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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 29, 2010








O 12o Festival do Cinema Brasileiro em Paris, que começa no próximo dia 5, vai homenagear Chico Buarque de Holanda, que tem apartamento na cidade e sempre anda por aqui.

A revista Brazuca - uma publicação produzida por brasileiros, que circula na França e na Bélgica - aproveitou o ensejo e fez edição especial sobre ele, com entrevista exclusiva.

O bate-papo é muito leve, fluido e bem-humorado. Numa das partes, Chico afirma: "Eu confesso: vou votar na Dilma porque é a candidata do Lula e eu gosto do Lula

Chora psdbpartsódebun


Capa da Revista Times
Presidente Lula é o primeiro na categoria 'leaders'. Obama ficou em quarto lugar na mesma relação
Presidente Lula foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça o ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.

No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente Lula de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.

Outras homenagens
Lula já havia recebido outras homenagens de jornais e revistas importantes no cenário internacional. Em 2009, foi escolhido pelo jornal britânico "Financial Times" como uma das 50 personalidades que moldaram a última década.

Também foi eleito o "homem do ano 2009" pelo jornal francês 'Le Monde', na primeira vez que o veículo decide conferir a honraria a uma personalidade. No mesmo ano, o jornal espanhol 'El País' escolheu Lula o personagem do ano. Na ocasião, Zapatero redigiu o artigo de apresentação do Presidente e disse que Lula 'surpreende' o mundo.




Lula encabeça lista de líderes que mudaram o mundo em 2010
29 de abril de 2010 • 10h29 • atualizado às 11h11



Para revista, Lula é filho genuíno da classe trabalhadora
Foto: Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encabeça a lista de líderes na edição da revista americana Time das 100 pessoas que mais influenciaram o mundo em 2010, publicada nesta quinta-feira. No texto escrito pelo cineasta Michael Moore, a revista diz que Lula tem lições a dar aos Estados Unidos.

O texto chama Lula de "um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina" e cita as dificuldades vividas pelo presidente no passado, como a necessidade de abandonar a escola na 5ª série para trabalhar como engraxate e o acidente de trabalho que o fez perder um dos dedos da mão.

Para o cineasta, um dos motivos que levaram Lula a entrar na carreira política foi a morte de sua mulher durante o oitavo mês de gestação, por não receber atendimento médico adequado. "Eis uma lição para os bilionários de todo mundo: deixem o povo ter um bom serviço de saúde, e ele irá lhes causar muito menos problemas", diz o texto.

Segundo Moore, Lula trabalha para diminuir as desigualdades sociais no Brasil, enquanto os Estados Unidos enfrentam uma situação de concentração de renda cada vez maior. "O que Lula quer para o Brasil é o que nós costumávamos chamar de 'sonho americano'", diz o texto. "Paradoxalmente, os Estados Unidos, onde a população 1% mais rica detém mais riqueza financeira do que o conjunto dos 95% mais pobres", estão se transformando em uma sociedade que está se encaminhando rapidamente para um cenário semelhante ao brasileiro.

"A grande ironia da presidência de Lula (...) é que mesmo quando tenta impulsionar o Brasil para o Primeiro Mundo com programas sociais como o Fome Zero, destinado a acabar com a fome, e planos para melhorar a educação disponível à classe trabalhadora, os EUA se parecem a cada dia mais com o Terceiro Mundo", diz o cineasta.

Entrevista de LULA a TV Libanesa LBC em 6 partes






Lula e Chávez assinam 21 acordos bilaterais de cooperação


Lula e Chávez assinam 21 acordos bilaterais de cooperação

O presidente Lula, e o da Venezuela, Hugo Chávez, assinaram na quarta (28), em Brasília, 21 acordos bilaterais de cooperação.

Os acordos vão desde o fornecimento de tecnologia para aprimoramento da produção de milho, soja e carne até uma carta de intenções que se destina à questão dos sobrevoos nos dois países. No momento de crise energética na Venezuela, o Brasil se comprometeu também a colaborar para o fornecimento de energia ao país.

Nos últimos meses, a Venezuela vive o agravamento da crise energética acentuada pelo desabastecimento de alguns alimentos e também de água. Os acordos de cooperação com o Brasil contribuem para minimizar essas dificuldades.

Lula e Chávez trocaram elogios mútuos e lembraram que já se encontraram por 19 vezes.

“Estou terminando meu mandato e a Venezuela se transformou em um parceiro excepcional. Lá, os empresários brasileiros estão fazendo investimentos e ganhando dinheiro e melhorando a economia venezuelana”, disse Lula.

“Quero agradecer a Lula por tudo e por esse impulso nesses oito anos [de mandato dele no Brasil]. Antes, a relação do Brasil com a Venezuela era quase nula”, reagiu Chávez.

No encontro de hoje, os presidentes assinaram ainda um acordo entre o Banco da Venezuela e a Caixa Econômica Federal (CEF) para aumentar o acesso a serviços bancários nos dois países, e implementar uma versão venezuelana do programa "Minha Casa, Minha Vida"

Também foi assinado um ato que define a ampliação da venda de nafta, um derivado de petróleo, da empresa brasileira Brasken para a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA). Atualmente, a empresa brasileira vende 500 mil toneladas do produto à Venezuela. O objetivo do novo acordo é aumentar as vendas para 750 mil toneladas.

Com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Lula e Chávez definiram que será realizada uma parceria para efetivar pesquisas agropecuárias na Venezuela e também para adiantar projetos que buscam a ampliação da colheita de soja na região de Valle de Quibor, no estado de Lara.

Segundo Chávez, no ano passado, o comércio bilateral entre o Brasil e a Venezuela aumentou em 200% e deverá crescer ainda mais a partir da exportação de nafta. Segundo ele, alguns dos contratos e acordos que serão assinados hoje em Brasília estão sendo preparados entre Brasil e Venezuela há três anos. O comércio bilateral entre os dois países envolve cerca de US$ 5 bilhões anuais. (Da Agência Brasil)

quarta-feira, abril 28, 2010




Com o título original For Brazil, It’s Finally Tomorrow

“How the country of the future has at last made it—and what remains to be done”
O The Wall Street Journal publicou a matéria reproduzida e traduzida pelo Estadão


O diário norte-americano The Wall Street Journal publica nesta segunda-feira um caderno especial sobre o Brasil abrangendo “da sua notável moeda forte e seu explosivo mercado de ações até o ardente debate sobre um astro do futebol [o Ronaldinho Gaúcho]”.
“Para o país do futuro, finalmente é amanhã”, diz a chamada da reportagem principal. “O Brasil virou a esquina e agora é uma nação de peso, ambição e fundamentos econômicos para se tornar uma potência mundial. Mas o país tem enormes desafios que precisa enfrentar até aproveitar integralmente esse potencial.”
Entre os obstáculos que o Brasil tem a encarar, o jornal cita a corrupção “cravejada” no País, o “crime galopante”, a “infraestrutura em mau estado” e o “ambiente de negócios restritivo (”com um código trabalhista arrancado das cartilhas econômicas de Benito Mussolini”). Ainda há ”trabalhos colossais” a serem feitos, diz a reportagem, assinada pelo correspondente Paulo Prada.
Uma das reportagens trata das eleições deste ano e conclui que os brasileiros “querem mais do mesmo”. No plano internacional, o jornal escreve que “de repente”, o que o Brasil fala passa a ter importância no exterior, mas afirma que o País “escorrega no palco global”.
O jornal traz textos, ainda, sobre o projeto de expansão do BTG Pactual (um dos maiores bancos de investimento do País), o crescimento e os desafios da Embraer, a tentativa do governo de resolver os problemas das conexões de internet no País, a dupla de artistas conhecida como Os Gêmeos os restaurantes de São Paulo, eventos culturais e dados estatísticos.
O Brasil foi escolhido como o primeiro de uma série de países que serão objetos de reportagens do caderno “The Journal Report”. O objetivo do jornal, diz a “Nota do Editor”, é dar aos leitores “uma compreensão sobre um dos mais vibrantes e importantes lugares do mundo hoje”.

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Capa do caderno especial: ‘finalmente é amanhã’ (imagem: reprodução)

Brasil tem peso para virar potência mundial, diz Wall Street Journal

O diário norte-americano The Wall Street Journal publica nesta segunda-feira um caderno especial sobre o Brasil abrangendo “da sua notável moeda forte e seu explosivo mercado de ações até o ardente debate sobre um astro do futebol [o Ronaldinho Gaúcho]”.

“Para o país do futuro, finalmente é amanhã”, diz a chamada da reportagem principal. “O Brasil virou a esquina e agora é uma nação de peso, ambição e fundamentos econômicos para se tornar uma potência mundial. Mas o país tem enormes desafios que precisa enfrentar até aproveitar integralmente esse potencial.”

Entre os obstáculos que o Brasil tem a encarar, o jornal cita a corrupção “cravejada” no País, o “crime galopante”, a “infraestrutura em mau estado” e o “ambiente de negócios restritivo (”com um código trabalhista arrancado das cartilhas econômicas de Benito Mussolini”). Ainda há ”trabalhos colossais” a serem feitos, diz a reportagem, assinada pelo correspondente Paulo Prada.

Uma das reportagens trata das eleições deste ano e conclui que os brasileiros “querem mais do mesmo”. No plano internacional, o jornal escreve que “de repente”, o que o Brasil fala passa a ter importância no exterior, mas afirma que o País “escorrega no palco global”.

O jornal traz textos, ainda, sobre o projeto de expansão do BTG Pactual (um dos maiores bancos de investimento do País), o crescimento e os desafios da Embraer, a tentativa do governo de resolver os problemas das conexões de internet no País, a dupla de artistas conhecida como Os Gêmeos (veja galeria de imagens), os restaurantes de São Paulo, eventos culturais e dados estatísticos.

O Brasil foi escolhido como o primeiro de uma série de países que serão objetos de reportagens do caderno “The Journal Report”. O objetivo do jornal, diz a “Nota do Editor”, é dar aos leitores “uma compreensão sobre um dos mais vibrantes e importantes lugares do mundo hoje”.

Governo define prioridades do Programa Nuclear Brasileiro

A conquista da autossuficiência na produção industrial de urânio enriquecido, a construção de novas usinas para produção de energia elétrica e o desenvolvimento de um reator multipropósito foram definidos como prioritários hoje por um grupo de especialistas reunidos em Brasília para tratar do futuro do programa nuclear brasileiro.
“O Brasil tem as condições ideais para se tornar um supridor confiável de urânio enriquecido nos próximos anos porque domina a tecnologia e tem amplas reservas de urânio”, disse o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, na abertura do encontro.
O encontro “Rumo a 2022: desafios estratégicos para o programa nuclear brasileiro”, promovido pela SAE, encerrado hoje, contou com a participação de especialistas que enfatizaram a necessidade de transformar a política nuclear em uma política de Estado.
A prioridade de se levar adiante a política nuclear, sobre cujas ações e metas houve elevado consenso durante o Seminário promovido pela SAE, permitirá a necessária continuidade no suprimento de recursos financeiros indispensáveis ao desenvolvimento de diversas aplicações pacíficas da tecnologia nuclear.
A autossuficiência no ciclo industrial, estimada para 2014, permitirá ao Brasil tornar-se um supridor internacional confiável de serviços de conversão e de enriquecimento de urânio.
Mantida a continuidade dos programas em curso, o Brasil terá condições de suprir as próprias necessidades de combustível nuclear. Isso significa aproveitar-se de sua condição de sexto produtor mundial de urânio para abastecer a usina de Angra 3, cuja entrada em operações está prevista para 2015, e no mínimo outras quatro usinas, a serem construídas no Nordeste e Sudeste até 2030. Segundo dados recentes, a partir de 2025 a energia nuclear será a fonte mais barata para complementar a produção hidroelétrica do país.
Além disso, o País terá condições de exportar urânio enriquecido. Estima-se um grande crescimento da demanda mundial pelo produto nos próximos 20 anos. A partir de 2020, a capacidade instalada no mundo poderá não atender à demanda.
O Seminário abordou também a escassez de molibdênio no mercado internacional, em conseqüência da suspensão de operações de reatores no Canadá e na Holanda. Esse fato ocasionou uma alta de 400% nos preços do produto, do qual se extrai o tecnécio 99, utilizado em aparelhos de tomografia, em exames de cintilografia e na produção de fármacos.
Essa conjuntura acentuou a relevância do projeto de construção do Reator Multipropósito Brasileiro, que envolve instituições vinculadas aos ministérios de Ciência e Tecnologia e Defesa, além de instituições acadêmicas. O projeto tem custo estimado em US$ 500 milhões, a serem desembolsados em cinco anos.



A Venezuela está disposta a iniciar o desenvolvimento de sua primeira central nuclear, “com objetivos pacíficos”, revelou nesta sexta-feira o presidente Hugo Chávez, ao firmar acordos de cooperação com o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que visita Caracas.
“Conversamos sobre o tema e estamos dispostos a iniciar o primeiro projeto para uma central de energia nuclear, obviamente com fins pacíficos”, declarou Chávez.
Putin chegou hoje a Caracas para uma visita oficial e após um longo dia de trabalho, os dois líderes firmaram cerca de 30 acordos, nas áreas de energia, petróleo, tecnologia e defesa.
A Venezuela é um dos principais parceiros econômicos e políticos da Rússia na América Latina, e os dois governos já firmaram numerosos acordos nos últimos anos em matéria energética e de defesa.
Segundo Chávez, Venezuela e Rússia estão desenvolvendo “uma nova equação” no âmbito das relações bilaterais.
“Tenho que agradecer seu apoio ao projeto bolivariano”, disse Chávez a Putin.
Entre 2005 e 2007, Caracas firmou contratos para a compra de armas russas no valor total de 4,4 bilhões de dólares, incluindo caças Sukhoi, helicópteros de combate e fuzis de assalto Kalashnikov.