"Receba minha solidariedade não só pelos 70, mas também por tudo que você vem enfrentando", disse o cantor e compositor Chico Buarque, em vídeo divulgado na internet; um dia antes do aniversário do ex-presidente, um de seus filhos, Luis Claudio Lula da Silva, foi alvo de uma ação da Polícia Federal; "estou com você, como sempre", disse Chico
28 DE OUTUBRO DE 2015 ÀS 07:17
247 – O cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda prestou sua solidariedade ao ex-presidente Lula, que tem sido alvo de constantes ataques na imprensa.
"Receba minha solidariedade não só pelos 70, mas também por tudo que você vem enfrentando", ele, em vídeo divulgado na internet. "Estou com você, como sempre", disse Chico.
Confira, abaixo:
Leia, ainda, artigo de Fernando Brito, editor do Tijolaço:
Luís Inácio, o último que ficou, pai dos que vão nascer
POR FERNANDO BRITO · 27/10/2015
A esquerda de punhos de renda é tão avessa aos líderes populares quanto a direita obtusa.
Porque o líder de massas não é nada em si, embora seja um milagre do processo social.
Ele dá corpo, cara, voz, representação humana aos sonhos e aos desejos de milhões, anulando sua própria existência para que sobreviva esta essência.
Não é uma teoria, é uma prática.
Portanto, falha, capenga, mambembe, defeituosa, cheia de contradições e defeitos.
A esquerda que se vê como tutora e guia do povo fica desconcertada.
Não está nos manuais. Não leu Gramsci. Nem sabe quem é Weber. Concilia com a burguesia sempre que pode. Faz amigos de direita, empresários. Vive cercado de áulicos, mas ouve mais os que sabe terem opiniões próprias, desde que as dêem discretamente.
Vive quase isolado, porque sua condição de líder o aprisiona: não pode descer à padaria ou ao botequim, como um de nós, ou levar o neto ao parquinho de diversões.
É seu maior sacrifício, porque não pode ser macio com os seus como deve ser com os outros, até com muitos que de seus nada têm.
É uma preciosidade porque, contra a sua vontade, percebeu-se um fio de nossa história e vive a obsessão do dever de, sendo último de uma espécie, a qual o tempo foi devorando, deixar quem o suceda.
Porque, no fundo, gostaria de estar vivendo sem os apertos da política convencional os anos da etapa final da vida.
Mas é justamente por ser tudo o que é e, mais anda, por representar tudo o que representa que ele não terá paz.
Então, resta apenas voltar a ser o que sempre foi e nunca deixará de ser, mesmo quando não estiver por aqui, como todos um dia não estaremos.
Lula já não é mais, faz tempo, Luís Inácio da Silva.
É Lula, a face da esperança que o povo brasileiro viu e não esquece.
E que, como já aconteceu na História, aos que pensam que o derrotaram há de responder com a vitória.
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