receita Federal do Brasil e do Ministério Público, os credores internacionais não aceitaram passivamente o calote da Globo, e entraram com uma ação judicial pedindo falência compulsória da empresa. A lei de concordata dos EUA é bastante dura com caloteiros de outros países, mas só quando os credores conseguem provar que o devedor tem patrimônio e negócios em território americano. Neste caso, a justiça americana tenta embargar inclusive patrimônio que o réu possua em outros países. Algo assim seria impensável para uma empresa cujo principal ativo é uma concessão pública de TV. Imagine a Globo nas mãosde agiotas de New Jersey?
Os platinados, com apoio do escritório de Sérgio Bermudes, esse mesmo que “pagou do seu bolso” uma festão de aniversário para o ministro do STF, Luiz Fux, e que emprega a filha de Fux e a esposa de Gilmar Mendes, conseguiram sustar a medida, alegando que não possuíam negócios ou propriedades nos EUA. E que os credores tinham que aguardar pacientemente um processo de reestruturação feito sob as leis brasileiras. Usando algumas brechas da lei da falência nos EUA, como o “Forum Non Conveniens” e a “personal jurisdiction”, segundo os quais a justiça americana entende que os EUA não são o melhor fórum para se discutir uma dívida, a Globo conseguiu, ao menos por um tempo, dar o maior beiço da história da mídia mundial.
Entretanto, entre os credores, havia um tal de W.R. Huff Asset Management Co., L.L.C., controlado por um sujeito com fama de durão, espécie de agiota de luxo dos ricaços de Nova York, que não aceitou o calote. A Globopar devia US$ 94 milhões ao fundo, ou 5% da dívida total, o suficiente contudo para enfurecer o velho William Huff. O investidor se uniu a outros prejudicados e o caso então foi para uma corte de apelação no distrito sul de Nova York. De vez em quando a Globo tromba com alguém corajoso. No Brasil, alguns meses mais tarde, o auditor fiscal Alberto Zilé daria um susto de R$ 615 milhões na Globo. Em Nova York, o enfrentamento veio do juiz Victo Marrero, ao tomar uma decisão logo convertida em modelo para casos similares, e objeto de estudos acadêmicos (outros estudos aqui eaqui). E que poderia gerar, aqui no Brasil, um questionamento que nunca aconteceu. A imprensa brasileira abafou fragorosamente a derrota judicial da Globopar em novembro de 2004.
Marrero aceitou o argumento dos credores, segundo os quais a Globopar tinha sim propriedades nos EUA: a DTH Inc, empresa criada sob as leis de Delaware, um conhecido paraíso fiscal em território americano. O endereço, conforme levantou o amigo Fernando Brito, fica na rua dos Laranjas (sic), ou Orange no original. Segundo os credores, essa DTH tinha importante participação acionária em três outras empresas do ramo de TV por assinatura. A própria sigla DTH (“Direct to Home”, ou direto para o lar) é usada para se referir ao negócio. A Globo havia fundado a NET no final da década de 90 e depois se tornaria sócia majoritária da Sky TV.
Os credores também estranharam que a Globo tivesse obtido empréstimos tão grandes, e alegasse possuir apenas míseros US$ 30 mil no JPMorgan Chase Bank. De qualquer forma, este valor, mesmo pequeno, mais a existência da empresa em Delaware, eram suficientes para fazer a Globo cair na rede e entrar na lei de falência sob território americano.
A esta altura, o velho Huff provavelmente já descobrira que a Globopar controlava a Sky, uma das mais importantes empresas de tv por assinatura em operação no Brasil, e que esse negócio devia ter alguma a coisa a ver com a DTH Inc. Em outubro de 2004, a imprensa mundial trazia uma novidade ainda mais interessante aos credores da Globopar: a bilionário Rupert Murdoch decidira dar uma mãozinha aos irmãos Marinho e se juntar à SKY. A fusão entre a Direct TV, de Murdoch, e SKY, da Glopar, cimentaria a aliança entre os dois grupos de mídia mais reacionários do mundo, dominando 95% do mercado brasileiro. Um monopólio absurdo que seria vergonhosamente aprovado pelo CADE no ano seguinte.
Os olhos de Huff devem ter brilhado e ele foi à luta. E ganhou.
Com a nova decisão da Justiça americana, a Globo teve que sambar para quitar suas dívidas no exterior. Então ela contrata uma firma especializada, a Debevoise & Plimpton LLP, que promove uma brilhante reestruturação das dívidas da Globo. Tão brilhante que ganhou prêmios e se tornou, também, objeto de artigos e estudos, como um case de sucesso.
A reestruturação das dívidas da Globo é relativamente rápida. Boa parte dos débitos é convertida em bônus e ações para seus credores no exterior. Parte dela é paga com a venda da Net para outro rei do monopólio, Carlos Slim, cuja Telmex dominava então mais de 90% das linhas telefônicas do México.
Todos monopólios da área de mídia e telecomunicações das Américas se davam as mãos.
Ao final de julho de 2005, a Globo consegue, enfim, dar por encerrado o seu pesadelo financeiro, ao concluir acordo com seus credores. Na verdade, desde meados de abril, o processo já contava com aval dos principais credores. Os recursos de Murdoch e Slim foram fundamentais.
Fim do pesadelo, começo de outro. Os irmãos Marinho mal puderam descansar a cabeça no travesseiro, sonhando com novas estratégias para dominar o Brasil, quando recebem um telefone urgente de seus advogados que trabalham na Rua Afranio de Melo Franco 135. No dia 1 de agosto de 2005, poucos dias após a Globo dar por encerrada a sua “reestruturação financeira”, a Receita Federal envia uma intimação à empresa.
Mas aí a fortuna, até então cruel com os pobres irmãos Marinho, que tiveram inclusive que vender algumas centenas dos milhares de imóveis que seu pai, Roberto Marinho, acumulara durante a vida, voltou a lhes sorrir. Algumas semanas antes, Roberto Jefferson dera uma entrevista bombástica à Folha de São Paulo. O escândalo caiu do céu para a Globo, que o abraçou com um senso de oportunidade digno da empresa que mais soube se aproveitar da ditadura. Tinha início o mensalão, que iria abalar o país e vergar o governo. Qualquer ação da Receita, neste momento, seria interpretada como uma retaliação autoritária e covarde de um governo corrupto contra a imprensa livre.
A Globo estava, mais uma vez, salva. Com a reeleição de Lula em 2006, porém, a Globo deve ter ficado apavorada com a possibilidade do presidente, fortalecido pela alta popularidade e pela vitória eleitoral, querer se vingar. Na primeira oportunidade, o processo de sonegação, que tinha implicações criminais bem mais pesadas do que a simples sonegação fiscal (se é que se pode chamar uma dívida fiscal de R$ 615 milhões de “simples”), desaparece, após, estranhamente, jamais ter sido digitalizado.
Tudo ia muito bem, até que… o processo reaparece, ou ao menos parte dele, nas telas de um modesto blog chamado O Cafezinho. Não, senhores, o escândalo Alstom – Siemens é muito grave e merece ser punido com todo o rigor. O Cafezinho e toda a blogosfera, ao contrário da mídia e sua “dupla cautela” está reagindo com justa indignação contra uma roubalheira que já dura mais de 20 anos no estado de São Paulo. Mas não esqueceremos a sonegação da Globo, não enquanto os mistérios envolvendo possível evasão de divisas e lavagem de dinheiro em paraíso fiscal, e o posterior roubo do processo, não forem devidamente solucionados por nosso corajoso e ilibado Ministério Público. Não sei se o “gigante” realmente acordou, se voltou a dormir, mas esse blogueiro aqui permanece de olhos bem abertos!
Deu inclusive no New York Times:
Diferentemente da Receita Federal do Brasil e do Ministério Público, os credores internacionais não aceitaram passivamente o calote da Globo, e entraram com uma ação judicial pedindo falência compulsória da empresa. A lei de concordata dos EUA é bastante dura com caloteiros de outros países, mas só quando os credores conseguem provar que o devedor tem patrimônio e negócios em território americano. Neste caso, a justiça americana tenta embargar inclusive patrimônio que o réu possua em outros países. Algo assim seria impensável para uma empresa cujo principal ativo é uma concessão pública de TV. Imagine a Globo nas mãosde agiotas de New Jersey?
Os platinados, com apoio do escritório de Sérgio Bermudes, esse mesmo que “pagou do seu bolso” uma festão de aniversário para o ministro do STF, Luiz Fux, e que emprega a filha de Fux e a esposa de Gilmar Mendes, conseguiram sustar a medida, alegando que não possuíam negócios ou propriedades nos EUA. E que os credores tinham que aguardar pacientemente um processo de reestruturação feito sob as leis brasileiras. Usando algumas brechas da lei da falência nos EUA, como o “Forum Non Conveniens” e a “personal jurisdiction”, segundo os quais a justiça americana entende que os EUA não são o melhor fórum para se discutir uma dívida, a Globo conseguiu, ao menos por um tempo, dar o maior beiço da história da mídia mundial.
Entretanto, entre os credores, havia um tal de W.R. Huff Asset Management Co., L.L.C., controlado por um sujeito com fama de durão, espécie de agiota de luxo dos ricaços de Nova York, que não aceitou o calote. A Globopar devia US$ 94 milhões ao fundo, ou 5% da dívida total, o suficiente contudo para enfurecer o velho William Huff. O investidor se uniu a outros prejudicados e o caso então foi para uma corte de apelação no distrito sul de Nova York. De vez em quando a Globo tromba com alguém corajoso. No Brasil, alguns meses mais tarde, o auditor fiscal Alberto Zilé daria um susto de R$ 615 milhões na Globo. Em Nova York, o enfrentamento veio do juiz Victo Marrero, ao tomar uma decisão logo convertida em modelo para casos similares, e objeto de estudos acadêmicos (outros estudos aqui eaqui). E que poderia gerar, aqui no Brasil, um questionamento que nunca aconteceu. A imprensa brasileira abafou fragorosamente a derrota judicial da Globopar em novembro de 2004.
Marrero aceitou o argumento dos credores, segundo os quais a Globopar tinha sim propriedades nos EUA: a DTH Inc, empresa criada sob as leis de Delaware, um conhecido paraíso fiscal em território americano. O endereço, conforme levantou o amigo Fernando Brito, fica na rua dos Laranjas (sic), ou Orange no original. Segundo os credores, essa DTH tinha importante participação acionária em três outras empresas do ramo de TV por assinatura. A própria sigla DTH (“Direct to Home”, ou direto para o lar) é usada para se referir ao negócio. A Globo havia fundado a NET no final da década de 90 e depois se tornaria sócia majoritária da Sky TV.
Os credores também estranharam que a Globo tivesse obtido empréstimos tão grandes, e alegasse possuir apenas míseros US$ 30 mil no JPMorgan Chase Bank. De qualquer forma, este valor, mesmo pequeno, mais a existência da empresa em Delaware, eram suficientes para fazer a Globo cair na rede e entrar na lei de falência sob território americano.
A esta altura, o velho Huff provavelmente já descobrira que a Globopar controlava a Sky, uma das mais importantes empresas de tv por assinatura em operação no Brasil, e que esse negócio devia ter alguma a coisa a ver com a DTH Inc. Em outubro de 2004, a imprensa mundial trazia uma novidade ainda mais interessante aos credores da Globopar: a bilionário Rupert Murdoch decidira dar uma mãozinha aos irmãos Marinho e se juntar à SKY. A fusão entre a Direct TV, de Murdoch, e SKY, da Glopar, cimentaria a aliança entre os dois grupos de mídia mais reacionários do mundo, dominando 95% do mercado brasileiro. Um monopólio absurdo que seria vergonhosamente aprovado pelo CADE no ano seguinte.
Os olhos de Huff devem ter brilhado e ele foi à luta. E ganhou.
Com a nova decisão da Justiça americana, a Globo teve que sambar para quitar suas dívidas no exterior. Então ela contrata uma firma especializada, a Debevoise & Plimpton LLP, que promove uma brilhante reestruturação das dívidas da Globo. Tão brilhante que ganhou prêmios e se tornou, também, objeto de artigos e estudos, como um case de sucesso.
A reestruturação das dívidas da Globo é relativamente rápida. Boa parte dos débitos é convertida em bônus e ações para seus credores no exterior. Parte dela é paga com a venda da Net para outro rei do monopólio, Carlos Slim, cuja Telmex dominava então mais de 90% das linhas telefônicas do México.
Todos monopólios da área de mídia e telecomunicações das Américas se davam as mãos.
Ao final de julho de 2005, a Globo consegue, enfim, dar por encerrado o seu pesadelo financeiro, ao concluir acordo com seus credores. Na verdade, desde meados de abril, o processo já contava com aval dos principais credores. Os recursos de Murdoch e Slim foram fundamentais.
Fim do pesadelo, começo de outro. Os irmãos Marinho mal puderam descansar a cabeça no travesseiro, sonhando com novas estratégias para dominar o Brasil, quando recebem um telefone urgente de seus advogados que trabalham na Rua Afranio de Melo Franco 135. No dia 1 de agosto de 2005, poucos dias após a Globo dar por encerrada a sua “reestruturação financeira”, a Receita Federal envia uma intimação à empresa.
Mas aí a fortuna, até então cruel com os pobres irmãos Marinho, que tiveram inclusive que vender algumas centenas dos milhares de imóveis que seu pai, Roberto Marinho, acumulara durante a vida, voltou a lhes sorrir. Algumas semanas antes, Roberto Jefferson dera uma entrevista bombástica à Folha de São Paulo. O escândalo caiu do céu para a Globo, que o abraçou com um senso de oportunidade digno da empresa que mais soube se aproveitar da ditadura. Tinha início o mensalão, que iria abalar o país e vergar o governo. Qualquer ação da Receita, neste momento, seria interpretada como uma retaliação autoritária e covarde de um governo corrupto contra a imprensa livre.
A Globo estava, mais uma vez, salva. Com a reeleição de Lula em 2006, porém, a Globo deve ter ficado apavorada com a possibilidade do presidente, fortalecido pela alta popularidade e pela vitória eleitoral, querer se vingar. Na primeira oportunidade, o processo de sonegação, que tinha implicações criminais bem mais pesadas do que a simples sonegação fiscal (se é que se pode chamar uma dívida fiscal de R$ 615 milhões de “simples”), desaparece, após, estranhamente, jamais ter sido digitalizado.
Tudo ia muito bem, até que… o processo reaparece, ou ao menos parte dele, nas telas de um modesto blog chamado O Cafezinho. Não, senhores, o escândalo Alstom – Siemens é muito grave e merece ser punido com todo o rigor. O Cafezinho e toda a blogosfera, ao contrário da mídia e sua “dupla cautela” está reagindo com justa indignação contra uma roubalheira que já dura mais de 20 anos no estado de São Paulo. Mas não esqueceremos a sonegação da Globo, não enquanto os mistérios envolvendo possível evasão de divisas e lavagem de dinheiro em paraíso fiscal, e o posterior roubo do processo, não forem devidamente solucionados por nosso corajoso e ilibado Ministério Público. Não sei se o “gigante” realmente acordou, se voltou a dormir, mas esse blogueiro aqui permanece de olhos bem abertos!
Parlamentares (bonzinhos) intercedem ao ministro da Justiça por pastor preso por estupro
Daniela Novais
Brasil Em Pauta
Brasil Em Pauta
pastor Marcos Pereira executando a cura gay |
Liderados
pelo deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um grupo de dezessete
deputados, estiveram reunidos com o ministro da Justiça José Eduardo
Cardozo na semana passada, para defender o pastor Marcos Pereira da
Silva, preso há três meses sob a acusação de estuprar fieis no Rio de
Janeiro. O pastor também é investigado por outros crimes como associação
ao tráfico, lavagem de dinheiro e homicídio. As informações são do
colunista Lauro Dias.
Na reunião, os deputados
criticaram a polícia fluminense por falta de isenção e pediram a
federalização das investigações. O pedido não foi atendido.
Além de Feliciano,
estiveram com Cardozo os deputados Pastor Eurico (PSB-PE), Francisco
Floriano (PR-RJ, Adrian Mussi (PMDB-RJ), João Campos (PSDB-GO),
Alexandre Santos (PMDB-RJ), Washington Reis (PMDB-RJ), Jair Bolsonaro
(PP-RJ), Roberto Lucena (PV-SP), José Olimpio (PP-RJ), Leonardo Quintão
(PMDB-MG), Zequinha Marinho (PSC-PA), Eduardo da Fonte (PP-PE), Costa
Ferreira (PSC-MA), Anthony Garotinho (PP-RJ), Fernando Jordão (PMDB-RJ),
Arolde de Oliveira (PSD-RJ) e Aureo Lídio Moreira Ribeiro (PRTB-RJ).
Caixa 2 de FHC e a natureza do escorpião
Blog do Cadu Amaral
E as propinas da
empresa de engenharia francesa Alstom – claro FHC adora a França –
chegaram à reeleição de Fernando “esqueçam o que eu escrevi” Henrique
Cardoso. Além de compra de votos no Congresso para
apoiar sua permanência no Palácio do Planalto, o PSDB montou um esquema
de caixa 2 internacional. E com planilhas registrando tudo. Esses
tucanos do bico de pau...
Em 2000, a Folha de S. Paulo publicou
reportagem sobre “doações não registradas” para a campanha eleitoral de
1998. Segundo a reportagem, R$ 10,120 milhões deixaram de ser
contabilizados. Nos documentos que afirmam ter tido acesso, um real em
cada cinco eram em caixa 2 ou como no texto, “contabilidade paralela”.
Na planilha dessa
“contabilidade paralela” constam os nomes de Andrea Matarazzo e Eduardo
Jorge Caldas Pereira, tucano do bico finíssimo e da mais alta plumagem. A
campanha tucana ainda teria recebido R$ milhões após a eleição, o que é
ilegal.
Junte isso à Lista de Furnas,
que desviou aproximadamente R$ 40 milhões de reais – vale lembrar que
Gilmar Mendes, na época membro da Advocacia Geral da União (AGU),
recebeu R$ 185 mil. Pegue uma calculadora, faça as devidas correções
monetárias e se ela tiver zeros suficientes, espalhe quanto o PSDB de
FHC, Serra e Aécio desviaram para se manter no poder.
Veja e Época
É simplesmente
lamentável, apesar de não ser uma surpresa, a postura de Época e da
“coisa feita em papel couché” Veja. A Globo, não importa se falada,
televisada ou impressa, será sempre a Globo. Arma golpes – como sofreu
Brizola em 1982 – e adora um xelelismo e “massas cheirosas”. Como sua
“colega” paulista a Folha de S. Paulo.
Veja deveria ser disciplina nos cursos de Comunicação Brasil afora: como não fazer jornalismo, Veja de cabo a rabo.
Uma lança uma
denúncia para desviar o foco do esquema dos trens e metrôs de São Paulo
sob o comando das altas plumas tucanas que foi desmentido em 24 horas. A
outra passa ao largo do tema e publica, sabem-se lá quantas páginas,
sobre o assunto sem falar do PSDB e do Serra. Serra, aliás, que é o
queridinho do Reinaldo Azevedo, que (deve ser) é o queridinho dos
Civita. Para ficar tudo no clima dos ursinhos carinhosos, Veja não fala
do Serra para que Serra não fique magoado com Reinaldo e esse não fique
com Veja.
Ah, o amor... Lindo não é?
Folha e Estadão
Apesar de também
terem sua predileção pelas “massas cheirosas”, plumas e bicos, Folha e
Estadão noticiam o esquema dos trens. Vale lembrar que muito tempo após a
revista Istoé publicar e muitos anos depois de CartaCapital levantar
essa bola. Parecem que cansaram a incapacidade do PSDB em se apresentar
como alternativa ao PT.
Noticiam todo o
esquema, mas fingem que nunca ajudaram a sustentar politicamente os
governos tucanos em São Paulo. É um “cansei” às avessas. Será?
As últimas
pesquisas do Ibope ajudam nesse sentimento de frustração coletiva da
“grande imprensa”. Porém não se pode pedir ao escorpião que ele seja
outra coisa que não um escorpião. Logo suas baterias se voltam contra a
esquerda e o governo federal.
Quanto mais se mexe
em financiamento de campanha, mais se encontra problemas de caixa 2, ou
como a educada Folha tratou o caso do PSDB, contabilidade paralela. Se
cortar essa relação pela raiz, sempre teremos casos assim. Não adianta, a
corrupção é da natureza do capitalismo, e na disputa pelos espaços de
poder, ele permite valer tudo. A única moral do capitalista é o lucro,
sob qualquer que seja a ótica. Sempre é bom lembrar-se do escorpião.
*amoralnato
quarta-feira (14) pode marcar a volta das grandes manifestações de ruas
Próximo dia 14, movimentos voltam às ruas contra desvios no Metrô de São Paulo e PL da terceirização
Por Nicolau Soares e Tadeu Breda
A
próxima quarta-feira (14) pode marcar a volta das grandes manifestações
de ruas, desta vez, pelo menos de início, com pautas mais ligadas à
esquerda, aos movimentos sociais e aos trabalhadores.
Responsável
por desatar a onda de protestos que tomou o país, em junho, o Movimento
Passe Livre (MPL) convocou uma manifestação contra a má qualidade dos
transportes ferroviários em São Paulo.
A
concentração está marcada para as 15h no Vale do Anhangabaú, centro da
capital. A nova marcha foi motivada pelas recentes denúncias de formação
de cartel entre empresas estrangeiras que, com anuência do governo do
estado, há duas décadas dominado pelo PSDB, teriam burlado a
concorrência para vencer licitações de reforma de composições e
ampliação das linhas do Metrô e da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM).
“Temos
usado muito o Facebook para divulgar, além de acompanhar os
metroviários em panfletagens nas principais estações da cidade. Vai ser
um ato importante, mas, de maneira geral, nosso foco, desde que
revogamos o aumento, é estar voltados para as ações da periferia, que é
um terreno importante de luta”, explica Mayara Vivian, membro do MPL,
para quem o protesto de quarta-feira será mais um episódio na busca pela
qualidade do transporte público em São Paulo.
“Como
temos dito desde o início, é essencial que haja solidariedade entre
diversos setores da sociedade que lutam contra a lógica do capitalismo
em todas as áreas, contra o privilégio que é dado ao dinheiro e às
empresas em vez de ser dado às pessoas.”
A
manifestação do Passe Livre contará com apoio do Sindicato dos
Metroviários de São Paulo, Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana
e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que estão mobilizando suas
bases.
“Os
contratos irregulares atingem não só a venda de produtos, mas reforma e
manutenção dos trens. Queremos a devolução do dinheiro roubado da
população e que prendam e punam exemplarmente corruptos e corruptores”,
propõe Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do Sindicato dos
Metroviários.
O
sindicalista acredita que a manifestação também servirá para denunciar o
esquema de parcerias público-privadas (PPP) em São Paulo. “Essas
denúncias do cartel são uma demonstração clara do que é a PPP: uma
parceria em que o público é corrompido pelo setor privado.”
Prioridades
Coadunado
com o discurso do Passe Livre, Prazeres defende que o governo priorize o
direito dos cidadãos a um transporte digno – e não o lucro de grandes
empresas – na hora de definir políticas públicas para o setor.
Isso
inclui a reestatização da Linha 4-Amarela do Metrô paulista, por
exemplo, trecho operado por um consórcio privado. “No fundo, tudo é uma
disputa pelo dinheiro do Estado: os empresários querem ficar com os
recursos, e os trabalhadores, conscientes ou não, querem que o fruto do
nosso trabalho fique para a maioria”, explica, ressaltando que, se o
Erário fosse ressarcido do prejuízo que teve nos processos licitatórios –
superior a R$ 400 milhões, segundo denúncias da Siemens –, mais linhas
poderiam ser construídas e o preço da passagem, baixar.
“Quando
brigam pelo valor da tarifa, as pessoas querem que os empresários
ganhem menos dinheiro e a população gaste menos”, diz Prazeres.
O
presidente da CUT em São Paulo, Adi dos Santos Lima, adiciona ainda
outra motivação para os protestos do dia 14: o grande risco de que a
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela bancada do PT na
Assembleia Legislativa acabe, como tantas outras, sendo engavetada pelos
apoiadores do governador Geraldo Alckmin.
Os
petistas conseguiram até agora 26 assinaturas – para dar início à
investigação, precisam de 32, além de aprovar uma mudança regimental que
permita o funcionamento simultâneo de uma sexta CPI na Casa. Para
tanto, precisam de outras 48 adesões.
“Os
trabalhadores querem uma ampla investigação sobre as denúncias
levantadas contra desvios de verbas públicas e conluios no governo de
São Paulo”, argumenta Adi, que vê com entusiasmo o retorno das
manifestações na capital. “Sair pras ruas apenas para cobrar redução de
tarifa de ônibus é muito pouco. Merecemos mais transparência no trato da
coisa pública, transporte de qualidade, segurança pública.”
Além
de pedirem investigação das denúncias e tarifas mais acessíveis ao
bolso dos paulistanos, os ferroviários da Zona Sorocabana, sindicato que
representa os trabalhadores das linhas 8 e 9 da CPTM, levarão para o
Vale do Anhangabaú sua contrariedade em relação à política de
terceirização da empresa.
“A
qualidade do transporte começa no trato dos patrões com os
trabalhadores”, define Alessandro Viana, delegado sindical da entidade.
“A CPTM tem um corpo qualificado. Para entrar na empresa, você tem que
prestar concurso. Mas eles têm cada vez mais recorrido a empresas
terceirizadas. A gente recebe muita reclamação de que elas fazem serviço
que tem que ser refeito pelas nossas equipes.”
PL da terceirização
A
luta contra a terceirização também se dará em Brasília no mesmo dia 14,
quando poderá ser votado na Comissão de Constituição e Justiça da
Câmara projeto de lei do deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO)
sobre o tema.
As
centrais sindicais se opõem ao projeto na forma como foi apresentado,
pois em vez de aumentar as garantias dos terceirizados, pode levar a uma
precarização ainda maior desses trabalhadores.
Nesta
segunda-feira (12) ocorre mais uma rodada da mesa quadripartite
(trabalhadores, empresários, parlamentares e governo) para discutir o
projeto. A partir de terça, a CUT inicia vigília no Congresso Nacional
para pressionar deputados a não aprovarem o texto.
Segundo a central, a ideia é levar milhares de trabalhadores a Brasília para ocupar o complexo do Parlamento até quarta-feira.
“A
CUT permanecerá na mesa de negociação para tentar construir um acordo
capaz de regulamentar a terceirização sem que se isso seja sinônimo de
precarização, redução de direitos, de salários e enfraquecimento da
representação sindical. Mas também faremos o enfrentamento colocando
nossos militantes em Brasília para impedir que um texto com uma série de
ataques aos trabalhadores seja votado e aprovado”, diz o presidente
nacional da CUT, Vagner Freitas, em texto publicado no site da central.
Sérgio
Luiz Leite, primeiro secretário geral da Força Sindical, vai na mesma
linha. “Queremos um acordo, mas, para isso, não podem atropelar o
diálogo fazendo votação na quarta-feira”, diz . “Há disposição do
governo e do relator em votar a matéria. Nossa ideia é de continuar
negociando, caso não haja entendimento na segunda-feira. Se ainda assim
eles quiserem votar, vão romper com a mesa quadripartite, que tem
surtido bons efeitos.”
Os
sindicalistas querem ao menos que o projeto garanta aos trabalhadores
terceirizados os mesmos direitos que os funcionários da empresa
contratante. “Com a salvaguarda de a prestadora de serviço ser uma
empresa especializada, de haver representação sindical e alcance dos
direitos trabalhistas a todos, vamos acertar a proposta. Mas os
empresários ainda não concordam, nem o relator.”
Segundo
estudo da CUT e do Dieese, feito em 2011, o trabalhador terceirizado
permanece 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de três
horas a mais e ganha 27% a menos que o contratado de forma direta. Além
disso, a cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre
terceirizados.
Fonte: Rede Brasil Atual
*Ajusticeiradeesquerda
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