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A íntegra da carta de Manuela D’Ávila a Marcela Temer  Redação
Manuela D’Ávila com sua filha Laura (reprodução/facebook)
Por Manuela d’Ávila, via Facebook
Cara Marcela,
Quem me acompanha por aqui ou na vida cotidiana sabe o que eu penso sobre os cuidados e estímulos na Primeira infância. Tanto que decidimos, Duca e eu, ficar esse primeiro ano com Laura. Decidimos para tornar exclusiva a amamentação até o sexto mês, para prolongar a amamentação por mais tempo (Laura ainda mama com 1a1m), para curtirmos nossa pequena.
Porém, isso só foi possível pois Duca é um artista que normalmente não trabalha durante os dias em que eu trabalho. Isso só foi possível porque nos dois não temos jornadas equivalentes de trabalho, não somos “CLT”, pois eu posso viajar para o interior com Laura. Isso só foi possível porque nós somos dois, não sou sozinha nessa aventura. Isso só é possível porque eu tive acesso a toda informação sobre a importância da amamentação e também porque Não ouvi de uma creche que era impossível armazenar leite materno ou que meu leite é fraco.
Mas Escrevo apenas para dizer que sim, oprograma criança feliz, coordenado por ti, Marcela, pode ser importante.
PORÉM, São muitos os poréns.
Não vou falar sobre a volta do primeiro Damismo, esse papel secundário, decorativo, destinado a ti e a todas as mulheres nesse governo golpista.
Quero falar sobre maternidade, sobre não termos receitas, sobre criação com apego, sobre violência obstétrica, sobre creches, educação infantil, horário de atendimento em postos de saúde. Quero falar sobre licença maternidade de 4 meses e paternidade… bem, ser apenas licença hospitalar!
A absoluta maioria das mulheres, Marcela, torce pra conseguir uma vaga em creche quando o bebe tem 100 dias para fazer a adaptação nos últimos 20 da licença. Outras passam o dia angustiadas pois deixam uma “vizinha” cuidando do bebe em ambientes não adequados.
A média desmama aos 56 dias (aliás, porque você não falou em amamentação? A indústria não gosta?). Muitas mulheres são
"Sabe, Marcela, é muito bom cuidar da Laura. Muitas mulheres, como você, optam por não trabalhar, eu as respeito. Outras, como eu, trabalham, estudam e cuidam…
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