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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 28, 2016

Temer declara guerra as redes sociais

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Risco de Tsunami no litoral brasileiro, provoca medo nos paraibanos





Físico reafirma risco de tsunami no litoral da Paraíba Compartilhe 128 Físico reafirma risco de tsunami no litoral da Paraíba Desde o ano de 2007 os paraibanos são reportados para a necessidade de monitorar as marés, ocasião em que foi feito um alerta pelo saudoso professor do departamento de Geociência da UFPB, Paulo Rosa, para o risco de um megatsunami atingir o Atlântico. Dessa vez quem confirmou o risco foi o presidente do Departamento de Física da Universidade Syiah Kuala, de Banda Aceh, Indonésia, Nazli Ismail. Falecido no mês de junho de 2012, o professor universitário Paulo Rosa pontuava que o litoral da Paraíba não era tão seguro quanto se pensava, já que uma erupção no distante vulcão Cumbre Vieja(Pico velho), localizado na Ilha de La Palma, nas Canárias, poderia tecnicamente provocar um desmoronamento de grandes proporções, resultado em ondas que poderiam "viajar" em uma velocidade de até mil quilômetros por hora(em um ângulo de 360º), atingindo o litoral nordestino, apenas 8 horas após o início da catástrofe. "Não estamos deitados em berço esplêndido", disse rosa em sua última entrevista ao ClickPB, em agosto de 2011. Em entrevista a Rede de notícias portuguesa, RTP, Nazli foi questionado sobre a probabilidade deste megatsunami ocorrer nas próximas décadas, o geofísico acrescentou que "naturalmente" "os desastres pequenos acontecem frequentemente e os grandes acontecem raramente", mas, ainda assim, concordou que é "tecnicamente possível". Ainda em 2011, quando concedeu entrevista a nossa equipe, Rosa lamentava a falta de interesse das autoridades com o assunto. "Desde 2007 estamos tentando um convênio entre UFPB, Ministério da Ciência e Tecnologia, Marinha do Brasil e Governo do Estado, mas até hoje nada aconteceu", desabafava. Rosa alertou à época que é necessário que seja criado um plano de evacuação das cidades do litoral paraibano para que, no caso de um tsunami, vidas humanas não sejam perdidas. "Imaginemos que esta onda tivesse apenas um metro e a mesma ocorresse em uma maré 2.8, teríamos uma onda de quase 4 metros de altura e a maior parte do litoral paraibano não está mais de 3 metros acima do nível do mar". Segundo pesquisas do Reino Unido, divulgadas no início da década, as ondas geradas por este desastre podem passar dos 30 metros, mas sobre estes números Paulo Rosa desconversava. "Não posso afirmar nada disso sem dispor do equipamento adequado para que possamos fazer as projeções necessárias. Já houve um caso de ondas de mais de 30 metros atingindo o Canadá, justamente por um deslocamento de terra, mas é impossível fazer esta previsão sobre o Brasil, se não temos a estrutura mínima para os estudos", alertou o professor. Apesar do alerta, Rosa destacou na época que não existia motivo para pânico. "Apesar de não se saber quando ocorrerá esta catástrofe, o ideal é fazer o monitoramento do oceano e preparar a população para o caso de um tsunami, com informação e um plano de evacuação. Toda uma população tentando deixar o litoral por uma única BR é algo impraticável". * Clickpb. Vulcão Cumbre Vieja é um vulcão activo situado na ilha de La Palma, arquipélago das Canárias(Espanha), com 1949 metros de altitude. La Palma é uma ilha vulcânica oceânica. Atualmente é onde há a maior atividade vulcânica das Ilhas Canárias(carece de fontes). Erupções históricas do Cumbre Vieja ocorreram em 1470, 1585, 1646, 1677, 1712, 1949 e 1971. A sua última erupção ocorreu em 1971. O vulcão encontra-se atualmente sob monitoramento constante pelo fato de haver falhas na estrutura da ilha que o sustenta, o que implica numa possível catástrofe, caso ocorra uma forte erupção, que poderia causar o colapso ou desmoronamento desta ilha no leito oceânico, provocar um super terremoto e a formação de um megatsunami de caráter global, que poderá atingir toda costa leste das Américas, a costa oeste africana e todo litoral europeu ocidental. A British Broadcasting Corporation(BBC2 Channel) transmitiu o documentário "Megatsunami - Onda da Destruição", que sugeriu que um colapso futuro do flanco ocidental da Cumbre Vieja poderia causar um "megatsunami". Day et al.(1999) e Ward e Day(2001) formularam a hipótese de que durante uma erupção em um futuro indeterminado, a metade ocidental do Cumbre Vieja - cerca de 500 km³, com uma massa de cerca de 1,5 x 1015 kg - vai colapsar catastroficamente em um enorme deslizamento gravitacional e entrar no Oceano Atlântico, gerando um fenômeno chamado de "megatsunami". Os destroços vão continuar a viajar - como um fluxo de detritos, ao longo do leito do oceano. A modelagem por computador indica que a onda resultante inicial pode atingir uma amplitude local(altura) acima de 600 metros e um pico inicial de altura que se aproximaria de 2 km, e viajaria a cerca de 1000 quilômetros por hora(aproximadamente a velocidade de um avião a jato), inundando o litoral da África Ocidental em cerca de uma hora, o litoral sul do Reino Unido em cerca de 3,5 horas, e a costa leste da América do Norte em cerca de seis horas, altura em que a onda inicial teria diminuído em uma sucessão de pequenas ondas, cada uma com cerca de 30 a 60 metros de altura. Estas podem aparecer algumas centenas de metros de altura e vários quilômetros de distância, mas mantendo a sua velocidade original. Os modelos de Day et al. e Ward e Day sugerem que poderia inundar até 25 km do interior dos continentes. Isso iria prejudicar gravemente ou destruir as cidades ao longo de toda a costa leste da América do Norte. Os danos físicos levariam dezenas, se não centenas de anos, para serem reparados e restaurados. As economias dos países afetados igualmente levaria vários anos para retornar aos níveis pré-inundação. O mapeamento geológico detalhado mostra que a distribuição e a orientação das aberturas e diques de alimentação dentro do vulcão mudaram de um sistema de fenda tríplice(típicos da maioria dos vulcões em ilhas oceânicas), para um composto por uma fenda única norte-sul. Afirma-se que esta reorganização estrutural é uma resposta a padrões de estresse, associados com o desenvolvimento de uma falha de desprendimento possível, sob a oeste do flanco do vulcão. Siebert(1984) mostrou que tais falhas são devidas à intrusão de diques paralelos e sub-paralelos à rachadura. Eventualmente, a estrutura se torna instável e a falha catastrófica. Não há evidências de que a rachadura de 1949 estende-se em uma direção norte-sul ou que existe um plano de desligamento em desenvolvimento. A pesquisa ainda está em curso. Há controvérsias no entanto, sobre a ameaça apresentada pelo Cumbre Vieja. Indicações atuais são de que os deslizamentos recentes podem ter sido graduais e, portanto, não podem gerar tsunamis, a menos que aumentem em magnitude. Estudos de possíveis "megatsunamis" locais nas ilhas havaianas, estabeleceram diferenças entre os períodos da onda tsunami causada por deslizamentos de terra e pelas causadas por terremotos em zona de subducção, argumentando que um colapso similar no Havaí não comprometeria as costas da Ásia ou da América do Norte. Pesquisas de sonar em torno de muitas ilhas oceânicas vulcânicas, incluindo as Ilhas Canárias, Havaí, Ilha da Reunião, entre outras, têm mapeados os fluxos de detritos no fundo do mar. Muitos destes fluxos de detritos de cerca de 100 km de comprimento e de até 2 km de espessura, e contém mega-blocos misturados com detritos mais finos. Eventos de colapso lateral em estratovulcões, semelhante à atual ameaça representada pelo flanco ocidental do Cumbre Vieja, poderiam aumentar devido aos efeitos físicos do aquecimento global sobre a Terra, enquanto o tamanho ema frequência das erupções também tendem a aumentar. Matérias relacionadas 15.10.2009 - João Pessoa(PB) Risco de Tsunami no litoral brasileiro, provoca medo nos paraibanos






Castro J Joao compartilhou a publicação de João Carlos Dorea.
16 h
Desde o ano de 2007 os paraibanos são reportados para a necessidade de monitorar as marés, ocasião em que foi feito um aler...
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a saída é partir pra cima do STF e garantir a volta de Dilma para enterrar o golpe e seus efeitos.



Todo mundo que parou pra pensar sabe que a saída é partir pra cima do STF e garantir a volta de Dilma para enterrar o golpe e seus efeitos.
Isso pra garantir a democracia. Para MUDAR o país, SÓ FECHANDO O CONGRESSO E CHAMANDO AS REFORMAS.
Pra mim serve qualquer uma das duas opções, aceitar golpe é que é falta de vergonha na cara.
O deputado do PSOL apresentou-se como amicus curiae em ação movida por Dilma e alega inexistência de crime de responsabilidade
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terça-feira, setembro 27, 2016

INTELECTUAIS ASSINAM MANIFESTO CONTRA “AUTORITARISMO JURÍDICO”





Acadêmicos, ex-ministros, escritores e intelectuais se unem contra o "autoritarismo no uso seletivo e partidarizado praticado por setores do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal, estimulados pela grande mídia oligopolizada"; no texto, cerca de 800 nomes, como Paulo Sergio Pinheiro, Wanderley Guilherme dos Santos, Marco Lucchesi, Leonardo Boff, Bresser Pereira e Alfredo Bosi, apontam "indignação" contra "interpretações parciais de procedimentos judiciários, exacerbados e estimulados por um sentimento de ódio que tomou conta de setores privilegiados da sociedade brasileira"; "Já é passada a hora de a sociedade brasileira dar um basta a poderes que se colocam acima da lei, que atropelam direitos humanos e civis, e que estão induzindo o país a um conflito que pode ganhar enormes proporções", pedem no manifesto; leia a íntegra

247 - Um manifesto contra o "autoritarismo jurídico" e por um "basta a poderes que se colocam acima da lei" reúne cerca de 800 assinaturas de renomados acadêmicos, ex-ministros, escritores e intelectuais.

Em tempos de Lava Jato, o texto mostra "indignação" com o "autoritarismo no uso seletivo e partidarizado praticado por setores do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal, estimulados pela grande mídia oligopolizada".

O manifesto se coloca ainda contra "interpretações parciais de procedimentos judiciários, exacerbados e estimulados por um sentimento de ódio que tomou conta de setores privilegiados da sociedade brasileira".

"Já é passada a hora de a sociedade brasileira dar um basta a poderes que se colocam acima da lei, que atropelam direitos humanos e civis, e que estão induzindo o país a um conflito que pode ganhar enormes proporções", pedem intelectuais como Paulo Sergio Pinheiro, Wanderley Guilherme dos Santos, Marco Lucchesi, Leonardo Boff, Bresser Pereira e Alfredo Bosi.

Leia a íntegra:

Cidadania urgente: Basta de autoritarismo jurídico

Basta de autoritarismo no uso seletivo e partidarizado praticado por setores do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal, estimulados pela grande mídia oligopolizada.

É com indignação que nos manifestamos contra o rompimento continuado do estado democrático de direito no Brasil. Interpretações parciais de procedimentos judiciários, exacerbados e estimulados por um sentimento de ódio que tomou conta de setores privilegiados da sociedade brasileira, empurram nosso país para um retrocesso impensável e negam princípios básicos de respeito a uma ordem democrática tão duramente conquistada na luta contra a ditadura militar.

Tratar a política como crime e os políticos como criminosos é uma demonstração preocupante de ignorância quanto ao funcionamento das sociedades humanas e do lugar da política na construção dos fins da ação pública. Desrespeitar, de forma reiterada, o direito de defesa, coagir pela violência através de suposições de delitos não comprovados, condenar pela imprensa espetaculosa sem levar em conta um elemento central dos direitos civis, que é a presunção de inocência, que atribui ao acusador o ônus de provar a culpa e não o contrário, tudo isso fragiliza a cidadania diante de poderes que podem, facilmente, se tornar tirânicos.

Já é passada a hora de a sociedade brasileira dar um basta a poderes que se colocam acima da lei, que atropelam direitos humanos e civis, e que estão induzindo o país a um conflito que pode ganhar enormes proporções.

Assinaturas iniciais:

Paulo Sergio Pinheiro (cientista político, USP; relator de direitos humanos, ONU)
Wanderley Guilherme dos Santos (cientista político, IESP-UERJ, membro da Academia Brasileira de Ciência)
Marco Lucchesi (Letras-UFRJ, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras)
Leonardo Boff (teólogo)
José Miguel Wisnik (crítico literário, USP, músico)
Roberto Saturnino Braga (ex-senador, Presidente do Centro Internacional Celso Furtado)
Alfredo Bosi (crítico literário, IEA-USP, editor de Estudos Avançados)
Luiz Pinguelli Rosa (físico, COPPE-UFRJ)
Frei Beto (escritor)
Silke Weber (socióloga UFPE)
Hebe Mattos (historiadora UFF)
Ennio Candotti (físico, ex-presidente SBPC)
Joel Birman (psicanalista, UFRJ)
Luiz Alberto Gomez de Sousa (sociólogo, Universidade Cândido Mendes)
Carlos Morel (biólogo, FIOCRUZ)
Jurandir Freire Costa (psicanalista, UERJ)
Isabel Lustosa (historiadora, Casa Rui Barbosa)
Ricardo Rezende (antropólogo, Escola de Serviço Social - UFRJ)
Afrânio Garcia Jr. (antropólogo, École des Hautes Études en Sciences Sociales - Paris)
Cecília Boal (psicanalista, Teatro do Oprimido)
Moacir Palmeira (antropólogo, Museu Nacional – UFRJ)
Ivo Lesbaupin (sociólogo, ex-presidente da ABONG)
Heloísa Starling (historiadora UFMG)
José Ricardo Ramalho (sociólogo, IFCS, UFRJ)
Dulce Pandolfi (historiadora, CPDOC-FGV)
Adalberto Cardoso (sociólogo IESP-UERJ)
José Sergio Leite Lopes (antropólogo Museu Nacional-CBAE-UFRJ)
Regina Novaes (antropóloga, UFRJ)
Beatriz Heredia (antropóloga, IFCS-CBAE-UFRJ)
Agostinho Guerreiro (engenheiro, ex-presidente do Clube de Engenharia)
Elina Pessanha (antropóloga, IFCS-UFRJ)
Lígia Dabul (antropóloga UFF)
José Roberto Novaes (economista, cineasta, UFRJ)
Patrícia Birman (antropóloga, UERJ)
Sarah Telles (socióloga, PUC-Rio)
Rosilene Alvim (antropóloga, IFCS-UFRJ)
Regina Morel (socióloga, IFCS-UFRJ)
Charles Pessanha (cientista político, UFRJ)
Neide Esterci (antropóloga IFCS-UFRJ)
Ana Heredia (bióloga, editora revistas científicas)
Alba Paiva (psicanalista)
Oscar Acselrad (engenheiro, UFRJ)
Michael Lowy (sociólogo, diretor de pesquisa do CNRS, França)




O relator para a Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Edison Lanza, considera que a violência contra jornalistas e a falta de políticas sobre diversidade e pluralismo nos meios de comunicação do Brasil são problemas para a democracia brasileira; neste ano, a Globo tem sido alvo de protestos constantes por sua associação com o golpe parlamentar de 2016

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil

O relator para a Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Edison Lanza, considera que a violência contra jornalistas e a falta de políticas sobre diversidade e pluralismo nos meios de comunicação do Brasil são problemas para a democracia brasileira.

No entanto, Lanza citou como exemplos positivos no país o Marco Civil da Internet e a Lei de Acesso a Informação. As declarações ocorreram no debate A Situação da Liberdade de Expressão no Brasil, organizado pela Ong Artigo19 e feito, na noite de hoje (26), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

“Nos últimos anos, o Brasil mostra avanços interessantes sobretudo em matérias sobre acesso a informação pública e a lei do Marco Civil da Internet. A lei do direito de resposta é muito importante também. Persistem desafios e há temas que não foram superados: a violência contra jornalistas marcada por assassinatos, por intimidação, e há impunidade desses crimes”, disse o relator.

Publicação

Na ocasião também foi lançada uma publicação em português com um compilado de todos os capítulos dos Relatórios Anuais da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) destinados à análise da situação brasileira do período entre 2000 e 2015. Antes, o material só estava disponível em inglês e espanhol.

Lanza também demonstrou preocupação com interferências do governo federal na direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), como a extinção do Conselho Curador, e com a conversão da Controladoria-Geral da União (CGU) em Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. Ele considera as duas ações um retrocesso.

“O Brasil havia avançado na comunicação pública, através do fortalecimento da EBC, da televisão pública, agora há uma série de medidas que manifestamos preocupação porque há retrocessos”, disse, acrescentando que há uma situação de monopólio das empresas de comunicação no país. “O relatório das Nações Unidas mostra que é importante manter a autonomia e independência da televisão pública. Agora recebemos a notícia que foi cassado o conselho consultivo [Conselho Curador] da TV pública brasileira que teria participação da sociedade civil e isso tem repercussão na linha editorial, na programação”.

Manifestações

A repressão violenta por parte do estado contra manifestantes também foi citada pelo relator da OEA. Segundo ele, há uso desproporcional da força pra reprimir protestos, supressão de materiais, inclusive de jornalistas e vigilância de líderes de movimentos sociais, enquanto o que deveria ocorrer era facilitar e proteger aqueles que estão exercendo seu direito de manifestar, como deveria ser em uma democracia.

“Hoje mais do que nunca é importante retomar a defesa da liberdade”, disse. “Vários temas me preocupam. O exercício de manifestação por um lado, por outro o uso excessivo da força, sobretudo sobre grupo específico vulneráveis como estudantes, os defensores da terra, as mulheres. E aos jornalistas que cobrem as manifestações, que cumprem função fundamental para mostrar o que está se passando”, disse.




Por Altamiro Borges

Depois do ator-pornô Alexandre Frota, o covil golpista tem novos conselheiros de alto padrão intelectual. Segundo reportagem de Mônica Bergamo, publicada na Folha desta sábado (24), “o governo de Michel Temer está chamando movimentos sociais que apoiaram o impeachment para ajudá-lo a pensar na melhor forma de tornar as reformas da Previdência e do trabalho palatáveis à maioria da população. O Movimento Brasil Livre [MBL] está na lista. Um dos líderes do movimento, Renan Santos, se reuniu na quinta-feira (22) com Moreira Franco, que é secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, mas ocupa espaço cada vez maior na área da comunicação de Michel Temer, substituindo Eliseu Padilha, da Casa Civil. Novo encontro pode ocorrer na próxima semana, desta vez com as agências de publicidade que detêm a conta do governo”.

Ainda de acordo com a matéria, a ideia do governo “é aproveitar a ‘expertise de mobilização, a sensibilidade, o fato de o MBL estar sentindo o pulso das ruas’ para que eles ajudem a formular uma política de comunicação das propostas, inclusive nas redes sociais. Renan Santos diz não saber ainda se haverá encontro com o governo na próxima semana, mas afirma que não acha ‘má ideia’ o MBL ajudar a administração federal, ‘se for para apoiar as reformas e desde que elas não sejam abrandadas pela pressão de alguns grupos’”. Ainda como presidente interino, Michel Temer se jactou que “eu sei lidar com bandidos”. Ele poderia aproveitar para esclarecer as denúncias que pesam contra o líder do MBL, que responde a mais de 60 processos na Justiça e sofre cobranças de R$ 4,9 milhões. 

O usurpador poderia até se basear nas denúncias feitas pela própria Folha – e agora esquecidas pelo jornal golpista – em maio passado. Vale conferir a reportagem:

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Líder do MBL responde a mais de 60 processos e sofre cobrança de R$ 4,9 mi

Por Pedro Lopes e Vinícius Segalla – 08 de maio de 2016

Renan Antônio Ferreira dos Santos, um dos três coordenadores nacionais do MBL (Movimento Brasil Livre), entidade civil criada em 2014 para combater a corrupção e lutar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), está envolvido em problemas na Justiça. Ele é réu em, pelo menos, 16 ações cíveis e mais 45 processos trabalhistas, incluindo os que estão em seu nome e o das empresas de que é sócio. Ele nega irregularidades.

As acusações incluem fechamento fraudulento de empresas, dívidas fiscais, fraude contra credores, calote em pagamento de dívidas trabalhistas e ações de danos morais, num total de R$ 4,9 milhões. Além disso, o movimento está sofrendo uma ação de despejo de sua sede nacional, localizada em um prédio na região central de São Paulo, por se recusar a deixar o imóvel mais de um ano após o pedido de devolução por parte de seu proprietário.

O imóvel e o aluguel estão em nome de Stephanie Santos, irmã de Renan Santos. No mesmo local, funciona a produtora de vídeos NCE Filmes, comandada por Stephanie e seu outro irmão, Alexandre Santos, que é responsável pela produção de todo material gráfico e de vídeo do MBL. Também está no nome da irmã a conta bancária em que o movimento recebe dinheiro de doadores interessados em auxiliar a entidade.

Fornecedores e bancos processam

Composto em sua maioria por jovens de formação liberal, o Movimento Brasil Livre tem em Renan seu coordenador mais velho: 32 anos. Há processos movidos contra ele e empresas das quais participa desde 1998.

Renan e seus irmãos são réus em, pelo menos, 16 processos na área cível. São processos de cobrança de dívidas já consideradas líquidas e certas pelo Poder Judiciário. Juntas, somam mais de R$ 3,4 milhões. São fornecedores que deixaram de ser pagos, bancos que não receberam de volta empréstimos concedidos, empresas que foram fechadas de forma, segundo a Justiça, fraudulenta, e buscas frustradas de oficiais de Justiça por bens devidos. 

Na maioria dos processos, o tempo para a empresa se defender já passou, e a cobrança que está sendo realizada na Justiça não tem resultado porque os tribunais não encontram valores nem nas contas das empresas, nem nas de seus proprietários.

Em entrevista ao UOL, Renan admite que deve, e afirma que se trata de pendências advindas de sua atuação como empresário, geradas "pela dificuldade que existe na atividade empresarial no Brasil".

Além dessas ações cíveis, a Martin Artefatos de Metal, empresa de que Renan é sócio, possui 45 processos trabalhistas nos tribunais de São Paulo e Campinas. Eles acumulam condenações que ultrapassam R$ 1,5 milhão.

Em mais da metade, as condenações se deram em processos que correram à revelia. Ou seja, nem Renan nem nenhum outro sócio se manifestaram no processo. Depois de condenados, com o início do processo de execução, a Justiça chegou a decretar o bloqueio das contas bancárias da empresa, mas nelas não encontrou dinheiro. Foi decretada, então, a penhora de bens da empresa, que irão a leilão para levantar os valores devidos.

Sobre a Martin, Renan nega que exista irregularidades e disse que a família "já comprou [a empresa] com dívida". "Comprei para tentar recuperar. A gente já fez inúmeros acordos e está tentando tocar. O que há são dívidas, assim como inúmeros empresários têm dívidas. Eu sou mais um dos milhões de pessoas que tentaram empreender no Brasil e não conseguem."

Ação de despejo

Em relação à sede do MBL, o imóvel é alvo, desde janeiro, de uma ação de despejo na 31ª Vara Cível de São Paulo. A proprietária, Lrbo Adm de Imóveis Ltda, pediu a desocupação do imóvel em outubro do ano passado, mas não teve resposta e entrou com a ação.

Renan admite a existência da ação de despejo, embora tente desvincular o MBL da sede na avenida Brigadeiro Luiz Antônio. "O MBL não tem sede. A gente usa lá, mas lá é uma produtora [a NCE Filmes]."

Ele diz que a entidade sofre cerceamento. "A gente nunca conseguiu abrir um escritório do MBL, existe uma perseguição contra nós. A gente paga o aluguel lá absolutamente em dia, mas é apenas convidado de honra lá. Agora, teremos que achar uma nova sede". Em publicações oficiais do MBL, porém, o endereço consta como "sede nacional" do movimento.

Execução de dívidas 

A dona da conta bancária utilizada pelo MBL para receber doações, Stephanie, irmã de Renan, é ré em dois processos de execução por dívidas, que totalizam cerca de R$ 10 mil. A Justiça busca agora meios de fazer com que a ré pague o que deve. As ações são referentes à empresa Nórdica Industria e Tecnologia, de que Stephanie foi proprietária.

Já o irmão Alexandre é réu em sete processos, sendo seis deles execuções por dívida. A Justiça não conseguiu encontrá-lo para realizar a citação judicial de cobrança.

Procurado pela reportagem na sede da NCE Filmes, Alexandre não foi encontrado para comentar as ações judiciais. O UOL também procurou Stephanie na sede da NCE Filmes e também por meio de seu advogado, André Rodrigues Duarte. Ela não foi encontrada na empresa, e seu advogado preferiu não comentar o assunto. Já Renan Santos diz desconhecer as buscas judiciais dos irmãos.

Fraudes contra credores

Os processos que têm Renan como réu incluem casos de dívida fiscal, fraudes contra credores e até dano moral. Pelo menos nove deles já chegaram na fase de penhora de bens, e acabaram suspensos após a Justiça não conseguir encontrar nenhum bem no nome dos réus. Ao buscar recursos nas contas de Renan, a Justiça encontrou somente R$ 9.

"Não fizemos nenhum crime. O que temos são ações de cobrança na área cível e na área trabalhista, não há nada de errado", disse o empresário.

Em outro caso, um estacionamento cobra a quantia de R$ 20 mil por um veículo da empresa Martin Artefatos que foi abandonado no local – nem a empresa nem Renan foram encontrados; segundo relato do oficial de justiça, o imóvel no qual foram procurados está "fechado e com aspecto de abandono".

O carro em questão ainda é alvo de outros 17 processos trabalhistas e um por sonegação fiscal, e está impedido de circular. Os réus já foram condenados na ação, mas não foram encontrados para serem intimados a pagar.

Renan disse não saber detalhes do processo e que iria consultar seu advogado. "Mas a empresa tem tempo para se defender", disse.

Militância pelo impeachment

Ao longo do processo de impeachment, o MBL militou pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff. Além de acompanhar o processo diretamente da Câmara dos Deputados, através de Renan e de outro coordenador nacional, Kim Kataguiri, o movimento adotou como estratégia a divulgação de celulares de deputados para que pudessem ser alvo de pressão em favor do impeachment.

O movimento também fez muitas críticas à mídia, o que resultou em uma ação por danos morais, do jornalista da Globo José Roberto Burnier, e que tem como réu Renan.

Burnier pede indenização por dois vídeos com críticas gravados por Renan, um post no qual teria sido chamado de canalha e uma montagem envolvendo a imagem de uma prostituta, com o objetivo de questionar sua cobertura do processo e impeachment. No caso, Renan se defende alegando que não foi autor das montagens, e que não responde pelo MBL, que conta com um número grande de membros.

Filiação no PSDB e atuação em campanha política

A atuação como líder nacional do MBL não é a primeira atividade política de Renan Santos. De 2010 ao ano passado ele foi filiado ao PSDB. Sua entrada no partido, conforme explica, teria se dado apenas para combater o governo do PT no Executivo federal.

"Entrei no partido para combater o governo da Dilma, achei que seria uma forma de contribuir para a oposição. Mas nunca fui atuante, nunca fui a plenárias, encontros. No ano passado, eu resolvi sair".

Santos também trabalhou na campanha do então candidato a deputado estadual Paulo Batista (PRP/SP), em 2014. O político se tornou conhecido pela campanha com vídeos em que lançava, com seus olhos, um "raio privatizador" em empresas estatais, como se fosse um "super-herói do capitalismo".

Batista não foi eleito. Os vídeos da campanha eram produzidos por Alexandre Santos, e Renan chegou a participar de um deles, fazendo o papel de um líder comunista que foge dos raios privatizadores.