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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 06, 2010

boicote a mídia corrupta






Sensus, Ibope e Vox: Pode dar Dilma no 1º turno

Dilma está muito perto de derrotar Serra logo em 3 de outubro

Os institutos de Pesquisa Sensus, Ibope e Vox Populi concordam que Dilma Rousseff pode liquidar a fatura da eleição presidencial no primeiro turno. Perguntados diretamente sobre essa hipotese pelo colunista da Carta Capital, Mauricio Dias, os presidentes dos três institutos responderam afirmativamente, justificando suas respostas.

Ricardo Guedes, do Sensus, que divulgou a última pesquisa, com Dilma 10 pontos à frente de Serra, usou um número inqustionável para sustentar a possibilidade. Dilma tem 48,5% dos votos válidos, portanto está muito próxima dos 50% mais um dos votos necessários para ganhar no primeiro turno, e isso antes do início da propaganda eleitoral.

Montenegro, do Ibope, afirma que a eleição pode terminar no primeiro turno com vitória de Dilma, já que ela está com todos os indicadores em alta e crescendo no Sudeste, onde a eleição se decide. Montenegro destaca a redução da desvantagem de Dilma para Serra em São Paulo, de 25 pontos para 11 pontos. O presidente do Ibope só não cravou a vitória de Dilma porque considera que os programas eleitorais e os debates podem causar alguma mudança no cenário.

João Francisco Meira, do Vox Populi, cuja última pesquisa deu oito pontos de dianteira para Dilma, enumerou cinco fatores que favorecem a vitória da candidata petista: a satisfação da sociedade com a situação econômica; a satisfação com o governo; a admiração pelo presidente da República; a identidade partidária; e o tempo de antena, ou seja, a influência do rádio e da televisão na campanha eleitoral.

E agora Datafolha?

dotijolaço

A Injustiça Operação Satiagraha






A Justiça brasileira é
sob medida para Daniel Dantas


As únicas vitimas da Satiagraha


Diz o excelente repórter Mario Cesar Carvalho, um dos últimos da espécie na

“Justiça dos EUA desbloqueia US$ 500 milhões do Opportinity”

O Juiz americano considerou que Daniel Dantas ainda não foi condenado definitivamente no Brasil.

E por isso os bens não podem ser congelados.

O Juiz brasileiro, Marcelo Cavali, porém, considerou que Dantas não pode mexer no dinheiro, por enquanto.

Tudo vai depender de a decisão “transitar em julgado”.

Vai depender de uma condenação final.

Isso vai acontecer no dia de São Nunca.

E numa quarta-feira dessas o Dantas entra no Supremo com um “HC Canguru” e manda o Juiz Cavali para o mesmo lugar em que se refugia o Juiz De Sanctis.

Ao ser promovido, De Sanctis será encarregado da Justiça Previdenciária no Tribunal Regional Federal – foi o que me contaram.

E quem pretende ir para o lugar dele é o Juiz Mazloum, para cuidar dos crimes do colarinho branco – me contaram também.

Portanto, De Sanctis, vai cuidar dos velhinhos que reclamam de Previdência.

E se o Juiz Cavali se meter a valente, vai acabar perseguido pela Justiça – como de Sanctis.

É a Justiça em que o De Sanctis não acredita: clique aqui para ler “Juiz que prendeu Dantas duas vezes não confia na Justiça”.

Como lembra o Mario Cesar Carvalho: a Justiça brasileira tem a peculiaridade de não produzir sentenças definitivas sobre criminosos do colarinho branco.

A Operação Satiagraha ainda não produziu uma.

Por enquanto, as únicas vítimas da Satiagraha foram o ínclito delegado Protogenes Queiroz, perseguido implacavelmente pelo Dr Corrêa, e o Juiz De Sanctis.

Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

Socialismo e Solução








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GilsonSampaio



Não vi o debate inteiro, vi pequenas partes, e o que vi foi desalentador, excetuando-se a participação de Plínio de Arruda Sampaio. Pode-se até atribuir à experiência de sua longa vida de oitenta anos o seu desempenho seguro, não sem razão, mas isto não é tudo. O discurso de Plínio não é truncado, nem mecânico; não tem zonas de sombras, nem concessões; é cristalino e fiel à sua história. Dizer que é um discurso amalucado e anacrônico por seu combate à canalha bancária, ao latifúndio e à injustiça social é esconder a história e fazer cara de paisagem para o presente, tão em evidência na União Europeia, onde o modelo empurra os trabalhadores, ou melhor, as gentes, os seres humanos, para o regime de servidão.

Discutir o acesso da população a um serviço público de saúde digno é reconhecer a ausência de vontade política e submissão ao mercado na resolução do problema. A CPMF não era a redenção da saúde, mas, foram R$ 40 bilhões de um imposto socialmente justo, retirados do setor pelos tucanodemos de Zé Pedágio.

Plínio denunciou o jogo de cartas marcadas que são os debates, onde a supressão do confronto ideológico é evidenciada pela não participação de outros partidos, como o PSTU, que tem vida própria pré e pós eleições, diferentemente da maioria dos nanicos que não passam de partidos laranjas.

Me assusta a perspectiva cada vez mais palpável da vida política do país se enveredar para o bi-partidarismo, com o PT de um lado e o que restar dos destroçados tucanodemos, provavelmente aglutinados numa nova agremiação, do outro.

Seria bom para a nossa democracia tão excludente que as forças progressistas começassem a bater o tambor a favor da diversidade de ideologias nos próximos debates.

revista Nazi dá ou desce






“Indio acertou o alvo”, TSE acertou a Veja

O TSE confirmou ontem, por unanimidade, o direito de resposta concedido ao PT contra a revista Veja por ter se associado às acusações do sr. I. da Costa de ligações do partido com as FARC e o narcotráfico. A decisão havia sido tomada no dia 2 deste mês por quatro votos a três.
dotijolaço

Serra não loteia cargos, só arruma uma boquinha

Mais uma mentira de José Serra desta vez no debate da Band. Serra mentiu quanto a não lotear cargos. Ele deu emprego à Antero Paes de Barros (PSDB/MT) na SABESP, e arrumou uma boquinha para Roberto Freire (PPS/SP) na prefeitura de São Paulo.
Roberto Freire recebe jetons da prefeitura de São Paulo. A “boquinha” de Roberto Freire na prefeitura é um escândalo, mais de R$ 12 mil por mês para participar de dois conselhos municipais, que se reúnem uma vez por mês
Roberto Freire, presidente do PPS, ex-deputado federal pelo Estado de Pernambuco, e um dos “paladinos” da moralidade em nosso país, recebe jetons no valor de R$ 12 mil da prefeitura de São Paulo, pela participação em dois conselhos municipais da Emurb e da SPTurismo e ainda com passagens de avião de cortesia.
É o que relata matéria do Jornal da Tarde na época da nomeação do aliado de Serra. Freire é uma das 58 pessoas beneficiadas por uma política iniciada ainda na gestão de José Serra na prefeitura de São Paulo e que o então vice prefeito Gilberto Kassab deu continuidade.
O propósito desta “bondade administrativa” é acolher aliados políticos e engordar os salários de alguns secretários municipais, sem arcar com o ônus de promover reajuste de seus salários.
Oito destes secretários municipais participam de mais de um conselho e chegam a ganhar o valor da boquinha em mais de R$ 17 mil reais, somando-se salário mais o jeton, o que significa que seus vencimentos ultrapassam o salário do prefeito, fixado em R$ 12,7, e pior, contrariando a lei.

Cédulas Novas

Novas cédulas do real

As novas cédulas do real começaram a ser feitas nesta sexta-feira na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. As notas de R$ 50 e R$ 100 começarão a circular em novembro. As demais, a partir de 2012.
docomtextolivre

Crimes de Guerra usa quando serão julgados?






Sobreviventes de Hiroshima estigmatizados no Japão

As consequências do bombardeio e da exclusão social que duraram anos ainda perduram para sobreviventes e descendentes da tragédia. Além de doenças relacionadas com a radiação, como câncer e estresse, o preconceito é outra chaga terrível.

Por Suvendrini Kakuchi, da IPS
[05 de agosto de 2010 - 11h11]
A japonesa Toshiko Hamamako se ergueu trêmula e se dirigiu ao público, mas não por pânico diante das pessoas. Seu problema começou há décadas. No dia 6 de agosto de 1945, quando era menina, os Estados Unidos lançaram a bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima, 700 quilômetros a oeste de Tóquio. Três dias depois lançaram outra sobre Nagasaki e pôs fim à agressão japonesa e ao conflito no Pacífico.

Toshiko só recentemente se atreve a falar em público sobre sua vida, 60 anos após o ocorrido. “Ficava aterrorizada ao falar de pé, diante do público, mas também foi uma experiência pessoal importante”, disse a mulher de 66 anos, na conferência sobre o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TPN), realizada em maio em Nova York. Junto a ela havia outros hibakusha, sobreviventes da bomba atômica. Seus relatos sobre doenças e tratamentos dolorosos continuam sendo uma prova poderosa da devastação causada por essa arma letal.

Seu sofrimento não foi apenas pelas queimaduras da radiação e os consequentes problemas médicos, mas pela estigmatização e discriminação que sofrem os sobreviventes e suas famílias. “Somos evitados porque estávamos contaminados”, contou Toshiko. Os filhos dos sobreviventes também são estigmatizados. “Contei o quanto é horrível ser uma hibakusha”, relatou Toshiko, que agora vive com o marido e a filha em Saitama, bairro da zona oeste de Tóquio.

“Minha mãe nunca me falou daquela época porque não gostava de recordar o prolongado sofrimento que viveram ela, minha irmã e toda a vizinhança. A radiação as afetou muito, têm queimaduras que nunca se curaram”, acrescentou. Quando Toshiko se casou, seu marido a fez prometer manter segredo de sua condição para não serem discriminados. “Respeitei seu desejo. Foi há dois anos que decidi falar e estou contente por isso. Agora me dou conta da importância que tem minha história para o mundo”, acrescentou.

“Sabia que chegava a eles”, disse Hiroshi Nakamura, de 67 anos, que falou na mesma conferência que Toshiko. “Minha mensagem sobre os horrores da bomba atômica teve muito mais efeito do que muitos livros e filmes”, afirmou. Os relatos dos sobreviventes não serão sobre a catástrofe propriamente dita porque eram muito jovens, mas os ativistas afirmam que realçam as consequências do bombardeio e da exclusão social que duraram anos. “Pessoas como Toshiko são fundamentais para que o mundo aprenda a lição de Hiroshima”, disse o professor Mitsuo Okamoto, responsável pelo Centro para a Paz e a Não Violência, de Hiroshima. “Seus relatos são uma continuação do trabalho desempenhado pela geração mais velha de sobreviventes, cujas narrações daquele dia fatídico impulsionaram ações globais pela paz”, acrescentou.

Segundo as estatísticas, são 162 mil sobreviventes reconhecidos oficialmente, mais de 60% têm entre 70 e 80 anos, e sofrem de doenças relacionadas com a radiação, como câncer e estresse. A bomba de urânio, lançada por aviões norte-americanos sobre Hiroshima, criou uma enorme nuvem de radiação na forma de cogumelo e deixou 140 mil mortos, 40% da população da cidade. O número de vítimas em Nagasaki foi semelhante, 73.884 desapareceram na hora e outras 74.909 ficaram feridas.

Dos 1.500 hibakusha, de aproximadamente 60 anos, entrevistados para uma pesquisa realizada em julho pelo jornal Asahi, 61% disseram que começaram a se abrir e contar suas histórias depois de 2005. Muitos analistas afirmam que o prolongado silêncio se deve ao estigma social e ao medo de não poder casar porque numerosos japoneses acreditam que a saúde dos filhos e netos de hibakusha não é boa. Hiroshi, de fato, compara sua situação com a de uma condenação à morte porque não sabe quando terá diagnosticada uma doença relacionada com a radiação.

Este ano, Hiroshi se sente animado com a notícia de que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, decidiu participar da cerimônia de 65 anos do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima. Também participarão, pela primeira vez, representantes dos Estados Unidos, da França e da Grã-Bretanha. “Nos dá uma grande força para seguir adiante”, disse Hiroshi, que perdeu sua mãe para o câncer.

A reação de seus compatriotas é um dos grandes obstáculos a ser vencido pelos hibakusha. Sobreviventes e ativistas se queixam de que os livros não fornecem informação suficiente sobre o conflito no Pacífico nem sobre a Segunda Guerra Mundial, em especial sobre o papel do Japão e sua cruel colonização dos países da região. “Muitas vezes sinto que os japoneses acreditam que fomos um aborrecimento porque sempre revivemos o papel do Japão na Segunda Guerra Mundial. É triste, “lamentou Toshiko. “Mas, continuaremos falando”, finalizou.
revistaforum

Os 65 anos da bomba radioativa, estúpida e inválida

Nos dias 6 de agosto e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, duas bombas atômicas, que causaram mais de 200 mil mortes, contaminações terríveis pela radioatividade e um sofrimento que perdura até hoje com as sequelas sofridas pelas vítimas e seus descendentes. É o único ataque nuclear da história e o mais terrível de todos os tempos.

Hiroshima e Nagasaki não eram cidades estratégicas na guerra do Pacífico, que se aproximava do fim quando ocorreram os ataques. Armas nucleares jamais tinham sido utilizadas contra seres humanos e suas consequências eram desconhecidas, Mesmo assim, os Estados Unidos fizeram uso delas no que foi interpretado como demonstração de superioridade e experiência tecnológica.

Desde os terríveis ataques, Hiroshima relembra anualmente a tragédia, com cerimônias no Memorial da Paz para que nunca mais algo de semelhante aconteça. Hoje, os 65 anos da bomba de Hiroshima são lembrados, e, pela primeira vez, com a presença de um diplomata dos EUA, o embaixador John Roos.

O governo japonês elogiou a decisão dos EUA e o prefeito de Hiroshima acredita que “a presença do embaixador vai fortalecer a opinião mundial contra o uso de armas nucleares e a desnuclearização”. O tempo costuma apagar os piores sentimentos, mas os sobreviventes do ataque ainda têm suas desconfianças. “O melhor que eles teriam a fazer era pedir desculpas, mas duvido que isso vá acontecer”, disse à AP Terumi Tanaka, sobrevivente de Nagasaki e secretária-geral da Confederação Japonesa de Sobreviventes a Ataques Nucleares.

O momento de relembrar Hiroshima e Nagasaki é sempre doloroso e nos leva a pensar na condição humana e de tudo o que o homem foi capaz de fazer ao longo dos séculos sob diferentes pretextos. São difíceis as palavras para traduzir o sofrimento do povo japonês diante dos ataques nucleares, e por isso escolhi a sensibilidade de um poeta brasileiro, Vinícius de Morais, e a interpretação profunda de Ney Matogrosso para acompanhar este post de homenagem a todas as vítimas de Hiroshima e Nagasaki.

dotijolaço

quinta-feira, agosto 05, 2010





Os ratos abandonam o barco

O blogueiro da Folha que vinha em campanha animada para o candidato José Serra, hoje publicou um texto de puro chororô. Dá alegria de ler a lamentação tucana... Veja a seguir um pequeno trecho do post lamentação...

Outro personagem ouvido pelo blog, é senador tucano. Evita-se mencionar o Estado e até região em respeito ao pedido de anonimato. O senador coloriu o quadro:

“No meu Estado, a associação com o Serra tira votos. Falar mal do Lula virou sinônimo de suicídio eleitoral. À medida que Dilma vai sendo associada a ele, falar bem do Serra também não rende votos...”

“...Tenho uma preocupação que se sobrepõe às apreensões nacionais. Eu preciso me reeleger”.

Outro entrevistado, deputado nortista do DEM, emoldurou a pintura: “Ainda que quiséssemos, não temos como fazer a campanha do Serra. Não recebemos do comando nacional uma única peça de propaganda. Verbas, nem pensar...”
“...Na verdade, não fomos contemplados nem mesmo com a cortesia de um telefonema. Do comitê do Serra, ninguém ligou. O candidato não se dignou a visitar a minha região. A essa altura, torço para que não ponha os pés lá”.
dosamigosdopresidentelula

Departamento de Estado dos usa elogia Brasil






EUA elogiam atuação do Brasil em relação às Farc

Embora seja candidato a sucessor de Uribe como porta-voz da direita na América do Sul, José Serra não conta nem com o apoio dos Estados Unidos. Seus ataques de ligação do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foram contrariados pelo relatório anual sobre o terrorismo global, divulgado hoje à tarde pelo Departamente de Estado, que destaca as críticas de Lula sobre o uso de violência pelas Farc e seus pedidos ao grupo para por fim à violência contra o governo colombiano

O relatório faz uma série de elogios ao Brasil e enaltece a atuação do governo Lula no combate a atividades ligadas ao terrorismo em São Paulo e nas áreas da fronteira, além de impedir que terroristas usem o território nacional para facilitar ataques ou levantar recursos.

O Departamento de Estado menciona ainda trabalhos que os dois países fizeram em conjunto no combate à falsificação de documentos e elogia a atuação dos governos do Brasil, Argentina e Paraguai no combate ao tráfico de armas e drogas na tríplice fronteira .

As observações do relatório ridicularizam ainda mais as declarações de Serra que tentavam ligar o governo brasileiro ao movimento armado colombiano. Serra foi atrás da irresponsabilidade de seu vice, que acabou custando uma punição ao PSDB. A Justiça Eleitoral mandou o site do partido dar direito de resposta ao PT por dez dias seguidos.

Depois dessa, o vice ficou caladinho, e vamos ver se com o relatório dos EUA Serra fecha a matraca.

dotijolaço

Circo assim vivemos






DEBATES: ISSO É DEMOCRACIA?

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O ESPETÁCULO DOS DEBATES

Laerte Braga

Quando o candidato José Arruda Serra disse a jornalistas que debates entre presidenciáveis devem ocorrer apenas com a presença daqueles que têm alguma representatividade estava jogando qualquer princípio democrático no lixo.

O que é representatividade?

As grandes redes de televisão no Brasil costumam argumentar que apenas os candidatos com maior intenção de votos, aferida por pesquisas, devem participar para tornar o debate mais esclarecedor e criar melhores condições para que o cidadão possa definir. Usam como exemplo as eleições nos EUA.

Ora, um cidadão, por si só, é alguém com representatividade. No gozo dos seus direitos políticos tem o voto como um dos instrumentos capazes de materializar esses direitos. E essa representatividade.

Como dizer que o candidato Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, não tem representatividade? Porque tem quase dois ou três por cento das intenções de voto? Ou o secretário geral do Partido Comunista Brasileiro, Ivan Pinheiro? José Maria, do PSTU?

Essa exclusão é limitar o processo eleitoral, é criar um arremedo de processo democrático, ainda mais num país onde cada TRE (Tribunal Regional Eleitoral) entende a lei da Ficha Limpa a partir de critérios diferentes. Roriz não pode (claro é um assaltante de cofres públicos), mas Jáder Barbalho, idem, pode.

E o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não tem a menor idéia de como resolver o impasse que, com certeza, vai acabar no STF (Supremo Tribunal Federal).

Justiça Eleitoral em si, com a estrutura que temos, é uma aberração. Se atentarmos para o chamado mundo institucional aqui e em países dito mais adiantados, ou com democracia que consideram plena, eleições são regulamentadas por legislação que muitas vezes é secular, os princípios básicos e simples de um acontecimento assim e coordenadas por juntas eleitorais formadas num espectro representativo da chamada sociedade civil organizada, inclusive partidos.

Aqui inventaram a infalibilidade da urna eletrônica. Desde que nunca dê pane.

Os limites impostos pela Justiça Eleitoral, inclusive aceitar a exclusão de determinados candidatos de debates em redes nacionais de tevê, contrariam todo e qualquer princípio ou pressuposto de eleição livre e democrática.

Debates entre presidenciáveis é apenas um show. Uma luta de boxe sem luvas e sem murros. Nunca uma tentativa de apresentar e discutir programas, mas de mostrar maior ou menor agilidade na capacidade de complicar o adversário e enrolar o eleitor.

Como dizer que um cidadão do porte de Plínio de Arruda Sampaio não tem representatividade? Tem a mesma que historicamente em momentos da vida nacional tiveram figuras como Sobral Pinto, Evandro Lins e Silva, e tem hoje Oscar Niemeyer.

Ou Ivan Pinheiro? Líder sindicalista, uma longa vida de luta política, inclusive o resgate de seu partido que um pulha da política, Roberto Freire. Tentou guardar a legenda na geladeira para evitar atrapalhar planos e projetos pessoais dele e de grupos. Como excluir José Maria, PSTU, um partido presente em vários setores da luta sindical, estudantil, do movimento popular?

Por que? Poderiam incomodar os chamados grandes? Perguntar a Arruda Serra por exemplo a razão da compra de trens imprestáveis para o metrô de São Paulo? Os altos custos dos pedágios nas estradas estaduais paulistas? Os baixos níveis da educação e da saúde em São Paulo, resultados de doze anos de administração tucana?

Questionar a candidata Dilma Roussef sobre concessões feitas pelo governo Lula a setores das elites que levam bancos a viverem o melhor momento de suas histórias? E tantas outras? As políticas que definham salários de aposentados na malfadada reforma da Previdência iniciada no governo FHC?

Mostrar que Marina da Silva jogou fora sua história e aliou-se a empresários predadores da Amazônia e está sendo financiada por eles na balela do desenvolvimento sustentável (sustenta a candidatura dela e os interesses deles)?

Um debate, em tese, deve permitir ao cidadão/eleitor que tome conhecimento das propostas, do programa de cada candidato. Onde isso acontece?

A GLOBO, dona do futebol e da CBF no Brasil, transferiu o jogo São Paulo versus Internacional, semifinal da Libertadores da América de quarta para quinta-feira com o intuito de esvaziar o debate da rede concorrente, a BANDEIRANTES. Quer arrogar a si o privilégio de oferecer ao distinto telespectador o show da democracia. O espetáculo dos gladiadores contemporâneos, num ringue do qual não participam aqueles que não conseguem atingir determinado patamar nas pesquisas de opinião pública, muitas delas montadas, como acontece com o INSTITUTO DATA FOLHA, e quase sempre com o IBOPE.

Aceitar esse jogo é jogar por terra a essência do processo democrático. É tentar definir o voto num direto bem aplicado, mesmo que seja um golpe baixo, ou uma jogada decidida por um marqueteiro, que nada daquilo que se diz seja verdade, à medida que as redes de tevê e particularmente a GLOBO entendem que o País deve ter um presidente afinado com os interesses que representam.

Não é uma questão de democracia é de índice de audiência. Índice de audiência significa um volume maior de patrocinadores, representa cumprir o dever de submissão às elites. Transforma as redes de tevê em senhoras do pensamento e da vontade induzidas do cidadão/eleitor, no crescente trabalho de alienação geral.

Esse é o objetivo deles.

Ao citar os três candidatos que citei acima, Plínio de Arruda Sampaio, Ivan Pinheiro e José Maria não estou entrando no mérito de seus programas, seus propósitos, são todos homens públicos sérios, dignos, com história, mas reivindicando o direito de ouvi-los tanto quanto a qualquer outro chamado grande.

Arruda Serra não tem a menor idéia do que é representatividade. É que representa interesses de potência estrangeira, de grupos econômicos nacionais e estrangeiros e só conhece esse lado da história. É pago para isso.

Da mesma forma que exclui candidatos chamados “nanicos” (por que?), exclui nordestinos, exclui os do norte do Brasil, do Centro-Oeste, as populações carentes do Sudeste e do Sul, traz o preconceito dentro de si e isso é característica tucana, a genética de mau caratismo golpista. Permeia boa parte do PT também.

O sistema de dois turnos existe para que, em tese, todos os candidatos possam se apresentar e aos seus programas. A antiga lei de propaganda gratuita, do ex-deputado e ministro do STF Adauto Lúcio Cardoso, assegurava a proporcionalidade entre os partidos, mas um tempo mínimo decente a cada partido e exigia que a apresentação fosse ao vivo para evitar os truques da imagem/objeto.

A ditadura acabou com isso, provocava a discussão e o debate e permitia ao cidadão/eleitor uma clara visão de cada partido ou candidato e assim definir seu voto, mas a democracia mantém, agora por conta dos interesses de marqueteiros, fabricantes de marcas diversas de sabão em pó travestidas de candidatos a presidente da República.

Quando ouço falar em choque de gestão me lembro do ex-governador Minas, Aécio Neves. Construiu um monumento a “eficiência administrativa”, algo que lembra a obra de Kafka, já em processo de decomposição (às pressas para inaugurar ainda em seu governo), quando poderia ter construído pelo menos 200 mil casas populares. Ou corrigido o salário de fome pago a professores da rede estadual. Cuidado da saúde que se prestou apenas a um jantar para prefeitos e vereadores e fomentar a campanha de um candidato a deputado federal que, por si só, deveria estar varrido pela Ficha Limpa. Mas não, deve ser o mais votado no estado.

Esse é só modelo FIESP/DASLU. Sonegador, portanto criminoso, que não tem nada a ver com a democracia.

E, legalmente ainda dizem que tevês são concessões do poder público e têm o dever de levar informações corretas, cultura, veicular lazer recheado de respeito ao cidadão, etc, etc.

Devem achar que o JORNAL NACIONAL e o BIG BROTHER BRASIL desempenham esse papel.

Ou que o problema do goleiro Bruno é o principal fato dos tempos recentes, logo após a tragédia que matou a menina Nardoni.

Hoje, a preocupação da turma global é com os seios de Luísa Brunet que teria exagerado na transparência.

Há uma outra forma de transparência que também deveria estar presente em cada veículo de comunicação.

Como indispensável adorno dos objetos produzidos agora, como demonstração geral da racionalidade do sistema, e como setor econômico avançado que molda diretamente uma multidão crescente de imagens-objetos, o espetáculo é a principal produção da sociedade atual” – Debord, A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, Contraponto, RJ).

“O espetáculo é o momento histórico que nos contém” – idem.

E deliberado, é lógico.