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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, maio 27, 2010
A lei e a moralidade
A lei e a moralidade
quinta-feira, 27 maio, 2010 às 21:11
Acabamos de assistir a uma flagrante prova da imoralidade da oposição PSDB-DEM. Burlaram, deliberadamente a lei. Sabiam que estavam transgredindo, não subjetivamente, mas objetivamente.
Não foi, num programa tucano, a exaltação de Serra, um de seus integrantes que podia – ou não – ser considerada propaganda antecipada.
Foi violação direta, expressa, objetiva, flagrante, criminosa. Foi fazer algo que se sabia proibido, anunciado previamente.
Quando, amanhã, apresentarem uma defesa pró-forma, às impugnações que sofrerão, a estratégia será a de dizer que a lei eleitoral permite eventos conjuntos de partidos. Verdade, se não fosse um pequeno detalhe: não é um programa eleitoral, regido pelas instruções que o permite. É um programa partidário, regido pela lei 9.096 que, não é demais repetir mil vezes, estabelece que é proibida a participação de pessoas filiadas em outros partidos. Com todas as letras.
José Serra e os dirigentes do DEM associaram-se para transgredir a lei. E outros, como o PPS e o PTB já anunciam pelos jornais que vão se juntar a essa associação,
Só quem tem a certeza da impunidade age assim.
Não li uma palavra do Ministério Público, que vai aos jornais ameaçar de cassação Dilma Roussef.
Não li um protesto em um grande jornal.
Todos vão continuar parados?
Nós não levantamos a bandeira da legalidade eleitoral por acaso. E não a deixaremos cair.
Um homem que se presta a ser integrante de uma associação feita com o fim de transgredir a lei delibradamente, sabendo que a punição não virá, a não ser como algo inócuo, não tem condições morais de sequer pretender chegar à Presidência da República.
Em 1954, quando houve a posse dos deputados federais e estes iam, um a um, jurar a Constituição, ao chegar a vez de Carlos Lacerda, Leonel Brizola agarrou um microfone e disse:
“Este vai ser um juramento falso, Sr. Presidente, porque ele está pregando o golpe lá fora e vem jurar a Constituição aqui dentro”
Acho que falta alguém com a coragem de dizer que o aspirante a rei está nú, em sua vergonha moral.
Brizola Neto Comentários (3)
Consumatum est
quinta-feira, 27 maio, 2010 às 20:37
Acaba de entrar no ar a ilegalidade.José Serra está ocupando, ao total arrepio da lei, o horário do “Democratas”, apresentado pelo mesmo Paulo Bornahausen que disse que Lula estava “esbofeteando” o tribunal ao apenasm encionar o nome de Dilma.
Já não há censura prévia a alegar. Foi ferido escandalosamente o disposto no Art. 45. parágrafo 1°, inciso I da Lei 9.096. Serão mais oito longos minutos de transgressão.
Espero que amanhã, os nossos editorialistas e, imediatamente, os blogueiros dos grandes portais estejam bradando aos céus por punições.
Afinal, não são imparciais?
do Tijolaço
Esse é o "preparado"?
A China é hoje o maior comprador de produtos brasileiros. Os empresários brasileiros têm grande expectativa de que o gigante asiático possa ampliar o leque de produtos que adquire no Brasil. Com uma população de 1,3 a 1,5 bilhão de habitantes, e uma economia crescendo a um ritmo impressionante, não é preciso ser nenhum gênio econômico para saber a potencialidade de um mercado assim.
A piada de Serra sobre os chineses teria sentido se contada numa rodinha de empresários bêbados, num barzinho de hotel às duas da manhã, e mesmo assim em voz baixa. Insinuar que os produtos chineses são vagabundos, desonestos, e que o chinês gosta de cheiro de "galinha queimada", é uma demonstração de preconceito intolerável numa pessoa cujas palavras são lidas minuciosamente na mídia internacional. Serra nunca faria algo semelhante com os Estados Unidos. Uma declaração dessa pode levar um burocrata de Pequim, furioso, a negar a última assinatura que falta num processo para autorizar a entrada de determinado produto brasileiro na China. É uma declaração altamente irresponsável, portanto, feita por um candidato infantilizado pela mídia. Se Lula ou Dilma falassem algo similar, seriam execrados até o fim dos tempos, ou até que formulassem um pedido de desculpas claro ao povo chinês.
Os mesmos comentários valem para as outras declarações preconceituosas de Serra. Ao afirmar que o governo boliviano é cúmplice do tráfico de drogas no Rio, o tucano deixa implícito seu mau-caratismo e seu sectarismo ideológico. Porque não estendeu a afirmação à Colômbia, outra grande fornecedora de cocaína para o Brasil e o mundo? O governo da Holanda é cúmplice dos traficantes de drogas sintéticas?
A comparação de Ahmadinejad à Hitler ou Stálin é terrivelmente ofensiva e antidiplomática, e também revela um homem despreparado para o cargo que almeja. Se deseja se tornar um chefe de Estado, Serra deveria se comportar, desde já, como um. Serra falou uma besteira colossal. O Irã nunca teve ambições de dominar o mundo. Nunca matou 6 milhões de pessoas em câmaras de gás. Tem um americano que se tornou célebre por uma definição acerca do uso dos termos "nazismo" e "Hitler" numa discussão. Segundo ele, quando alguém chega ao ponto de comparar algum movimento politico com o qual não simpatiza, ao nazismo, e alguma figura da qual não gosta, a Hitler, é porque já perdeu o debate.
Serra, desesperado com mais essa vitória de Lula no plano internacional, fez o que nem os lobbies da guerra tiveram coragem de fazer nos últimos tempos, que é associar Ahmadinejad ao que há de mais maligno na história da civilização. Com isso, Serra corta qualquer possibilidade de díálogo com um dos países mais importantes do oriente médio, e, portanto, dificulta as articulações diplomáticas brasileiras não apenas com Irã, mas com todas as nações muçulmanas, que hoje em dia tem enorme importância para nosso comércio exterior.
Há dezenas de países no mundo que prendem dissidentes políticos. Ao focar seu ódio no Irã, Serra mostra-se tendencioso e faz o jogo dos americanos. Conforme postei há pouco, os EUA lançaram uma ofensiva clandestina contra o oriente médio ao final de setembro do ano passado, e um dos objetivos principais era infiltrar-se em movimentos políticos dissidentes de regimes hostis (leia-se Irã) para desestabilizar governos legalmente estabelecidos. O tucano, por desinformação e subserviência cega aos EUA, apóia esses sinistros joguinhos de guerra.
Como é um forte competidor na disputa pela presidência, a declaração de Serra não apenas é um absurdo conceitual, como pode vir mesmo a atrapalhar, neste delicado momento, a diplomacia brasileira, visto que a frase certamente foi lida por representantes diplomáticos do Irã no Brasil e será traduzida e repassada para o governo iraniano. O cacife político que o Brasil construiu junto ao Irã, usado para mediar uma grave crise nuclear que pode, se mal resolvida, descambar no pior conflito militar desde a II Guerra, fica abalado pela grosseria imbecil de José Serra, visto que os iranianos podem se sentir inseguros quanto ao futuro de suas relações com o Brasil, já que, no caso de vitória tucana, o presidente seria uma pessoa que cultiva ódio particular contra Ahmadinejad, presidente eleito por seu povo (se houve fraude, ela não foi comprovada pela Justiça eleitoral iraniana. Se devemos respeitar as decisões da Justiça brasileira, devemos fazer o mesmo em relação à justiça de outros países).
O ataque ao Mercosul, por sua vez, é outra grosseria imperdoável.
Não, Serra, definitivamente, não está preparado para ser presidente de república. Ele não respeitará nenhum país que ele considere "inferior" de ponto-de-vista econômico, moral ou político. Lembra-me muito um outro diplomata tucano que disse, há pouco tempo, que Cuba era um país "desimportante".
# Escrito por Miguel do Rosário
Obama mantém relações militarizadas com a América Latina
Obama mantém relações militarizadas com a América Latina
Por Jim Lobe [Quinta-Feira, 27 de Maio de 2010 às 11:10hs]
Washington – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não atendeu as expectativas de manter relações de igualdade com a América Latina, segundo um informe preparado por três organizações não governamentais. As principais razões da desilusão com Obama são o acordo assinado com a Colômbia para que forças militares norte-americanas utilizem bases nesse país, a ambígua resposta ao golpe de Estado de junho passado em Honduras e a incapacidade para normalizar as relações com Cuba, diz o estudo divulgado esta semana.
Washington continua dando ênfase aos programas de ajuda militar e de segurança e seu Comando Sul das Forças Armadas vem desempenhando um papel importante nas relações com a América Latina. “Dos mais de US$ 3 bilhões em assistência que serão concedidos à região este ano, 47% acabarão nas mãos das forças policiais e militares”, disse Adam Isacson, do Escritório em Washington para Assuntos Latino-Americanos (Wola).
“É a maior proporção em uma década e indica um enfoque desequilibrado”, insistiu Isacson, coautor do informe “Esperando a Mudança”. A isso “se soma o acordo militar assinado com a Colômbia em outubro. Por essa razão, o lado mais visível do governo Obama na região é o bélico”, acrescentou. Um dos aspectos positivos destacados pelo informe de 28 páginas é o pacote de US$ 1 bilhão concedido ao Haiti após o terremoto que aconteceu em 12 de janeiro, seguido de outros US$ 1,15 bilhão que serão entregues nos próximos 18 meses. Além disso, o Senado estuda esta semana outro pacote de US$ 3,5 bilhões para os próximos cinco anos.
Outro ponto positivo é que, no orçamento para 2011, Obama reduzirá um pouco a ajuda militar à “guerra contra o narcotráfico” e estimulará programas de prevenção e tratamento nos Estados Unidos para diminuir a demanda por drogas. O estudo realizado pelo Wola, o Latin America Working Group Education Fund e o Centro de Política Internacional é o último de uma série chamada “Somente Fatos”, lançada em 1995.
As organizações recomendam reduzir a ajuda militar e aumentar a destinada ao desenvolvimento, especialmente para saúde, educação, fomento rural e reforma de instituições civis como justiça e polícia, para lutar contra a corrupção e as violações dos direitos humanos. Washington também deve garantir à população e aos governos latino-americanos que “não tenta projetar seu poder militar na região” e garantir que seu representante e sua voz na região seja seu Departamento de Estado, e não o Comando Sul das Forças Armadas.
Além disso, as organizações recomendam continuar retendo a assistência, especialmente a militar, destinada a Honduras, até que o novo governo dê “verdadeiros passos” para punir os responsáveis pelo golpe cívico-militar do ano passado e pelas consequentes violações dos direitos humanos e promova um “diálogo inclusivo e substantivo para construir uma sociedade mais democrática”. Os governantes devem deixar bem claro que Washington se preocupa com a proteção dos direitos humanos tanto em nações consideradas aliadas, especialmente Colômbia e México (beneficiárias da maior parte da assistência militar à região), como na Venezuela, diz o relatório.
“Esperamos que haja maior disposição para a ação agora que a equipe de direitos humanos de Obama está formada”, afirmou a diretora da Lawgef, Lisa Haugaard. As organizações também recomendam “voltar a apresentar a questão da reforma das leis de imigração e promovê-la”, mensagem dada pelo próprio presidente do México, Felipe Calderón, em sua viagem aos Estados Unidos na semana passada. Obama informou ao seu colega que não terá apoio suficiente do opositor Partido Republicano para promover um projeto no Senado este ano.
A promessa de Obama feita na V Cúpula das Américas, realizada em Trinidad e Tobago em abril de 2009, de tratar os países da América Latina como “sócios iguais”, gerou “expectativas irreais” de que romperia a militarização e o unilateralismo de seu antecessor, cujas políticas em matéria de relações exteriores criticou durante sua campanha eleitoral de 2008.
“Os 15 anos que demoramos documentando as relações militares dos Estados Unidos com a América Latina nos convenceram de que os vínculos estruturais subjacentes não foram muito afetados pelo atual ocupante da Casa Branca”, diz o informe. “Continuamos vendo um crescente papel militar nas relações dos Estados Unidos com a região”, afirmou Joy Olsen, diretor do Wola. IPS/Envolverde
Jim Lobe
Petrobrás compra no Brasil R$ 50 bi em navios. FHC e Serra iam comprar em Cingapura
Petrobrás compra no Brasil
R$ 50 bi em navios. FHC e Serra
iam comprar em Cingapura
“Petrobrás compra 28 navios-sonda por R$ 50 bi”
Licitação recorde da estatal obriga (sic) a construção de embarcações no Brasil.
Nove empresas e consórcios apresentaram proposta.
É para atender à demanda do pré-sal.”
Navalha
Na Petrobrás do FHC/Serra, a Petrobrás estava para encomendar um super-navio a um estaleiro de Cingapura, quando Lula, em campanha, em 2002, foi ao Rio e avisou: se eleito, desmancharia a concorrência.
Não só desfez a concorrência, como re-instalou, através da Petrobras, a industria naval brasileira.
O Brasil é hoje um dos maiores produtores de navios dom mundo.
Em Suape – clique aqui para ler “Suape é uma revolução – Eduardo Campos dá de 10 a 0 em Serra”
No Rio.
E em Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Entre as muitas besteiras com lógica – clique aqui para ler “como tem logica o preconceito do Serra contra a Bolívia”- que pronunciou recentemente, Serra foi a Recife, a 100 quilômetros de Suape, defender a decisão dele e de FHC de comprar navio em Cingapura.
Ele é um jenio.
Um dos concorrentes nessa licitação para 28 navios-sonda é o Atlântico Sul, da Camargo e da Queiroz Galvão, que acabaram de lançar, com Lula, o primeiro navio produzido em Suape, em homenagem ao “almirante negro”.
O custo de cada navio-sonda ficará entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão.
Imagine, amigo navegante, quantos empregos isso criará no Brasil.
(E o Serra e o FHC queriam criar em Cingapura.)
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
O fim dos tempos e a política do gueto
27 de maio de 2010 às 19:46
O fim dos tempos e a política do gueto
por Luiz Carlos Azenha
O fim do século 20 e o início do século 21 serão lembrados, dentro de algumas décadas, como um período de grandes transformações. Melhor não atribuí-las a este ou aquele movimento, este ou aquele partido, esta ou aquela ideia. Até porque, diriam os marxistas, movimentos, partidos e ideias ao mesmo tempo são resultado de e influenciam processos de transformação econômica.
O grande transformador do fim do século 20 foi o processo de urbanização acelerado na Ásia, África e América Latina, com a incorporação de milhões ao trabalho assalariado. Para o bem e para o mal, provocou o rompimento de padrões centralizadores de comando e decisão — tanto dentro das famílias quanto das comunidades. A educação deixou de ser um privilégio para se converter em um direito, ainda que não garantido em vastas porções do planeta. O capitalismo precisou da mão-de-obra feminina e logo providenciamos o “feminismo” para justificar a dupla jornada de trabalho das mulheres, que continuam ganhando menos que os homens pelas mesmas tarefas. À precarização recente das condições de trabalho chamamos de “modernidade” ou “ganhos de produtividade”.
Não deixa de ser um período com as suas ironias. O presidente Lula costuma dizer, com razão, que foi preciso um operário chegar ao Planalto para fazer o capitalismo brasileiro funcionar. O chavismo não deixa de ser isso: “socialismo do século 21″ é capitalismo para todos. Os comunistas chineses estão fazendo, no campo econômico, o que os franceses fizeram, com sua revolução, no campo político: todo chinês tem direitos — de participar da sociedade de consumo sem dar muito palpite.
Aos processos de urbanização, de “libertação” (ou “empoderamento”, diriam os politicamente corretos) das mulheres e de ascensão de milhões de pessoas ao consumo de massa tivemos outro fenômeno de fim de século: o surgimento e o rápido barateamento das tecnologias de informação. Ainda que a gente ainda viva em sociedades altamente hierarquizadas — há quem diga que no mundo das megacorporações nunca tão poucos decidiram as coisas realmente importantes em nome de tantos –, pelo menos a grande massa das pessoas tem a sensação de que participa, mesmo que seu poder se restrinja à escolha da marca da salsicha que come ou do participante do BBB que continua na casa.
Esse conjunto de mudanças relativamente rápidas em um curto espaço de tempo provoca óbvias reações. Quem é que imaginava que teríamos um dia um presidente negro, de sobrenome Hussein, ocupando a Casa Branca? Quem é que imaginava que um descendente de indígena um dia daria palpite no destino das enormes riquezas de um país como a Bolívia?
Hoje li um artigo muito interessante do Richard Ward, no Counterpunch, sobre o movimento Tea Party. Em inglês, está aqui. O autor decidiu frequentar uma função do movimento, que reúne a coleção completa dos reacionários dos Estados Unidos. Conseguiu capturar a atmosfera dos chamados teabaggers. O movimento se apropriou de um símbolo muito importante na história da revolução americana: a destruição de carregamentos de chá por moradores de Boston, revoltados com a chamada “taxação sem representação” dos britânicos. O Tea Party, ou Partido do Chá, que nasceu da rejeição às estruturas partidárias tradicionais dos Estados Unidos mas especialmente da reação à vitória de Barack Obama, prega o retorno impossível a um país de maioria branca, cristã, de homens puros e mulheres castas — uma idealização dos Estados Unidos dos anos 50, em que todos sabiam o “seu lugar” na escala social e estavam satisfeitos com isso.
As transformações sociais recentes são tão profundas e desafiadoras que é apenas natural o surgimento de movimentos como o Tea Party. É compreensível que haja um desejo de “ordem”, especialmente quando o trabalho está tão precarizado e a medida do sucesso social é a capacidade de consumo. Num mundo em que sou o que consumo, minha segurança social é diretamente proporcional à certeza de que poderei consumir amanhã e no dia seguinte. Se me sinto incerto disso, é natural que politicamente eu peça “ordem” (ainda que o sistema funcione à base da desordem: o motor dele é o consumidor insaciável, sempre insatisfeito com seu “lugar” na hierarquia dos consumidores).
Esse estado de coisas representa um prato cheio para políticos demagogos como o francês Sarkozy e o italiano Berlusconi, por exemplo. Ambos surfaram no sentimento difuso de insegurança de franceses e italianos, na suposta ameaça social representada pelos “de fora” (negros, imigrantes, muçulmanos), que convenientemente servem para desviar atenção do problema real: o esgotamento de sociedades fisicamente envelhecidas e que já não podem crescer pela incorporação de grandes massas ao consumo interno, como é o caso da China, da Índia, do Brasil, da Indonésia, do Vietnã e de dezenas de países do ex-Terceiro Mundo.
Eu costumo dizer que o Tea Party dos Estados Unidos é um movimento milenarista, por representar um gueto ameaçado de morte por transformações políticas, econômicas e sociais que já não consegue controlar. É o fim do mundo, não literal, mas do mundo no qual eles se sentiam confortáveis, no controle, no topo da hierarquia e seguros disso.
Curiosamente, é esta a sensação que tenho ao ver, ouvir e ler alguns comentaristas da mídia brasileira: parece que eles vivem em um gueto, do qual a melhor paródia é produzida pelo professor Hariovaldo de Almeida Prado. Um gueto sob ataque de massas ignaras, compradas com o dinheiro do Bolsa Família, massas incapazes de tomar decisões racionais e óbvias, como a de eleger José Serra presidente da República. Atribuir aos outros pensamentos “corrompidos” — seja pelo dinheiro, seja pela ingenuidade — serve duplamente à política do gueto: primeiro, porque nega protagonismo aos que de alguma forma nos “ameaçam”; segundo, porque pode servir de justificativa para ações extra-legais. Dei o golpe, mas em defesa de uma boa causa: a democracia.
O curioso é ver José Serra embarcando no discurso preconceituoso do gueto: contra os pobres do Mercosul, que dificultam nossos negócios com os ricos; contra os “bárbaros” chineses, que produzem camisinhas mal cheirosas; contra os bolivianos, “corrompidos” pelo tráfico de drogas. Fico em dúvida se é mera expressão de um político provinciano, que não enxerga além de Resende, ou se o candidato faz isso de caso pensado, na tentativa de se vender como nosso protetor contra os bárbaros — sejam eles sindicalistas do PT que “surrupiaram” a máquina do governo, negros e pobres que exigem terras que seriam muito melhor “aproveitadas” pelo agronegócio, migrantes que reivindicam moradias e escolas construídas com o dinheiro do “nosso imposto”, funcionários públicos que pedem salários “aviltantes” ou estrangeiros traficantes de camisinhas vagabundas.
Governo Fundamentalista de Israel Impediu Chomsky de Entrar no País
Governo Fundamentalista de Israel Impediu Chomsky de Entrar no País
A justificativa do governo israelense foi que eles "não gostam" das coisas que Chomsky fala. O regime fundamentalista e imperialista de Israel repete assim o mesmo tipo de discriminação que a Alemanha nazista impunha aos intelectuais judeus na década de 30. Lamentável o fato de a elite israelense se apropriar do sofrimento histórico de milhões de judeus para repetir os mesmos tipos de crimes contra a humanidade de que muitos de seus semelhantes foram vítimas.
Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 7 de dezembro de 1928) é um linguista, filósofo e ativista político estadunidense.
É professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Seu nome está associado à criação da gramática ge(ne)rativa transformacional, abordagem que revolucionou os estudos no domínio da linguística teórica. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, sendo o seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky.
Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem com uma crítica radical do behavio(u)rismo, em que a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para o arranque da revolução cognitiva, no domínio das ciências humanas.
Além da sua investigação e ensino no âmbito da linguística, Chomsky é também conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos. Chomsky descreve-se como um socialista libertário, havendo quem o associe ao anarcossindicalismo.
O termo chomskiano é habitualmente usado para identificar as suas idéias linguísticas embora o próprio considere que esses tipos de classificações (chomskiano, marxista, freudiano) "não fazem sentido em nenhuma ciência", e que "pertencem à história da religião, enquanto organização".
do Vendedor de Bananas e do google
A justificativa do governo israelense foi que eles "não gostam" das coisas que Chomsky fala. O regime fundamentalista e imperialista de Israel repete assim o mesmo tipo de discriminação que a Alemanha nazista impunha aos intelectuais judeus na década de 30. Lamentável o fato de a elite israelense se apropriar do sofrimento histórico de milhões de judeus para repetir os mesmos tipos de crimes contra a humanidade de que muitos de seus semelhantes foram vítimas.
Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 7 de dezembro de 1928) é um linguista, filósofo e ativista político estadunidense.
É professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Seu nome está associado à criação da gramática ge(ne)rativa transformacional, abordagem que revolucionou os estudos no domínio da linguística teórica. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, sendo o seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky.
Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem com uma crítica radical do behavio(u)rismo, em que a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para o arranque da revolução cognitiva, no domínio das ciências humanas.
Além da sua investigação e ensino no âmbito da linguística, Chomsky é também conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos. Chomsky descreve-se como um socialista libertário, havendo quem o associe ao anarcossindicalismo.
O termo chomskiano é habitualmente usado para identificar as suas idéias linguísticas embora o próprio considere que esses tipos de classificações (chomskiano, marxista, freudiano) "não fazem sentido em nenhuma ciência", e que "pertencem à história da religião, enquanto organização".
do Vendedor de Bananas e do google
Obama segue exemplo de Lula e recebe jogadores Curtas
Obama segue exemplo de Lula e recebe jogadores
Assim como o presidente brasileiro fez um dia antes, Barack se encontrou nesta quinta com os atletas da seleção dos EUA
DEIXA O TROLOLÓ FALAR,ELE É O MAIOR CABO ELEITORAL DE DILMA . Assessor de Lula rebate Serra e o classifica de "exterminador da política externa"
LULA LÁ !
Nova estratégia de segurança dos EUA admite peso do Brasil no mundo
A Nova Estratégia de Segurança dos Estados Unidos, anunciada nesta quarta-feira (27) pela Casa Branca, elogia as políticas econômicas e sociais do Brasil, reconhece o país como guardião de “patrimônio ambiental único” e dá as “boas-vindas” à influência de Brasília no mundo.
A IMPRENSA CORRUPTA FOI FALAR MAL DE LULA E OBAMA FEZ O MESMO.ESSA IMPRENSA É DE DÁ PENA !
curtas do inimigodo serra
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