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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 04, 2010

Queremos Banda Larga ao preço que se paga na europa






Telefonica, na Espanha, vende Jaguar a preço de Gol

Recebi de um colaborador (como sempre, obrigado, Noir) notícia publicada ontem no jornal Expansión, de Madri, de que a Movistar, marca da Telefonica, lançou uma promoção oferecendo um serviço de banda larga de 10 megas por 9,90 euros mensais, o que equivale a R$ 23,76, o que no Brasil não pagaria nem um serviço acima de 512 kbps.

A oferta da Movistar só dura três meses, mas depois desse prazo o preço dos mesmos 10 megas será de 19,90 euros (R$47,76). Engraçado é que o Euro é uma moeda mais forte que o Real e o preço do serviço de banda larga por lá é bem mais barato que aqui. A mesma Telefonica, através de sua marca Speedy, oferece em São Paulo um plano de 8 megas por R$ 199,90. Depois os tucanos vêm dizer que o problema da banda larga no Brasil é a baixa renda da população.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, feita mês passado, constatou que a banda larga no Brasil é cara, lenta e restrita. Para ter internet rápida em casa, o brasileiro paga em média US$ 28 por mês, valor que chega a 4,58% da renda per capita no país. Nos EUA, o valor é de apenas 0,5% da renda per capita, e na França, de 1,02%.

Em abril, o Ipea divulgou um estudo, que comentamos aqui, mostrando que o Brasil tem a quinta banda larga mais cara numa lista de 15 países. Custa cinco vezes mais que na França e dez vezes mais que nos EUA. E estamos falando só de preço, porque se formos entrar na qualidade do serviço não vai ser possível comparar com nenhum país da Europa ou da América do Norte.

Segundo levantamento recente realizado pela empresa americana Akamai, a velocidade de tráfego da internet brasileira é uma das mais lentas do mundo, pouco acima de um megabit por segundo (Mbps), 93% menor que a velocidade média da Coréia do Sul, líder do ranking. Além disso, 20% das conexões no Brasil têm velocidade inferior a 256 quilobits por segundo (Kbps), o que passa longe da velocidade mínima estabelecida pela União Internacional de Telecomunicações, entre 1,5 Mbps e 2 Mbps.

E o presidente do sindicato das teles ainda tem a caradura de declarar publicamente que os usuários brasileiros”querem ter um Jaguar pelo preço de um Gol”. O que nós queremos é uma internet decente, com conexão rápida e que não caia toda hora por um preço justo, que parece ser o que estas mesmas empresas praticam lá fora, mas não querem reproduzir aqui.

dotijolaço

eua em Agonia capitalista Selvagem





Concentração de renda e agonia da classe média nos EUA

Vivendo no país mais rico do mundo, a classe trabalhadora estadunidense vem comendo o pão que o diabo amassou ao longo das últimas décadas. Os salários reais estão estagnados desde 1973, ou nos últimos 37 anos, ao passo que a renda das famílias mais ricas (1% da população) triplicou, conforme observou o jornalista Edward Luce, do Financial Times, em reportagem intitulada “A agonia da classe média americana”, reproduzida nesta quarta (4) pelo jornal Valor.

A crescente concentração da renda no topo da pirâmide e o arrocho dos salários na base constituem provavelmente as principais características do padrão de reprodução do capitalismo americano no período mencionado, que sucedeu os chamados “anos dourados” do pós-guerra (décadas de 1959 e 1960). Isto impactou fortemente a chamada classe média, conforme revela Luce.

Problema estrutural


A tendência à concentração de maior riqueza num pólo e pobreza noutra foi intensificada nos últimos anos, a tal ponto que “a maioria dos economistas vê a grande estagnação [dos salários] como um problema estrutural – ou seja, inume ao ciclo econômico”.
No último ciclo de expansão da economia, “que começou em janeiro de 2002 e terminou em dezembro de 2007, a renda familiar mediana americana ficou US$ 2 mil menor – a primeira vez em que a maioria dos americanos esteve pior no fim de um ciclo do que no início”.

Sem mobilidade

Observa-se, com isto, “um declínio na mobilidade da renda”, ou seja, “hoje, nos EUA, é menor a chance de passar de um estrato de renda mais baixa para outro mais elevado do que em qualquer outra economia desenvolvida.” O jornalista inglês enxerga no avanço da desigualdade “a crise em fogo lento do capitalismo americano”.

Não surpreende que uma maioria crescente de estadunidenses tem dito, em pesquisas de opinião, acreditar que seus filhos terão um padrão de vida pior do que o deles próprios. O famoso american of way of life (modo de vida americana) já era.

Arrocho e despejo

As coisas pioraram com a recessão iniciada no final de 2007, que destruiu cerca de 9 milhões de empregos, degradou um pouco mais as condições de trabalho e rebaixou salários. Além disto, um grande número de famílias operárias, endividada e sem renda, entrou na fila dos despejos e amargou também a perda das residências.

As políticas públicas em geral contribuíram para aprofundar o fosso social, reforçando a acumulação de riqueza pelas famílias mais ricas e o empobrecimento da massa trabalhadora. O governo Obama não alterou a lógica do sistema.

Economia e política


O processo de achatamento relativo (e mesmo absoluto) dos salários foi paralelo ao avanço do parasitismo econômico dos EUA, traduzido na crescente dependência de capitais estrangeiros para financiar o consumo excessivo de importados e um déficit público explosivo, que é a contrapartida das custosas aventuras militares e de um orçamento bélico que corresponde à metade da despesa mundial com armas e segurança.

Muitos economistas apontam a redução do poder de compra do povo trabalhador como uma das causas da mais recente recessão no país, já que estimulou a superprodução relativa de mercadorias. O baixo consumo das famílias mais pobres reduz as dimensões do mercado interno para a indústria e cria dificuldades adicionais para o comércio e a valorização.

“Durante anos, o problema foi amenizado e parcialmente oculto pela disponibilidade de crédito barato. Americanos de classe média foram ativamente incentivados a se endividar continuamente, oferecendo suas casas em garantia, ou a canibalizar seus fundos de aposentadoria, confiando em que os preços dos imóveis e as bolsas de valores desafiariam permanentemente a gravidade (uma atitude estimulada, entre outros, pela metade ganhadores do Nobel de Economia em todo o mundo). Essa reserva de valor, agora, não existe mais”, sublinou.

O resultado disto foi o acúmulo de dívidas impagáveis, concentradas principalmente no ramo imobiliário, que estouraram com a chamada “crise do subprime”. O fenômeno encontra sua explicação em vários fatores econômicos e políticos, objetivos e subjetivos, entre eles a ascensão da China e outros países considerados emergentes, que teria solapado “os salários no Ocidente” e eliminado “postos de trabalho sem qualificação, semiqualificados e até mesmo qualificados. A indústria agora representa somente 12% dos postos de trabalho nos EUA.”

Também pesou a filosofia neoliberal que guiou a política econômica dos Estados Unidos pelo menos desde a reação conservadora do ex-ator Ronaldo Reagan, “que acelerou o declínio dos sindicatos e reverteu os traços mais progressistas do sistema fiscal americano” ao reduzir a carga tributária das camadas mais ricas. No seio da classe trabalhadora os maiores prejudicados são os imigrantes.

Leia abaixo a íntegra da reportagem publicada pelo jornal Valor:

A agonia da classe média americana


Tecnicamente falando, Mark Freeman deveria considerar-se entre as pessoas mais sortudas do planeta. Aos 52 anos, ele vive com sua família em casa própria, numa rua arborizada e no coração do país mais rico do mundo. Quando está com fome, ele come. Quando esquenta, ele liga o ar-condicionado. Quando quer buscar alguma coisa, ele navega na internet.

No entanto, de alguma forma, as coisas não vão mais tão bem. No ano passado, o banco tentou retomar a casa dos Freeman, apesar de eles estarem com seu pagamento atrasado apenas três meses. Seu filho, Andy, foi recentemente excluído da cobertura do seguro saúde de sua mãe e só penosamente readmitido mediante um grande pagamento. E, assim como as casas tapadas com tábuas - que sinalizam a epidemia de retomadas judiciais de imóveis nos EUA -, o tráfico de drogas e os tiroteios, que antes eram distantes de seu bairro, estão chegando cada vez mais perto, quarteirão por quarteirão.

O que é mais perturbador, no caso dos Freeman, é como eles são típicos. Nem Mark nem Connie - sua incansável mulher, tão gordinha quanto ele é magro - têm doenças crônicas. Ambos trabalham no Hospital Metodista local - ele trabalha no almoxarifado, e ela é técnica em suprimentos de anestesia. A US$ 70 mil por ano, a renda bruta do casal é mais de um terço superior à mediana do núcleo familiar americano.

No passado, isso era o "sonho americano". Nos dias atuais, poderia ser chamado de "devaneio incerto americano". Na prática, Mark gasta muito dinheiro todo mês com o aluguel de uma máquina para tratar sua apneia, que lhe dá insônia. "Se perdemos nossos empregos, depois de umas três semanas teremos zerado nossa poupança", diz ele, sentado em seu quintal, de olho na rua e uma garrafa de cerveja na mão. "Nós trabalhamos dia e noite para tentar poupar para nossas aposentadorias. Mas nunca estamos a mais de um ou dois cheques de distância do olho da rua."

Quando se fala de classe média americana, a maioria dos estrangeiros imagina algo mais atemporal e confortável, como nas séries de TV, na qual os adolescentes vão à escola dirigindo carros esportivos e as meninas são sempre animadoras de torcidas. Isso pode representar como vivem uns 10% do topo da classe média. O resto vive como os Freeman. Ou pior.

Uma visita completa à casa de 65 m2, pertencente a Mark, no noroeste de Mineápolis, leva apenas uns 30 segundos. A casa foi comprada mediante um financiamento de US$ 50 mil em 1989. Agora, ela vale US$ 73 mil. "Houve um momento em que ela valia US$ 105 mil dólares - e pensamos que tínhamos entrado no paraíso", diz Mark. "Os bancos continuaram telefonando - às vezes quatro ou cinco vezes numa mesma noite -, oferecendo linhas de crédito e empréstimos. Insistiam como traficantes de drogas."

O lento estrangulamento econômico dos Freeman, e de milhões de outros americanos de classe média, começou muito antes da Grande Recessão, que apenas agravou a "recessão pessoal" que os americanos comuns vinham sofrendo havia anos. Denominada pelos economistas como "estagnação do salário mediano", a renda anual dos 90% de famílias menos bem de vida nos EUA permaneceu essencialmente inalterada desde 1973 - tendo crescido apenas 10% em termos reais nos últimos 37 anos. Isso significa que a maioria das famílias americanas está no sufoco há mais de uma geração.

No mesmo período, a renda do 1% de famílias mais ricas triplicou. Em 1973, executivos-chefes de grandes companhias recebiam, em média, remuneração igual a 26 vezes a renda mediana. Hoje, é mais de 300 vezes superior.

A tendência só tem se intensificado. A maioria dos economistas vê a grande estagnação como um problema estrutural - ou seja, imune ao ciclo econômico. Na última expansão, que começou em janeiro de 2002 e terminou em dezembro de 2007, a renda familiar mediana americana ficou US$ 2 mil menor - a primeira vez em que a maioria dos americanos esteve pior no fim de um ciclo do que no início. O mais grave é que a longa era de renda estagnada tem sido acompanhada por algo profundamente antiamericano - um declínio na mobilidade da renda.

Alexis de Tocqueville, grande cronista francês dos primórdios da nação americana, já foi erroneamente citado como tendo dito: "Os EUA são o melhor país do mundo para os pobres". Isso deixou de ser verdade. Hoje, nos EUA, é menor a chance de passar de um estrato de renda mais baixa para outro mais elevado do que em qualquer outra economia desenvolvida. Para inverter as clássicas histórias de Horatio Alger, nos EUA de hoje, se você nasceu esfarrapado, tem maior probabilidade permanecer nesse estado do que em praticamente qualquer país da velha Europa.

Combinadas a essas duas tendências profundamente enraizadas, há uma terceira - forte crescimento da desigualdade. O resultado é a crise em fogo lento do capitalismo americano. Uma coisa é sofrer as agruras de uma estagnação da renda. Outra é perceber que você tem uma probabilidade decrescente de escapar dessa estagnação - especialmente quando poucos afortunados que vivem nos proverbiais "condomínios fechados" parecem mais mimados cada vez que você os vislumbra. "Quem matou o sonho americano?", dizem os cartazes em passeatas de esquerda. "Resgatemos a América", gritam os manifestantes de direita do movimento Tea Party.

As estatísticas capturam somente uma fatia do problema. Mas é Larry Katz, renomado economista de Harvard, quem oferece a analogia mais atraente. "Imagine a economia americana como um grande prédio de apartamentos", diz o professor. "Um século atrás - até mesmo 30 anos atrás -, era um objeto de inveja. Mas, na última geração, sua feição mudou. Os apartamentos de cobertura estão cada vez maiores. Os apartamentos nos andares intermediários estão cada vez mais espremidos e o térreo foi inundado. Para completar, o elevador não está funcionando. Esse elevador quebrado é o que mais deprime as pessoas."

Não surpreende que uma maioria crescente de americanos tem dito, em pesquisas de opinião, acreditar que seus filhos terão um padrão de vida pior do que o deles próprios. Durante as três décadas do pós-guerra, que muitos hoje relembram como a era de ouro da classe média americana, a maré alta erguia a maioria dos barcos, nas palavras de John F. Kennedy. A renda cresceu em termos reais quase 2% ao ano, quase dobrando a cada geração.

E, embora os anos dourados tenham sido puxados pelo crescimento do ensino superior de massa, não era preciso ter diploma de ensino médio para dar conta das despesas. Como seu marido, Connie Freeman foi criada num lar de "classe trabalhadora" no chamado Cinturão do Ferro, no norte de Minnesota, perto da fronteira canadense. Seu pai, que deixou a escola aos 14 anos, após a Grande Depressão dos anos 1930, trabalhou nas minas de ferro a sua vida inteira. No fim de sua vida profissional, ele ganhava US$ 15 por hora - mais de US$ 40 em valores atuais.

Trinta anos depois, Connie, que é muito mais qualificada do que seu pai, após ter completado o ensino médio e concluído um ano adicional de estudos, ganha apenas US$ 17 por hora.

O pai de Connie, com sua escolaridade mínima, ganhava o suficiente para permitir que sua esposa continuasse a ser dona de casa em tempo integral e ainda bancou a educação de dois filhos até a faculdade. Connie e Mark, por seu turno, têm dificuldades para pagar o fluxo de contas num lar de dupla renda familiar. O Estado de Minnesota custeia um curso de teatro para Andy, o filho de 20 anos do casal que sofre de autismo agudo.

A rigor, Connie vive num lar de quatro rendas. "Quando Andy tinha dois anos, disseram-me para comprar um aparelho de karaokê, porque as crianças autistas às vezes reagem bem a isso", disse Mark, apontando para o que só pode ser descrito como um antigo aparelho pós-moderno. "Foi assim que iniciei meus negócios com karaokê. Eu ganho cerca de US$ 100 toda quarta-feira, promovendo karaokês pagos em casa. E, aos sábados sou gerente na loja de bebidas do bairro. Precisamos de todos os quatro empregos para manter a cabeça fora d ' água."

Do ponto de vista da maioria dos economistas, a história até o momento é inquestionável. A maioria concorda sobre o diagnóstico, mas diverge sobre as causas. Muitos na esquerda atribuem a culpa à Grande Estagnação da globalização. A ascensão de China, Índia, Brasil e outros países solapou os salários no Ocidente e eliminou postos de trabalho de americanos sem qualificação, semiqualificados e até mesmo qualificados. A indústria agora representa somente 12% dos postos de trabalho nos EUA.

Pense no trabalhador típico da indústria automobilística em Detroit, 30 anos atrás, que tinha um estilo de vida de classe média seguro, bom plano de saúde e perspectiva de gorda aposentadoria. Hoje, ele vive na China.

Outro grupo de economistas define como causa principal o surgimento explosivo de novas tecnologias, que facilitaram a automação computadorizada de rotinas repetitivas e de trabalhos mais simples. Pense na auxiliar de escritório, que anotava ditados e fazia o café. Ela agora é um BlackBerry que passa metade de sua vida no Starbucks. Ou o pessoal de retaguarda de escritórios que, como aqueles sapateiros em conto de fadas, agora "costura a contabilidade" das empresas americanas em Bangalore, na Índia, enquanto as pessoas dormem nos EUA.

Há também aqueles, como Paul Krugman, colunista do "The New York Times" e ganhador do Prêmio Nobel de Economia, que atribuem a culpa ao mundo político, especialmente à reação conservadora iniciada quando Ronald Reagan chegou ao poder, em 1980, o que acelerou o declínio dos sindicatos e reverteu os traços mais progressistas do sistema fiscal americano.

Menos de um décimo dos trabalhadores do setor privado americano pertence a um sindicato. As pessoas na Europa e no Canadá estão sujeitas às mesmas forças globalizantes e tecnológicas, mas fazem parte em maior número de sindicatos, e seu atendimento médico é coberto por verbas públicas. Mais de metade das falências de famílias nos EUA são causadas por doença ou acidente graves.

Essas são as teorias concorrentes (porém não contraditórias) sobre a causa da deterioração. A "experiência vivida", como diriam os sociólogos, é outra coisa.

De forma muito semelhante aos Freeman, os Miller poderiam estar vivendo em qualquer lugar dos EUA. Somente o calor abafado denuncia que estão na Virgínia, no sul do país. Falls Church, na Virgínia, é na verdade um subúrbio da capital do país, Washington. A implacável expansão do governo fomentou um setor privado "verde", do outro lado do rio Potomac, dedicado principalmente a atividades relacionadas com segurança, defesa, serviços governamentais e lobbying. O lugar de honra na casa de Shareen Miller abriga uma fotografia granulada de sua conversa com Barack Obama numa cerimônia na Casa Branca, no ano passado, para a assinatura de uma nova lei que impõe igualdade de remuneração para as mulheres.

Como organizadora, na Virgínia, de 8 mil assistentes de cuidados pessoais - profissionais que cuidam de idosos e de deficientes nas próprias casas dessas pessoas - Shareen, de 42 anos, foi convidada, com outras dezenas, a participar da cerimônia. Mas isso foi tudo o que ela ganhou de sua fugaz proximidade com o presidente. Desde então, sua remuneração e suas horas de trabalho não pararam de cair. No ano passado, ela ganhava US$ 1,5 mil por mês. Agora, recebe US$ 900. Assim como outros governadores de Estado, Bob McDonnell, governador da Virgínia, vem cortando impiedosamente o gasto público desde que a recessão começou.

Embora com área de aproximadamente o dobro do lar dos Freeman, na casa de Shareen a sensação é de aperto ainda maior. Junto com dois filhos, uma nora, uma neta e seu marido, Shareen tem um verdadeiro zoológico de animais de estimação. Sua paciente Marissa, 26, com paralisia cerebral, muitas vezes pernoita na casa deles.

Shareen exibe a vigorosa boa vontade que encontramos em muitos americanos. Apesar de seu pouco tempo livre, ela pratica uma atividade voluntária, aos sábados, dedicada a animais de estimação perdidos. Para ir a qualquer lugar, os Freeman precisam de um carro. A uns 250 metros de sua casa, fica o trevo local, onde estão as emblemáticas Taco Bells, 7-Eleven e lojas de um dólar que pontilham os EUA. É a geografia física que diferencia os lugares; a geografia humana, simplesmente se repete.

Dona de um sorriso permanente, Shareen traça sua complexa árvore genealógica: um pai aposentado, que trabalhou numa penitenciária do Estado de Oregon, e vários meio-irmãos e meio-irmãs, nenhum dos quais parece estar chegando com dinheiro ao fim do mês. "Adivinhe de qual estou mais próxima", pergunta ela com um sorriso travesso. "De nenhum."

De novo, tecnicamente falando, Shareen vive em relativo conforto. Como seu marido trabalha para uma companhia de segurança contra incêndios e ganha US$ 70 mil por ano, os Miller estão, sem dúvida, sobrevivendo. Mas eles temem o que poderá acontecer se um deles tiver um problema de saúde. Alguns anos atrás, Shareen teve um tumor removido de seu diafragma, que gerou US$ 17 mil em dívidas. E o marido sofre de uma hérnia de disco. Surpreendentemente, tendo em vista que sua renda bruta conjunta é o dobro da mediana nos EUA, Shareen teve de adiar uma operação dentária por seis meses, a fim de saldar o empréstimo para a compra de seu carro. E não tem tempo para estudar e se requalificar. "Uma coisa comum nas pessoas que cuidam de gente com deficiências é que elas nunca têm tempo", diz ela.

Tanto quanto discordam sobre o que causou a grande estagnação, os economistas também divergem sobre as soluções. A maioria concorda que níveis educacionais mais altos melhoram o rendimento potencial das pessoas, mesmo que isso não resolva o problema subjacente. Outros salientam que nem todo mundo pode ser um corretor de ações, empresário de software ou professor de Harvard.

Muitos dos empregos do futuro serão funções "interpessoais" que não podem ser facilmente substituídos por computadores (ou imigrantes): zeladores, cabelereiros e manicures, para os quais uma faculdade é algo frequentemente supérfluo. Além disso, grande parte dos americanos atingidos pela estagnação nos últimos dez anos tem curso universitário. Mesmo eles não estão a salvo. Porém, mais educação, no mínimo, melhorará as chances das pessoas. Como pagar isso são outros quinhentos.

Apesar de a renda nos EUA estar estagnada, o custo das escolas não cessa de crescer. Desde 1990, quase dobrou a proporção de americanos que estão pagando mais de US$ 20 mil em empréstimos educacionais uma década após terem se formado. Lawrence Summers, principal assessor econômico de Obama, que há muito tempo preocupa-se com o crescimento do que ele denomina "nervosa classe média" americana, salienta que, entre as principais economias, os EUA têm o maior percentual de diplomados no mercado de trabalho. Mas, na faixa etária de 25 a 34 anos, os EUA não estão nem nos "dez mais".

Mais e mais americanos jovens são dissuadidos pela perspectiva de assumir uma dívida de longo prazo. "Não é só o medo do endividamento - são os quatro anos de lucros cessantes", diz Ruth Miller.

O impacto sobre as pessoas, como os Miller e os Freeman, tem sido agudo. Primeiro, houve estagnação. Depois veio a recessão.

Qual é, então, o futuro do sonho americano? Michael Spence, economista ganhador do Prêmio Nobel, a quem o Banco Mundial encarregou de realizar um estudo sobre o futuro do crescimento mundial, admite um mau presságio. Como um número crescente de economistas, Spence disse ver a grande estagnação como uma profunda crise de identidade.

Durante anos, o problema foi amenizado e parcialmente oculto pela disponibilidade de crédito barato. Americanos de classe média foram ativamente incentivados a se endividar continuamente, oferecendo suas casas em garantia, ou a canibalizar seus fundos de aposentadoria, confiando em que os preços dos imóveis e as bolsas de valores desafiariam permanentemente a gravidade (uma atitude estimulada, entre outros, pela metade ganhadores do Nobel de Economia em todo o mundo). Essa reserva de valor, agora, não existe mais. O dinheiro fácil transformou-se em pesado endividamento. "Baby boomers" - os nascidos na explosão da natalidade após a Segunda Guerra Mundial - adiaram sua aposentadoria. Filhos com curso superior estão voltando para a casa dos pais.
O barômetro é econômico. Mas a raiva é humana e cada vez mais política. "Tenho esse desgastante sentimento sobre o futuro dos EUA", diz Spence. "Quando as pessoas perdem o senso de otimismo, as coisas tendem a ficar mais voláteis. O futuro que mais temo para os EUA é latino-americano: uma sociedade muito desigual, propensa a fortes oscilações entre populismo e ortodoxia. Veja o Tea Party [movimento conservador]. As pessoas acham que surgiu do nada. Embora eu não concorde com suas soluções, a maioria dos membros do Tea Party são americanos de classe média que vêm sofrendo em silêncio há anos."

Spence admite estar pensando em voz alta e "extrapolando em muito os dados". E ele admite que os EUA provavelmente ainda conservam sua força mais vibrante em sua capacidade de liderança mundial em inovação tecnológica. A maioria dos economistas não é tão pessimista como Spence. Mas é entre os americanos comuns que seu pessimismo repercute mais intensamente. "Ser pessimista sobre o futuro é algo tão novo para os americanos", diz Spence. "Mas a maioria das pessoas compreende sua própria situação melhor do que qualquer economista."

Por Edward Luce, de Washington para o Financial Times, tradução de Sergio Blum

doportalvermelho


Boca no Trombone






Dez coisas que eu não suporto! (Lista número um)

Esta lista não está em ordem de importância, podendo qualquer item mudar de posição, conforme a necessidade de salientá-lo ou não.

1. Playboyzinho fazendo “racha” em via pública.

2. Burguês FDP, fazendo doação de centavinhos para os hospitais no caixa do supermercado, ajudando a tapar os furos da má administração da verba pública e ainda se achando o máximo por isso.

3. Frequentadores dos shoppings centers, os legítimos médio-classistas, entrando e saindo do estacionamento desses centros sem parar nas faixas de segurança, que dão preferência aos pedestres que cruzam pela calçada.

4. Homens e mulheres que fazem de seu "status social" um tapume para as injustiças e desigualdades, ostentando títulos e mais títulos acadêmicos na ânsia de serem reconhecidos pelo tão famigerado “Dr”.

5. Falsos beatos, santinhos do pau oco, que se nutrem de palavras “espiritualizadas” nas missas ou cultos e, na prática, não movem uma palha para melhorar a vida na Terra.

6. A hipocrisia das religiões (sem comentários!).

7. Gente metida à besta, intelectuais de "meia-tigela" ou de fachada, que fazem número, ou seja, marcam presença, durante os finais de semana, nas livrarias só porque têm dinheiro para comprar livros e mais livros que talvez nunca venham a ler ou, o que é pior, a entender.

8. Pessoa metida à “natureba” ou à “geração-saúde”, mas que fuma maconha ou faz apologia a essa droga com a desculpa de que ela é um produto “natural”, que desperta a “criatividade” e não faz mal à saúde.

9. Burgueses metidos a "ecologicamente" corretos, com sacolinha retornável debaixo do braço, no supermercado, com a intenção de amenizar a sua culpa pelo lixo que produzem através do consumismo incontrolável.

10. Pessoas egoístas, mesquinhas e falsas que querem levar vantagem em tudo, utilizando para isso o caminho mais fácil: a “amizade” de outras pessoas socialmente influentes, ou seja, do tal senhor QI (Quem Indica), com a finalidade de conseguirem realizar, sem maiores obstáculos, as suas façanhas.

Tenho dito por hoje!

Tânia Marques
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Os usa mandam bombas






60 ANOS DA BOMBA ATÔMICA: OS EUA FORAM OS ÚNICOS QUE A UTILIZARAM CONTRA A HUMANIDADE ATÉ HOJE



No próximo 6 de agosto, farão 60 anos da primeira explosão de uma bomba atômica contra seres humanos, realizada pelos Estados Unidos da América do Norte. Foi a primeira de duas, pois apenas após 3 dias, em 9 de agosto, estes mesmos arautos da paz e da liberdade, defensores do mundo "contra o terrorismo", lançaram um segunda bomba. A primeira em Hiroshima, e a segunda em Nagasaki.
Desde então, passados mais de meio século, continuamos americanos a serem os únicos que usaram armas atômicas contra seres humanos.
E são estes senhores, que, em nome da PAZ, perseguem e ameaçam qualquer país que queira utilizar energia atômica, mesmo que para fins pacíficos.
certamente são cientes, que tal como eles prórpios o fizeram, algum outro país cometa tamanha atrocidade.
Faço estas considerações hoje, 4 de agosto, para chamar a atenção dos caros leitores, do modo como esta efeméride será citada na mídia.
Teremos muitas citações, nenhuma delas como notícia principal, e quase todas falarão sobre os 60 anos do lançamento da bomba atômica, mas omitiram de suas chamadas a autoria dos estados Unidos.
Tal como fazem os detentores do poder mundial, em todas as épocas da humanidade, os EUA tratarão de apagar suas responsabilidades e homicidios da maior violência já cometida contra a vida humana.
E são estes que se arvoram o direito de decidir quem pode ou não utilizar a energia atômica.
Os Estados Unidos, os assassinos de milhares de inocentes, querem posar de paladinos da justiça e da verdade.
Pois saibam eles que ainda existem pessoas que não deixarão que se esqueça a autoria deste holocausto nuclear.

Heliópolis recebe os cheirosos que depois lavam as mãos






Heliópolis não merece !!!


"Caba" quando não tem o que fazer, faz colher de pau achado e ainda enfeita o cabo !!!
Quem é que não sabe que o projeto de revitalização de Heliópolis é mais uma obra do PAC ? Só esses três aí !!!
O Governo do Estado de São Paulo quando muito entrou com as dobradiças das portas, dois ou três "cutuvêlos" de cano e os parafusos dos cabos de serrote !!! Mas como é "véspa" de eleição sempre tem quem vá ao baile pra dançar com mulher casada !!!
Geraldo Alckimin e José Serra que como governadores foram mais "descançados" do que caranguejo almoçando NUNCA PISARAM NO HELIÓPOLIS !!! Tirando é claro as "caminhanças" eleitorais de dois em dois anos em busca do voto de eleitor tapado !!!
Como o comitê deles depois das pesquisas mais parece um velório de quenga, onde a tristeza é maior, pela manhã juntaram meio caminhão de puxa-sacos (pagos), doze carregadores de placa, dezoito meninas pra vestirem as camisetas, quatro candidatos a deputado, um vereador, seis seguradores de faixas e uma centena de jornalistas do PIG e para aumentar o volume da zoada LEVARAM ATÉ O GABEIRA que estava de passagem lá no comitê Demotucano tentando arranjar alguns trocados para a campanha dele ( ou da Marina ?) !!! Cataram esses todos e rumaram pra favela só pra gravarem o programa ou guia eleitoral da televisão !!! Compromisso com aquela gente ? NADA !!! Conhecimento das lutas, das causas e da história dessa região considerada a mais nordestina da cidade com mais nordestinos do país ? menos ainda !!!
Se bem que para eles, pobre não tem história...no máximo deve é de ter algum boato !!!
Eleição também ajuda a vender candidato a sabonete. E no caso desses três conhecidos elitistas os sabonetes são para que lavem as suas mãos depois dos cumprimentos do dia !!! Porque de noite por lá a história é outra !!!
Heliópolis não merece !!!
docomtextolivre

Oficial: bye bye, Serra

Opiniões de Carlos Augusto Montenegro, do IBOPE

1. A próxima pesquisa IBOPE deverá dar uma diferença de 8 a 10 pontos para Dilma.

2. As próximas pesquisas do Datafolha deverão convergir para os resultados dos demais institutos.

3. O fato da Globo marcar transmissão de jogo para o horário do debate político da Bandeirantes é sinal de que ela não acredita mais que a exposição dos candidatos será positiva para José Serra.

4. A eleição para presidente será decidida no primeiro turno.
doesquerdopata

Irã


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LULA, DILMA... TODOS NÓS E A MELHOR IDADE.



Olhar o tempo com a experiência de vida. Frente ao espelho vejo meus cabelos nevados, estranha metamorfose que o ser humano sofre no tempo. Fecho os olhos e o filme de minha vida passa em um segundo. O mundo mudou. Já se vive mais e melhor. Os benefícios foram pensados, inclusive, pela minha geração para jovens e adultos, confesso, esquecemos de pensar que se tornaríamos idosos. O Brasil tem enormes dificuldades em incluir o idoso na sociedade, o direito a transporte gratuito é tão difícil. Ainda há abandono de idosos em asilos.
Esporte, lazer, cultura, trabalho e habitação. LULA se empenhou em melhorar as condições que fossem capazes de dar a cada pessoa o respeito a dignidade.
A sensibilidade de DILMA PRESIDENTE é a garantia de que as gerações de adultos e jovens, com o voto na primeira mulher-presidente, de que os benefícios do progresso serão igualitariamente distribuídos entre todos os brasileiros, sem distinção de sexo ou idade.
Na hora de votar, pare um instante. Pense como você estará daqui a 4 anos. Como estarão seus pais, esposos(as), seus filhos.
A história do mundo segue avançando em ritmo acelerado. Voltar as propostas do passado, a pessoas e grupos que venderam o patrimônio público das estatais e que não tiveram a capacidade de beneficiar igualitariamente todos os brasileiros é uma ameaça que deve ser afastada.
Daqui a 4 anos, DILMA terá inscrito seu nome na HISTÓRIA DO BRASIL não apenas como a primeira mulher-presidente mas, por ter assegurado efetivamente o atendimento aos direitos dos idosos. Por isso, o PT pede o voto de cada um dos idosos em DILMA .
Os pés e as ações na realidade e os olhos em direção ao futuro.
por Hilda Suzana Veiga Settineri

Enviem perguntas ao SS erra






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O Povo quer saber: enviem perguntas ao SS erra

Segundo o jornal Folha de São Paulo a equipe de internet de José Serra (PSDB) enviou ontem aos cadastrados no site oficial da campanha um e-mail informando sobre o debate de amanhã na TV Band e sugerindo a participação dos internautas.
O texto, assinado por Soninha Francine, coordenadora da campanha de Serra na internet, pede sugestões sobre o que perguntar a Dilma e a critica veladamente ao dizer que há pessoas que fogem dos debates.
Atendendo o pedido da campanha do tucano estamos enviando também perguntas ao Serra que até hoje ficaram sem respostas, esperamos que Serra não fuja dos debates sobre as dúvidas que a população tem, "O povo quer saber":
1. Como é a sociedade da sua filha Monica Serra com a filha do Daniel Dantas?
2. Que tabela de custo Serra usou para tornar os pedágios mais caros do país?
3. Quantas vezes o Serra bateu o martelo para privatizar estatais lucrativas?
4. Qual parede de sua casa está pendurado o quadro com o diploma de economista?
5. O Serra sabe quantas famílias ainda estão sem casa no caso do buraco do Metrô?
6. Porque os tucanos nos 15 anos de governo em São Paulo não enfretaram o PCC?
7. Se quando ele era jovem e aluno do ginásio achava certo bater em professor?
8. Qual é o lucro de aplicar os recursos da saúde no mercado financeiro?
9. O que Serra pensava da UDN quando foi presidente da UNE?
10. Porque agora vive ao lado e acredita no DEM a nova UDN?
11. Porque ele não gosta do Alckmin e prefere o Kassab?
12. É verdade que o FHC é um pai para o Serra?
13. Serra acha que mineiro é tonto e não percebeu o que fez com Aécio?
14. Porque ninguém quer colocar sua foto no material de campanha no país inteiro?
15. Porque parou de falar que o programa de distribuição de renda é o Bolsa Esmola?
16. Em nome de quem está a mansão que mora e não está na declaração de renda?
17. Porque não gosta de nordestino, e se não gosta de nortista também?
18. Serra parou de falar que criou o FAT, os genéricos e o seguro desemprego?
19. Se o Serra continua a achar que filho de pobre pode estudar sem o ProUni?
20. Não tinha um vice melhor do que o que teve de engolir?
Envie suas perguntas também do debate para Soninha Francine, se não responder é porque ela deve estar andando de bicicleta ou posando nua para outra foto, ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Pobre São Paulo, pobre paulista tucanalhas vão fechar TV Cultura






Tucanos fecham TV Cultura
Eles já têm a Globo


Na foto, Sayad e Serra, os coveiros


Maluf, Quércia e Fleury governaram São Paulo e respeitaram os princípios públicos da TV Cultura de São Paulo.

Quem destruiu a TV Cultura foram os governadores que há 16 anos coronelizam São Paulo.

Agora, José Serra joga a pá de cal.

O Conversa Afiada reproduz post de Daniel Castro em seu blog:

Bomba: TV Cultura vai cortar programas e demitir 1.400

Ex-secretário de Cultura do Estado de São Paulo, João Sayad assumiu a presidência da TV Cultura em junho com a missão de reduzir a TV pública paulista a uma simples TV estatal. Com o aval do ex-governador José Serra e do atual governador, Alberto Goldman, Sayad pretende reduzir ao máximo a produção de programas e cortar o número de funcionários em quase 80%, dos atuais 1.800 para 400.

Sayad pensa até em vender o patrimônio da TV Cultura. Já encomendou aos advogados da emissora um estudo sobre a viabilidade de a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV, se desfazer de seus estúdios e edifícios na Água Branca, em São Paulo.

Em reuniões com diretores da emissora, Sayad tem dito que a Cultura não precisa ter mais do que 400 funcionários, que ficariam, segundo ele, muito bem instalados em um andar de um prédio comercial. A postura evidencia que a TV Cultura deixou de ser uma questão de política pública. Passou a ser um “pepino”, um problema a ser eliminado pelo governo do Estado.

Fontes ouvidas pelo blog informam que Sayad vive dizendo que irá transformar a Cultura, hoje produtora de programas, em uma coprodutora. Ou seja, ela deixará de produzir de produzir programas de entretenimento. Passará a encomendá-los a produtoras independentes e a comprá-los no mercado internacional. Atrações como o Metrópolis podem estar em seus últimos dias.

O jornalismo da Cultura deixará de investir no noticiário do dia a dia, caro e melhor produzido pelas redes comerciais. A partir de setembro, o Jornal da Cultura, com Maria Cristina Poli, passará a ser um jornal mais de debates, de discussão sobre o noticiário, do que de notícias.

Corte de receitas

A TV Cultura tem hoje um orçamento de cerca R$ 230 milhões. Desse total, R$ 50 milhões vêm da venda de espaço nos intervalos dos programas para anunciantes privados. Outros R$ 60 milhões são oriundos da prestação de serviços, como é chamada na emissora a produção de programas e vídeos para instituições como o Tribunal Superior Eleitoral, a Procuradoria da República, a TV Assembleia (do Estado de S.Paulo) e a TV Justiça.

Pois a gestão de Sayad já iniciou o desmonte dessas duas fontes de recursos. Até o ano que vem, a TV Cultura não terá mais nenhuma publicidade comercial em seus intervalos nem produzirá mais programação para órgãos públicos (a publicidade institucional, irrisória, será mantida). Dessa forma, reduzirá uma boa parte do seu número de funcionários.

Se o plano for executado, a TV Cultura sobreviverá apenas dos R$ 70 milhões que o governo do Estado aporta diretamente todos os anos, além de outros R$ 50 milhões ela que recebe pela produção de conteúdo para as secretarias estadual e municipal de Educação.

Demissões em massa

O plano de demissões de Sayad é mais complexo. Por causa das eleições de outubro, ele não pode demitir funcionários contratados em regime de CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) até dezembro. A Cultura tem entre 1.000 e 1.200 funcionários celetistas. Esses trabalhadores têm emprego garantido até janeiro. Depois, dependem da postura do novo governador do Estado. Para demitir funcionários celetistas, Sayad precisará do apoio do futuro governador, porque terá de contar com verbas extras para pagar as indenizações.

Já os profissionais contratados como pessoas jurídicas (os PJs, pessoas que têm microempresas) podem ser “demitidos” a qualquer momento. Eles seriam de 600 a 800. Os cortes devem ser feitos à medida que contratos de prestação de serviços, como o da TV Assembleia, forem vencendo e não renovados.

Outro lado

O blog tentou ouvir o presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, sobre as mudanças que ele pretende implantar na TV Cultura. Na última segunda-feira, por meio da assessoria de imprensa da emissora, pediu uma entrevista. Ontem à tarde, a TV Cultura informou que Sayad não falaria com o R7.

As informações aqui publicadas foram relatadas previamente à assessoria de imprensa da TV Cultura. Nada foi negado.

Navalha

Os tucanos não precisam da TV Cultura.

Eles já têm a Globo.

Clique aqui para ler como José Serra agasalhou o terreno que a Globo invadiu por 11 anos numa área nobre de São Paulo.


Tucanos vão demitir 1.400 e privatizar a TV Cultura em fatias

Com o aval do ex-governador José Serra (PSDB/SP) e do atual governador, Alberto Goldman (PSDB/SP), o presidente da TV Cultura do Estado de São Paulo, João Sayad planeja demitir 1.400 funcionários (80% do quadro de pessoal), reduzindo dos atuais 1.800 para 400.

Cultura só no nome

A TV perderá a função pública de produzir a maioria dos programas e passará a comprar produções de terceiros (inclusive internacionais), à semelhança de um canal a cabo.

Privatização do patrimônio

Seguindo a cartilha demo-tucana, o "choque de gestão" passa pelo desmonte "osso por osso" da emissora, com privatização do patrimônio, em fatias.

Advogados da emissora já estudam o modelo de fatiamento para privatização. Na mira está a venda dos estúdios e edifícios na Água Branca, em São Paulo, pertencentes à Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV.

Em reuniões internas, Sayad tem dito que a Cultura só precisa de 400 funcionários, e que "ficariam muito bem instalados" em um andar de um prédio comercial.

Fim do noticiário alternativo ao PIG

Telejornais diários serão extintos. Os demo-tucanos acham "caro" e acham que as redes comerciais produzem melhor.

É uma visão tacanha dos demo-tucanos. Os telejornais comerciais brigam por audiência, tem uma pauta muita vezes sensacionalista, maçante sobre temas polêmicos como assassinatos de comoção nacional, e são politicamente e culturalmente engajados com os valores e interesses dos barões da mídia.

Os telejornais públicos devem servir justamente para publicar o outro lado da notícia que os telejornais comerciais não publica. Devem dar voz a quem não se vê na tela da Globo. Há uma ausência enorme de notícias sobre a maioria silenciosa das periferias, sobre as cidades do interior paulista, sobre movimentos populares, sobre controle social de políticas públicas, e sobre populações marginalizadas, sejam minorias, sejam maiorias.

A partir de setembro, o Jornal da Cultura, com Maria Cristina Poli, deixará de produzir noticiário e apenas debaterá o noticiário veiculado nos canais comerciais, ou seja, será uma versão repaginada do "meninas do jô".

Corte de receitas

Bem ao estilo demo-tucano de privatizar, a venda de patrimônio, e vez de economia, trará prejuízo nas receitas. A TV demitirá 1400 trabalhadores em vão, porque não haverá economia líquida para o estado. Os cortes de custos virão acompanhados dos cortes de receitas.

Ao desativar sua produção própria, a TV perderá receitas de R$ 50 milhões de anunciantes privados, e R$ 60 milhões da produção de programas para outros órgãos públicos, como o Tribunal Superior Eleitoral, para a Procuradoria da República, a TV Assembleia (do Estado de S.Paulo) e a TV Justiça.

Provavelmente, o "sortudo" que "comprar" os estúdios na Água Branca ficará com esse lucrativo filão de mercado, e ainda passará a ter o governo de São Paulo como "cliente".

Demissões em massa

Por causa do ano eleitoral, os cerca de 1.000 a 1.200 funcionários contratados em regime de CLT não podem ser demitidos até dezembro. Sayad precisará do apoio do futuro governador, inclusive porque terá de contar com verbas extras no orçamento do estado para pagar as indenizações.

Já os profissionais contratados como pessoas jurídicas (600 a 800 pessoas que têm microempresas) podem ser demitidos a qualquer momento que a rescisão dos contratos permitir. (Com informações do R7/Daniel Castro)


Ibope desmente Datafolha no Ceará

A cada nova pesquisa divulgada ficam mais flagrantes as distorções do Datafolha para manter Serra artificialmente empatado com Dilma Rousseff. Se Vox Populi e Ibope já provaram isso nacionalmente, os resultados estaduais mostram que as diferenças dos números do Datafolha são absolutamente inexplicáveis.

Pesquisa do Ibope encomendada pela TV Verdes Mares no Ceará e divulgada hoje mostra Dilma Rousseff com 34 pontos de vantagem sobre Serra (57% a 23%), mais uma evidência do massacre que será a vitória de Dilma em todo o Nordeste. Mas o curioso, para o dizer o mínimo, é que o Datafolha, há apenas duas semanas, mostrava uma diferença de apenas 13 pontos percentuais a favor de Dilma.

Como Dilma não foi ao Ceará nesse intervalo e a propaganda na televisão ainda não começou, fica difícil explicar como a candidata triplicou as intenções de voto sem nenhum fato extraordinário.

A mesma situação já tinha sido verificada em Minas, onde o Ibope constatou uma diferença de 12 pontos percentuais a favor de Dilma, enquanto o Datafolha mostrava apenas três pontos. Os exemplos só desacreditam ainda mais o Datafolha, cujo novo método estatístico adotado em sua última pesquisa não enganou ninguém. Tinha o único propósito de inflar a candidatura tucana.

PS: Por falar em Ibope, o Blog do Nassif reproduz quatro opiniões do Montenegro, o presidente do instituto, que previa teto de 30% para Dilma:

1. A próxima pesquisa IBOPE deverá dar uma diferença de 8 a 10 pontos para Dilma.
2. As próximas pesquisas do Datafolha deverão convergir para os resultados dos demais institutos.
3. O fato da Globo marcar transmissão de jogo para o horário do debate político da Bandeirantes é sinal de que ela não acredita mais que a exposição dos candidatos será positiva para José Serra.
4. A eleição para presidente será decidida no primeiro turno.

Serra deixou engatilhado desmonte da TV Cultura

Serra não quer nada que concorra com as emissoras que o defendem

Não foi só a cabeça de Heródoto Barbeiro, no Roda-Viva, e do diretor de jornalismo Gabriel Priolli que José Serra pediu. A intenção do tucano é desmontar por completo a TV Cultura, eliminando seu caráter de emissora pública e transformando-a apenas numa TV estatal para reproduzir atos do governo de São Paulo.

Para tanto, ele deixou na presidência da Fundação Padre Anchieta, controladora da TV Cultura, o seu amigo e ex-secretário João Sayad, encarregado de reduzir a programação, cortar pessoal e até vender o patrimônio da emissora. De acordo com o jornalista Daniel Castro, do portal R7, Sayad já encomendou aos advogados da emissora um estudo sobre a viabilidade de se desfazer de seus estúdios e edifícios no bairro de Água Branca, em São Paulo.

Sayad pretende reduzir o número de funcionários da Cultura de 1.800 para 400, que segundo ele ficariam muito bem instalados em apenas um andar de um prédio comercial. O jornalismo da emissora deixaria de produzir notícias, o que os tucanos, naturalmente, consideram que as redes comerciais já fazem bem, e se reduziria a debater o noticiário do dia a dia.

A TV Cultura ainda deixaria de prestar serviço a outras instituições públicas, o que lhe assegura uma receita de R$ 60 milhões anuais, e de aceitar publicidade, responsável por outros R$ 50 milhões. A emissora passaria a viver exclusivamente dos R$ 70 milhões que o governo de São Paulo aporta e de mais R$ 50 milhões que recebe para a produção de conteúdo para as secretarias estadual e municipal de Educação.

Mesmo já não estando mais à frente do governo, Serra deixou engatilhado o desmonte da TV Cultura, buscando eliminar mais um patrimônio público de relevantes serviços prestados. Certamente, Serra não quer estimular a idéia de uma TV pública, como Lula fez com a TV Brasil, para não contrariar os donos dos grandes meios de comunicação, que têm ojeriza a qualquer coisa que ameace o monopólio que detêm.

dotijolaço


MODO TUCANO DE GOVERNAR: BALANÇO DAS ÚLTIMAS 36 HORAS

a) USP: caiu 64 posições no ranking mundial de universidades e perdeu a liderança na América Latina para a Universidade do México; b) TV CULTURA, após 16 anos de administração do PSDB: 'Perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente'. Importante: o diagnóstico, em nota oficial divulgada hoje é da própria direção da emissora, nomeada por Serra, que se manifestou em meio a notícias não desmentidas de que o governo do PSDB prepara o desmonte da principal TV pública do país, com demissão de 80% de seus funcionários. Em SP, o jornalista Luis Nassif que já trabalhou na Cultura propôs a criação de um movimento de resistência da sociedade civil contra o desmonte em marcha: 'Salve a TV Cultura'

(Carta Maior apoia o movimento lançado por Luis Nassif; 05-08))

A PRIVATIZAÇÃO DA CULTURA DE SP.


Começou o desmonte da TV Cultura de São Paulo.

Empresa pública da área de telecomunicação, atualmente presidida pelo economista João Sayad, a tradicional TV Cultura está sendo preparada para a privatização.

Nota oficial da emissora aponta para o caminho preferido dos administradores tucanos; gerir a coisa pública, para um neoliberal, deve ser maçante e monótono.

Veja o que diz parte da nota publicada hoje:

“A TV Cultura é patrimônio querido dos paulistas e brasileiros, com um acervo de ótimos programas e vários artistas e jornalistas de sucesso que começaram aqui, mas que precisa se renovar. Perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente.”

O comunicado foi elaborado para desmentir a notícia de que seriam demitidos 1.400 funcionários de um total de 1.800. A administração colocou em prática a operação “cadê você” convocando todos os funcionários a se apresentarem com seus crachás. Além disso, teria obrigado todos a assinar um documento provando sua existência!

Incrivel, não? Deve ser humilhante para o sujeito que trabalha ser chamado a mostrar a cara e assinar um papel. Por pura ineficiência do Governo do estado de São Paulo, que é o proprietário da emissora e não é capaz de organizar seu quadro de funcionários.

É uma pena. O caminho escolhido pelo estado mais rico da federação será, diante da maneira como está sendo tratado o caso, vender a TV Cultura. Quem sabe para a Globo, SBT ou Band.

Perderemos, o conjunto da população que tem acesso à programação da emissora, em qualidade.

A TV sempre baseou sua grade em programas de interesse coletivo, com alto teor cultural e nacional, sem levar em conta o apelo para audiência a qualquer custo, como fazem as demais concorrentes. Se a Cultura chegou neste estágio de ineficiência, como atestam seus diretores, é única responsabilidade daqueles que a administram.

A população não pode perder a TV Cultura. As crianças e os jovens; os amantes da boa música, dos bons filmes brasileiros, do jornalismo, enfim, todos aqueles que admiram a TV Cultura não podem ser penalizados com sua venda para uma emissora privada. O governo paulista tem obrigação de mantê-la funcionando e deve investir para que a emissora se torne cada vez mais forte.

Vender a Cultura é jogar na lama a Fundação Padre Anchieta. O governo do estado de São Paulo precisa tomar uma atitude. Atitude de gente séria e honesta. Privatizá-la será um crime.






Henri Cartier Bresson