Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 28, 2010


A Venezuela está disposta a iniciar o desenvolvimento de sua primeira central nuclear, “com objetivos pacíficos”, revelou nesta sexta-feira o presidente Hugo Chávez, ao firmar acordos de cooperação com o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que visita Caracas.
“Conversamos sobre o tema e estamos dispostos a iniciar o primeiro projeto para uma central de energia nuclear, obviamente com fins pacíficos”, declarou Chávez.
Putin chegou hoje a Caracas para uma visita oficial e após um longo dia de trabalho, os dois líderes firmaram cerca de 30 acordos, nas áreas de energia, petróleo, tecnologia e defesa.
A Venezuela é um dos principais parceiros econômicos e políticos da Rússia na América Latina, e os dois governos já firmaram numerosos acordos nos últimos anos em matéria energética e de defesa.
Segundo Chávez, Venezuela e Rússia estão desenvolvendo “uma nova equação” no âmbito das relações bilaterais.
“Tenho que agradecer seu apoio ao projeto bolivariano”, disse Chávez a Putin.
Entre 2005 e 2007, Caracas firmou contratos para a compra de armas russas no valor total de 4,4 bilhões de dólares, incluindo caças Sukhoi, helicópteros de combate e fuzis de assalto Kalashnikov.

Nenhum comentário:

Postar um comentário