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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, maio 13, 2010
Abril demite editor que denunciou racismo da Veja no Twitter
Abril demite editor que denunciou racismo da Veja no Twitter
"To destruido, muito chateado. Acabo de ser demitido por causa dessa infeliz conta de Twitter. Sonhos e projetos desmancharam no ar virtual."
"Fui bem duro, fiz comentários duros, mas como pessoa; não como jornalista. Fiquei pessoalmente ofendido. Mas estou chateado por ter saído assim. Algumas frases no Twitter acabaram com uma porrada de projetos", lamentou o ex-editor.
Uma crítica à revista Veja, feita no Twitter , provocou a demissão, nesta terça-feira (11), do repórter fotográfico Felipe Milanez, editor-assistente da revista National Geographic Brasil. As duas publicações são editadas pela Abril. “A decisão me foi comunicada pelo redator-chefe Matthew Shirts. Ela veio lá de cima e ainda estou zonzo ainda porque não imaginava que minha opinião fosse resultar nisso”, declarou Milanez ao Blog do Altino Machado.
O editor-assistente fez acusações contundentes à Veja devido à reportagem e preconceituosa matéria "A farsa da nação indígena", que deturpava o sentido da delimitação de reservas indígenas e quilombos no país. “Veja vomita mais ranso racista x indios, agora na Bolivia. Como pode ser tão escrota depois desse seculo de holocausto?", registrou Milanez no Twitter.
Em mensagem no mesmo dia, Milanez afirmou que o "racismo" da publicação fez com que se manifestasse. "Eu costumava ignorar a idiota Veja. Mas esse racismo recente tem me feito sentir mal. É como verem um filme da Guerra torcendo pros nazistas".
Também no microblog, o jornalista informou sua demissão: "To destruido, muito chateado. Acabo de ser demitido por causa dessa infeliz conta de Twitter. Sonhos e projetos desmancharam no ar virtual."
Em entrevista ao Portal Imprensa, Milanez declarou que fez observações contundentes sobre a publicação, mas foi surpreendido pela demissão. "Fui bem duro, fiz comentários duros, mas como pessoa; não como jornalista. Fiquei pessoalmente ofendido. Mas estou chateado por ter saído assim. Algumas frases no Twitter acabaram com uma porrada de projetos", lamentou o ex-editor.
O redator-chefe da National, Matthew Shirts, confirmou ao Portal Imprensa que os comentários no Twitter resultaram na demissão de Milanez. "Foi demitido por comentário do Twitter com críticas pesadas à revista. A Editora Abril paga o salário dele e tomou a decisão", disse. Ao ser questionado se concordava com a demissão do jornalista, Shirts declarou que "fez o que tinha que fazer exercendo a função".
Bastante conhecedor da Amazônia, especialmente das tribos indígenas, Milanez estava com viagem marcada para o Amazonas na quinta-feira (13). Ele iria percorrer durante 15 dias a BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Vellho (RO), acompanhando uma equipe da Embratel que dá suporte às torres de telefonia.
Milanez também havia se manifestado no Twitter a respeito da nota do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, citado por Veja na reportagem, mas que nega ter dado entrevista para a revista. “Eduardo Viveiros de Castro achou um bom adjetivo pra definir a matéria da Veja: ‘repugnante’”, escreveu Milanez. “Veja é abusada. Assim E. Viveiros de Castro corre o risco de nunca mais ser citado na revista(!), como JonLee Anderson.”
Além de ter reproduzido tweets em que o antropólogo acusa Veja de “fabricar” declaração, Milanez também chegou a citar os microblogs dos repórteres Leonardo Coutinho, Igor Paulin e Júlia de Medeiros, autores da reportagem, como exemplos de “anti-indígenas” para quem quisesse segui-los. “Não sei ainda o que vou fazer da vida. Não estou arrependido porque nunca imaginei que minha opinião pudesse causar uma reação tão drástica. Talvez eu tenha sido ingênuo, mas quem defende índio tem que estar com a cabeça preparada para levar paulada”, concluiu Milanez.
Postado por Oni Presente
Negros contra o conservadorismo e racismo
Negros contra o conservadorismo e racismo
publicada quinta, 13/05/2010 às 10:00 e atualizada quinta, 13/05/2010 às 10:12
Neste dia 13 de maio, passados 122 anos da lei áurea, o movimento negro tem como palavra de ordem “por uma verdadeira abolição”. Os afrodescendentes são vítimas diárias de descriminação social e da violência policial. Negros constituem a maior parte da população das favelas e, conseqüentemente, sofrem pela habitação precária com falta de saneamento, educação e serviços de saúde.
Estudos indicam que um jovem negro tem três vezes mais chances de ser executado do que um jovem branco. Foi o que aconteceu recentemente com os motoboys negros assassinados por policiais militares em São Paulo – um foi morto dentro do quartel e o outro, diante da mãe.
Diversas entidades exigem um posicionamento de Alberto Goldman (PSDB), governador de São Paulo, sobre os episódios e a punição dos culpados. Leia abaixo entrevista com Douglas Belchior, integrante da Uneafro (União de Núcleos de Educação Popular para Negras(os) e Classe Trabalhadora), sobre as demandas do movimento. A reportagem é da Radioagência NP
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Movimento negro quer explicações sobre assassinatos
Organizações do movimento negro devem protocolar um documento exigindo que o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), dê explicações sobre a série de assassinatos de jovens negros cometidos por policiais militares. Os movimentos fazem referência às mortes dos motoboys Eduardo Luis Pinheiro dos Santos, morto dentro de um quartel da Polícia Militar, e Alexandre Menezes dos Santos, assassinado por policiais diante da mãe na porta de casa, na capital paulista.
O integrante da Uneafro (União de Núcleos de Educação Popular para Negras(os) e Classe Trabalhadora), Douglas Belchior, explica o objetivo dos movimentos:
“Nós não vamos continuar morrendo sem fazer nada. Além da explicação pública, vamos exigir a punição [aos criminosos] e o posicionamento do governo em relação a essas arbitrariedades. A juventude e a população negra e pobre sofrem cotidianamente com a violência da polícia. Não tenha dúvida de que a ação da polícia é reflexo de um pensamento na Par
As organizações também querem explicações sobre a chacina na Baixada Santista em abril, que provocou a morte de 17 jovens, a maioria negros e sem antecedentes criminais.
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo abriu inquéritos policiais para investigar os assassinatos. Os movimentos negros, entretanto, não têm confiança nas apurações. Para Douglas, enquanto couber à polícia investigar a si mesma os crimes não serão apurados.
De janeiro a março deste ano, 146 pessoas foram assassinadas por policiais no estado de São Paulo. O número é 40% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso.
Mídia defende as multis, mas não no seu terreiro
Mídia defende as multis, mas não no seu terreiro
quarta-feira, 12 maio, 2010 às 23:16
O PDT foi contra a abertura do setor de comunicação ao capital estrangeiro, aprovada no final do Governo FHC. E eu sou, também. Os grandes órgãos de imprensa a apoiaram, de olho em sociedades em novos investimentos. A proibição de dinheiro estrangeiro nos meios de comunicação, que vinha da Constituição de 46, foi a responsável pelo “drible” dado na montagem da Globo, através do “Acordo Time-Life”, que o então senador João Calmon, representando o grupo de Assis Chateaubriand – os Diários Associados.
Por isso, foi muito curioso ler, no jornal O Globo de hoje, as poderosas Associação Nacional de jornais e a de Rádio e Televisão irem bater ás postas da Procuradoria-Geral da República pedindo investigação sobre grupos estrangeiros que estariam se adonando de jornais e portais de internet nacionais.
Curioso é que invoquem argumentos que renegam para outros setores da economia, também essenciais, dizendo que não é justa a concorrência entre empresas brasileiras e estrangeiras muito mais poderosas.
Aplaudiram, energicamente, um professor de Direito – Luís Roberto Barroso, da Uerj – dizer que nenhum país deseja que “sua agenda política ou social seja controlada por estrangeiros”. Estou totalmente de acordo, mas acrescentaria que também não as quer geridas por algumas famílias que, brasileiras ou “abrasileiradas”.
Mais curioso ainda é que insistam em apontar que, no Brasil e na América Latina, o Estado como a ameaça à liberdade (empresarial) de imprensa e como se insurgem contra o que já está na Constituição Brasileira: que as concessões de rádio e de televisão têm um papel social e educativo a desempenhar e não podem, por isso, deixar de ter mecanismos de controle social.
Se são eempresas que, por seu papel estretégico na vida nacional, devem ser preservadas do apetite estrangeiro, devem, também, ter compromissos com o progresso nacional.
Sobre isso, recomendo a leitura do artigo publicado, há poucos dias, pelo professor Venício Lima, no site da Agência Carta Maior.
quarta-feira, maio 12, 2010
Se depender de Serra, será mais um ciclo econômico onde quem enriquecerá serão o capital transnacional e potências estrangeiras
Novo poço de Petróleo no pré-sal indica 4,5 bilhões de barris
O poço Franco, no pré-sal da Bacia de Santos, perfurado em conjunto pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Petrobras, tem volume de óleo recuperável estimado em 4,5 bilhões de barris, segundo a agência reguladora.
De acordo com as projeções, é o segundo maior poço da Petrobras.
O maior é apenas o de Tupi (estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo). Em Iara, esse volume é estimado entre 3 a 4 bilhões de barris, segundo a estatal, portanto menor do que o de Franco.
Com isso, a ANP obteve com apenas uma perfuração quase o volume total previsto para a operação de cessão onerosa (venda) de reservas da União para a Petrobras, que é de até 5 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável.
O poço foi perfurado numa área com cerca de 400 quilômetros quadrados e detectou uma coluna com 272 metros de espessura com petróleo. A perfuração está sendo feita a 195 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, sob 2.189 metros de água e comprovou a descoberta de óleo leve com cerca 30 graus API.
Se depender de Dilma esse petróleo é nosso, e é garantia de recursos para educação da melhor qualidade, e da inclusão do Brasil no rol do países desenvolvidos.
Segundo o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, Franco "parece se tratar de um dos poços de maior potencial já perfurado no país".
Se depender de Serra, será mais um ciclo econômico onde quem enriquecerá serão o capital transnacional e potências estrangeiras, como foi o ciclo do açúcar, do ouro, do café e da borracha, no passado
O Presidente Lula embarca nesta quarta-feira, 12, para a Rússia
Presidente Lula embarca para Moscou
O Presidente Lula embarca nesta quarta-feira, 12, para a Rússia, onde visitará na quinta e na sexta o presidente Dmitri Medvedev em Moscou. Segundo o Kremlin, os encontros entres os presidentes começam na quinta-feira, mas a agenda não foi divulgada, segundo a agência AFP.
Depois da visita à Rússia, Lula viajará ao Irã, onde será recebido pelo aiatolá Ali Khamenei e, posteriormente, pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad. Marcelo Baumbach, porta voz da presidência, disse que Lula deve chegar à capital iraniana no sábado à noite e que no domingo conversará com os líderes iranianos sobre diversos aspectos bilaterais, mas também sobre o conflito que novas sanções econômicas contra o Irã podem causar.
Lula "não levará nenhuma proposta nova", já que o Brasil acredita que as bases para superar o conflito existem desde outubro e passam pela possibilidade de que o Irã envie urânio enriquecido a 3,5% e o recupere depois, já a 20%, declarou o porta-voz em entrevista coletiva.
Além dos negócios, a viagem de Lula ao Irã é uma oportunidade para o Brasil exercitar seu compromisso com a paz e demonstrar sua confiança no diálogo como sendo caminho adequado para a solução de problemas. No Palácio do Planalto afirma-se que Lula, como um ex-sindicalista, acredita na conversa "olho no olho". Teerã elegeu o governo brasileiro como um parceiro confiável.
O Brasil é um dos membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU que pede mais diálogo com o Irã e rejeita sanções. Recentemente, Lula tem encontrado líderes mundiais para apresentar propostas alternativas à aprovação das resoluções restritivas.
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