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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

180215 bsEstados Unidos - Aporrea - [Tradução do Diário Liberdade] Três jornalistas que trabalhavam em um documentário sobre o envolvimento do governo norte-americano na demolição das torres gêmeas morreram nos últimos dias.

Fotos: Bob Simon, Ned Colt e David Carr
Trata-se do ex-repórter internacional da NBC Ned Colt, o correspondente da CBS News Bob Simon, e o jornalista do New York Times David Carr.
Bob Simon, de 73 anos, foi assassinado na quarta-feira na cidade de Nova York em um acidente automobilístico e na quinta-feira Ned Colt, de 58 anos, dizia-se que tinha morrido por um derrame cerebral massivo, seguido em poucas horas por David Carr, de 58 anos, quem colapsou e morreu em seu escritório na sala de redação do New York Times.
Os três jornalistas mais Brian Willias, quem teve que renunciar à NBC por mentir sobre uma notícia do Iraque, tinham formado uma companhia independente de notícias em vídeo no mês passado e apresentaram os documentos de segurança necessários que lhes permitiriam o acesso ao arquivo mais secreto do Kremlin, onde se encontrariam provas relacionadas com os atentados de 11 de setembro de 2001.
Em relação a esses arquivos do 9/11 em poder do Kremlin, o presidente Putin tinha alertado que iria divulgá-los.
180215 ncOs especialistas norte-americanos acham que, apesar do fato de as relações entre os EUA e a Rússia terem chegado no ponto mais grave desde a Guerra Fria, Putin entregou até Obama problemas menores. Os analistas acham que isto é só a "calma antes da tormenta".
Putin vai golpear e estaria preparando o lançamento de provas da participação do governo dos Estados Unidos e dos serviços de inteligência nos ataques do 11 de setembro.
O motivo para o engano e o assassinato de seus próprios cidadãos terá servido aos interesses petroleiros dos Estados Unidos no Médio Oriente e das suas empresas estatais.
A ponta de lança da empresa de notícias em vídeo independente que pretendia descobrir a verdade do 9/11 foi David Carr, quem no New York Times foi um valedor de Edward Snowden e após ter visto o documentário Citizenfour, tratou de ir dormir "mas não podia"
Carr estava seriamente desiludido com o New York Times pela elaboração da memória da guerra da Ucrânia "e não só por não dizer a verdade, mas também pelos emblemas nazistas nos capacetes de soldados leais ao regime da Ucrânia lutando contra os rebeldes".
Outro que trabalhava muito com Williams e Carr neste projeto do vídeo do 9/11, foi Ned Colt, quem após sair de NBC News continuava sendo um amigo de toda a vida de Williams e aperfeiçoou suas habilidades humanitárias enquanto trabalham no Comitê Internacional de Resgate. Por sua vez, Bob Simon considerava "extremamente lamentável" a manipulação dos meios de comunicação no período prévio à guerra dos Estados Unidos no Iraque.
180215 dcApós a destruição da imagem de Williams, e a estranha morte de Carr, Colt e Simon, o regime de Obama enviou um "mensagem clara" à elite norte-americana quanto à exposição dos seus segredos mais obscuros.
Pior ainda, as elites dos meios nos EUA agora fogem de medo e o regime de Obama ameaça agora os meios de comunicação alternativos com ilegalizar todos os sites dissidentes.
Para isso tem uma escandalosa uma proposta legislativa de Ordem Fraternal da Policial Nacional para classificar qualquer crítica contra a policia nas redes sociais como um "crime de ódio".

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

HSBC VAI DETONAR A LAVA JATO

HSBC VAI DETONAR A LAVA JATO








Nota da Organização dos Advogados do Brasil (OAB), publicada nesta terça-feira (17), repreende declarações do ex-ministro Joaquim Barbosa sobre o ministro José Eduardo Cardozo.

Por redação

De acordo com a nota, "o advogado possui o direito de ser recebido por autoridades de quaisquer dos poderes para tratar de assuntos relativos a defesa do interesse de seus clientes. Essa prerrogativa do advogado é essencial para o exercício do amplo direito de defesa. Não é admissível criminalizar o exercício da profissão", avisou a OAB.
O homem da capa preta, que fez da Justiça um trampolim para a política, exigiu – isso mesmo, exigiu – a demissão do ministro Cardozo, porque o mesmo haveria recebido advogados de empresas investigadas na Lava Jato.

Leia, abaixo, a nota da OAB nacional:

Nota da OAB Nacional

O advogado possui o direito de ser recebido por autoridades de quaisquer dos poderes para tratar de assuntos relativos a defesa do interesse de seus clientes. Essa prerrogativa do advogado é essencial para o exercício do amplo direito de defesa. Não é admissível criminalizar o exercício da profissão.
A autoridade que recebe advogado, antes de cometer ato ilícito, em verdade cumpre com a sua obrigação de respeitar uma das prerrogativas do advogado. A OAB sempre lutou e permanecerá lutando para que o advogado seja recebido em audiência por autoridades e servidores públicos.

Diretoria da OAB Nacional
Marcus Vinicius Furtado Coêlho - Presidente
Claudio Lamachia - Vice-presidente
Cláudio Pereira de Souza Neto - Secretário-geral
Cláudio Stábile - Secretário-geral Adjunto
Antonio Oneildo Ferreira - Diretor Tesoureiro

três países, os barões da mídia hoje lideram as forças golpistas e estão cada dia mais agressivos. Nada mais contém a sua sanha conservadora e entreguista, pró-império.

Golpes na Argentina, Venezuela e Brasil?

 do Miro
Altamiro Borges 
Há algo muito estranho ocorrendo em três países decisivos na geopolítica da América Sul. A Venezuela, rica em petróleo, enfrenta uma onda permanente de desestabilização – com sabotagem no abastecimento de produtos básicos, choques violentos nas ruas e ameaças de golpes militares contra o presidente Nicolás Maduro. Na Argentina, segunda economia da região, está em curso um processo de judicialização da política que pode desembocar na cassação da presidenta Cristina Kirchner. Já no Brasil, a principal força no tabuleiro político do subcontinente, a direita mais suja do que pau de galinheiro se traveste de vestal da ética, bravateia a tese do impeachment e incentiva as marchas dos grupelhos fascistas. O que explica esta sinistra coincidência? Os EUA, que sempre trataram a região como o seu quintal, têm algo a ver com esta onda nitidamente golpista?
Os três países têm vários traços em comum. Em todos eles, a direita partidária sofreu duras derrotas eleitorais nos últimos anos. Forças contrárias ao neoliberalismo, com suas nuances e ritmos diferenciados, chegaram ao governo – e não ao poder. Fragilizada, a elite colonizada foi substituída no seu ódio ao campo popular pela mídia monopolista e manipuladora. Na Venezuela, Argentina e Brasil, os jornalões, as revistonas e as emissoras de rádio e tevê fazem oposição diariamente – jogam no pessimismo da sociedade, difundem a visão fascista da negação da política, tentam impor sua agenda neoliberal derrotada nas urnas e apostam na desestabilização dos governos progressistas. Nos três países, os barões da mídia hoje lideram as forças golpistas e estão cada dia mais agressivos. Nada mais contém a sua sanha conservadora e entreguista, pró-império.
Além da mídia monopolista, outros aparatos de disputa de hegemonia também servem aos interesses das oligarquias nativas e alienígenas. Na Argentina e no Brasil, boa parte do corrompido poder Judiciário está nas mãos das elites. O suspeito caso da morte do promotor Alberto Nisman, responsável pelo inquérito sobre o atentado terrorista a um centro judaico em Buenos Aires, tem servido para atiçar a campanha pela deposição da presidenta Cristina Kirchner. Já o escândalo da Petrobras, com vazamentos seletivos e técnicas de tortura do Ministério Público e da Polícia Federal – outros dois aparatos de hegemonia –, alimenta o sonho da oposição demotucana de sangrar e, se possível, de derrubar a presidenta Dilma Rousseff. Na Venezuela, focos golpistas voltaram a aparecer nas Forças Armadas e se unem aos empresários sabotadores da economia.
Diante desta onda reacionária, os governantes dos três países são chamados a enfrentar a “guerra da comunicação” e derrotar os aparatos de hegemonia da elite colonizada. Na semana passada, o chefe de gabinete da Casa Rosada, Jorge Capitanich, acusou explicitamente a mídia e a Justiça de tramarem um golpe. “É uma estratégia de golpismo judicial ativo. No mundo, a disputa é entre democracia e grupos obscuros vinculados a poderes econômicos”. Ele inclusive citou o Brasil, no qual “Dilma Rousseff sofre ataques com pedidos de julgamento político”. Já o secretário-geral da Presidência da República, Aníbal Fernández, falou em “manobra de desestabilização democrática” e conclamou os setores populares a irem às ruas para defender a continuidade do mandato de Cristina Kirchner.
Também na semana passada, o presidente Nicolás Maduro acusou novamente o governo dos EUA de orquestrar um golpe na Venezuela. Na última quinta-feira (12), ele anunciou a prisão de 14 civis e militares, entre eles de um general da reserva. Segundo as investigações, o grupo pretendia causar tumultos e mortes num ato agendado pela direita local. Em rede de televisão, o líder bolivariano afirmou que “os EUA pagaram [os sabotadores] em dólares e lhes deram vistos com data de 3 de fevereiro. A Embaixada dos EUA lhes disse que, em caso de fracasso, poderiam entrar no território americano”. A grave denúncia foi, como sempre, ridicularizada pela mídia venezuelana e mundial – a mesma que apoiou efusivamente o golpe fracassado de abril de 2002. Já a Casa Branca considerou as acusações “ridículas”. Afinal, o império nunca apoiou golpes e ditaduras!
Já no Brasil, a “guerra da comunicação” anunciada por Dilma Rousseff na primeira reunião ministerial, no início de janeiro, ainda não saiu do papel. Nenhum ministro teve a coragem de denunciar “a estratégia de golpismo judicial ativo” – que deverá ficar ainda mais agressiva no pós-Carnaval com a nova fase da midiática Operação Lava-Jato. A presidenta Dilma Rousseff também ainda não ocupou a rede nacional de rádio e televisão para criticar os setores que pretendem destruir a Petrobras e entregar o Pré-Sal - um antigo desejo dos EUA. Num contexto bastante explosivo na região, aonde as coincidências golpistas são estranhas e os interesses imperiais são violentos, é preciso reagir rapidamente! O fantasma do retrocesso assombra a América do Sul.
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quarta-feira, fevereiro 18, 2015

SUPERMAN

O vice-presidente dos ‪#‎EUA‬ Joe Biden já tem uma reputação de se envolver em situações embaraçosas em público. Mais uma gafe aconteceu nesta terça-feira (17) quando Biden empossou Ashton Carter como novo secretário da Defesa e depois abraçou a mulher de Carter, Stephanie. ‪#‎fotos‬
O vice-presidente dos EUA Joe Biden já tem uma reputação de se envolver em situações embaraçosas em público. Mais uma gafe aconteceu nesta terça-feira...
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Há claros indícios de direcionamento do ex-presidente do Supremo contra os petistas acusados no Mensalão.

CNJ investiga relação de Barbosa com PSDB, e farsa do mensalão caí por terraImprimir

Fabiano Portilho
 
JB, Aécio e Anastasia (PSDB)JB, Aécio e Anastasia (PSDB)
A investigação já corre há um ano, a pedido do Conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil. A investigação do Conselho Nacional de Justiça contra o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, consiste em que Barbosa poderia estar a serviço do PSDB na forma como conduziu o processo do Mensalão.
Suspeita que se amplificou depois que ele trocou o juiz do caso pelo filho de um dirigente do PSDB de Brasília.
O pedido de investigação foi feito pelo ex-presidente da Ordem, José Roberto Batochio.
O posicionamento da OAB pode transformar envolver Joaquim Barbosa em um escândalo nacional.
Há claros indícios de direcionamento do ex-presidente do Supremo contra os petistas acusados no Mensalão.
Até a forma espetaculosa como ele decidiu mandá-los à prisão – em um feriado nacional, o simbólico dia da Proclamação da República – foi vista como tentativa de Barbosa de aparecer mais do que devia.
O caso do juiz ligado ao PSDB é só mais um capítulo, escondido pela grande mídia paulista-tucana-falida-anti-petista-serrista-e-anti-nordestina.
Que os tolos aplaudem como inocentes úteis.
E o Conselho Nacional de Justiça deve apurar…
Fonte: Blog Marco D'Eça

Morales denuncia "golpe judicial" derechista para derrocar a Cristina Fernández en Argentina

Morales denuncia "golpe judicial" derechista para derrocar a Cristina Fernández en Argentina
El presidente boliviano Evo Morales expuso este martes su apoyo vehemente a su par argentina Cristina Kirchner, que enfrenta "un golpe judicial", y denunció que la derecha más reaccionaria de ese país trasandino intenta, con apoyo de potencias foráneas, aplastar el proceso de cambio en Argentina y derrocar a su gobierno progresista.
"La derecha (más) derecha argentina qué está haciendo ahora: movilizada para que la Presidente pueda renunciar. ¡Imagínense! Con este golpe judicial quieren acabar con el proceso del pueblo argentino imputando (judicialmente) a la compañera Cristina", denunció Morales durante un programa de radio que dirigió en la localidad cocalera de Lauca Ñ, en el central Chapare boliviano.
Morales denunció la embestida político judicial al gobierno de Fernández de Kirchner al tiempo de afirmar "nuestro respeto, nuestra admiración, nuestra solidaridad a la compañera Cristina y la Argentina".
El jefe de Estado boliviano se refirió sin mencionarlo puntualmente al accionar del fiscal argentino Gerardo Pollicita --sucesor de su colega Alberto Nisman que en circunstancias lo menos confusas apareció muerto en enero último en su apartamento-- que imputó a la Presidente de Argentina, al ministro de Relaciones Exteriores, Héctor Timerman; al diputado Andrés Larroque y al dirigente Luis D"Elía, entre otros, por presunto encubrimiento de los incriminados en un atentado terrorista perpetrado a la sede de la Asociación Mutual Israelita Argentina, en Buenos Aires, durante el gobierno del liberal Carlos Menem, hace 21 años en 1994, que dejó 85 muertos.
Morales dijo que, tras el ataque económico a Argentina, en base de los denominados "fondos buitre", ahora se ha urdido un golpe judicial contra Fernández.
"No están solos, vamos a defendernos (como región) de esta clase de agresiones del exterior", sostuvo el mandatario boliviano que pidió a su auditorio comparar el ataque a Cristina Fernández con los que sufrieron el pasado reciente, Fernando Lugo, depuesto por vía de un expeditivo juicio congresal en Paraguay, en 2012, y Salvador Allende en Chile, presa de un complot empresarial que generó escases de alimentos en la población, con que se abonó el sangriento golpe militar de Augusto Pinochet en setiembre de 1973.
"Eso ha pasado con Paraguay. Al presidente Fernando Lugo dieron un golpe congresal para acabar con su gestión", citó de ejemplo.
Fuente: ABI

Como se vê, a oposição pode até estar vencendo o jogo neste momento, mas esse jogo não terminou. Vai durar mais quatro anos. Dá para virar e, se bobear, dá até para vencer de goleada.

Congresso sem moral para derrubar Dilma

Por Eduardo Guimarães
Não é por bondade ou espírito democrático que peões da mídia antipetista vêm seopondo aos delírios golpistas de tucanos de pijama e/ou daquela turma que quer a volta do regime militar. Apesar do risco que o inconformismo da oposição em ficar mais quatro anos fora do poder gera à nossa ainda estreante democracia, analistas políticos sabem o que vem por aí.

E o que vem por aí não é pouco. Um passarinho do Planalto Central bateu para este blogueiro que, na melhor das hipóteses, pelo menos TRÊS senadores da oposição estão envolvidos até o pescoço nas delações premiadas. Isso no Senado. Agora imagine na Câmara, leitor, onde a tonitruante operação da PF fará o maior estrago.

Seria até engraçado que dezenas e dezenas de parlamentares indiciados por corrupção se dessem ao desfrute de discutir a deposição de uma presidente da República reeleita por 54 milhões de brasileiros – e contra a qual não pesa um mísero indício – enquanto estiverem respondendo a inquérito judicial amparado não em injunções políticas, mas em provas concretas.

O Congresso, antes de querer derrubar alguém de outro Poder, terá que discutir cassações de seus próprios membros.

Nas semanas que se avizinham, portanto, a Justiça irá divulgar os nomes de dezenas e dezenas de parlamentares cujas digitais foram encontradas pelas investigações da Operação Lava Jato. E a oposição sabe muito bem que não passará incólume.

Aliás, outro dado importante é o de que as investigações da Lava Jato já estão chegando a Estados e Municípios. Em breve, o Brasil descobrirá que governadores e prefeitos, ao contrário da presidente da República, deixaram digitais nos cofres das empreiteiras bandidas.

Quanto ao desabamento da popularidade de Dilma, é conjuntural. Decorre de um mês de janeiro no qual ela se expôs com (inevitáveis) medidas de austeridade e nomeações de ministros indicados pelos partidos conservadores da base aliada. Mas uma outra pesquisa do mesmo Datafolha mostra que há um caminho para Dilma se recuperar.

Em setembro do ano passado, o instituto de pesquisas da Folha de São Paulo pesquisou a ideologia dos brasileiros e descobriu um dado surpreendente: o brasileiro é mais de direita em temas comportamentais como aborto, idade de responsabilização penal etc., mas é mais de esquerda em questões econômicas.

Abaixo, trechos daquela pesquisa.

“(…) Em meio ao debate eleitoral, a parcela de eleitores brasileiros afinados com temas defendidos pela direita (45%) supera atualmente à de eleitores mais afinados com as ideias ligadas à esquerda (35%). Esse resultado mostra uma mudança na opinião dos brasileiros em relação a temas relacionados a comportamentos, valores e economia, que resultam nessa segmentação

(…)

Ao tratar somente de temas comportamentais e ligados a valores, os segmentos da população com mais afinidades com a direita (55%, sendo 15% de direita, e 40%, de centro-direita) superam os mais ligados à esquerda (25%, sendo 3% afinados com a esquerda, e 21%, com a centro-esquerda). O centro puro, neste caso, abrange 21% do eleitorado. Em novembro de 2013, 49% estavam posicionados à direita (12% à direita, e 37%, à centro-direita), 29% nos segmentos à esquerda (4% na esquerda, e 25% na centro-esquerda), e 22% no centro.

Quando se consideram apenas aspectos econômicos, 30% mostram mais afinidades com temas ligados à direita (20% na centro-direita, e 10% na direita), e 43%, com temais ligados à esquerda (18% na esquerda, e 25%, na centro-esquerda). A fatia dos que se situam no centro abrange 27%. Em novembro de 2013, a parcela situada à esquerda era de 46% (21% à esquerda, e 25% na centro-esquerda), enquanto 26% estão mais afinados economicamente com a direita (8% com a direita, e 18% com a centro-direita). A fatia dos que se situam no centro para temas econômicos ficou estável, em 27% (…)”


Como se vê, de 2013 para cá o brasileiro foi mais para a direita. Em termos políticos, muito mais. Em termos econômicos, porém, bem menos. Em resumo: somos caretas no comportamento, mas queremos proteção do Estado. Daí o resultado do Datafolha de sábado passado, que expressou preocupação da sociedade com a possibilidade de Dilma adotar o programa econômico da oposição, já que a própria esquerda a acusou disso.

Esse dado sobre a incoerência ideológica do brasileiro e sobre seu “endireitamento”, aliás, exige uma reflexão não só de Dilma, não só do PT, mas da esquerda brasileira em geral, inclusive da oposição de esquerda. O discurso esquerdista está seduzindo cada vez menos este povo. Atribuir isso só a Dilma ou ao PT é suicídio político.

Entretanto, é através da economia que o governo Dilma poderá recuperar a popularidade. O que manteve o PT no poder por mais de uma década tem sido a maior presença do Estado na economia e na vida dos cidadãos. É o que o povo quer, em grande parte. Dilma, portanto, precisa mostrar que seu governo não mudará de rota.

Como se vê, a oposição pode até estar vencendo o jogo neste momento, mas esse jogo não terminou. Vai durar mais quatro anos. Dá para virar e, se bobear, dá até para vencer de goleada.