A conquista da autossuficiência na produção industrial de urânio enriquecido, a construção de novas usinas para produção de energia elétrica e o desenvolvimento de um reator multipropósito foram definidos como prioritários hoje por um grupo de especialistas reunidos em Brasília para tratar do futuro do programa nuclear brasileiro.
“O Brasil tem as condições ideais para se tornar um supridor confiável de urânio enriquecido nos próximos anos porque domina a tecnologia e tem amplas reservas de urânio”, disse o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, na abertura do encontro.
O encontro “Rumo a 2022: desafios estratégicos para o programa nuclear brasileiro”, promovido pela SAE, encerrado hoje, contou com a participação de especialistas que enfatizaram a necessidade de transformar a política nuclear em uma política de Estado.
A prioridade de se levar adiante a política nuclear, sobre cujas ações e metas houve elevado consenso durante o Seminário promovido pela SAE, permitirá a necessária continuidade no suprimento de recursos financeiros indispensáveis ao desenvolvimento de diversas aplicações pacíficas da tecnologia nuclear.
A autossuficiência no ciclo industrial, estimada para 2014, permitirá ao Brasil tornar-se um supridor internacional confiável de serviços de conversão e de enriquecimento de urânio.
Mantida a continuidade dos programas em curso, o Brasil terá condições de suprir as próprias necessidades de combustível nuclear. Isso significa aproveitar-se de sua condição de sexto produtor mundial de urânio para abastecer a usina de Angra 3, cuja entrada em operações está prevista para 2015, e no mínimo outras quatro usinas, a serem construídas no Nordeste e Sudeste até 2030. Segundo dados recentes, a partir de 2025 a energia nuclear será a fonte mais barata para complementar a produção hidroelétrica do país.
Além disso, o País terá condições de exportar urânio enriquecido. Estima-se um grande crescimento da demanda mundial pelo produto nos próximos 20 anos. A partir de 2020, a capacidade instalada no mundo poderá não atender à demanda.
O Seminário abordou também a escassez de molibdênio no mercado internacional, em conseqüência da suspensão de operações de reatores no Canadá e na Holanda. Esse fato ocasionou uma alta de 400% nos preços do produto, do qual se extrai o tecnécio 99, utilizado em aparelhos de tomografia, em exames de cintilografia e na produção de fármacos.
Essa conjuntura acentuou a relevância do projeto de construção do Reator Multipropósito Brasileiro, que envolve instituições vinculadas aos ministérios de Ciência e Tecnologia e Defesa, além de instituições acadêmicas. O projeto tem custo estimado em US$ 500 milhões, a serem desembolsados em cinco anos.
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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