Agência Brasil
Brasília – O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), disse nesta sexta-feira 4 que vai pedir informações ao Ministério Público sobre as denúncias envolvendo a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF). A parlamentar está sendo acusada de receber dinheiro, em 2006, do então delator do mensalão do Distrito Federal (DF), Durval Barbosa.
O P-SOL, que tradicionalmente entra com processo por quebra de decoro parlamentar, ainda não tem uma posição definida se recorrerá ou não ao Conselho de Ética da Câmara. O líder do partido, deputado Chico Alencar (RJ), informou que o seu partido irá analisar o caso e verificar como ele se desenvolve para adotar as medidas necessárias. “Não vamos nos omitir”.
De acordo com Chico Alencar, a primeira medida a ser tomada é pedir o afastamento da deputada da Comissão da Reforma Política, onde ela é titular. “O afastamento deve se dar pelo menos até que se apure as denúncias. O ideal seria que ela mesmo pedisse para sair da comissão, ou o seu partido fizesse a sua substituição na comissão”.
Em relação ao Conselho de Ética, Chico Alencar informou que ele ainda não está constituído e que parte dos antigos conselheiros tem posição de que como o fato ocorreu antes do mandato não haveria quebra de decoro.
Jaqueline Roriz é filha do ex-governador Joaquim Roriz e sua herdeira política. Ela foi flagrada juntamente com o seu marido, Manoel Neto, recebendo um pacote contendo R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou nesta sexta-feira que recebeu novo material relativo às investigações do Mensalão do DEM. Entretanto, não disse qual seria o material nem quando teria recebido, apenas que ele está em análise.
Caso a prova seja anexada ao inquérito relativo aos resultados da Operação Caixa de Pandora e Jaqueline Roriz indiciada pelo Ministério Público, a investigação do mensalão do DF pode ir para o Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez a política tem foro privilegiado por ser deputada federal.
O inquérito está no STJ desde setembro de 2009 aguardando oferecimento de denúncia pelo Ministério Público. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já afirmou em outras ocasiões que não pode oferecer denúncia enquanto o relatório apresentado em agosto do ano passado pela Polícia Federal (PF) não estiver completo. A PF, por outro lado, diz que já cumpriu a sua parte e que não restam diligências a fazer.
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