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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 08, 2010

Até onde Serra foi "cúmplice" do narcotráfico do crack em São Paulo?





A propaganda eleitoral de José Serra na TV está com inserções no ar, onde o demo-tucano imita Dilma, falando contra o crack. Mas o demo-tucano tenta encaixar um discurso canastrão como se a culpa fosse apenas dos países vizinhos e do governo federal. O discurso não funciona, porque não bate com a realidade.

Se formos seguir os mesmos critérios de José Serra (PSDB/SP), quando ele chamou o governo da Bolívia de "cúmplice" do tráfico, os bolivianos podem acusar Serra de cumplicidade com o narcotráfico em São Paulo, por motivos muito mais consistentes.

Bem debaixo do nariz de José Serra (sem duplo sentido) e de Geraldo Alckmin, tudo indica que passaram quilos e quilos de cocaína e crack, que deveriam ser tirados das ruas pelo DENARC (Departamento de Investigações sobre Narcóticos, da Polícia Civil).

Quando Serra e Alckmin foram governadores de São Paulo, o DENARC (Departamento de Investigações sobre Narcóticos, da Polícia Civil), tornou-se um covil de corrupção para narcotraficantes.

O mega-traficante colombiano Ramirez Abadia, instalou-se em São Paulo, e em vez dos policiais do DENARC prendê-lo, passaram a extorquir, para deixá-lo traficar em paz.

Segundo depoimento, o pagamento da propina chegava a ser em cocaína. Para onde ia essa cocaína? Para as ruas de São Paulo?

Enquanto isso, Abadia, de sua mansão em São Paulo, comandava seu esquema, onde mandava trazer a cocaína e crack, de outros países pobres sul-americanos, para ser distribuída no Brasil e exportada para outros países.

Essa "farra" só acabou, quando a Polícia Federal prendeu Abadia.

Agora José Serra aparece na propaganda eleitoral na TV, dizendo que é preciso fazer "pressão" contra o narcotrafico, como cocaína e crack. Mas o que ele fez quando foi governador e tinha o DENAC nas mãos? Foi omisso, incompetente, negligente, para dizer o mínimo. Se seguirmos seus próprios critérios ele foi "cúmplice".

Nem mesmo a cúpula da Segurança Pública, e o DENARC, sofreram "pressão" para evitar essa bandidagem toda.

Serra usa um discurso falso. Sua atuação como governador paulista foi um fracasso no combate ao tráfico de drogas e ao crack. Serve para provar que ele não serve para comandar um país como um Brasil.

Em matéria de polícia, Serra só entende de mandar fazer dossiês contra adversários políticos, de perseguir movimentos sociais, bater em professores, estudantes e até em policiais honestos que reclamam salários dignos, através da greve como último recurso.

dos Amigos do Presidente Lula

segunda-feira, junho 07, 2010

Um deleite

Todo Cambia
Mercedes Sosa

Cambia lo superficial
Cambia también lo profundo
Cambia el modo de pensar
Cambia todo en este mundo

Cambia el clima con los años
Cambia el pastor su rebaño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Cambia el mas fino brillante
De mano en mano su brillo
Cambia el nido el pajarillo
Cambia el sentir un amante

Cambia el rumbo el caminante
Aúnque esto le cause daño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia

Cambia el sol en su carrera
Cuando la noche subsiste
Cambia la planta y se viste
De verde en la primavera

Cambia el pelaje la fiera
Cambia el cabello el anciano
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Pero no cambia mi amor
Por mas lejo que me encuentre
Ni el recuerdo ni el dolor
De mi pueblo y de mi gente

Lo que cambió ayer
Tendrá que cambiar mañana
Así como cambio yo
En esta tierra lejana

Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia

Pero no cambia mi amor...

Liberdade de Empresa e não de Imprensa







O PiG (*) não respeita o “bom jornalismo”.
Liberdade de expressão x liberdade de imprensa


Liberdade de Imprensa é a libertade do PiG(*)



O professor Venício A. de Lima acaba de lançar pela editora Publisher o livro “Liberdade de expressão x Liberdade de imprensa – Direito à Comunicação e Democracia” .

Ele conversou com Paulo Henrique Amorim por telefone.

Sobre a diferença entre Liberdade de Expressão e Liberdade de Imprensa, Venício Lima explicou que “liberdade de expressão” é um direito do indivíduo, um direito fundamental do ser humano, o direito à fala.

“Liberdade de imprensa” é o direito de imprimir, “print” em inglês. Com o passar do tempo, o direito de imprimir se tornou o direito de grandes conglomerados empresariais.

PHA perguntou a quem, no Brasil, beneficia a confusão entre “direito de expressão” e “direito de imprensa”.

Venício Lima respondeu: beneficia os grandes grupos de mídia.

É uma confusão deliberada, porque, como ninguém é contra a liberdade de expressão, misturar uma liberdade à outra é uma forma de assegurar a liberdade dos grandes grupos empresariais da midia (e só a deles – PHA).

O livro do professor Venício de Lima relembra as conclusões da Hutchins Commission – Uma imprensa livre e responsável.

Robert Hutchins, reitor da Universidade de Chicago, reuniu, entre 1942 e 47, treze personalidades do mundo empresarial, para, sob encomenda dos grupos Time-Life e Enciclopédia Britânica, entender por que a imprensa era tão criticada.

Para enfrentar os críticos, a Comissão Hutchins sugeriu que a imprensa praticasse o “bom jornalismo”, ou seja, respeitasse a objetividade – e separasse opinião de informação – , a exatidão, a isenção, abrisse espaço para a diversidade de opiniões ( e, não, só para o PUM – o Pensamento Único da Midia – PHA) , e buscasse o interesse público.

PHA perguntou se no Brasil, hoje, o PiG (a grande midia) respeitava os princípios desse “bom jornalismo” da Comissão Hutchins.

Venício respondeu: Não !

do Conversa Afiada

Guerra é lucro para os USA forças armadas privatizadas querem lucros sempre arrogância total






A supremacia da ignorância
CartaCapital
Luiz Gonzaga Belluzzo

Os Estados Unidos invadiram o Iraque a pretexto de extinguir um arsenal de “armas de destruição em massa”. Nada assemelhado foi encontrado nos alegados esconderijos de Saddam Hussein. Agora, Tio Sam ameaça torpedear o acordo com o Irã patrocinado por Brasil e Turquia. Seja qual for o alcance do combinado, o Poder Americano insistirá na imposição de sanções.

Nada de novo sob o sol. Os ideólogos conservadores que inspiravam o governo republicano eram claros quanto aos propósitos da intervenção no Iraque. Eles falavam do que interessa: superioridade militar e controle de áreas sensíveis para a preservação do poder que se pretende absoluto.

Há tempos, o jornalista americano William Pfaff, do International Herald Tribune, afirmou que “o dinheiro desregrado não apenas dirige o resultado das eleições americanas, mas influencia as decisões do Congresso e as atitudes da Casa Branca, em matérias tão improváveis como a luta contra o tráfico de drogas na América Latina”. Pfaff, um ícone do jornalismo mundial e crítico duro das ações de seu país, antecipou com grande precisão como seria o desempenho dos republicanos no governo. Resta saber o que pensa o insigne jornalista dos democratas sob a presidência de Obama.

As transgressões aos direitos dos povos continuam a ser executadas com persistência, mas hoje edulcoradas com a preocupação de invocar – apenas invocar – a chamada comunidade internacional para justificar as tropelias. Agora, sob o acicate da crise, a razão imperial precisa, mais do que nunca, manter o demônio (qualquer demônio) vivo para impor as razões de sua divindade.

Para tanto, os processos de informação e de formação da consciência política e coletiva, ou seja, os espaços da autonomia individual estão permanentemente subjugados à lógica econômica e política de uma ordem imperial que deslocou a hegemonia do imediato pós-guerra para adotar o exercício puro e duro de seu poder. Na ordem americana, o nomos da terra significa a exigência de respeito à vontade imperial, à sua moral particularista, idiossincrática e assimétrica. O direito, dizia Hegel, enquanto existência da liberdade é uma determinação essencial na refrega contra a “boa intenção” moral. “Os protestos contra este desenvolvimento são... reminiscências do ‘estado bruto de natureza’ que revelam um apego doentio à própria particularidade, narcisisticamente desfrutada como moral”.

O narcisismo moral americano não precisa de adjetivos em sua espantosa objetividade. Está sempre preparado para qualificar os recalcitrantes e dessemelhantes como rogue States, o que significa deformar em proveito próprio o papel das instâncias integradoras no âmbito internacional. O avanço do narcisismo intervencionista americano é constitutivo de sua natureza e demonstra porque, a despeito de Woody Allen, os americanos tomam o seu país como a “utopia realizada”.

A supremacia apoiada na superioridade das armas e no despotismo da economia desregulada dispensa mediações da ordem jurídica e não quer ou não precisa compreender nada. O mundo em que tentamos sobreviver é uma prova diária da degeneração da razão ocidental, transformada e objetivada na execução desabrida dos métodos de domínio.

Os Estados Unidos, diz um dos gurus da nova direita, estão tornando o país mais parecido com ele mesmo. Uma reconciliação do fenômeno com o conceito, provavelmente a apoteose do fim da história. No fundo da alma, a nova direita tem certeza de que os processos e as instituições de negociação democrática, fora dos Estados Unidos, como a ONU, por exemplo, são geringonças inúteis. São estorvos para a consecução das políticas “corretas” isto é, aquelas que se submetem aos seus interesses e de suas empresas. Por isso é preciso coartar e controlar as instâncias de discussão pública da informação. A liberdade de opinião não é boa coisa, sobretudo quando começam a naufragar os programas econômicos e sociais recomendados pelos Senhores do Mundo como roteiros infalíveis para o sucesso.

Na família dos vulgarizadores da opinião subalterna não faltará quem pretenda acusar de "antiamericanismo” os que hoje dão nome e apelido aos episódios de reafirmação do poder imperial americano. Tratar assim uma questão tão grave e decisiva para o futuro da vida decente neste planeta é uma forma tosca de “misturar estação” com o propósito de interditar o exame crítico de qualquer processo político. Isso desfigura o debate racional sobre os conflitos contemporâneos, transfigurado numa guerra de preconceitos travada nos esgotos da alma humana.

Quem é a favor da Paz da Civilização mostra a sua visão e protesta bom quando são Judeus






O caso do “Exodus” repetiu-se, com troca de papéis. Agora, os israelitas são os britânicos.
Mate um turco e descanse

Uri Avnery

O caso do “Exodus” repetiu-se, com troca de papéis. Agora, os israelitas são os britânicos.
No mar alto, em águas internacionais, a marinha israelita atacou o barco. Os comandos mascarados atacaram com fúria. Centenas de agredidos resistiram. Os soldados atiraram. Houve mortos, muitos feridos. O barco foi levado a outro porto, os passageiros desembarcaram. O mundo viu-os andando pelo cais, homens e mulheres, velhos e jovens, todos esgotados, rasgados, um depois do outro, escoltados por soldados…
O navio era o “Exodus 1947”. Havia deixado a França na esperança de romper o bloqueio britânico, imposto para impedir que navios abarrotados de sobreviventes do Holocausto aportassem nas costas da Palestina. Se não conseguissem aportar, imigrantes ilegais, seriam levados pelos britânicos aos campos de concentração em Chipre, como já acontecera antes. Ninguém se preocuparia com eles por mais de um, dois dias.
Em Israel, no governo, estava Ernest Bevin, do Partido Labour, ministro britânico, arrogante e brutal, apaixonado pelo poder. Jamais deixaria que um bando de judeus mandasse no seu governo. E decidiu dar uma lição aos judeus, o mundo por testemunha. “É provocação!” gritou ele e, claro, estava certo. O objetivo era mesmo gerar um acto de provocação, para atrair os olhos do mundo para o bloqueio britânico da Palestina.
O que aconteceu todos sabem: o ataque degenerou, uma estupidez levou à outra, o mundo solidarizou-se com os passageiros dos barcos. Os britânicos, senhores da Palestina não cederam e pagaram o preço. Pesado preço.
Muitos crêem que o caso do “Exodus” marcou o ponto de viragem da luta para a criação do Estado de Israel. O mandato britânico entrou em colapso sob o peso da condenação internacional e os britânicos tiveram de deixar a Palestina. Houve, é claro, muitas outras razões de peso para aquela decisão, mas o episódio do “Exodus” provou ser a palha que quebrou a espinha dorsal do camelo.
Esta semana, em Israel, não fui o único que lembrou este episódio. De facto, foi quase impossível não lembrar, sobretudo os israelitas que já vivíamos na Palestina naquele tempo e vimos tudo.
Há diferenças importantes, é claro. Aqueles eram sobreviventes do Holocausto; hoje, são pacifistas de todo o mundo. Mas então, como hoje, o mundo viu soldados pesadamente armados a atacar brutalmente passageiros desarmados – que resistiram com o que encontraram à mão, paus e porretes e com os punhos. Daquela vez, como hoje, aconteceu no mar alto – daquela vez, a 40 km da costa; agora, a 65 km.
Analisado em rectrospectiva, o comportamento do governo britânico em todo o caso parece inacreditavelmente estúpido. Mas Bevin não era bobo; os oficiais britânicos que comandaram a acção não eram idiotas. Afinal, acabavam de terminar a guerra mundial, do lado vencedor.
Se agiram como perfeitos idiotas do começo ao fim, foi por arrogância, insensibilidade e absoluto desprezo pela opinião pública mundial.
Ehud Barak é o Bevin israelita. Burro, não é; nem os generais israelitas são burros. Mas são hoje responsáveis por uma cadeia de decisões e actos alucinados, cujas implicações são difíceis de avaliar. O ex-ministro e actual comentador Yossi Sarid descreveu o comité dos sete ministros – “grupo dos sete” –, que decide sobre questões de segurança, como “os sete idiotas” – e devo protestar. Foi um insulto aos idiotas.
Os preparativos para a frota exigiram mais de um ano. Centenas de mensagens de e-mail andaram pelo mundo. Eu mesmo recebi dúzias. Não era segredo. Tudo foi feito às claras.
Houve tempo de sobra para que instituições políticas e militares em Israel se preparassem para a chegada dos barcos. Os políticos poderiam ter sido consultados. Os soldados, treinados. Os diplomatas, informados. O pessoal da espionagem trabalhou.
De nada adiantou. Todas as decisões foram erradas, do primeiro ao último momento. E ainda não terminou.
A ideia de romper o bloqueio com uma frota de pacifistas roça a genialidade. Põe Israel num dilema – tendo de escolher entre várias alternativas, todas ruins. É a situação em que qualquer general sonha ver o general adversário.
As alternativas:
(a) Permitir que a Frota chegue a Gaza, sem obstáculos. O secretário do Gabinete apoiava essa ideia. Mas levaria ao fim do bloqueio, porque depois dessa frota viriam outras, cada vez maiores.
(b) Deter os navios em águas territoriais, vistoriar a carga, assegurar-se de que não havia nem armas nem “terroristas” e deixá-los prosseguir até ao porto. Levantaria alguns protestos em todo o mundo, mas preservar-se-ia o bloqueio, pelo menos em princípio.
(c) Capturar os barcos em alto mar e levar todos até Ashdod. O risco, nesse caso, seria a batalha contra os activistas a bordo, até Ashdod.
Como os governantes em Israel sempre fazem, quando têm de escolher entre várias alternativas ruins, o governo Netanyahu escolheu a pior.
Todos os que acompanharam os preparativos noticiados pelos jornais previam que havia risco de resultar em mortos e feridos. Ninguém aborda um barco turco à espera de ser recebido por garotinhas louras que ofereçam rosas. Todos sabem que os turcos não se rendem facilmente.
As ordens que os soldados receberam – e a imprensa divulgou – incluíam as palavras fatais: “a qualquer custo”. Qualquer soldado sabe o que significam essas palavras terríveis. Não bastasse, na lista dos objectivos da missão, a atenção aos passageiros civis aparecia em terceiro lugar, depois da salvaguarda da segurança dos soldados e da necessidade de cumprir a missão.
Se Binyamin Netanyahu, Ehud Barak, o comandante geral do exército e o comandante da marinha não sabiam que a operação poderia levar a matar e ferir civis desarmados, então é necessário concluir – até os que ainda relutem – que são todos insuperavelmente incompetentes. Merecem ouvir as palavras imortais de Oliver Cromwell ao Parlamento: “Estão aí há tempo demais, considerado o serviço que têm prestado… Vão-se! Livrem-nos de vocês. Em nome de Deus, fora!”
Este acontecimento aponta outra vez para um dos mais sérios aspectos da situação: Israel vive numa bolha, numa espécie de gueto mental, que nos isola do mundo e nos impede de ver outra realidade: a que o resto do mundo vê. Um psiquiatra veria aí sintoma de grave doença mental.
A propaganda do governo e do exército israelitas, para o público interno, conta uma história simples: os heróicos soldados de Israel, valentes e sensíveis, elite da elite, abordaram o navio com intenções de “parlamentar” e foram atacados por uma turba selvagem e violenta. Os porta-vozes oficiais nunca esqueceram de repetir a palavra “linchamento”.
No primeiro dia, praticamente toda a comunicação social israelita acreditou. Afinal, claro que os judeus são sempre as vítimas. Sempre. Aplica-se a soldados judeus, claro. Claro. Soldados judeus abordam barco estrangeiro em águas internacionais e, imediatamente, se metamorfoseiam em vítimas encurraladas, sem escolha, obrigados a defender-se de ataque violento incitado por anti-semitas.
Impossível não lembrar a clássica piada de humor judeu, sobre a mãe judia na Rússia, que se despede do filho convocado para o exército do czar, em guerra contra a Turquia. “Não se desgaste”, aconselha a mãe. “Mate um turco, e descanse. Mate outro turco e descanse outra vez…”
“Mas mãe”, o filho interrompe, “E se o turco me matar?”
“Matá-lo”?, exclama a mãe. “E por que o mataria? O que você lhe fez?”
Soa como loucura, para qualquer pessoa normal. Soldados pesadamente armados de um comando de elite abordam um navio no mar, no meio da noite, por mar e por ar – e são as vítimas?
Mas há aí uma gota de verdade: são vítimas, sim, de comandantes arrogantes e incompetentes, de políticos irresponsáveis e da imprensa que os mesmos arrogantes, incompetentes e irresponsáveis alimentam. De facto, são vítimas também da população de Israel, dado que esses eleitores, não outros, elegeram aquele governo, inclusive a oposição, que não é diferente da situação.
O caso do “Exodus” repetiu-se, com troca de papéis. Agora, os israelitas são os britânicos.
Em algum lugar, algum novo Leon Uris prepara-se para escrever o próximo livro, “Exodus 2010”. Um novo Otto Preminger planeia filmar novo blockbuster. Um novo Paul Newman brilhará nele. Sorte, que não faltam hoje talentosos actores turcos.
Há mais de 200 anos, Thomas Jefferson declarou que todas as nações deveriam agir “com respeito decente pelas opiniões da humanidade”. Em Israel, os líderes jamais aceitaram a sabedoria dessa lição. Preferem a lição de David Ben-Gurion: “Não importa o que pensem os não-judeus. Só importa o que os judeus fazem.” Vai-se ver, tinha a certeza de que não há judeus que agem como imbecis.
Fazer da Turquia, inimiga, é pior que simples tolice. Há décadas, a Turquia tem sido a mais próxima aliada de Israel na Região, muito mais próxima do que a opinião pública supõe. A Turquia poderia, no futuro, fazer o papel de importante mediadora entre Israel e o mundo árabe-muçulmano, entre Israel e a Síria e, sim, também entre Israel e o Irão. É possível que Israel, agora, tenha conseguido unir o povo turco contra Israel – e já há quem diga que esse seria o único tema em torno do qual os turcos afinal se uniram.
Estamos a viver o segundo capítulo da operação “Chumbo Derretido”. Daquela vez, Israel reuniu a opinião pública contra Israel e os israelitas, chocámos os raros amigos de Israel e facilitámos a luta para os inimigos de Israel. Agora, Israel repete o feito, com talvez ainda mais sucesso. Israel conseguirá virar, contra Israel, a opinião pública mundial.
Este processo é lento. É como a água, acumulando por trás da barragem. A água sobe devagar, em silêncio, mal se vê. E quando alcança o nível crítico, a barragem cede e será o desastre, para Israel. Israel aproxima-se perigosamente desse ponto.
“Mate um turco e descanse…” recomenda a mãe, na piada. O governo de Israel nem descansa! Parece decidido a não parar, até ter convertido em inimigo, o último amigo que reste a Israel.
Publicado por Gush Shalom [Bloco da Paz], Israel, em Haaret’z, Telavive, 3/6/2010
Tradução de Caia Fittipaldi, disponível em viomundo.com.br
Sobre o autor
Uri Avnery
Escritor israelita, jornalista, fundador do movimento de defesa da paz Gush Shalom.

do Blog do Turquinho

Vigilância tem que ser de goleada






segunda-feira, 7 de junho de 2010
A GRANDE TENTATIVA DE GOLPE SERÁ NA CONTAGEM DE VOTOS PELO TSE.A IMPRENSA CORRUPTA FARÁ A FAMOSA BOCA DE URNA DANDO VANTAGEM PARA SERRA

E A "OPOSIÇÃO SEM RUMO" TERÁ TODAS AS MÍDIAS PARA DIZER QUE VENCEU , ENQUANTO DILMA E O PT FICARÃO SEM VOZ E SERÁ DITO QUE SÃO MAUS PERDEDORES.
DIGO TUDO ISSO PARA QUE SE PREPAREM MUITO BEM ANTES , PARA QUE A REALIDADE SEJA OUTRA E DILMA VENÇA AS ELEIÇÕES.
CUIDADO PT , DILMA E LULA , NÃO SEJAM INFANTIS E NÃO ACREDITEM NO ESPÍRITO DEMOCRÁTICO DA "ELITE".
ESSE EPISÓDIO DO DOSSIÊ É EMBLEMÁTICO , VEJAM QUE O JORNAL NACIONAL SÓ DEU VOZ A SERRA E SUA GANGUE.
NÃO ESPEREM QUE O JN DÊ DIREITO DE RESPOSTA OU ENTREVISTE O OUTRO LADO , ISSO SERIA MUITA INGENUIDADE. A GLOBO FAZ PARTE DA IMPRENSA CORRUPTA , GOLPISTA E RACISTA BRASILEIRA E NUNCA SERÁ DEMOCRÁTICA. NÃO É ESSE O OBJETIVO DA EMPRESA , MUITO PELO CONTRÁRIO ELA É UM BALUARTE DOS EUA E DOS SENHORES FEUDAIS DO BRASIL.
OS SENHORES FEUDAIS DO BRASIL DOMINAM O PAÍS A MAIS DE QUINHENTOS ANOS E NOS MANTÊM SOB RIGOROSO REGIME DE POBREZA , ONDE SÓ TEMOS AS SUAS MIGALHAS PARA SOBREVIVER.
AO PERCEBEREM A IMPOSSIBILIDADE DE VITÓRIA PELO VOTO , IRÃO , SEM DÚVIDA , TENTAR O GOLPE DE ESTADO.
Postado por APOSENTADO INVOCADO

Ah agora entendi






Porque a mídia tem raiva das lutas sociais?



do Altamiro Borges

A arrogância continua da Rainha dos USA












A obsessão de Hillary Clinton
Enviado por luisnassif, seg, 07/06/2010 - 08:08

De Tomás Rosa Bueno



O artigo a seguir foi escrito originalmente em inglês, e fez tanto sucesso que foi traduzido até para o russo, num tom um tanto mais malcriado que o meu, menos de duas horas depois de publicado. O original está aqui <> , e a tradução russa, permitindo-me o cabotinismo descarado, está aqui . E aqui, a minha tradução:

Madame Clinton tem mais um ataque de síndrome de Tourette

Hillary Clinton, a dama dos miolos de ferro, disparou mais uma saraivada de comentários muito diplomáticos e muito corteses antes de visitar um país que presta muita atenção no que ela diz. No ano passado, antes de vir ao Brasil para vender a sua pacotilha de sanções, achou que seria uma boa idéia para ameaçar os brasileiros para que aceitassem os conselhos dela , ou sofressem as consequências. Agora, sai xingando de novo antes mesmo de subir ao avião.

Hillary Clinton está tão obcecada com as sanções contra o Irã, que só agora está acordando para uma informação dos serviços inteligência dela devem ter sabido há dias, posto que vem circulando na internet há pelo menos uma semana: o Irã parece estar prestes a anunciar que irá suspender o enriquecimento de urânio a 20% tão logo o acordo de troca de combustível nuclear que fechou com a Turquia e o Brasil seja oficialmente aceitado pelo Grupo de Viena. E está tentando antecipar-se ao anúncio, que será mais um prego no caixão das sanções ", descartando-o de antemão como “um truque".

Se o Irã atirar todo o seu equipamento de processamento de combustível nuclear no Golfo Pérsico e jurar nunca mais olhar para uma centrífuga de novo, a Sra. Clinton chamaria isso de "um truque" e pediria sanções ainda mais “duras".

O que deveria preocupar agora a Sra. Clinton é se conseguirá ser recebida por algum funcionário de alto nível no Brasil, depois das suas observações insultuosas sobre o acordo de troca de combustível nuclear negociado pelo Brasil e pela Turquia com o Irã – “outro truque”, segundo ela. O Brasil deve estar agora pensando numa maneira de encontrar um equilíbrio entre a preservação da sua relação amigável com os EUA e tratar a Hillary Clinton como ela merece, e ela pode considerar-se com sorte se conseguir encontrar-se com o Samuel Pinheiro Guimarães, se tanto, em Brasília. Poderá então explicar (porque os brasileiros com certeza perguntarão) porque os EUA estão tão empenhados em aprovar sanções contra um país que vem demonstrado disposição para negociar, desde que seja tratado com o respeito que merece, em vez de ser *mandado* aceitar tudo o que a outra parte quer antes mesmo de começar as negociações. Mas se ela não conseguir manter o resto das suas observações arrogantes para si meama antes de chegar, arrisca-se a ser recebida na pista do aeroporto por um terceiro-secretário de cara azeda que vai ouvir as diatribes dela e despachá-la de volta ao avião com destino à próxima parada.



A NOVA INFÃMIA DO ESTADO NAZI-SIONISTA


O assassinato de 9 inocentes que iam levar socorro à população sitiada de Gaza é mais um crime do estado nazi-sionista.

O regime do apartheid imposto pelo estado judeu ao martirizado povo palestino é um crime continuado no tempo.

A impunidade com que o estado judeu comete as suas infâmias só acontece devido ao beneplácito dos governos ocidentais.
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Os crimes destes judeus hitlerianos verificam-se porque contam com o apoio do imperialismo americano e do sub-imperialismo europeu.

É um dever dos cidadãos dignos do mundo todo levantar um brado de protesto contra tais atentados de lesa humanidade.





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Uma t-shirt ostentando uma palestina grávida sob uma alça de mira e a inscrição "Um tiro duas mortes". Foi a imagem escolhida por snipers (atiradores de elite) da infantaria israelense. Outras t-shirts exibem bebés mortos, mães a chorarem sobre os túmulos dos seus filhos, armas apontadas a crianças e mesquitas bombardeadas. Há uma loja em Tel Aviv especializada em imprimir as ditas t-shirts e cada pelotão escolhe a imagem que vai usar. As atrocidades praticadas pela entidade nazi-sionista já não são escondidas – são mesmo exibidas.



do Luis Nassif

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