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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 03, 2011

Brasil proíbe a prisão de criminoso
do colarinho branco ! Dantas venceu !

De Sanctis enfrenta o "direito penal do amigo". E perde
Está na mesa da Presidenta Dilma Rousseff, à espera da sanção, o Projeto de Lei 111, de 2008, já aprovado na Câmara e no Senado e que proibe terminantemente a prisão de criminoso do colarinho branco.

Viva o Brasil !

Bem que o Mino Carta disse: “Dantas é o dono o Brasil !”.

Artigo do corajoso Juiz Fausto de Sanctis, na pág. E2 do Valor, mostra como se será a “blindagem do crime econômico”.

“Com a vigência da norma,” diz De Sanctis, “a prisão estará praticamente inviabilizada no país”.

Como se sabe, o Superior Tribunal de Justiça proibiu que rico no Brasil fosse sequer investigado, ao decidir que a Castelo de Areia era uma quimera.

(O STJ, como se sabe, se prepara para acompanhar o voto do relator, Dr Macabu, e sepultar no Mar da Arábia a Operação Satiagraha, mesmo depois de a Época (a Época !) incriminar Dantas.

De Sanctis mostra que, antes de decretar a prisão de um criminoso, o juiz terá que aplicar NOVE  outras opções.

“O crime econômico e financeiro, em quase toda a sua extensão, ficou de fora. Aos olhos do legislador, o crime econômico não seria grave.”

Continua De sanctis: “Seria o direito penal do amigo ?”

Enquanto isso, o Congresso brasileiro – Viva o Brasil ! – manteve a prisão em condições especiais para autoridades e detentores de diploma superior.

(Por falar nisso: Ministro Gimar, onde está o Dr Abdelmassih, com seu diploma superior ?)

“A democracia concretiza-se apenas quando quem toma decisões o faz em nome do interesse de todos.”

” … (no futuro que desejamos) as aves de rapina não mais encontrarão farelos humanos”, conclui De Sanctis, que prendeu Daniel Dantas duas vezes e foi promovido para julgar litigio de velhinho com o INSS.

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim

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