Papel suporta tudo. Até embrulhar peixe. O cheiro que o impregna nesse caso, pouco difere daquele exalado por alguns artigos publicados nestes dias.
O candidato tucano adiou a publicação de seu programa, previsto para acontecer por prestações a partir de ontem, porque deseja verificar uma última vez. Ele não é daqueles que assina nada sem saber, repete o interessado e aquiescem seus exegetas apoiadores.
Teria algum motivo “oculto” questionar a biografia propagandeada do candidato que pretende debater de trajetórias? Mais ainda quando expurga dela alguns fatos e acrescenta outros produtos de sua fértil imaginação?
O precedente não autoriza nenhum cheque em branco para o candidato tucano em matéria de palavra empenhada. Ou a carta a seguir, não é um precedente para tomar com pinças suas afirmações?
Serra é tão cuidadoso, certo? Nunca assinaria nada sem ler, proclama jactancioso o próprio.
Tanto é assim que ele sabia muito bem, quando assinou seu compromisso de cumprir integralemente seu mandato na prefeitura, que estava enganando o eleitorado pois sua intenção era utilizar o cargo como trampolim. Ficou pouco mais de um ano e pulou fora.
Sua palavra vale tanto como sua assinatura, como prova sua alardeada criação do FAT:
Fui também o autor da emenda à Constituição brasileira que instituiu o que veio a ser o Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT. O Fundo, hoje, é o maior do Brasil e é patrimônio dos trabalhadores brasileiros, e financia o BNDES, a expansão das empresas, as grandes obras, os cursos de qualificação profissional, o salário dos pescadores na época do defeso. Tudo isso vem do FAT. E tenho orgulho de ter iniciado esse processo.
Graças ao FAT, também, tiramos o seguro-desemprego do papel e demos a ele a amplitude que tem hoje. O seguro-desemprego dormia há mais de 40 anos nas gavetas. Existia na lei, mas pouco na prática. Conseguimos viabilizá-lo e ele já pagou mais de 50 milhões de benefícios na hora mais difícil de qualquer família e de qualquer trabalhador. (Convenção Nacional do PTB, em 12 de junho).
As Centrais Sindicais desmentiram a inverdade e eis que os jornais vêm partidarismo na atuação dos sindicatos, quando deveriam elogiá-los por terem feito o que os próprios jornais tinham abdicado de fazer: constatar a veracidade da autoproclamação feita pelo candidato e o PSDB.
Só depois que o manifesto das Centrais veio a público, manifesto que não se reduz a retificar a paternidade inverídica do tucano, é que alguns jornais finalmente informam que o FAT foi criado por um deputado do PMDB e não por Serra.
doluisfavre
José Serra é candidato a presidência desde 2002, quando foi derrotado por Lula. Sofreu uma rasteira do Alckmin em 2006, mas volta como candidato em 2010. Candidatou-se à prefeitura de Sampa, depois foi candidato ao governo de SP. Experiência como candidato Serra tem de sobra.
Mas vamos falar de 2010. Serra e o PSDB sabiam desde 2006, com a vitória histórica de Lula, que ele, Serra, seria candidato em 2010. De 2006 para 2010 Serra teve quatro anos para se preparar, para criar um programa de governo e, principalmente, para escolher um vice do quilate de nosso querido José Alencar.
Serra teve quatro anos para escolher seus aliados, para garantir apoios de peso. Apoios de políticos que de fato tivessem feito algo pelo Brasil, pelo povo brasileiro. Políticos com boas propostas, que mantivessem o Brasil no rumo certo do crescimento, do avanço das conquistas sociais, que melhoram a vida de todos os brasileiros. Nada disso aconteceu.
Serra mostrou que não tem liderança, não tem carisma, e só conseguiu o apoio do que há de pior na política brasileira. Serra é unha carne com o DEM e seu vice seria o Arruda, mas depois do escândalo do mensalão do DEM no DF e da prisão do Arruda o plano desmoronou.
Ele insistiu, rastejou, implorou para que Aécio Neves fosse seu vice, mas nada feito. Aécio caiu fora dessa canoa furada, até porque Serra não cedeu a Aécio a candidatura à presidência. Serra se uniu a Joaquim Roriz, que renunciou ao mandato de senador para não ser cassado.
Roriz foi acusado de quebra de decoro após a divulgação de conversas telefônicas que o mostraram negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), Tarcísio Franklin de Moura. A partilha seria feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol. Segundo o MP, Roriz também está envolvido no mensalão do DEM, e poderá ficar inelegível devido a sua renuncia para não ser cassado.
Aliás, a maioria dos políticos que apóiam Serra está mira do MPE e do TSE, por conta da Ficha Suja. Heráclito Fortes, Maria de Lourdes Abadia, Jackson Lago e Ronaldo Lessa são alguns. Serra conta também com o apoio de Roberto Jefferson, cassado porque acusou políticos sem provas. Jefferson afirmou na PF que recebeu dinheiro de Furnas no governo de FHC e estava envolvido na corrupção dos Correios. Serra tem apoio do Tasso Jereissati, aquele dos jatinhos, que recusou ser vice do Serra porque não confia nele.
E nessa lista não podia faltar o criador do Serra, FHC, juntamente com Bornhausen, do DEM. Com dificuldade para encontrar um vice, mas principalmente para tirar o palanque de Dilma no Paraná, Serra anunciou o Álvaro Dias como vice e deu no que deu: o DEM bateu o pé, ameaçou e escolheu um vice já no fim do prazo, o desconhecido – até para o Serra – deputado Índio da Costa, do RJ.
Ex-genro do banqueiro ladrão Cacciola, Índio emprega em seu gabinete – conforme reportagem da Folha em 14/07/2010 – um parceiro de vôos de ultraleve em um aeroclube do Rio. O parceiro Paul Zachhau é membro da Abul (Associação Brasileira de Ultraleves) e acompanha Índio em vôos de lazer. Ele não trabalha nem no gabinete de Índio, em Brasília, nem em seu escritório político no Rio de Janeiro. Zachhau foi nomeado secretário parlamentar por Indio em novembro de 2008. Esse é o vice do Serra, que até já foi aconselhado por Serra a ter amantes, desde que seja discreto.
Parece que Serra entende bem desse assunto, de ter amantes e ser discreto: segundo o blog do Noblat, em 15/11/2009, o então deputado Serra emprestava o apartamento em Brasília para os encontros amorosos de FHC com a jornalista Miriam Dutra, no início da década de 90. Será que Serra também vai emprestar apartamento para o seu vice?
Esses apoios políticos não estão sendo dados ao Serra pelos belos olhos dele, nem por nenhuma ideologia política, nem para o bem do Brasil – eles querem em troca poder, cargos, serão os ministros do Serra.
São esses tipos que iriam mandar na economia do país, como na era FHC, se Serra vencesse as eleições. Seriam eles que, junto ao Serra, iriam destruir todos os programas sociais do governo Lula. Iriam acabar com o Bolsa Família, o PROUNI, com o PAC. Sergio Guerra, presidente do PSDB já afirmou isso em entrevista na Veja.
Serra nem conhece o projeto do Trem Bala, anunciado ontem pelo presidente Lula, e já disse que é contra porque foi uma iniciativa da ministra Dilma.
Serra é o candidato trololó, que criou um ninho de mafagafos cheio de mafagafinhos à espreita para dar o golpe no povo brasileiro.
Jussara Seixas
By: Terra Brasilis
docomtextolivre
quarta-feira, 14 julho, 2010 às 11:42
Estou lendo agora em O Globo que o DEM, partido do vice de Serra, vai entrar hoje na justiça contra a reativação da telebras, responsável pela implementação do Plano Nacional de Banda Larga, que pretende dar acesso rápido e barato á internet a 40 milhões de usuários.
O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen, disse nesta terça-feira que o partido apresentará uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), utilizada para contestar atos do poder público que tenham causado lesão a preceito fundamental. A intenção é impedir que a Telebrás volte a atuar como empresa e passe a controlar o mercado de banda larga.
- Queremos suspender a possibilidade de a Telebrás voltar a ser empresa – explicou Bornhausen.
Sem a Telebras, as teles ficam com o monopólio das redes de internet e, para implementar o plano, o Governo terá de subsidiá-las em impostos e entregar a rede de 16 mil quilômetros de fibras opticas que já montadas nas torres de transmissão de energia do sistema Eletrobras (Furnas, Chesf) e da rede mantida pela Petrobras. E elas vão continuar nos impingindo o serviço caro e ruim que fornecem.
Ontem mesmo tinha pedido a um colaborador para melhorar a conexão de meu escritório. A Virtua, da Net, cobrava 270 reais por seis Mb, mas não instalava – centro do Rio, viu? – e a Oi mandava primeiro comprar outra linha de telefone para, depois, “ver o que podia fazer”.
Se depender do partido do Indio do Serra, nossa internet vai continuar a ser por tambores ou por sinais de fumaça. E os lucros das teles vão continuar crescendo a jato.
dotijolaço
O Serra é contra o trem bala.
Ele é bom de fazer metrô em São Paulo.
Clique aqui para ir “Globo quer detonar a Copa no Brasil e a tragédia que é andar de metrô em SP”.
E de fazer cratera em metrô.
O Serra é contra o trem bala, contra a banda larga (ele prefere a banda lerda), contra o ProUni, vai dobrar o numero de miseráveis para dobrar o Bolsa Família – clique aqui para ler o artigo do Miro: “Serra mente sobre o Bolsa Família” – , Serra é contra o Mercosul, vai invadir a Bolívia e o Irã, contra a usina de Belo Monte e é contra o câmbio (câmbio em São Paulo é a marcha do automóvel). Ele só não é contra o Lula …
O Serra diz qualquer coisa.
Mas, essa loucura tem uma lógica.
Não se iluda, amigo navegante.
Em tempo: na Chuíça (*) que os tucanos construíram – clique aqui para ler “tucanos detonaram São Paulo II” – há dois dias não funcionam normalmente as redes de eletricidade e de banda larga. É que choveu um pouquinho. Ele é um jenio.
Paulo Henrique Amorim
No trem lotado, passageira se lembra da propaganda na TV
por Luiz Carlos Azenha
No dia primeiro de julho eram mais ou menos 6 da manhã quando cheguei com um colega de trabalho à estação de Guaianazes, na zona Leste de São Paulo. Conversando com os usuários, ouvi que tem certos dias que a estação fecha, por falta de espaço para acomodar os passageiros. Não aconteceu. Havia muita gente, mas aparentemente cheguei suficientemente cedo para não correr risco de ficar de fora. Porém, não tive chance de entrar no primeiro trem. Quando as portas se abriram a multidão avançou determinada. O vagão à minha frente estava lotado quando os últimos que pareciam ter alguma chance de embarcar iniciaram uma dança que parecia mistura de rap com contorcionismo, na tentativa de se encaixar entre a parede humana e as portas que se fechavam. Feito isso, seguranças e os próprios passageiros que ficaram de fora passaram a manobrar para fechar as portas semi-abertas, à força.
No trem seguinte eu consegui entrar. Quando as portas se abriram meu corpo foi carregado pela massa humana, atravessei o vagão e quase saí pela porta do outro lado. Aprendi uma lição: sua sorte aumenta com o posicionamento estratégico na plataforma. A multidão faz o resto do trabalho. Cuidado para não cair. Não seja miúdo ou muito frágil.
Seguimos adiante, empilhados. Três senhoras conversavam em voz alta sobre o destino do goleiro Bruno. Os passageiros pareciam conformados com a superlotação. De repente, o trem parou. Recebemos a comunicação de que havia um trem quebrado à frente. Voltamos a andar. Na estação seguinte, novo comunicado: o trem em que estávamos seria esvaziado. Fomos informados de que deveríamos passar para a plataforma do outro lado, que seria utilizada emergencialmente por trens com destino à estação da Luz, no centro de São Paulo. Ficamos por ali, à espera do próximo trem, como muitos dos que estavam conosco no vagão. De novo, não conseguimos embarcar no primeiro trem. A situação era confusa. Ninguém sabia direito se o serviço de emergência rumo ao centro continuaria funcionando ali ou não. Descobrimos, depois de algum tempo, que voltara “ao normal”. Ou seja, mudamos outra vez de plataforma.
Pela terceira vez, foi impossível embarcar no primeiro trem. A essa altura eu já tinha visto dezenas de passageiros usando o celular, para fotografar a cena ou aparentemente para avisar aos chefes que chegariam atrasados ao serviço.
No trem seguinte, enfim conseguimos seguir viagem. Mais uma vez empilhados. Quando digo empilhados quero dizer exatamente isso: não sobra espaço para nada. Você passa a integrar uma massa humana que se move conjuntamente, de um lado para outro do vagão.
Puxei papo. Duas mulheres disseram que eram operadoras de telemarketing e que naquele dia perderiam dinheiro nas vendas e, possivelmente, o ponto, se não chegassem ao destino antes das 9 horas da manhã. Elas disseram que era impossível usar os trens com os filhos durante o horário do rush, por causa da fragilidade das crianças. Os mais velhos dispõem de um vagão especial.
Outros passageiros disseram que é comum testemunhar casos de violência, por causa do empurra-empurra. Uma terceira passageira disse que isso não era comum entre os que estão acostumados a viajar assim todos os dias, mas em geral as brigas acontecem entre os marinheiros de primeira viagem. Por exemplo, aqueles que querem “proteger” as namoradas.
A essa altura eram 8:25 da manhã. Consegui esticar o braço e fazer a foto acima com o meu celular. As pessoas começaram, então, a dizer que aquele aperto não era nada, perto das cenas de horror que elas testemunhavam no fim do expediente, na estação Dom Pedro, na Luz, na Sé… perdi a conta dos lugares onde eu deveria ir urgentemente para, aí sim, ver a verdadeira lotação do sistema de transporte público de São Paulo.
Foi quando uma mulher, que não pude ver por estar localizada em algum ponto atrás da minha cabeça, disse alguma coisa do gênero: “E depois aqueles trens da propaganda aparecem vazios”. Estava, aparentemente, se referindo à propaganda do governo de São Paulo na TV. Ao que outra mulher acrescentou: “É que nem os hospitais sem fila”.
É por isso que tenho dito que, quando aparecer um candidato que genuinamente se importe com a lotação dos trens e com outras questões “prosaicas” para a grande maioria dos paulistanos da periferia — saúde, moradia, educação –, ele tem fortíssimas chances de se eleger. As pessoas sabem discernir perfeitamente o que é propaganda e o que é real quando tratam de questões que dizem respeito diretamente ao seu cotidiano. Temos, em São Paulo, uma mídia que pertence a uma classe, que é feita por uma classe e que serve exclusivamente a uma classe. Os políticos paulistas são reféns ou parceiros dela.
Naquela manhã, cheguei à estação da Barra Funda às 9h15m. Se eu fosse operador de telemarketing na empresa daquelas passageiras, teria perdido o pagamento de um dia de trabalho.
doviomundo
Quando os tucanos chamavam o Bolsa Família de “esmola”
O Luiz Carlos Azenha teve uma idéia brilhante para desmascarar mais uma mentira de Serra e de sua patota.
É o seguinte: passamos os últimos oito anos ouvindo e lendo tucanos e pefelês – e os seus bate-paus na internet e na mídia – chamarem o Bolsa Família de “bolsa-esmola”. Os jornalões e revistões do PIG (Partido da Imprensa Golpista, que já pediu e ajudou a dar diversos golpes de Estado no Brasil, tendo tentado de novo em 2005-2006) repercutiram os tucanos chamando o programa social de Lula de “bolsa-esmola”, pedindo “portas de saída”, dizendo que o programa era “assistencialista”, que “estimulava a vagabundagem” y otras cositas más.
Contudo, no mês passado, quando Serra deu aula de como ser tucano aos colunistas da Folha e seus leitores amestrados lá no Teatro Folha, pertinho da casa de FHC, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, evento que o jornal da família Frias chamou de “sabatina”, o candidato tucano a presidente disse que Lula é que chamou o Bolsa Família de “bolsa-esmola” quando estava na oposição e FHC, então, havia criado o bolsa-escola.
Daí você vai ao Google e descobre que essa pérola de Serra se espalhou como praga pela internet e que mídia e tucanos estão tentando esconder reportagens e colunas e editoriais em que figuram essas considerações da turma de Serra e de FHC sobre o Bolsa Família.
Bobagem, caros tucanos (assumidos e enrustidos). Vocês acham mesmo que poderão esconder declarações públicas que vocês deram e que mostraram que vocês são contra o Bolsa Família? Eu mesmo escrevi muito sobre isso e dei datas, nomes, lugares etc. É só procurar, e é o que começarei a fazer para atender ao chamamento do Azenha.
Sugiro a vocês que façam o mesmo. Resgatem tudo que puderem sobre as bilhões de vezes em que a tucanada (ou seja, o partido de Serra, incluindo o próprio) atacou o Bolsa Família, dizendo, até, que seria “compra de votos” etc.
Sobre a mentira calhorda que Serra disse na “sabatina” da Folha, foi a respeito de declarações que Lula deu quando estava na oposição. Ele disse, sim, que o bolsa-escola de FHC era enganação pois o governo da época investia nele recursos irrisórios. Lula, vencendo a eleição, reunificou programas esparsos e cosméticos como bolsa-escola, bolsa-gás, bolsa-coxinha etc., etc. E uniu os cadastros dos beneficiários. E investiu neles várias vezes mais do que FHC – dizer que foram dez, quinze, vinte vezes mais, não seria exagero.
Enfim, uno-me ao Azenha para lhes pedir que enviem para o blog dele – ou, se quiserem, para este aqui – tudo o que puderem sobre essa questão, tudo do que se lembrarem, porque será tudo juntado ao que já existe e será compilado e publicado com grande destaque, de forma a provar que ou Serra mudou de idéia ao dizer que “dobrará” os recursos do Bolsa Família ou, então, está mentindo – de novo.
doblogdacidadania
A bolsa-esmola de José Serra
Ontem nós dissemos que Serra e Aécio afinaram o discurso do fracasso, em cerimônia de inauguração de um casarão do governo de Minas Gerais na capital paulista.
Hoje deu no jornal
Valor Econômico que, ao sair da cerimônia:
" ... Serra foi abordado por dois meninos de rua. O governador, buscando simpatia, puxou conversa, perguntando para que times de futebol eles torciam. Só que Cainã e Caique foram cobrá-lo por uma promessa não cumprida: em uma visita a uma comunidade carente da Barra Funda, Serra garantiu aos garotos que lhes daria pipas e peões. Desconversando, Serra perguntou onde moravam, para envio dos presentes, e a resposta não poderia ter sido mais constrangedora: " na rua, aqui na [Avenida]Rebouças, pertinho. Mora bastante gente lá " . O governador sacou algumas notas do bolso, deu aos meninos e foi embora."
Isso sim é
bolsa-
esmola, que não leva cidadania às crianças.
O que José Serra poderia ter feito SE TIVESSE política social:
1) Perguntar EM QUE ESCOLA estudam, se estavam inscritos em algum programa social, e se estavam precisando de alguma coisa;
2) Perguntar sobre a família deles, e se poderia fazer alguma coisa que eles precisam para resolver problemas de desagregação familiar, se for o caso;
3) Acionar, ali mesmo, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, para levantar o traseiro burocrático dos gabinetes com ar-condicionado, e fazer alguma coisa para tirar os meninos da rua;
4) Poderia acionar sua mulher, primeira-dama, presidente do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, para praticar política social fora da DASLU.
A primeira-dama, Monica Serra (de óculos) fazendo política social na DASLU: em maio de 2008,
lançando a
campanha do agasalho, na loja da DASLU, ao lado de Donata Meireles (uma das donas), com uma camiseta promocional da grife.
Um governador que tem delegação popular, autoridade e verba para resolver o problema de pelo menos duas crianças de rua, se omite e não faz nada, preferindo dar
esmola, tratando crianças como mendigos, negando-lhes cidadania e inclusão social. Isso é José Serra!