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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 19, 2016

CHINA ACUSA GOVERNO TEMER DE BOICOTAR BRICS

Os verdadeiros objetivos do Golpe de Estado ficam cada vez mais óbvios. Não foi um golpe contra Dilma, Lula e o PT. O Golpe foi contra o Brasil e também contra a possibilidade da instalação de nova ordem econômica e política mundial cada vez mais próxima com o fortalecimento dos BRICS. (Comentário do Blogueiro)

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Texto publicado pela agência de notícias estatal Xinhua, diretamente subordinada ao governo chinês, afirma que “o presidente interino, Michel Temer, se aproveitou para alterar a estratégia diplomática do país e deixar de priorizar as relações com os Brics”; a análise, assinada por editores no Brasil e em Pequim, traz a opinião de um especialista, de que “Temer tentará fortalecer a relação com os Estados Unidos e Europa a fim de que eles reconheçam a legitimidade do governo interino, e, para tanto, será forçado a manter distância dos membros do Brics para evitar desagradar Washington”; o texto lembra ainda que, em um de seus primeiros discursos, o chanceler interino, José Serra, disse que a “nova política externa” do Brasil visava América Latina, Estados Unidos e União Europeia; no caso dos Brics, disse apenas que “o Brasil irá se esforçar para aproveitar as ‘oportunidades’ que o bloco oferece, mas sempre tendo o comércio e os investimentos mútuos”
Do Brasil 247 – Um texto publicado pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua nesta terça-feira 14 mostra a preocupação do governo chinês com a mudança na política externa do Brasil após o presidente interino Michel Temer e o chanceler interino José Serra terem assumido seus cargos. A análise aponta um sinal de boicote do Brasil ao Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“O presidente interino, Michel Temer, se aproveitou para alterar a estratégia diplomática do país e deixar de priorizar as relações com os Brics”, diz trecho do artigo, assinado por editores da Xinhua no Rio de Janeiro e em Pequim. O destaque da nota da Xinhua foi feito no Blog do Vicente, do jornal Correio Braziliense.
O texto também lembra que, em um de seus primeiros discursos, José Serra disse que a “nova política externa” do Brasil visava América Latina, Estados Unidos e União Europeia. No caso dos Brics, disse apenas que “o Brasil irá se esforçar para aproveitar as ‘oportunidades’ que o bloco oferece, mas sempre tendo o comércio e os investimentos mútuos”.
A análise traz ainda a opinião do especialista Zhou Zhiwei, diretor executivo do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto de América Latina da Academia de Ciências Sociais da China. “Temer tentará fortalecer a relação com os Estados Unidos e Europa a fim de que eles reconheçam a legitimidade do governo interino, e, para tanto, será forçado a manter distância dos membros do Brics para evitar desagradar Washington”, diz ele.

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