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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 27, 2010

Serra, nem engenheiro, nem economista, apenas lobista liberal.









Vai estudar, Serra!


Serra, nem engenheiro, nem economista, apenas lobista liberal.


No RJ, Serra diz que governo boliviano é cúmplice de traficantes brasileiros - politica - Estadao.com.br

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou que o governo boliviano é cúmplice das quadrilhas de traficantes locais, que enviam, segundo ele, 90% da cocaína produzida no país para ser consumida no Brasil. De acordo com Serra, é impossível que as autoridades bolivianas não saibam do envio desta quantidade da droga para o Brasil. As declarações de José Serra foram dadas durante entrevista ao programa "Se liga, Brasil", na Rádio Globo, no Rio de Janeiro.

José Serra (PSDB), candidato da direita brasileira, está sem plataforma política e sem discurso para decolar sua candidatura à presidência do país. Até agora ainda não conseguiu estabelecer as bases da sua candidatura, no que irá diferenciar-se do governo Lula, afinal se caracteriza como uma candidatura de oposição. Sabe-se oposição a quem, Dilma, Lula e a esquerda em geral. Serra faz completo mistério sobre ao que ele faz oposição, o que faria se presidente fosse, diferente de Lula. Lhe faltam cojones, como diriam os hermanos.
Com plataforma única de anti-esquerda numa conjuntura de um governo petista com grande prestígio popular e eleitoral, qualquer crítica as políticas do governo Lula seria suicídio. Não que Serra não tenha críticas, tem e muitas. Ocorre que não lhe convém perder nenhum apoio, uma posição forte sobre qualquer tema poderia causar posicionamento avesso a sua candidatura. de algum segmento Ou seja, Serra não pode se dar ao luxo de dizer o que pensa sob pena de diminuir ainda mais suas intenções de votos. Este erro foi cometido por Alkmin, menos votado no segundo turno que no primeiro em 2006.
Recentemente Serra disse que o Mercosul era uma farsa e que não fazia sentido o Brasil carregar o Mercosul (leia aqui, aqui e aqui). A repercussão foi imediata e Serra mudou o tom dizendo que o Mercosul tinha de ser "flexibilizado", expressão atucanada para fazer o que quiser sem ter de explicar nada objetivamente. Os parceiros regionais do Mercosul ficaram nas tamancas, houve respostas contundentes e um profundo mal estar na chancelaria.
Agora Serra vem à público ao seu estilo. Trouxe novamente a questão
externa, neste tema a polarização é menos danosa a seu eleitor interno e
ainda causa embaraço ao governo por tabela. Serra disparou contra a Bolívia e Evo Morales, para ele o inimigo é externo e amigo de Lula. Esta ardilosa manobra é um ato de desespero de Serra, mas vai ao encontro dos mais altos interesses norte americanos. No governo FHC se buscou com muita força a adesão do Brasil à ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas), uma espécie de imperialismo regulado onde só os EUA ganhariam e os demais caberia o servilismo comercial. Não deu pro FHC assinar a ALCA, imaginem o Brasil aderido à economia americana com esta última crise...
A soberania brasileira está baseada no seu forte mercado interno e uma carteira de exportações muito mais diversificada do que jamais ocorreu. Quanto mais compradores de produtos brasileiros, menos sujeitos aos desarranjos macroeconômicos o país fica. Venezuela, Bolívia, Argentina, África e Ásia são grandes compradores do Brasil e cada vez dependemos menos das importações dos americanos. Isto é altivez e inteligência em detrimento do servilismo burro proposto por FHC e Serra.
Destruir a política internacional de um governo para garantir uns votinhos é desespero de causa. Por serviços prestados aos EUA, resta a Serra após perder a eleição deste ano no primeiro turno, se recolher numa universidade americana e concluir um dos dois cursos superiores (economia e engenharia) que diz que tem, mas não tem. Uma bolsa da USAID e palestras farão dele um homem bem sucedido e finalmente formado!

do Agente 65

Pronunciamento Brizola Neto







Stone, recusa histeria anti-chavista






Stone, recusa histeria anti-chavista
quinta-feira, 27 maio, 2010 às 15:28

No avião, vindo de Brasilia, deu para ler a entrevista do cineasta americano Oliver Stone (Platoon, JFK, Nascido a 4 de Julho) à Folha de S. Paulo. O jornal tenta, mas não consegue fazer o cineasta americano, que chega dia 31 ao Brasil para lançar seu filme South of the Border (Ao Sul da Fronteira, cujo trailler legendado postei aqui), entrar a onda da histeria anti-Hugo Chavez.

Reproduzo alguns trechos:

O filme é pró-Chávez?
Não é pró-Chávez. Apenas mostra honestamente o que ele está fazendo e o que estão dizendo sobre ele. Não é um documentário longo que vai defender tudo, é uma “roadtrip”. Se fosse pró-Chávez, ele teria três horas a mais.

O presidente Hugo Chávez tenta controlar a mídia na Venezuela…
[Interrompendo] Não mesmo. 80% da mídia na Venezuela é privada, dirigida por ricos que falam mal do governo. Chávez brigou pela liberdade de expressão. Alguns canais e revistas convocaram greves e chamaram as pessoas para um golpe de Estado em 2002. Em meu país, se você fizer isso, sua licença [de TV] será retirada.

Há relatos de jornalistas sobre a pressão do governo.
Estou falando do que vi e ouvi. O governo respeita a liberdade de imprensa, exceto nos casos em que a mídia desrespeita a lei ou tenta um golpe. Aí as licenças das empresas de comunicação não são renovadas. A maioria das TVs do país é dirigida por lunáticos, caras de direita que perderam seu poder quando Chávez nacionalizou o petróleo. É uma das imprensas mais histéricas que já vi.

Acho que o Oliver Stone precisava ver um pouco como é a nossa, aqui.

do Tijolaço

Rússia apóia acordo com Irã. E agora, dona Hillary?






Rússia apóia acordo com Irã. E agora, dona Hillary?
quinta-feira, 27 maio, 2010 às 15:49

Parece que estão passando a perna na dona Hillary. Segundo a agência de notícias russa Novosti, o chanceler russo Sergei Lavrov afirmou hoje que seu país apoiará “ativamente” o acordo obtido por Brasil e Turquia junto ao Irã como um caminho pacífico para a resolução da questão nuclear iraniana.

A secretária de Estado disse ter o apoio da Rússia e da China para ampliar as sanções contra o Irã, mesmo após o acordo com Brasil e a Turquia ter estabelecido o envio de 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento do Irã para a Turquia, que o devolveria como combustível enriquecido a 20% para uso em fins pacíficos.

Lavrov disse que o acordo atende as exigências de uma resolução pacífica para a questão, “e por isso nós faremos todo o possível para implementá-lo”.

A imprensa brasileira, claro, tratou o assunto de outra forma, destacando uma incerteza russa quanto a a adesão iraniana ao acordo. Lavrov afirmou que se o Irã seguir estritamente suas obrigações no acordo, a Rússia apoiará o esquema proposto por Brasil e Turquia. Uai, e podia ser de outro jeito? Em qualquer acordo, você só o apóia se todas as parte cumprirem o estabelecido.

Tudo indica que o ex-vice-presidente do Conselho de Inteligência da CIA, Graham Fuller, em artigo no Estadão que comentamos aqui na terça-feira, estava certo em seu diagnóstico. “Será que realmente acreditamos que Hillary tenha conquistado o apoio de Rússia e China? Assim como a Teerã não faltaram incentivos para aceitar uma proposta feita por “iguais”, Rússia e China também encontram motivos de sobra para aprovar esta iniciativa de Brasil e Turquia. É verdade que os termos do acordo não são sem importância, mas, para esses países, é muito mais relevante a lenta e inexorável decadência da capacidade americana de ditar os termos da política internacional e de satisfazer seus próprios objetivos. É exatamente essa a meta principal da estratégia russa e chinesa na política externa.”


do Tijolaço

Uma aula para o SS erra

Obras paradas pioram caos em presídios / Os delegados paulistas recebem o pior salário do Brasil






Obras paradas pioram caos em presídios



Mesmo com verba disponível, ao menos desde 2008, Estados não conseguem abrir vagas no sistema carcerário

Deficit de lugares em prisões do país avança de 90,3 mil para 138,4 mil desde 2005; plano do governo para em SP


Atrasos na construção e reforma de presídios agravaram nos últimos anos a superlotação carcerária no país. O deficit de vagas é hoje estimado em 138,4 mil -há cinco anos, era de 90.360.
No plano federal, 60 obras para construção e reforma de penitenciárias ainda não saíram do papel, embora já tenham dinheiro disponível, algumas delas desde 2004.
Apesar de a verba vir da União, cabe aos Estados a execução das obras. Os motivos do atraso, segundo o governo, incluem falhas em projetos, dificuldades para obter licenças ambientais e questionamentos judiciais.
A conclusão dessas obras abriria 15 mil vagas no inchado sistema prisional do país, pouco para o deficit atual -problema que põe o país cada vez mais sob a pressão de organismos internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas), e nacionais, como o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Das 60 obras em atraso, 32 tiveram recursos liberados em 2008, mas até agora nem sequer concluíram a licitação. As outras 28 estão em situação ainda mais preocupante: embora a verba tenha sido repassada há pelo menos três anos, a execução do projeto nem foi iniciada.

SÃO PAULO
Estado que tem um deficit de 62 mil vagas no sistema carcerário, São Paulo viu a superlotação crescer nos últimos anos enquanto o governo paulista via praticamente congelado o seu programa de construção de presídios.
No PPA (Plano Plurianual) para o período 2008-2011, o governo, então chefiado por José Serra (PSDB), incluiu a previsão de abrir 37.370 vagas nos presídios paulistas.
Para cumprir o prometido, terá de se desdobrar em 2011, o último ano do PPA, e abrir 31 mil vagas, já que deve fechar este ano com apenas 6.604 criadas desde 2008.
Dados do Departamento Penitenciário Nacional mostram o tamanho do problema: de 2006 a 2009, SP “produziu” três presos para cada vaga que conseguiu criar.
Para o governo, o objetivo inscrito no PPA esbarrou, mais do que na burocracia (como a dificuldade com licenças ambientais), na resistência política de prefeitos contrários aos presídios.
Postado por Luis Favre

27/05/2010 - 11:35h Presídios: SP abre apenas 3.104 vagas em 2 anos

Número está longe do prometido pelo governo no plano 2008-2011, que era criar 37.370 vagas em quatro anos

Para cumprir o previsto, Estado teria de produzir 30 mil novos lugares em 2011; sistema tem deficit de 62 mil vagas


O governo de São Paulo lançou em 2008 um pacote para o sistema prisional que previa abrir 37.370 vagas em quatro anos. Até agora, porém, só 3.104 foram criadas.
Mesmo que o governo consiga construir as 3.300 vagas que anuncia até o final do ano, restarão cerca de 30 mil para 2011. Uma das justificativas é a resistência de prefeitos do interior em receber as prisões. Para o sociólogo Álvaro Gullo, professor da USP e que acompanha o sistema prisional, falta também vontade política para a questão.
“O investimento no sistema penitenciário não dá votos. Pelo contrário. Então, não é um investimento prioritário. O metrô é um investimento mais prioritário porque dá votos”, afirmou.
O pacote anunciado pelo ex-governador José Serra (PSDB) representava à época cerca de 40% das vagas existentes no Estado (99.605). Era um projeto ousado, mas ainda insuficiente para acabar com a superlotação, então de 55 mil presos. No final do ano passado, esse “excedente” chegou a 62 mil.

NOVOS PRESOS
De 2006 a 2009, segundo o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), o sistema carcerário de São Paulo ganhou 33.101 presos, mas criou apenas 11.078 vagas.
No PPA (Plano Plurianual) 2008-2011, o governo anunciava acabar até “meados de 2010 e 2011″ com as unidades prisionais sob a responsabilidade da polícia. Hoje, as cadeias e carceragens em distritos policiais, no entanto, ainda abrigam 9.000 presos.
Os principais criminosos de SP estão no sistema penitenciário, de onde conseguem articular ações criminosas dentro e fora das unidades, como em 2001 (megarrebelião) e 2006 (ataques do PCC às forças policiais).
Para pesquisadora Alessandra Teixeira, coordenadora da Comissão de Sistema Prisional do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), essa superlotação só agrava o problema de segurança no Estado.

(ROGÉRIO PAGNAN, ANDRÉ CARAMANTE e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
Postado por Luis Favre


Os delegados paulistas recebem o pior salário do Brasil


ALOÍSIO DE TOLEDO CÉSAR –

Qualquer pessoa que vá a uma delegacia de polícia no Estado de São Paulo não deverá ter pressa, porque nelas o ambiente se mostra contaminado por situação preocupante: os delegados paulistas recebem o pior salário do Brasil, relativamente aos colegas dos demais Estados.

A expressão “o pior salário do Brasil” pode parecer exagerada, porém reflete a verdade real e angustiante vivida por esses delegados, os únicos profissionais que exercem carreira jurídica acompanhada de permanente risco de vida, representado pelo necessário enfrentamento com os criminosos.

Em vista de vencimentos que são de fato os mais baixos do Brasil, quase todas as delegacias de polícia estão numa espécie de greve branca, chamada de “operação-padrão”, com a realização apenas dos serviços essenciais. Fácil imaginar como isso afeta a vida de cada um de nós, nestes dias angustiantes de insegurança cada vez maior.

Para que se tenha uma ideia do ambiente vivido nas delegacias basta registrar que desde a última posse de novos delegados, por concurso público, seis meses atrás, 10% deles já pediram exoneração, seja porque optaram por outra carreira jurídica, seja porque migraram para trabalhar no mesmo cargo em outros Estados.

Em Brasília, por exemplo, um delegado recebe no início da carreira R$ 13.368,68, o mesmo que os delegados federais, enquanto os colegas de São Paulo, em último lugar na escala de vencimentos, chegam a apenas R$ 5.203.

Acima de São Paulo, nessa relação de vencimentos, estão todos os outros Estados, mesmo os mais carentes, como Piauí (R$ 7.141), Maranhão (R$ 6.653) e Ceará (R$ 7.210). Os delegados paulistas evitam divulgar essa lista por entenderem que serve para diminuí-los e humilhá-los perante os colegas dos outros Estados.

Desde 2008, quando fizeram uma greve de 59 dias (a maior da história da Polícia Civil), houve promessas do governo estadual de melhorias para a classe, não só no que se refere a vencimentos, como também, e principalmente, quanto à estrutura administrativa. Nenhuma delas foi cumprida e o clima interno nas delegacias acabou carregado pelo desânimo.

Em verdade, esse clima se reflete na segurança pública, tendo em vista, sobretudo, a circunstância de que 31% das cidades paulistas não têm sequer um delegado. Realmente, cidades-sede de comarca, com mais de 20 mil habitantes, continuam à espera de um delegado que não chega nunca. Enfim, são apenas 3.200 delegados para cobrir uma área com 42 milhões de habitantes.

Sem a presença do delegado, os inquéritos e processos criminais em curso ficam travados, circunstância que leva muitos deles a se tornarem inúteis pela ocorrência da prescrição, favorecendo os criminosos. Ainda que esteja provada a conduta criminosa, o Estado, pela figura do juiz, fica impedido de aplicar a penalidade cabível por estar prescrita a punibilidade.

Recentemente, notícias publicadas pelo Estado e pelo Jornal da Tarde apontaram a falta de acesso à internet por parte de unidades estratégicas da Polícia Civil, como o Deic e a maioria das unidades do interior. Muitos policiais envolvidos na luta para identificar a autoria dos delitos estão chegando ao ponto de ter de pagar o acesso do próprio bolso para fazer as investigações necessárias. Pode parecer paradoxal, mas, concomitantemente ao marasmo noticiado, fruto do desânimo, também se verifica o empenho motivado pelo orgulho profissional.

Em algumas delegacias, por força da “operação-padrão”, formam-se filas gigantescas e esse é um problema que se agrava, sem ter pela frente a menor esperança de melhora. Se os delegados recebem esses vencimentos inferiores aos dos colegas dos demais Estado, o mesmo ocorre com os escrivães e investigadores, criando condições para que segurança no Estado mais rico do País esteja cada vez mais debilitada.

O Supremo Tribunal Federal já chegou a reconhecer que o trabalho dos delegados de polícia guarda isonomia em relação às outras carreiras jurídicas. Não se tratou de reconhecer a equiparação de vencimentos com as outras carreiras, mas de dispor que a atividade é mesmo jurídica.

Pois bem, se em relação aos delegados dos demais Estados os paulistas se encontram em incômoda situação de inferioridade, quando comparamos os vencimentos com os das demais carreiras jurídicas – juízes, promotores, procuradores, defensores públicos -, vê-se que a disparidade é ainda maior. Até mesmo os cargos administrativos da Justiça Federal e do Trabalho – escreventes, técnicos, secretárias – são remunerados acima do que recebem os delegados paulistas.

Esse é um problema grave, que precisa ser enfrentado e resolvido, porque influi no dia a dia de cada um de nós. A tarefa de conferir segurança aos cidadãos exige técnicas e equipamentos que se aprimoram com o avanço da tecnologia, porém concomitantemente é necessário o trabalho de inteligência, sem o que o combate aos criminosos se torna pouco eficaz.

Nestes dias em que o mundo das drogas está na raiz de praticamente 80% dos crimes praticados, o trabalho de inteligência ganha importância. De nada tem adiantado combater os efeitos danosos das drogas na sociedade se as causas continuam intocadas, tanto pela ausência de política de governo como de exercício de inteligência nas delegacias.

Verificou-se no País expressiva melhora da Polícia Federal no combate à criminalidade a partir do momento em que os vencimentos dos delegados federais foram equiparados aos dos juízes. Ainda que essa polícia se venha convertendo, muitas vezes, numa espécie de polícia do espetáculo, pela busca incessante de notoriedade e dos holofotes, é forçoso reconhecer que cresceu em competência. Um crescimento claramente vinculado aos melhores vencimentos.

ADVOGADO, É DESEMBARGADOR

APOSENTADO DO TJ-SP. E-MAIL: ALOISIO.PARANA@GMAIL.COM
Postado por Luis Favre

É o espírito de solidariedade do Brasil que vem ajudando o país a se tornar um dos novos e ativos atores do cenário internacional






Brasil e ONU, juntos para desenvolvimento

É o espírito de solidariedade do Brasil que vem ajudando o país a se tornar um dos novos e ativos atores do cenário internacional


BAN KI-MOON, secretário-geral da ONU


Estou muito feliz por voltar ao Brasil, nesta segunda viagem que faço ao país como secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Quando estive aqui em 2007, pude aprender sobre biocombustíveis, conhecer Brasília, visitar a Amazônia e conversar com vários brasileiros sobre o futuro.
Hoje, volto para participar do 3º Fórum da Aliança para as Civilizações, que discutirá o tema “Unindo as Culturas, Construindo a Paz”. A enorme riqueza cultural, rica diversidade étnica, tolerância religiosa e mistura de raças fazem do Brasil o lugar ideal para esse encontro.
Tenho certeza de que o Rio de Janeiro fornecerá o cenário perfeito para a realização do trabalho proposto, abordando um dos mais complexos desafios atuais: melhorar as relações entre as culturas, combater preconceitos e construir uma paz duradoura para todos.
O Brasil tem sido um ativo parceiro da ONU desde sua fundação, em 1945, e vem estreitando, a cada ano, os laços com a organização.
Prova disso é a ativa participação do país na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que comanda desde 2004. Os cerca de 2.000 homens que zelam pela segurança dos cidadãos haitianos merecem nosso agradecimento.
É esse espírito de solidariedade do Brasil, presente em seu povo, que vem ajudando o país a se tornar um dos novos e ativos atores do cenário mundial. Hoje, o Brasil se destaca não somente pelo seu compromisso em atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) mas também pelo empenho em ajudar outras nações a fazê-lo.
O país tem envolvimento ativo em projetos de cooperação com nações africanas.
O sucesso do “Diálogo Brasil-África”, que reuniu em Brasília 47 ministros da Agricultura africanos, com participação da ONU, é resultado dessa cooperação Sul-Sul.
Em algumas áreas, o Brasil definiu para si compromissos mais ambiciosos do que os previstos pela ONU. Comprometeu-se, por exemplo, a reduzir em três quartos a extrema pobreza, enquanto a meta definida mundialmente é de reduzi-la pela metade.
Essas metas mais avançadas são tão ambiciosas quanto realistas para um país onde governo, setor privado e sociedade civil trabalham juntos, em um contexto de diálogo cívico e democrático.
Foi com grande satisfação que recebi os dados do último Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM, que mostram que o Brasil será dos poucos países a atingir plenamente os oito objetivos definidos pela comunidade internacional.
O reconhecimento da diversidade e das disparidades regionais, de gênero e etnorraciais reflete o compromisso de alcançar todos os habitantes do país. Parte da redução das desigualdades é consequência direta dos programas sociais e de políticas públicas universais lançadas pelo governo.
O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do mundo, responsável por esse sucesso, tem sido reconhecido internacionalmente. Acredito que o maior desafio do país nos próximos anos será transformar os ODM em realidade efetiva para todos os brasileiros.
Enfrentar esse desafio exige um esforço concertado entre o governo e a sociedade civil e a consolidação, como objetivos de Estado, da agenda civilizatória e de direitos humanos contida nos ODM. O Brasil dispõe de capacidades, recursos e poder de inovação para fazê-lo. Estamos trabalhando para apoiar todos os atores que se dedicam a essa difícil tarefa. Do êxito desse esforço dependem os mais vulneráveis e as gerações futuras.
Assim como a ONU conta com o Brasil como importante parceiro internacional, o Brasil e os brasileiros podem contar com a ONU.

BAN KI-MOON, mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA), é o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Foi ministro das Relações Exteriores e do Comércio da República da Coreia.

Trololó





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Quando SS erra era sei lá o que