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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, maio 10, 2010
Não acredito nessa política de recado
Dando aula de civilidade.
blog do bourdoukan
"Se você conversar com o presidente Barack Obama, com o presidente Sarkozy, com a primeira-ministra Angela Merkel, com o primeiro-ministro Berlusconi, se você conversar com o Gordon Brown, com quem quer que seja, nenhum deles chamou o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para conversar.
As pessoas são políticas e ficam fazendo política por terceiros. É o quarto escalão, é o quinto escalão que vem negociar. Eu, como nasci na política, meu negócio é olho no olho. Eu defendo o direito de o Irã ter o mesmo tratamento que o Brasil tem e, portanto, o mesmo comportamento que o Brasil tem, nem mais nem menos.
Não acredito nessa política de recado, nessa política terceirizada, nessa política em que os técnicos trabalham. Eu, que sou político, vou lá pessoalmente dizer ao presidente do Irã o que eu penso, o que eu acho, como eu já disse para o Obama, para o Sarkozy, para a Angela Merkel".
* Lula recebe o prêmio Campeão do Mundo na Batalha Contra a Fome, concedido pela ONU
* Lula recebe o prêmio Campeão do Mundo na Batalha Contra a Fome, concedido pela ONU
Lula recebe o prêmio "Campeão do Mundo na Batalha Contra a Fome", concedido pela ONU
Após receber o prêmio da ONU “Campeão do Mundo na Batalha Contra a Fome”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (10) que foi o consumo das classes menos favorecidas um dos responsáveis pelo fortalecimento da economia nacional, que se descolou do cenário internacional e sofreu menos com os efeitos da crise econômica mundial.
“A classes D e E do Norte e do Nordeste consumiram mais que as classes A e B do Sul e Sudeste, ou seja, os pobres foram à luta para comprar. (...) O que nós fizemos foi garantir um pouquinho para muita gente. E os pobres, que antes ficavam à margem, viraram gente de classe média e compraram coisas que só parte da classe media podia comprar”, destacou o presidente, durante a abertura da reunião Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar.
Mais uma vez, o presidente frisou que a soberania de uma nação só se conquista com a independência alimentar e que não se arrepende de ter alocado dinheiro aos mais pobres porque os programas assistenciais, na visão dele, não desestimulam os cidadãos a trabalhar, mas lhe dão força para trilhar suas vidas.
“Quem tem fome não pensa. A dor de estômago é maior do que muita gente imagina. E pessoa que têm fome não viram guerreiro, viram pedinte. A fome não faz guerreiro, faz o ser humano subserviente, humilhado e sem força para brigar contra seus algozes”, exemplificou.
Em seu discurso de improviso, Lula ressaltou que um dos “milagres” que aconteceram no Brasil, durante sua gestão, foi aumentar o valor do salário mínimo, que antes equivalia a 1,4 cesta básica e, atualmente, é avaliado em 2,4 cestas básicas. O presidente afirmou ainda que a “inflação está totalmente controlada”.
"Precisamos garantir a cada cidadão do país que ele possa ter o café da manhã, o almoço e o jantar de cada dia", continua Lula. "Se os dirigentes políticos no mundo não estiverem, cotidianamente, comprometidos com as pessoas que estão em piores situações em seu Estado, em seu país, fica mais difícil tomar decisão em benefício dos mais pobres. A verdade é que normalmente somos eleitos pelos mais pobres, mas quando ganhamos as eleições quem tem acesso aos gabinetes são os mais ricos."
Lula destacou a necessidade de reforma do Comitê de Segurança Alimentar, para que se torne mais representativo e que a cooperação com os países africanos deve ser ampliada após a aprovação do projeto de lei que deve encaminhar ao Congresso, permitindo que a Embrapa realize projetos países estrangeiros.
O mandatário defendeu ainda que os países mais ricos contribuam para melhoria na qualidade de vida e invistam em agricultura nos países africanos, pois, assim, eles passaram a ser “um mercado extraordinário de consumidores” para quem dispõe de produtos de alta tecnologia.
Cooperação Brasil-África
Já o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que a Reunião Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, no Itamaraty, pode levar à execução de medidas que reduzam as dificuldades enfrentadas pelos países em desenvolvimento no mercado externo.
“Esta aproximação nos tornará mais fortes para enfrentar as distorções no comércio internacional”, afirmou ele, referindo-se à existência de barreiras comerciais e imposições de subsídios principalmente sobre os produtos agropecuários.
Em seguida, Amorim afirmou que é um grande orgulho “copatrocinar” um evento como esse. “A África sempre esteve no nosso coração e no nosso espírito. Hoje temos grandes investimentos na África”. O chanceler lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou mais de 20 países africanos em busca de ampliar relações multilaterais.
Participam da reunião hoje, no Itamaraty, representantes dos países africanos, ministros e especialistas. Eles discutirão alternativas para a promoção da agricultura, da segurança alimentar e do desenvolvimento rural a fim de intensificar a cooperação entre o Brasil e os países africanos.
De acordo com o Itamaraty, a cooperação técnica com a África tem aumentado nos últimos anos. Apenas os países africanos recebem atualmente cerca de 60% dos recursos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). Há 50 projetos na área de segurança alimentar operados pela ABC, em 18 países africanos.
Fome Zero na África
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, elogiou hoje (10) o programa Fome Zero. Segundo ele, o programa deve ser exportado para os países africanos com o objetivo de garantir a segurança alimentar e a qualidade de vida para quem vive nesses países. De acordo com Diouf, a FAO garante os financiamentos e a tecnologia necessários para a execução dos projetos.
“A intenção de executar versões do Fome Zero é importante para o desenvolvimento e levar adiante a experiência e a tecnologia desse programa para avançar nos projetos de segurança alimentar”, disse Diouf, que participa da Reunião Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, no Itamaraty.
De acordo com o diretor-geral da FAO, programas como o Fome Zero são um exemplo para o resto do mundo. “Essa iniciativa tem reduzido a pobreza e estimulado uma série de ações. Já reduziu em 28% a fome, de 2004 a 2006”, disse ele.
*Com informações da Agência Brasil
Lula no mundo
Na capa do "El País" "É preciso mudar a ONU. Do jeito que está não vai servir para o governo global". O longo perfil/entrevista escrito por Juan Luis Cebrián, presidente do grupo Prisa, que edita o jornal, sob os enunciados internos "Lula: o Carnaval e não a guerra" e "Um socialismo do sentido comum", começa comparando Lula a Sancho Pança, como elogio, e termina afirmando que ele deixa o governo em dezembro para ser lembrado como Abraham Lincoln e Nelson Mandela.
Na capa da revista francesa "Le Point" desta semana, um especial de 21 páginas sobre o Brasil, "O novo Eldorado", com perfis de Lula e Eike Batista, o novo cotidiano no morro Santa Marta, no Rio, mais uma entrevista com o cineasta de "Mondovino", há cinco anos morando no país
O indiano "The Hindu" destacou no alto da página de opinião, ao lado dos editoriais, o artigo "Lula e o momento brasileiro", do diplomata e acadêmico chileno Jorge Heine. Ecoa a "Time", elogios a Celso Amorim e fecha dizendo que "Lula liderou o Brasil na afirmação de sua autonomia e independência, dando suas próprias condições para lidar com a ordem mundial em mudança. Ele é o melhor exemplo do poder da ação e da iniciativa na política externa".Na mesma direção, do indiano "Hindustan Times" ao chinês "Diário do Povo", noticiou-se a entrega a Lula do título "Campeão Global na Batalha contra a Fome", hoje, pelo programa da ONU para alimentação.
Enquanto isso...a nossa imprensa...
O "Jornal Nacional" não deu na escalada, ao contrário de "SBT Brasil" e demais, o socorro do Brasil à Grécia. O Brasil vai emprestar dinheiro para amenizar a situação da Grécia.Por outro lado, longo perfil de Nouriel Roubini, sábado no "Financial Times", sublinhou o alerta para que europeus e "até os EUA" aprendam com Brasil e outros como lidar com crise de dívida. Os antigos "pupilos" têm hoje melhor relação dívida/PIB do que os "professores"...Do coleguinha Nelson de Sá
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Dilma no RJ explana para brasileiros e estrangeiros sobre oportunidades de investimentos e infraestrutura brasileira
Nesta segunda-feira (10), Dilma Rousseff visita o Rio de Janeiro, onde fará palestra no seminário internacional sobre infraestrutura ("Brazil Infrastructure Summit") promovido pelos jornais "Valor Econômico" (brasileiro) e "Financial Time" (Inglês).
Medidas de estímulo e um mercado interno forte deram ao Brasil uma posição de destaque no cenário internacional após a crise financeira global, chamando a atenção de investidores de todo o mundo pelo país oferecer boas oportunidades.
A Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada de 2016 reforçam o apelo do país como alvo de novos projetos e investimentos em infraestrutura, de modo a eliminar gargalos e melhorar a oferta de serviços em áreas como energia, transportes e logística.
O seminário irá debater as questões e apresentar soluções.
A cobertura do evento será o foco de um suplemento especial do Valor Econômico. O Financial Times editará um Special Report (suplemento especial) sobre a atual situação econômica do País e as oportunidades na área de infraestrutura, em especial no que diz respeito aos preparativos para Copa e Olimpíada, além da opinião de especialistas internacionais sobre a situação brasileira.
dos amigos do Presidente Lula
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