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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 14, 2011

PAPAI NEYMAR

Por Bráulio Wanderley

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Bola na trave ou golaço? (Foto: Jornal ESPN/O Estado de São Paulo)

Aconteceu o que faltava: Neymar vai ser papai. Qual a novidade nesse fato? Nenhuma.

Forma-se o craque, despreza-se o cidadão. Cria-se o ídolo, menospreza-se o (bom) exemplo.

Onde está o cuidado contraceptivo? Ou para os mais puros, o voto de castidade tão bem guardado por seu colega Kaká? Pior que a paternidade de Neymar, cujo 'ônus' será uma boa pensão alimentícia à menor que ele deflorou, é a perda da juventude da mãe, que acaba por endossar o ranking das adolescentes que engravidam precocemente.

O filme é velho, conta com um protagonista de peso e, até agora por motivos de menor idade, uma atriz figurinista. Entretanto, a onda de especulações invadiu alguns blogs. Para uns a 'sortuda mamãe' se chama Nicole Bahls (ex-namorada de Léo, artista do Parangolé), outras fontes apontam para FS (já que segundo alguns ela possui 17 anos, o blog posta apenas as iniciais e se isenta de postar fotos).

Torcemos, tal qual adoramos suas brilhantes jogadas em campo, para que Neymar, junto a futura mamãe, possam dar a devida instrução ao seu futuro bebê na condição de pais presentes e não como pais que apenas dão presentes e transformam crianças em órfãs de pais vivos.

É isso.
*históriavermelha

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