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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 03, 2011

Enterro de Osama no mar foi “desova”, não islâmico

Mesmo que os jornais brasileiros não  o tenham  registrado -  que vergonha! – os islamitas disseram que é completamente furada a desculpa do “ritual islâmico” para a decisão dos EUA de lançar ao mar o corpo de Osama Bin Ladem.
A France-Presse publica que “o islã é contra sepultamentos no mar, afirmou nesta segunda-feira Mahmud Azab, porta-voz do centro Al-Azhar”, do imã Ahmad Al Tayeb, a maior autoridade religiosa sunita, ramo do islamismo ao qual se vinculava Bin Laden. Tayeb não é um esquerdista, ao contrário, era um dos apoiadores de Hosni Mubarak, ex-presidente egípcio, apoiado pelos EUA.
Diz a matéria: “a Grande Mesquita de Paris também disse nesta segunda-feira que lançar um cadáver na água é “completamente contrário às regras santas do islã”.
Historinhas mal-contadas, vá lá. Mas ao menos deixem em paz os rituais islâmicos. Eles podem ser diferentes dos ocidentais, mas são tão humanos e respeitosos quanto um sepultamento cristão. Sobretudo quando isso vem de um presidente americano que tem um pai e um nome ligados ao islamismo, e que deveria merecer dele todo o respeito.
Muçulmanos  não atiram corpos ao mar, de helicóptero.
*tijolaço

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