A chancelaria russa acaba de emitir um comunicado sobre as relações entre o Brasil e a Rússia, tornado público pela representante da entidade, Maria Zakharova.
“Observamos atentamente o agravamento da situação no Brasil, surgido por causa da decisão tomada pela câmara baixa do Congresso Nacional de iniciar o impeachment da presidente do país. A Rússia está ligada com o Brasil por laços de parceria estratégica, por uma experiência bem-sucedida de cooperação em várias plataformas — ONU, G20, BRICS. Esperamos que os problemas que possam surgir neste período complexo para nosso parceiro sejam solucionados no âmbito do Direito Constitucional, sem intervenções externas”, diz-se no documento.
Ontem, decorreu a votação na câmara baixa do Congresso Nacional do Brasil, durante a qual foi obtido um número de votos necessários para o lançamento do impeachment da presidente brasileira Dilma Rousseff. Pelo menos 342 deputados deviam votar a favor do impeachment para iniciar o processo.
Agora o processo de impeachment segue para análise do Senado. Durante dez dias, uma comissão especial irá analisar a decisão da Câmara dos Deputados, e depois esta comissão deve votar a favor ou contra o processo do impeachment.
Para ser aprovado, vai ser necessário o voto favorável de, no mínimo, 41 senadores. Se for instaurado, a presidente Dilma vai ter que se afastar do cargo por 180 dias, e o vice-presidente Michel Temer assume a Presidência da República. Vão ser necessários 54 votos dos 81 senadores para que o impeachment seja aprovado.
A oposição brasileira tenta alcançar o impeachment da presidente, apresentando ao Congresso uma demanda de demissão de Rousseff e de abrir um processo judicial contra ela. O processo acusa a líder brasileira de desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançar suspeitas de envolvimento de Dilma em atos de corrupção na Petrobras, que têm sido objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.
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