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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 20, 2011

À classe média arrogante e iletrada

Se você é da classe média arrogante, iletrada, que gosta de entremear suas frases com expressões em inglês como o ridículo feedback e outros estrangeirismos idiotas e ficou se achando muito inteligente por conseguir compreender que infringe a norma culta dizer “os livro”, agora chegou a hora de você descobrir o mico que pagou ao criticar o livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloisa Ramos, adotado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Abaixo, sob dica do blogueiro Miguel do Rosário, reproduzo vídeo do programa Entre Aspas, da insuspeita Globo News, no qual a apresentadora Monica Waldvogel tomou uma surra lingüística de gente que tem credenciais para julgar esse caso. Descubra agora o mico que você pagou. E não esqueça de que foi avisado por pessoas como eu, o Miguel e outros que aprenderam a se relacionar com o idioma de forma não-arrogante, porque é assim que vemos o povo.



*umpoucodetudodetudoumpouco


Essa lingua inculta e bela; Cuitelinho na voz de Nara Leão

Se fosse usada a norma culta da lingua não ouviriamos esta preciosidade:
Cuitelinho: Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandô

*brasilmobilizado

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