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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 29, 2011

Rotina de Kassab: ser vaiado por onde passa



Kassab é recebido com vaias durante inauguração da estação Butantã do Metrô
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), foi recebido com vaias e faixas de protesto na inauguração da estação Butantã da linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (28). Um grupo de estudantes começou a gritar quando o prefeito deu início ao seu discurso, por volta das 10h. Eles protestam contra o aumento da passagem dos ônibus municipais, que passou a custar R$ 3 desde janeiro.
Representantes do sindicato dos metroviários também foram ao local e levaram faixas de protestos contra a PPP (Parceria Público Privada), que o governo implantou na linha 4-Amarela e pretende estender para outros trechos da expansão do Metrô . O presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, chegou a falar antes do início da cerimônia que a privatização também é uma forma de pressionar o aumento da passagem do Metrô porque “o setor privado só se preocupa em garantir o lucro, e não o melhor para a população”.
Os manifestantes se identificaram como pessoas ligadas ao MPL (Movimento Passe Livre), UNE (União Nacional dos Estudantes), sindicato dos funcionários da USP, além do sindicato dos metroviários.
Além de Kassab, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e os ex-governadores José Serra (PSDB) e Alberto Goldman (PSDB) também participam da cerimônia de inauguração da estação do Metrô. Durante seu discurso, Alckmin também foi vaiado pelos manifestantes. Especialmente por causa das PPPs.

Com o R7



Partido de Kassab se dedicará exclusivamente a conseguir bons cargos e altos salários para si mesmo

Um partido que se define como nem de direita, nem de esquerda, nem de centro, só pode ser um agrupamento de pessoas que busca obter cargos em qualquer governo para seus filiados. Alguém consegue imaginar uma outra desculpa para se criar um partido que não defende ideia nenhuma?

*esquerdopata

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