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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 22, 2011

Lula recebe homenagem da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil

O ex Presidente Lula foi homenageado nesta segunda-feira (21/03) pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil. Durante o evento, Lula disse que é solidário quanto à posição do governo brasileiro no Conselho de Segurança da ONU, que se absteve quanto à resolução contrária ao regime do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi e disse que o organismo multilateral está "enfraquecido".

"Sou solidário à posição do Brasil que se absteve na ONU contra a invasão. Essas invasões só acontecem porque as Nações Unidas estão enfraquecidas", disse num jantar no clube Monte Líbano, na zona sul de São Paulo.

"Se tivéssemos uma representação do século 21, em vez de mandar avião para bombardear, a ONU teria mandado seu secretário-geral para negociar", afirmou.

Durante o jantar, Lula ressaltou o aumento de 167% no comercio bilateral entre o Brasil e os países árabes durante seu governo, e foi elogiado por representantes da comunidade pelo seu reconhecimento ao Estado palestino.

Ao comentar o processo de paz no Oriente Médio e justificar seu apoio, Lula disse que o povo palestino "era muito mais vítima do que terrorista" e criticou ainda os países ricos por manifestarem preconceito contra os muçulmanos durante operações de segurança devido ao combate ao terrorismo.Ainda durante as homenagens, um vídeo de 7 minutos sobre as visitas de Lula aos países árabes foi apresentado. 
*osamigosdopresidentelula

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