Conheça a farsa que levou os Estados Unidos para a Guerra do Golfo em 1991
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Os Estados Unidos precisam de uma guerra. Sua economia é praticamente voltada para o conflito armado. A indústria bélica é poderosa e é um dos sustentáculos de qualquer governo, junto com o sistema financeiro. Por isso, se eles não conseguem uma guerra, eles tratam de inventar uma. E pra isso não se furtam de mentir descaradamente para o mundo.
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No entanto, mais tarde foi denunciado que a fotografia usada havia sido tirada em 2003 no Iraque. Ela não tem nenhuma relação com as mortes dos sírios, e depois foi recolhida. Uma tremenda farsa descarada, montada para conseguir o apoio do Congresso e da opinião pública para mais uma guerra insana. Mas não foi a primeira vez que o governo mentiu para justificar uma guerra.
A Guerra do Golfo, em 1990, também baseada numa farsa
As mentiras de George W. Bush sobre as supostas armas químicas que levaram os Estados Unidos à Guerra do Iraque em 2003 são recentes, por demais conhecidas e nem merecem ser lembradas. Mas o que pouca gente se lembra, é que a Guerra do Golfo, em 1990, também foi baseada em outra farsa descarada montada para mais uma guerra.
Em 2 de agosto de 1990, o Iraque invadiu o Kuwait. No mesmo instante, e com uma rapidez e vigor pouco comuns, o ataque foi condenado pela ONU, que, 4 dias depois, impôs sanções ao Iraque.
Nos Estados Unidos, a população se encontrava dividida e parte do Congresso não estava bem convencida sobre a necessidade de intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque – lembremos as relações mais do que amistosas entre Saddam Hussein e George Bush (o pai), que tratava o ditador iraquiano como “um aliado precioso e parceiro comercial exemplar”.
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Ela descreve como os soldados iraquianos tomaram de assalto um hospital no Kuwait onde ela trabalhava como voluntária, roubaram incubadoras e mataram, ou deixaram morrer, 312 bebês, que agonizaram no chão da maternidade.
As mídias divulgaram a notícia em todo o mundo. Saddam Hussein, de amigo muito querido, passou da noite para o dia a ser “o açougueiro de Bagdá” após o testemunho de Nayirah, e seria um tirano “pior do que Hitler”. O presidente George Bush evocou o testemunho de Nayirah pelo menos cinco vezes em seus discursos nas semanas seguintes, e os partidários da guerra fizeram bom uso desse precioso dado para levar os Estados Unidos à guerra, mesmo que o Iraque, em meados de agosto, tenha proposto uma solução negociada e política para o conflito. O Congresso deu aval e a opinião pública apoiou o envio das tropas norte-americanas ao Golfo.
Mas, depois de rumores e dúvidas que circulavam, desmontou-se a farsa criada*: Nayirah era, na verdade, Nayirah al Sabah, filha do embaixador do Kuwait em Washington. Ela nunca teve qualquer relação com o citado hospital, no qual nada do que ela relatou aconteceu. Seu testemunho era falso e ela fora preparada com cuidado e colocada em cena nos mínimos detalhes pelos dirigentes da Hill and Knowlton, uma empresa novaiorquina de relações públicas. Eles instruíram a pequena jovem com zelo – assim como algumas pessoas que deveriam corroborar a sua história – pela simples e boa razão de que essa empresa acabara de assinar um lucrativo contrato de US$ 10 milhões com os kwaitianos para defender a entrada dos Estados Unidos na guerra. A mentira foi descoberta, assim como se descobriu que o Iraque não tinha armas químicas em 2003. Mas não importava, os Estados Unidos já tinham a sua guerra.
E mais uma vez, outra farsa está sendo montada para uma guerra na Síria, conforme estamos assistindo. Milhares de pessoas vão morrer em nome da indústria bélica e dos interesses estratégicos do capitalismo norte-americano. Quantas vezes mais isso vai precisar acontecer até que o mundo perceba que as guerras norte-americanas são sempre baseadas em mentiras?
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