A próxima cúpula de chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC) será realizada em Quito, Equador, no período de 27 a 29 de janeiro, quando a presidência do bloco passará a ser exercida pela república Dominicana.
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Embaixadora Marielena Ruiz Capote durante a XXII Convenção de Solidariedade a Cuba/2015. Por Conasol |
Por Claudio Machado
O encontro reunirá os chefes de estado e ministros das relações exteriores dos 33 países membros. Os representantes dos países que integram o bloco regional avaliaram temas como a erradicação da pobreza e a redução da desigualdade.
Em entrevista com a embaixadora de Cuba no Brasil, Marilena Ruiz Capote, a diplomata falou sobre a importância da CELAC para a América Latina e para a superação dos históricos problemas sociais que persistem na maioria dos 33 países membros.
Disse a embaixadora que Cuba, como os demais países da América Latina e Caribe se empenham para o fortalecimento da CELAC, importante mecanismo de diálogo e integração regional, que vem consolidando-se progressivamente desde sua fundação, em 2011.
Ao ser perguntada sobre o papel que Cuba exercerá na IV Cúpula da CELAC, a embaixadora destacou que desde a fundação da Comunidade de Estados Latinos Americanos e Caribenhos, seu país trabalha para seu fortalecimento, considerando essa organização como um importante e fundamental mecanismo de diálogo e integração para os países e os povos dos 33 países membros.
Segundo a embaixadora, as delegações técnicas de todos os países trabalharam intensamente durante todo o ano de 2015, procurando consensos para o desenvolvimento de propostas comuns de linhas de ação.
Declarou que seu país tem grandes expectativas em relação à próxima Cúpula, por que nela serão debatidos os grandes problemas da região, buscando avançar em direção à erradicação da pobreza e para que se aperfeiçoe cada vez mais o diálogo político entre os países membros.
Segundo informou a Embaixadora, a delegação cubana será presidida por Miguel Díaz-Canel Bermudez, primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba.
A Embaixadora destacou que neste momento em que a região latino-americana e caribenha enfrenta uma situação complexa, a CELAC é um dos mecanismos capazes de contribuir para supera-la.
Disse que os problemas enfrentados pela Comunidade, como o desenvolvimento e a erradicação da pobreza, são comuns e que, podemos e devemos buscar soluções conjuntas, tentando alcançar a maior unidade possível dentro da diversidade de nossas realidades e processos.
Segundo a embaixadora, essa é a posição de Cuba, reafirmada pelo Presidente Raul Castro em dezembro passado, no encerramento da sessão da Assembleia Nacional do Poder Popular.
Marielena Ruiz Capote destacou que a proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, aprovada na Cúpula de Havana em 2014, baseia-se no respeito à diversidade como a base das relações entre a América Latina, o Caribe e qualquer outro país do mundo.
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II Cúpula da CELAC, Cuba/2014. Por Ismael Francisco/CubaDebate |
A CELAC, de acordo com a embaixadora, deve também enfatizar seu papel como representante da América latina e Caribe com outros países e regiões do mundo, como o Fórum CELAC-China, criado em 2014, durante a II Cúpula, realizada em Havana, como também outros mecanismos de cooperação com a Rússia e a Índia.
A titular da Embaixada de Cuba no Brasil acredita, como é prática nas reuniões das Cúpulas da Comunidade, que sejam aprovadas Declarações Especiais sobre problemas diversos que afetam nossa região.
Especialmente em relação a Cuba, ela tem convicção de que será reafirmado pelos países membros da CELAC a rejeição ao bloqueio dos Estados Unidos a Cuba exigindo sua imediata suspensão.
Espera também que os países membros da CELAC apelem diretamente ao Presidente Obama para que use de seus poderes executivos para flexibilizar a aplicação dos embargos, pois o bloqueio é um obstáculo para todos os planos de desenvolvimento de Cuba.
Marielena Ruiz Capote afirmou ainda que aguarda que seja reafirmada a posição da CELAC sobre a devolução a Cuba de parte de seu território, ocupado ilegalmente pelos Estados Unidos, onde está instalada a base naval de Guantánamo.
Ao abordar a questão da migração, a Embaixadora declarou acreditar que a Cúpula da CELAC manifestará rejeição às políticas seletivas de alguns países de fora da região, que tratam os migrantes de forma diferenciada, de acordo com seu país de origem. A IV Cúpula reafirmará a necessidade de que a migração de e para a região seja regular, segura e ordenada.
Outros temas, como a segurança alimentar, a mudança climática e a luta contra o terrorismo também serão tratados durante a reunião dos países membros.
A Embaixadora cubana está convicta de que a IV Cúpula da CELAC dará um importante passo adiante, para reforçar a integração e a política regional que visa o desenvolvimento e a superação das desigualdades sociais dentro cada país e entre os países membros.
Cada país tem como desafio buscar somar os pontos fortes e as capacidades de cada um, solidariamente, aos esforços conjuntos para a promoção do crescimento da América latina e Caribe.