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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 17, 2011

Documentário: Século do Ego

(Grã-Bretanha, 2002 - Direção:Adam Curtis)

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieLZ1z5l9w5MQUGk9qj1_N53cDITvymdtx1NQlNBRV-WwuMqI5BCrEogcS6MvUeDMjulnAWhaZ4cEQTHSUoL765aI5BNGNHusvgHPPdl0Oo_hBXr55sC3RI-dNFjeHc0qVf1q6KcUaMWk/s1600/The-Century-of-the-Self.jpg
Documentário da BBC "The Century of the Self" descreve a irônica jornada de como a revolução de psicoterapeutas e filósofos nos anos 60 e 70 contra as ideias de Freud sobre o inconsciente (usadas pelo mundo do Marketing Publicidade e Governos para fins de manipulação) resultou no oposto: o surgimento do sujeito fractal, vulnerável, isolado e, acima de tudo, ganancioso.

Comentários de psicologiadospsicologos.blogspot.com: Descobri no Youtube esta pérola: o documentário "Century of the self" (Inglaterra, 2002), do diretor Adam Curtis, sobre a utilização das idéias freudianas na manipulação das massas. Excelente! Este polêmico documentário é dividido em 4 episódios: (1) Máquinas de felicidade; (2) Engenharia do consenso; (3) Há um policial dentro de nossas cabeças. Ele deve ser destruído; (4) Oito pessoas bebericando vinho em kettering. Cada epsódio dividido em quatro ou cinco partes, todos legendados e com duração total de cerca de 240 minutos.


Torrent
- Legendas pt-br (3 primeiros episódios)  - Legendas pt-br 4o Episódio

clique  cc para legenda em portugues









*docverdade

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