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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 14, 2016

Repúdio à PM Paulistana

Blog Maria Fro

Repúdio à PM Paulistana

*Por Luiz Fernando Leal Padulla
Não estava nas manifestações contra o aumento das passagens de ônibus, trem e metrô, no último dia 12 de janeiro. Mas acompanhei em tempo real pela televisão – mais precisamente pelo canal BandNews – e posteriormente, pelos noticiários da internet, dando maior credibilidade à jornalistas e mídias independentes.
Todo ato de vandalismo é sim condenável. Assim como generalizar toda manifestação como “bando de baderneiros e arruaceiros”. Manifestações são democráticas e legítimas. Infelizmente, alguns imbecis, travestidos de cidadãos mascarados (ou, como a grande mídia prefere, “black blocs”), aproveitam para tumultuar e deslegitimar tais atos.
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Crédito: Paulo Pinto
No entanto, é preciso fazer algumas observações em relação a Policia Militar do Estado de São Paulo, que trabalha sob a batuta de Geraldo Alckmin (PSDB). Na primeira manifestação do ano, foram várias as reclamações e denúncias de abuso por parte desses indivíduos. Talvez a mais gritante tenha sido aquela em que filmaram a PM forjando evidência ao deter e revistar quatro jovens do Movimento Passe Livre (MPL). No vídeo (disponível aqui:https://www.youtube.com/watch?v=MyeJPNX6bUw), observa-se um policial militar colocando objetos supostamente encontrados em um poste na Praça Roosevel, no Centro de São Paulo, dentro da mochila de um desses manifestantes.
Na manifestação de ontem, os atos de truculência contra os manifestantes – e não contra os “mascarados”! – por parte desses policiais é de causar imensa revolta. A começar pela postura policial, que se organizou em forma de cordão, cercando o local e deixando apenas um acesso liberado. De repente, o que se viu, foram bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha sendo jogadas no meio dos manifestantes que não tinham para onde correr, atingindo inclusive a imprensa e pedestres que passavam pelo local. De acordo com o padre Júlio Lancellotti, “foi um massacre, uma guerra contra jovens desarmados”. (Veja reportagem da TV Gazeta:https://www.youtube.com/watch?v=sUANoAdOFQs).
Vários vídeos também mostram o ABUSO da PM PAULISTA, como esse:https://www.facebook.com/pstu16/videos/943355402421757/
Um grupo, acuado em uma rua, foi forçado pelos PMs a voltar. O que se vê em seguida, é um bando de batedores da ROCAM, descendo de suas motos, sacando seus cassetetes e batendo, sem dó algum, e sem chance de defesa, em todos os manifestantes que passavam por ali, espremidos entre a calçada e o muro de um prédio. As imagens foram mostradas ao vivo, e ainda é possível ver parte delas no link: http://mais.uol.com.br/view/15734089.
Cenas lamentáveis, covardes e difíceis de serem aceitas. Novamente, não eram “black blocs”, mas jovens – muitos, provavelmente, menores de idade – que estavam exercendo seu DIREITO A MANIFESTAÇÃO. Esse é o governo do PSDB, que segue ditando as regras, ferindo e rasgando à Constituição, massacrando a Educação, superlotando as escolas, desvalorizando os professores, destruindo o Estado.
LFLP3


*Biólogo, Professor.

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