Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Nestes tempos de eleição é bom tomar conhecimento e/ou relembrar o processo de assalto ao patrimônio do povo brasileiro. A Fundação Perseu Abramo dispôs para baixar os dois livros de Aloysio Biondi sobre como a tucanalhada quase vendeu o país inteiro a preço de banana. É de estarrecer, é coisa de polícia. Agora eles querem voltar para completar a rapina.
( os arquivos são pequenos e é preciso o Acrobat para ler )
Você entenderá o porquê do mantra repetido pelos tucanos: “ Tem que respeitar o contrato”.
Veja que Serra foi o mais entusiasmado pela privatização da Vale.
* GilsonSampaio
Demorô, já era: Dilma 51% e Serra 25%
O primeiro tracking IG/Vox Populi, que irá conferir diariamente a tendência do eleitorado, aponta Dilma com 51% das intenções de voto, contra 25% de José Serra,
O tracking revela que a diferença de Dilma para Serra é maior que o percentual do tucano. Marina Silva aparece com 9%, e os demais candidatos, juntos, chegaram a 1% das intenções de voto. Brancos e nulos somaram 4%, enquanto os indecisos ficaram em 11%.
No tracking espontâneo, Dilma tem 41% e Serra, 19%. Sem a apresentação do nome dos candidatos, o presidente Lula ainda obtém 2% das intenções de voto.
O tracking IG/Vox conta com 2.000 entrevistas. A cada quatro dias, um quarto dessa amostra é renovada por meio da realização de 500 novas entrevistas. Essa renovação permite identificar rapidamente as tendências de evolução das intenções de voto. A margem de erro do tracking é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Dilma Rousseff (PT), reuniu-se com o novo presidente colombiano, Juan Manoel Santos, que está em visita oficial ao Brasil.
A conversa com Dilma passou por assuntos sobre integração latino-americana, combate a pobreza, biocombustíveis, e cooperação no combate ao tráfico de drogas e armas.
Ao falar à imprensa, Dilma, disse que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) são um problema da Colômbia. Ela explicou que, se eleita, manterá uma clara posição de combate ao narcotráfico e de não interferência na forma com que o governo colombiano se relaciona com a guerrilha, respeitando a auto-determinação dos povos.
No entanto, ela ressaltou que não relutará em ajudar o país vizinho, caso isso seja solicitado. O Exército Brasileiro já mediou recentemente a logística para libertação negociada de prisioneiros pelas FARC a pedido do governo colombiano.
Dilma disse que não chegou a conversar com o presidente colombiano sobre as acusações feitas pelo vice na chapa tucana, Indio da Costa, de que exista relação entre o PT e as Farc. “Isso é uma coisa somente do meu adversário. O presidente colombiano e todos sabem da relação de respeito que o governo Lula teve durante todos os episódios envolvendo as Farc”, disse.
Segundo Dilma, a conversa com Santos foi proveitosa. Deram destaque aos acordos de cooperação para a vigilância da fronteira dos dois países, que se estende por aproximadamente 1.650 quilômetros em plena Floresta Amazônica. A petista contou que o presidente colombiano demonstrou preocupação com a continuidade da cooperação já firmada com o governo brasileiro para a vigilância da fronteira.
“Esse acordo já foi firmado com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e nós vamos dar continuidade para que nossa fronteira não vire uma área de atuação do crime organizado”, disse.
Dilma disse a Santos que seu projeto de defesa envolve a compra de dez veículos aéreos não tripulados, os chamados vants que serão usados na fronteira em conjunto com as ações policiais em terra. Esses vants são iguais aos usados por Israel para monitoramento.
Segundo Dilma, Santos também se mostrou interessado em conhecer os programas de distribuição de renda, inclusão e de incentivo à agricultura familiar que foram desenvolvidos no Brasil durante do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Ele tem consciência de que a Colômbia tem 50% da população vivendo na pobreza e que a população de 45 milhões de pessoas pode representar um mercado consumidor poderosíssimo. Uma política de agricultura familiar poderia ser muito eficiente no combate à pobreza já que na Colômbia a pobreza é muito mais forte nas área rural”, destacou a candidata.
Em sua primeira viagem internacional após tomar posse, Santos pretende se encontrar com os dois candidatos com mais chances na disputa eleitoral. Hoje foi Dilma e amanhã está marcado um encontro com José Serra (PSDB).
A expectativa é se Santos cobrará de Serra a leniência do ex-governador de São Paulo com o PCC, e pelo abrigo que o traficante colombiano Juan Abadia encontrou no DENARC (departamento de narcóticos da polícia civil), mediante propina. (Com informações da Agência Brasil).
Veja o vídeo com a entrevista coletiva de Dilma aqui. *amigosdopresidenteLula
Se no passado a Amazônia pareceu uma barreira que separava Brasil e Colômbia, hoje é símbolo de comunicação e intercâmbio. Segundo afirmou o presidente Lula nesta quarta-feira (1/9), durante almoço com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, é preciso pensar a Amazônia em conjunto, compreender a riqueza e a complexidade dos ecossistemas florestais da região para saber como explorá-los de forma saudável. O caminho para isso, disse o presidente brasileiro, passa pelo fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, tornando-a instrumento efetivo de ação.
Lula ressaltou ainda a importância da cooperação no campo da energia renovável. Para ele, no futuro o mundo se dividirá entre países e sociedades capazes de gerar energia própria, com tecnologias adaptadas ao meio ambiente e os relegados a consumir combustível em condições de dependência extrema. O presidente afirmou, ainda, que é possível trabalhar com a Colômbia na área da defesa, em pesquisas e desenvolvimento na indústria aeronáutica, naval e terrestre.
Ouça aqui a íntegra da declaração do presidente Lula:
Sobre a questão de segurança nas fronteiras e o enfrentamento ao crime organizado, Lula afirmou que é preciso promover uma forte integração das ações, privilegiando a geração de trabalho e renda, e investimentos em saúde e educação. Lula e Juan Manuel Santos assinaram durante o encontro um acordo entre a Polícia Nacional da Colômbia e a Polícia Federal brasileira, que contempla esforços de ocupação cidadã nas divisas, em contraposição ao tráfico de drogas e armas.
O presidente da Colômbia Juan Manuel Santos Calderón acertou em cheio ao escolher o Brasil como sua primeira visita ao exterior, pois assim pode ser o primeiro chefe de Estado estrangeiro a participar de uma solenidade oficial no recém reformado Palácio do Planalto -- reaberto no dia 25 de agosto após 15 meses de reforma. Juan Santos foi recebido com honras de Chefe de Estado na Praça dos Três Poderes, onde passou em revista as tropas do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP). Após subir a rampa do Planalto, Santos foi cumprimentado pelo presidente Lula e levado ao parlatório para assistir ao desfile das tropas e a salva de canhões.
O Blog do Planalto acompanhou a movimentação na rampa do Palácio desde os primeiros momentos do dia. Os minutos que antecederam o desebarque do presidente colombiano foram dedicados ao ensaio dos Dragões de Independência -- 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG) -- e soldados do BGP. Próximo ao meio-dia, o comboio do presidente colombiano chegou à via de acesso da Praça dos Três Poderes, onde Santos desembarcou e passou em revista as tropas que se posicionavam em frente à praça.
Ao pé da rampa, o colombiano foi recebido pelo chefe do cerimonial do Itamaraty, Jorge Prata, e pelo chefe do cerimonial da Presidência da República, embaixador Marcos Raposo. Dali, o presidente colombiano foi conduzido até a entrada do Planalto para os cumprimentos de praxe do presidente Lula, que assistiu ao desfile das tropas ao lado de Santos.
Depois de perder o aliado José Roberto Arruda (ex-DEMos), a candidatura de José Serra (PSDB) sofre outra baixa no Distrito Federal.
O TSE confirmou a impugnação da candidatura de Joaquim Roriz (PSC) ao governo do Distrito Federal (DF).
O único voto no TSE para liberar a candidatura de Roriz foi do ministro Marco Aurélio Mello.
Quando o TRE-DF rejeitou o registro, o advogado de Roriz, Eládio Carneiro, avisou que caso o TSE negasse o registro de candidatura de seu cliente, ele recorreria ao Supremo (STF). Enquanto não há posicionamento final sobre o assunto, o candidato pode continuar sua campanha e até assumir o cargo, caso eleito. Se o Supremo entender que Roriz é inelegível, o registro é negado ou o diploma é cassado.
Em março deste ano, FHC teve um encontro em seu apartamento (foto), com Joaquim Roriz, articulado por Eduardo Jorge Caldas Pereira, amigo de ambos. O encontro foi para fechar a troca de apoio entre Serra e Roriz. (Com informações do Correio do Brasil) *amigosdopresidenteLula
SONDAGEM DIÁRIA VOX POPULI: DILMA 51% X SERRA 25%
É HORA DO RASPUTIN
a candidatura Serra desidrata sob taxas alarmantes de perda de credibilidade. Um clima político seco envolve o representante do conservadorismo brasileiro. A menção ao nome 'Serra' registra níveis recordes de rejeição em todas os termômetros de intenção de voto. Há pouco mais de 30 dias do escrutínio das urnas, o tucano não consegue obter uma única notícia positiva para mudar a sensibilidade predominantemente negativa da sociedade diante da hipótese de tê-lo como ocupante da Presidência da República. À antipatia alia-se agora a convicção majoritária entre os brasileiros de que ele será derrotado em 3 de outubro. Mesmo os que o apoiam compartilham dessa convicção.Sondagem diária feita pela Vox Populi indicava nest 4º feira que a candidata Dilma Rousseff já teria 51% das intenções de voto, contra 25% de Serra. Em uma palavra, Serra não aglutina no presente, nem motiva para o futuro. A isso se dá o nome de decadência. A sua, a exemplo de toda decadência política, também inclui um Rasputin. Chama-se Ravi Singh, um autodenominado guru indiano que se anuncia especialista em milagres digitais para acudir aflitos na reta final de campanhas eleitorais. Mistura equivalente de santo milagreiro e charlatão, o Rasputin original, Grigori Rasputin, tornou-se eminência parda da autocracia russa entre 1905 e a queda do regime, em 1917. Quando mais a monarquia russa era odiada pelo povo e perdia densidade política, mais Nicolau II e sua esposa, a imperatriz Alexandra Feodorovn, se cercavam de bruxos e charlatões. O mesmo se deu na decadência do peronismo na Argentina, nos anos 70. José López Rega, um ocultista e auto-proclamado vidente, passaria a exercer então influência terminal sobre viúva de Perón, Isabel Martínez de Perón, que assumiu a presidência após a morte súbita do marido. Lopez Rega, depois se soube, foi um dos organizadores da Triple A, organização para-militar envolvida no assassinato de dezenas de comunistas argentinos. Singh, o Rasputin de Serra, teria sido contratado por US$ 500 mil para promover 'a virada' no projeto de poder do tucano. O comando da campanha demotucana desaprovou as mudanças introduzidas pelo guru no site do candidato que para isso ficou três dias fora do ar. Gonzales, o contestado marqueteiro de Serra, afirma desconhecer a origem da contratação. O único fato novo trazido para a campanha de Serra no bojo da auto-proclamada 'virada' resume-se a uma obscura quebra de sigilo fiscal de que teria sido vítima sua filha, Verônica Serra. No leito da extrema-unção eleitoral, o fato nebuloso deu ao tucano o discurso de "família agredida pela conspiração petista', enredo que inspira tanta confiabilidade quanto um envelope de Ki-suco sabor framboeza. Verônica Serra que foi sócia da irmã do banqueiro Daniel Dantas em empresa de internalização de capitais registrada em Miami, curiosamente, é apontada por tucanos como a responsável pela introdução do rasputin Ravi Singh na 'virada' prometida na campanha do pai.
O candidato a Deputado Federal Protógenes Queiroz(6588) participará de um grande comício nesta quinta-feira(02) na cidade de Santos, juntamente com a candidata a Presidência da República pelo PT Dilma Rousseff(13) e o seu vice Michel Temer.
Local: Mendes Convention Center. Av. Gen. Francisco Glicério, n. 206 - Santos/SP.
Para mim o significado maior desta eleição é consolidar a ruptura que Lula e o PT instauraram na história política brasileira. Derrotaram as elites econômico-financeiras e seu braço ideológico, a grande imprensa comercial. Notoriamente, elas sempre mantiveram o povo à margem da cidadania, feito, na dura linguagem de nosso maior historiador mulato, Capistrano de Abreu, “capado e recapado, sangrado e ressangrado”. Elas estiveram montadas no poder por quase 500 anos. Organizaram o Estado de tal forma que seus privilégios ficassem sempre salvaguradados. Por isso, segundo dados do Banco Mundial, são aquelas que, proporcionalmente, mais acumulam no mundo e se contam, política e socialmente, entre as mais atrasadas e insensíveis. São vinte mil famílias que, mais ou menos, controlam 46% de toda a riqueza nacional, sendo que 1% delas possui 44% de todas as terras. Não admira que estejamos entre os países mais desiguais do mundo, o que equivale dizer, um dos mais injustos e perversos do planeta.
Até a vitória de um filho da pobreza, Lula, a casa grande e a senzala constituíam os gonzos que sustentavam o mundo social das elites. A casa grande não permitia que a senzala descobrisse que a riqueza das elites fora construída com seu trabalho superexplorado, com seu sangue e suas vidas, feitas carvão no processo produtivo. Com alianças espertas, embaralhavam diferentemente as cartas para manter sempre o mesmo jogo e, gozadores, repetiam: “façamos nós a revolução antes que o povo a faça”. E a revolução consistia em mudar um pouco para ficar tudo como antes. Destarte, abortavam a emergência de outro sujeito histórico de poder, capaz de ocupar a cena e inaugurar um tempo moderno e menos excludente. Entretanto, contra sua vontade, irromperam redes de movimentos sociais de resistência e de autonomia. Esse poder social se canalizou em poder político até conquistar o poder de Estado.
Escândalo dos escândalos para as mentes súcubas e alinhadas aos poderes mundiais: um operário, sobrevivente da grande tribulação, representante da cultura popular, um não educado academicamente na escola dos faraós, chegar ao poder central e devolver ao povo o sentimento de dignidade, de força histórica e de ser sujeito de uma democracia republicana, onde “a coisa pública”, o social, a vida lascada do povo ganhasse centralidade. Na linha de Gandhi, Lula anunciou: “não vim para administrar, vim para cuidar; empresa eu administro, um povo vivo e sofrido eu cuido”. Linguagem inaudita e instauradora de um novo tempo na política brasileira. O “Fome Zero”, depois o “Bolsa Família”, o “Crédito Consignado”, o “Luz para Todos”, o “Minha Casa, minha Vida, o “Agricultura familiar, o “Prouni”, as “Escolas Profissionais”, entre outras iniciativas sociais permitiram que a sociedade dos lascados conhecesse o que nunca as elites econômico-financeiras lhes permitiram: um salto de qualidade. Milhões passaram da miséria sofrida à pobreza digna e laboriosa e da pobreza para a classe média. Toda sociedade se mobilizou para melhor.
Mas essa derrota infligida às elites excludentes e anti-povo, deve ser consolidada nesta eleição por uma vitória convincente para que se configure um “não retorno definitivo” e elas percam a vergonha de se sentirem povo brasileiro assim como é e não como gostariam que fosse. Terminou o longo amanhecer.
Houve três olhares sobre o Brasil. Primeiro, foi visto a partir da praia: os índios assistindo a invasão de suas terras. Segundo, foi visto a partir das caravelas: os portugueses “descobrindo/encobrindo” o Brasil. O terceiro, o Brasil ousou ver-se a si mesmo e aí começou a invenção de uma república mestiça étnica e culturalmente que hoje somos. O Brasil enfrentou ainda quatro duras invasões: a colonização que dizimou os indígenas e introduziu a escravidão; a vinda dos povos novos, os emigrantes europeus que substituíram índios e escravos; a industrialização conservadora de substituição dos anos 30 do século passado mas que criou um vigoroso mercado interno e, por fim, a globalização econômico-financeira, inserindo-nos como sócios menores.
Face a esta história tortuosa, o Brasil se mostrou resiliente, quer dizer, enfrentou estas visões e intromissões, conseguindo dar a volta por cima e aprender de suas desgraças. Agora está colhendo os frutos.
Urge derrotar aquelas forças reacionárias que se escondem atrás do candidato da oposição. Não julgo a pessoa, coisa de Deus, mas o que representa como ator social. Celso Furtado, nosso melhor pensador em economia, morreu deixando uma advertência, título de seu livro A construção interrompida (1993): “Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta no devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-Nação” (p.35). Estas não podem prevalecer. Temos condições de completar a construção do Brasil, derrotando-as com Lula e as forças que realizarão o sonho de Celso Furtado e o nosso.
[Autor de Depois de 500 anos: que Brasil queremos, Vozes (2000)]. * Teólogo, filósofo e escritor
"É proibido ser misericordioso com eles. Você deve enviar mísseis para eles e aniquilá-los. Eles são maus e condenáveis", "O senhor deve devolver as ações dos Árabes sobre suas próprias cabeças, destruir suas sementes e exterminá-los, devastar-los banir-los deste mundo ",
"It is forbidden to be merciful to them. You must send missiles to them and annihilate them. They are evil and damnable,"
"The Lord shall return the Arabs' deeds on their own heads, waste their seed and exterminate them, devastate them and vanish them from this world,"
Assim como Lula, Netinho luta pra vencer o preconceito nas urnas
Por oito horas o Vermelho acompanhou um dia de campanha do candidato do PCdoB ao Senado por São Paulo, Netinho de Paula. Conversamos com moradores de sua cidade, comerciantes da região, seus cabos eleitorais, sua equipe de campanha e, é claro, com o próprio Netinho. O resultado você confere na reportagem de Carla Santos.
São Paulo, 29 de agosto, 6h da manhã de domingo. Acordo com a missão de acompanhar um dia de campanha do único candidato negro ao Senado por São Paulo, Netinho de Paula. Os 22 quilômetros que separam a capital até Carapicuíba, cidade natal do candidato, passam rápido e às 9h, em ponto, chego lá.
Desço da estação e caio no meio de um vale de montanhas, repleto de casinhas erguidas sobre um labirinto de asfalto. Com quase 400 mil habitantes, o município que conseguiu sua independência de Barueri em 1964, segue em ritmo lento. No terminal, ao lado da estação Carapicuíba, nenhum sinal do ônibus para a Cidade Ariston III. Escuto a batida do rap pelas esquinas, me animo. Mas olho no relógio, preciso chegar rápido. Há pouca gente na rua. Seu Ivan, taxista simpático explica, “isso aqui é uma cidade dormitório, todo mundo trabalha longe daqui”.
Por volta das 9h15 chego na rua Rafard, local marcado para a concentração de uma caminhada com carreata. Pelas ruas estreitas e sem calçadas, carros e pessoas se misturam. No trio elétrico ou no chão, bandeiras balançam ao som do jingle, inspirado no sucesso Cohab City, “esta é a grande festa da democracia, muitos sonharam com isso! Vamos Mercandante (governador) e Netinho (senador)! Tô chegando no Senado pra ajudar minha galera...”.
Todo mundo erra
“Você é o Alessandro?”, pergunto, “Sou eu sim”, responde ele. O “Alê” (foto abaixo), como é chamado pela turma, é responsável pela campanha de rua. Coordena cerca de 100 pessoas e as equipes de som. Trabalha entre 12 a 14 horas por dia. Sempre produziu shows. É a primeira vez que ele faz uma campanha eleitoral. Você deve estar pensando: “que chato”. Nada disso, o Alê garante: “a gente faz a campanha com muita alegria”.
Qual a diferença entre fazer shows e fazer a campanha eleitoral? “A diferença só é que tem que votar”, explica Alê. O jovem é parceiro de Netinho de longa data, “desde 1990, época da montagem do Negritude Junior”, conta. Para ele, a entrada de Netinho no PCdoB é motivo de orgulho. “Ele é gente da gente, gente do povo, pode defender as nossas origens.”
Mas e essa história da agressão à ex-mulher? “Isso é passado. Todo mundo erra. Ele (Netinho) já pediu desculpas publicamente a todos”, responde. Apesar disso, ainda há quem se ampare no fato para atacar o candidato. Para estas pessoas, todo mundo pode mudar, menos aqueles que vêm da periferia, os negros e, no caso, um comunista. Parecem esquecer que erros também geram mudanças e acumulam experiência de vida.
Elite não engole Lula
Por volta das 10h, começa a caminhada com carreata pela Cidade Ariston III. Sérgio Ribeiro, prefeito de Carapicuíba, é quem puxa a frente. Ao lado dele estão candidatos e colegas de PT. O prefeito popularmente chamado de “Serjão”, devido ao seu grande porte, passa cumprimentando pelo nome os moradores. “Daqui a pouco o Netinho vai estar aqui com a gente. Essa é a turma do Lula! Essa é a turma da Dilma!”, avisa ele.
A sua relação com Netinho começou há mais de 25 anos. “Eu conheço o Neto quando nem grupo de pagode ele tinha.” Para Serjão, “há uma certa elite brasileira que não aceita que gente pobre da periferia possa chegar à posição social que ele (Neto) chegou”, e emenda, “eles não aceitam gente do povo, como não engolem o Lula”. No carro de som, o prefeito pedia: “vamos lá minha gente, vamos eleger o primeiro senador negro de São Paulo”.
Muito à vontade, Serjão pergunta à moradora, encostada no tanque de um barraco, pelo marido dela. Ela acena, diz que ele está pela rua. “E não ajudou a senhora a lavar a roupa? Tem que pôr esse homem pra lavar roupa também!” Envergonhada, ela sorri enquanto que as demais mulheres da caminhada aplaudem a fala do prefeito, eleito em primeiro turno com 54,22% dos votos válidos.
Netinho e PCdoB, tudo a ver
Quando Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, sobe no carro de som, Serjão lhe faz um pedido. “Renato, eu quero que você agradeça em meu nome e em nome de toda a população de Carapicuíba ao ministro do Esporte, Orlando Silva. Graças ao Orlando, Carapicuíba vai ganhar um Parque da Juventude. Você não pode imaginar o quanto isso vai mudar a vida da gente.”
O PCdoB de Netinho e Orlando é hoje um partido em crescimento. Saltou de 187.247 filiados em 2006 para 268.924 em 2010, um crescimento de 69%. Ainda pode eleger três senadores no Brasil e aumentar a bancada de deputados federais e estaduais nestas eleições de 2010.
Diante deste crescimento, alguns setores da mídia se apressam a chamar o PCdoB de “neocomunista das celebridades”. O que você pensa disso? “Isso é uma interpretação deles”, responde Renato. “O PCdoB está com lideranças do povo. Isso é uma grande conquista. Agora, o partido nunca abandonou seus fundamentos. Eles imaginam um PCdoB isolado, cheio de preconceitos. O que incomoda é que partido está crescendo, essa que é a questão.”
Medida do voto é a sola do sapato
Por volta do meio-dia, sol a pino, Netinho de Paula chega na caminhada. Ele não consegue andar. Pessoas se amontoam ao seu redor. Crianças gritam. Algumas mulheres choram de emoção. Homens também tentam segurá-lo. Todos querem um aceno, um olhar. Depois de algum esforço, a equipe de campanha consegue fazer um cordão de segurança. Volta e meia alguém o rompe para dar um beijo no candidato.
“Negão, deixa eu ver a sola do seu sapato?”, fala Serjão a Netinho, “Olha, tá fininha.É isso aí, na campanha a gente não pode parar”, aconselha o prefeito. “Eu quero agradecer de coração a todos vocês que vieram aqui”, diz Netinho, “agora eu peço que todos também olhem a sola do seu sapato, se não estiver fina é sinal de que agente tem que trabalhar mais”.
O pedido não é em vão. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no dia anterior (28/08), Netinho cresceu sete pontos, está com 24% de intenção de voto, e em empate técnico com o segundo colocado, Orestes Quércia (PMDB), que tem 26%. Na liderança para o Senado, Marta Suplicy (PT) segue em primeiro lugar com 32%. Um pouco mais e a chapa de Dilma pode fazer dois senadores em São Paulo.
“Ele vai ajudar muita gente”
Enquanto Netinho almoça frango com pão no Clube Vasquinho, um prédio simples de dois andares na esquina do morro, falo com seus cabos eleitorais. “Sou Eliane da Silva (foto ao lado).” Apesar de ser beneficiada pelo programa Bolsa Família, que já atende 12,6 milhões de famílias, ela diz que ainda não sabe em quem vai votar para presidente. Já para o Senado, não tem dúvida: “Mesmo que não trabalhasse para ele, votaria no Netinho. Ele vai ajudar a mudar a vida da gente.”
As mulheres são a maioria de seus cabos eleitorais e dão o tom da campanha nas ruas. Anitta Araújo (foto do centro) diz que acorda todos os dias às cinco horas da manhã. “Dou de mamar ao meu filho (que tem quatro meses), tomo café, e vou trabalhar.” E como é o seu trabalho? “Entrego papéis.” O que você acha do Netinho? “Ele é muito legal como pessoa. Espero que tire as crianças da rua.” Vai votar em quem para presidente? “Ah, eu voto na Dilma.”
As crianças também são fãs do candidato. “Esse aí adora o Netinho”, explica dona Ana dos Santos (foto abaixo) sobre o neto, Paulo, de três anos. Adesivado e com panfletos na mão, basta Paulo ouvir o nome do candidato para fazer festa. “Eu espero que como senador ele ajude os deficientes. Tenho um filho que precisa de ajuda. Lá em casa, todo mundo é Netinho”, empolga-se. Percebo um homem observando meu trabalho. Pergunto a ele, o que você está achando? “Muito barulho”, responde Gaspar Souza, jornaleiro do bairro.
Luta contra o preconceito
Depois do almoço, pego uma carona com Felipe, fotógrafo e amigo de longa data do candidato, até o Parque do Planalto, local de onde partirá a próxima carreata. Pergunto a ele o que achou da decisão do parceiro de se filiar a um partido. “O Netinho sempre foi envolvido com projetos sociais. Para mim é natural que ele se filasse a um partido.” Segundo Felipe, as críticas à candidatura são fruto de preconceitos.
A presidente do PCdoB de São Paulo, Nádia Campeão, concorda. “O Netinho é um nome novo na política do estado. O que existe é uma dose grande de preconceito de certos setores políticos e até do eleitorado. Na verdade, esse mesmo preconceito também se tinha com o Lula e o Lula mostrou que foi o melhor presidente da República que o Brasil já teve.Tenho certeza de que o Netinho vai ser um grande senador.”
Já no Parque do Planalto, assim como Nádia, o Dudu, um dos coordenadores da campanha, afirma: “O que existe é um preconceito contra todas essas pessoas que saíram das camadas mais pobres da população e ingressaram na política. Esse preconceito o Lula também já sofreu e, certamente, outros operários como ele, que disputaram e venceram eleições, também já sofreram.”
Uma história de superação
Por volta das quatro da tarde, a carreata sai do Parque do Planalto para a Praça da Árvore, na Cohab (Conjunto Habitacional Presidente Castelo Branco), o lugar onde tudo começou para Netinho. Dezenas de mãos surgem de pequenas janelinhas. Todos querem dar um “oi” para o candidato. O clima é de confraternização pelas ruas. No carro de som alguém lembra: “Pessoal, nesta eleição a gente vota em dois candidatos para o Senado, é Netinho e Marta”.
Consigo me aproximar de Netinho. Como você vê os que desqualificam sua candidatura? “Quando eu vendia doce bem aqui (aponta para a estação de trem Miguel Costa), para eles eu era ‘trombadinha’. Quando eu montei meu grupo de pagode, não era música, era lixo cultural. Quando eu fui para a televisão, não era um programa de ajuda, eu era assistencialista. E político, para eles eu não sou político, eu sou oportunista. Eu desisti de tentar me explicar para estas pessoas. Eu prefiro falar para estes que estão aqui.”
Em frente à lanchonete, local onde se reunia o Negritude Junior, o carro de som para. Netinho está entre amigos, gente de casa. O sol vai se pondo entre os prédios da Cohab. Ele lembra histórias de fome da infância difícil. “Estou vendo várias mães que cuidaram de mim quando a minha mãe faleceu”, diz Netinho, segurando o choro. “Saibam que se eu me eleger não vou decepcionar vocês”. Em cima e embaixo do carro de som todos se abraçam. Ainda faltam 30 dias para Netinho selar mais um capítulo de sua história.
Foto de Felipe Carvalho do início da caminhada em Carapicuíba.
Aumentam os lucros da General Motors Mas continuais desempregados
Via O Diario.info
Michael Moore*
Apesar do exemplo tolo (apresentar Portugal como país que prepara o futuro!…), este texto de Michael Moore, em linguagem simples e despretensiosa, mostra-nos como a classe trabalhadora e a restante população não monopolista nada pode esperar das medidas que o poder impõe aos governos para a saída da crise.
Eis a General Motors (GM) agora de novo com milhares de milhões de dólares de lucros. Se aprendemos alguma coisa com o passado, sabemos o que é que isso quer dizer: chegou a hora dos despedimentos.
Ou talvez não. Nas décadas de 1980 e 1990, quando a GM apresentava consistentemente gigantescos lucros, simultaneamente despedia dezenas de milhares de operários na minha cidade natal, Flint, e no resto de Michigan. Neste momento parece que a única pessoa que vão despedir é o Director Geral, Edward Whitecare. (Embora há uma semana Whitecare dissesse que, de momento, não tinha planos de sair – é uma ironia que o ex-presidente dos Boy Scouts dos Estados Unidos não esteja Sempre Preparado.)
Mas se não estão a despedir pessoas também não estão a contratar.
Durante a primeira de 2010, a GM teve lucros de 2.200 milhões de dólares, no entanto, segundo The Wall Street Journal, so recrutaram 2.000 empregos em toda a América do Norte, com o que aumentaram a sua força de trabalho de 113.000 para 115.000 trabalhadores.
E o que é bom para a Genaral Motors é bom para os Estados Unidos. O gioverno apareceu com milhares de milhões de dólares em dinheiro e garantias para impedir que as corporações norte-americanas falissem devido á sua própria estupidez, miopia e avareza. E funcionou – para as corporações norte-americanas. Pode ser que o leitor não se tenha apercebido por lhe estarem a executar uma hipoteca, mas os lucros dos 500 mais ricos da revista Fortune já quase são normais. Aumentaram para 391.000 milhões em 2009, um incremento de 335 por cento em relação a 2008. E as 500 maiores empresas não financeiras estão agora sentadas em 1,8 mil milhões em dinheiro, mais do que em qualquer outro momento dos últimos 50 anos. (Isto é o que a imprensa de negócios diz sempre, que estão «sentadas» no dinheiro embora, pelo que sei, isso não seja literalmente verdade).
Mas é o que devemos reter quando falamos da GM e de outras empresas que aceitaram a dádiva gratuita. Não se trata do permanente baralhar dos brancos de fato completo. O que é que significa que o novo Director Geral da General Motors seja Daniel F. Akerson, um director executivo do Grupo Carlyle? Provavelmente que a GM vai ser dirigida por alguns dos que nos agarraram pelas partes e que não lhes importa desdenhar da lei e da decência básica norte-americana.
Para compreender o que está a acontecer temos de dirigir o olhar aos aspectos essenciais, tal como eles fazem. E a essência diz-nos que todo o mundo dos negócios imaginou uma forma de ganhar uma enorme pipa de massa sem nos empregar para trabalharmos para eles. Não vejo como a longo prazo essas empresas beneficiam coma medida. Será que os mesmos robots que agora fabricam a maioria das coisas também estão programados para as comprar?
O resultado final é o seguinte: temos de nos confrontar com o facto da maioria dos directores gerais dos Estados Unidos não desejarem que a economia «melhore». Porque para eles não pode estar melhor – os lucros tiram-nos detrás da orelha, enquanto com 9,5% de desemprego toda a força de trabalho tem demasiado medo em pedir um aumento de 25 centavos por hora. Já ficariam contentes se as coisas ficassem como estão. Para sempre.
Apesar do mau que é a má notícia, a boa notícia ainda é melhor. Milhões de pessoas dão-se agora conta que necessitamos de um Novo Contrato. Temos de fazer a reengenharia da civilização norte-americana, e para isso vai faltar muita gente.
Sabem que agora Portugal obtém 45 por cento da sua electricidade a partir de fontes renováveis – um aumento de 28 por cento em relação há cinco anos atrás? Ou que o Scientific American descobriu que poderíamos eliminar todo o uso de combustível fóssil em 2030? Ou que o vento nas grandes altitudes, só por si, podia fornecer 100 vezes a quantidade de energia que o actualmente o mundo inteiro necessita? E melhor ainda, podemos dar-nos ao luxo de fazer esta mudança – porque somos ricos! Ainda se recordam daqueles 1,8 mil milhões de dólares das contas bancárias das nossas empresas? Enquanto o resto do mundo se dirige para o futuro, nós estamos aqui sentados. A única coisa que funcionará para chegarmos ali é o que funcionou anteriormente: tal como fizemos na década de 1930 e 1960, temos que perder o medo aos 1% mais ricos e fazer com que eles nos temam. É a única forma de nos largarem o pescoço, é o suficiente que permite que nos salvemos a nós próprios e os salvemos também a eles.
Uma coisa é certa: obama não vai fazer isso por nós. O Congresso? Esqueçam.
Se queremos para nós e para os nossos filhos uma vida que valha a pena teremos que procurá-la nós próprios. Não podemos continuar á espera que chegue a cavalaria. Isso, porque nós é que somos a cavalaria.
E do último andar da torre da GM no centro de Detriot devíamos fazer com que ouçam o troar das patas dos nossos cavalos.
* Michael Moore, cineasta norte-americano de prestígio mundial
Este texto foi publicado em: http://progreso-semanal.com/4/index.php?option=com_content&view=article&id=2514:iaumentan-las-ganancias-de-gm-y-ustedes-siguen-desempleados&catid=3:en-los-estados-unidos&Itemid=4