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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quarta-feira, abril 28, 2010
Segundo a revista Flight, a Indonésia decidiu-se pela aquisição de oito turboélices de treinamento avançado e ataque leve Super Tucano, entretanto, o Ministério da Defesa do país ainda não aprovou o negócio.
O Super Tucano bateu seus dois maiores rivais na competição, o suiço Pilatus PC-9 e o sul-coreano KAI KT-1, este último já em serviço na Força Aérea indonésia como treinador básico. Segundo a mesma publicação, a Pilatus tem como política comercial o não fornecimento de aviões com capacidade de combate armado em alinhamento à posição de neutralidade do país, fato que contribuiu para que o modelo brasileiro ganhasse a preferência.
Essa será a primeira venda de aviões Super Tucano da Embraer para uma nação da região Ásia-pacífico. As aeronaves substituirão os antigos Rockweell OV-10 Bronco, em serviço desde os anos de 1960. Timor-Leste ganhou sua independência em 2002 e a Indonésia não registra atualmente insurgências significativas em suas outras províncias, contudo, na região da Papua Ocidental têm acontecido movimentações tribais em favor do desligamento do território da jurisdição de Jacarta, fato que torna necessária a manutenção de vetores aéreos anti-insurgência (COIN) sempre preparados para eventuais ações.
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