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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 01, 2011

Após três anos da suspensão da limpeza, o Rio Tietê transborda mais de dez vezes em três meses

Serra deixa herança: Tietê alaga e marginais somem

Governo Serra: Após três anos da suspensão da limpeza, o Rio Tietê transborda mais de dez vezes em três meses



  

Reduto eleitoral tucano é campeão de alagamentos

Av. Pompeia na zona oeste
Zona oeste é a campeã de pontos de alagamento
A zona oeste de São Paulo é a região que mais sofre com enchentes em toda a cidade. De acordo com dados compilados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), os distritos de Butantã, Pinheiros, Lapa, Barra Funda, Perdizes, Vila Leopoldina e Jaguaré tiveram 2.512 pontos de alagamentos entre 1.º de janeiro de 2004 e a noite de ontem. Isso equivale a quase uma ocorrência por dia em uma área de 128 km², menor do que o município de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
No total, o CGE registrou 8.027 pontos de alagamento em São Paulo desde 2004. Nesse ranking das inundações, a zona leste aparece em segundo lugar, com 2.214, seguida pela zona norte (987), zona sul (903), centro (863) e região sudeste (665). Essa tendência das regiões se mantém idêntica em todos os anos pesquisados no banco de dados do CGE - em 2011, por exemplo, a zona oeste já teve 275 enchentes, contra 205 da zona leste.
"Não é que chova mais ali, mas é que a drenagem das águas é insuficiente", diz o engenheiro civil Julio Cerqueira Cesar Neto, do Instituto de Engenharia (IE). "A galeria que deveria absorver o fluxo dos córregos e das chuvas não consegue dar conta do problema, e isso não é de hoje, ocorre há mais de 20 anos."
As duas principais intervenções planejadas pela Prefeitura para acabar com as enchentes na zona oeste seguem sem prazo para sair do papel. Um piscinão licitado por R$ 25 milhões e que poderia resolver as inundações na área entre a Rua Henrique Schaumann e a Marginal do Rio Pinheiros, segundo defende o governo, está barrado na Justiça pelos vizinhos contrários à obra.
O problema na Vila Madalena é parecido com o da Pompeia. Localizado ao lado da várzea do Rio Pinheiros, o bairro hoje famoso pelos bares era praticamente um brejo até os anos 1940. Com a urbanização, dezenas de córregos foram soterrados a partir de 1960. A impermeabilização desordenada tem seu efeito mais visível nas crateras que se abrem a cada chuva, resultado da erosão do solo causado pelos córregos que transbordam das galerias velhas.
O piscinão planejado pela Prefeitura em Pinheiros também teria reflexos positivos contra as inundações na Vila Madalena, de acordo com os técnicos do governo. Mas moradores da Jardim das Bandeiras moveram uma ação contra a obra e conseguiram barrá-la na Justiça. Segundo os moradores, o piscinão é uma solução simplista e de forte impacto urbanístico. Eles defendem a reforma das galerias pluviais do bairro, da mesma forma como a Prefeitura planeja agora para a Pompeia.
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Ana Cristina/Leitora

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