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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 25, 2011

Lula é estrela em festa política popular no Uruguai

A Frente Ampla (FA), dos partidos de esquerda no Uruguai, atualmente no governo, comemora 40 anos, com uma festa popular no estádio do Penharol, o maior do país, por volta das 19hs.

Lula é convidado de honra, e será um dos principais oradores.

Ele chegou a Montevidéu por volta do meio-dia e participou de um almoço com o presidente José Mujica, e visita a sede do FA onde se reúne com o presidente da coalizão de esquerda, Jorge Brovetto.

Brovetto é o outro orador no comício, que deve relembrar o primeiro ato de massas realizado por este partido político no dia 26 de março de 1971.

Lula encontra ainda o ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez, além de ser recebido pelo Secretariado Executivo e a Mesa Política da coalizão de esquerda, representando todos os setores que a integram.

Mujica, que segundo a legislação uruguaia está impedido de participar de atos políticos partidários, anunciou no entanto sua vontade de ir à celebração. (Com informações da Agência EFE).
*osamigosdopresidenteLula

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