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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 07, 2010

Paz

Festa multicolorida toma conta da Esplanada dos Ministérios

Especial 7 de SetembroA Esplanada dos Ministérios se transformou nesta terça-feira (7/9) numa grande passarela cívica em que 3.500 civis e militares desfilaram em comemoração ao Dia da Independência. Representantes de grupos culturais, estudantes, militares das missões brasileiras de paz no exterior, veteranos de guerra, paraquedistas, fuzileiros navais e policiais militares, entre muitos outros, fizeram a festa do público que lotou a Esplanada dos Ministérios. No total, o desfile deste ano contou com 107 viaturas, 50 motocicletas e 250 cavalos, além de dezenas de aeronaves (aviões e helicópteros), como as 28 da Esquadrilha da Fumaça.

Cerca de 35 mil pessoas acompanharam hoje as três horas de desfile, com a festa começando pouco antes das 9 horas, com o presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia chegando à Esplanada no Rolls-Royce presidencial. O presidente autorizou o início do desfile e a Esquadrilha da Fumaça logo atraiu os olhares das pessoas para o céu, onde deixou registrada as cores da bandeira brasileira em desenhos feitos com fumaça.

Além do presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia, participaram da festa os ministros Nelson Jobim (Defesa), Luiz Paulo Barreto (Justiça) e Celso Amorim (Relações Exteriores), além do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cesar Peluso, e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.

Infográfico: Thiago Melo

Confira as imagens do desfile de 7 de Setembro deste ano na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Foi o último do presidente Lula, que em 2011 já não ocupará o cargo.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Sete x 7 de Setembro

Especial 7 de Setembro

Nos últimos sete anos, o Dia da Independência tem sido cada vez mais uma grande festa popular, lembrando a todos a importância da data para o País – no passado, no presente e para o futuro. Os desfiles realizados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), ganharam um colorido especial, graças à participação popular, e convidamos você a viajar no tempo em nosso post de hoje para relembrar alguns dos principais momentos dos últimos 7 de Setembro, pelas fotos de Ricardo Stuckert.

Com este post, inauguramos a nossa página no Flickr. Ainda não publicamos todas as fotos do Blog do Planalto lá, por isso é bom conferir de tempos em tempos para ver as novidades. A primeira delas é a galeria abaixo:

Artigos relacionados

O Brasil entra no time Nuclear











FHC acha o 7 de setembro uma palhaçada.
E o Serra, o que acha ?


O Brasil para os outros

O Conversa Afiada republica post de 6/09/2009 para que não fique duvida sobre o caráter colonizado do Farol de Alexandria e seus seguidores.

Serra é seu discípulo mais notório.

Chama a atenção que nem o Estadão leve mais o Farol a sério.


FHC: 7 DE SETEMBRO É O “DIA DA PALHAÇADA”

7 de setembro é o “Dia da Palhaçada”. O Brasil entra no time nuclear


“Quem é o palhaço ?


Saiu na Folha (*), na primeira página, duas semanas depois de a Carta Capital esgotar o assunto:


“Brasil vai fechar com a França maior contrato militar.”


“Acordo de cerca (?) de R$ 22,5 bilhões será assinado amanhã em Brasília por Lula e Nicolas Sarkozy (presidente da França).”


O acordo prevê a independência tecnológica – breve, vai ser tudo produzido aqui – e a construção de submarinos nucleares.


O acordo coloca em discussão se o Brasil deve ter a bomba atômica.


Para início de conversa (afiada), antes que o PiG (**) comece a endeusar o Ministro da Defesa, o tucano Nelson Jobim, aquele da babá eletrônica, aquele do grampo sem áudio.


E o pai da urna eletrônica (por que Jobim não quer conferir o resultado da eleição ?)


Foi o presidente Lula quem, desde o primeiro momento, decidiu fazer o super-acordo militar com a França.


Foi Lula quem decidiu não fazer com os Estados Unidos – a alternativa possível -, porque os Estados Unidos não entregam o ouro, não abrem a caixa preta da tecnologia.


O Jobim foi lá para não atrapalhar.


Vamos à “palhaçada”.


Numa entrevista à revista Piauí – aquela de banqueiros, por banqueiros, para banqueiros; aquela que trata o Daniel Dantas com especial deferência – em entrevista à revista Piauí, o Farol de Alexandria, também conhecido como Fernando Henrique Cardoso, disse que odiava as celebrações do Sete de Setembro, quando era Presidente.


Aquilo é uma palhaçada, disse ele.


A “palhaçada” de amanhã significa que o Brasil entrou no time nuclear.


Quando os militares brasileiros assistirem à cerimônia de assinatura do acordo com Sarkozy deveriam se lembrar do que Fernando Henrique disse do Sete de Setembro.


Se fosse o 14 Juillet ou Fourth of July ?


Amigo navegante, ele chamaria de “palhaçada“ ?


O Brasil tem a costa de 200 milhas para patrulhar.


Tem o pré-sal, que é do povo e ninguém tira (nem o FHC).


O Brasil tem a Amazônia.


E o Brasil já entrou no Primeiro Time.


Precisa de muitos submarinos nucleares.


Precisa de aviões-caça.


E provavelmente da bomba.


E isso não é uma palhaçada.


Imagine, amigo navegante, quantos dedos o Farol de Alexandria daria para estar no lugar de Lula, ao lado do Presidente francês e assinar esse acordo memorável ?


FHC estaria com aquele “sorriso de aeromoça” (como definiu o ACM) a falar francês com o Sarkozy.


Ele deve estar trancado no apartamento de Higienópolis, a morrer de inveja.


E a inveja é santa, porque ela corrói o invejoso por dentro.


(*) Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele acha da investigação, da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.


(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.”


FONTE: publicado em 06/09/2009 no site “Conversa Afiada”, de Paulo Henrique Amorim.

*ConversaAfiada.




Hino Da Independência Brasileira


Composição: Evaristo da Veiga

Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre



Petrobras: a maior capitalização da história do capitalismo

A capitalizacão da Petrobras, que começará no próximo dia 24/9, deverá ser a maior da história do capitalismo e deixará a empresa ainda mais forte no processo de abertura do Pré-sal no Brasil, afirmou o ministro Alexandre Padilha nesta segunda-feira (6/9) em entrevista a jornalistas após reunião de coordenação comandada pelo presidente Lula no Palácio do Planalto. O ministro explicou que todo o detalhamento do processo já está sendo feito e que a a oferta de acões se encerrará no dia 27/9.

A expectativa é que nós vamos realizar a maior capitalização que qualquer empresa já fez na história do capitalismo, mostrando a força da Petrobras e sinalizando, inclusive, a perspectiva de fortalecimento cada vez maior dessa empresa com todo o processo de abertura do pré-sal.

Padilha comentou também o PIB brasileiro, afirmando que o governo vem trabalhando com a expectativa dele ser superior a 7%, sem que isso altere a meta de inflação que o País adota atualmente. O Brasil deverá manter o ritmo acelerado de crescimento da economia e terminar o ano como um dos países do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) que mais cresceu em 2010. Isso revela, afirmou o ministro, não apenas a capacidade brasileira de enfrentar a crise internacional de 2009 como também que o País já aproveita a oportunidades que surgiram no pós-crise.

O ministro das Relações Institucionais afirmou ainda que o presidente Lula orientou o ministro Guido Mantega a pedir a aceleração do processo de apuração sobre a situação de acesso ao cadastro da Receita Federal, ressaltando que o governo é o maior interessado no esclarecimento do caso.

O presidente Lula reafirmou que quer que a Polícia Federal esclareça a população brasileira sobre o que realmente aconteceu neste episódio, doa a quem doer, independente de quem venha a ser investigado. O ministro Guido também esclareceu que no caso do acesso em Formiga não foi feita a quebra do sigilo, apenas o acesso ao cadastro.

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domingo, setembro 05, 2010

Falando em bala de prata MERCADANTE nêles.





ss Erra








Bala de Prata... O Golpe Final?

Há muito se especula sobre bala de prata. Qual será a “bala” atirada pelo consórcio Organizações Globo/Folha/Estadão/PSDB/DEM na véspera do primeiro turno, em 2 de outubro de 2010, para tentar mudar o quadro eleitoral? Em 2006 foram as fotos do dinheiro apreendido com os aloprados do PT, que teriam tentado comprar um dossiê contra o então candidato a governador José Serra. Ninguém tratou do conteúdo do dossiê: as ambulâncias superfaturadas compradas durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde. Aliás, a Globo passou a tratar aquele dossiê como “falso dossiê”, quando todas as informações oficiais mostram que o esquema das ambulâncias superfaturadas vicejou durante a administração Serra.
Naquela ocasião, as fotos “vazaram” justamente na antevéspera da eleição, para que pudessem ser publicadas na véspera, estrelando a edição do Jornal Nacional. Foi obra do delegado Edmilson Bruno, cuja conversa com os jornalistas na hora do vazamento se tornou um clássico da conjunção carnal entre fonte e mídia, com o delegado sugerindo o uso de photoshop, instruindo repórteres sobre como proceder com a divulgação das informações, contando que ia mentir para o superior hierárquico sobre a fonte do vazamento e se referindo a uma “foto da Globo” — tudo isso sob o silêncio complacente dos “profissionais” da mídia.
Na opinião de Luís Nassif, a bala de prata deste ano terá relação com o envolvimento de Dilma Rousseff na resistência ao regime militar.
Para ouvir a conversa gravada do delegado, clique aqui.
Luiz Carlos Azenha

O hashtag da manchete da Folha

O twitter hoje tá uma sarro, gargalhadas garantidas.
Tudo por conta desse negócio de bala de prata. A moçada também resolveu fazer suas apostas sobre as possíveis próximas manchetes da Folha de S. Paulo e similares. Muita tiração de sarro em cima da velha e desesperada imprensa em sua busca desesperada por um factóide, qualquer factóide, que atinja Dilma e diminua o vexame do Serra.A tag é #DilmaFactsbyFolha
Olha algumas apostas:
Foi a Dilma que mostrou o fruto proibido a Eva!!#DilmaFactsByFolha
FolhaCiencia:Espirro de Dilma causa efeito borboleta,comprovando causa fim do mundo em2012#DilmaFactsByFolha
dilma disse pro paulo coelho, há 20 anos: continue a escrever rapaz, voce tem talento! #DilmaFactsbyFolha
Folha diz: Barra da direção do F1 de Airton Senna foi soldada por Dilma Roussef #Dilmafactsbyfolha
dilma assinou referências da clara para esta ir trabalhar na casa de beth gouveia #DilmaFactsByFolha
ss="western"> "Dilma manda Dunga escalar Felipe Melo e Brasil perde". #DilmaFactsByFolha
Empesa de #Dilma forneceu a antena para o iPhone 4. Maça não se pronuncia... #DilmaFactsByFolha
Dilma Roussef atirou o pau no gato #DilmaFactsbyFolha
Agora sabemos quem roubou a cueca para fazer pano de prato foi a Dilma. #DilmaFactsbyFolha
Dilma matou Odete Roitman"#DilmaFactsByFolha
Dilma participou do desenvolvimento do Windows Vista.#DilmaFactsByFolha
A Folha vai dar um contrato vitalício de jornalista p/ quem inventar o melhor factóide p/ derrubar Dilma, @mmtwitee#Dilmafactsbyfolha
#DilmaFactsByFolha Caçadores de OVNIS denunciam que #Dilma é extraterrestre
Sabe as enchentes em SP que tivemos neste ano? Foi obra da Dilma! #DilmaFactsbyFolha
Urgente-Reviravolta no caso Isabela Nardoni:Folha ouviu fonte idônea q afirma ter visto Dilma entrando no apartamento.#DilmaFactsByFolha
'Plataforma P-36 da Petrobras afundou em 2001 por falha de Dilma'
Serra lamenta: a Dilma me indicou o Shampoo Esperança.#DilmaFactsByFolha
Exclusivo: Dilmacortou dedo de Lula - #DilmaFactsByFolha #rindomuito
Dilma entregou dossiê do Santos Dumont para os irmãos Write. #DilmaFactsByFolha
#Dilma matou Elvis..... #DilmaFactsByFolha
Dilma para Adão: come uma maça que tá uma delícia! #DilmaFactsByFolha
Folha: foi Dilma q mandou bater nos professores de São Paulo ,Serra é inocente #DilmaFactsByFolha
Reportagem da Folha revela que foi Dilma que fez o mar ficar morto. #DilmaFactsByFolha
dilma convidou mick jagger pra assistir jogo do brasil X holanda na copa#DilmaFactsbyFolha
Empresa de #Dilma forneceu a antena para o iPhone 4. Maça não se pronuncia... #DilmaFactsByFolha
Dilma é a verdadeira assassina de John Lennon, Kennedy e do menino Carlinhos. #DilmaFactsbyFolha
Folha: Getúlio Vargas não se suicidou. Foi Dilma quem atirou#DilmaFactsByFolha
Maldita seja Dilma por apresentar os fósforos a Nero. #Dilmafactsbyfolha
*Nassif

Estou impressionado com o numero de artigos protestando contra o comportamento da mídia em relação às eleições.






Os palestinos agradecem...

O comportamento da mídia e as eleições brasileiras

Georges Bourdoukan
Estou impressionado com o numero de artigos protestando contra o comportamento da mídia em relação às eleições.

As acusações se sucedem e vão desde a manipulação pura e simples até a desonestidade travestida de imparcialidade.

Bastaram apenas algumas semanas para que os leitores brasileiros percebessem esse vergonhoso comportamento.

Agora imaginem vocês o que têm sido esses 60 anos do jugo israelense sobre a população palestina.

Europeus invadem e ocupam um pais asiático (Palestina), expulsam sua população e ao invés de invasores são tratados como vitimas por essa mesma mídia que agora revela sua verdadeira face.

São mais de 60 anos de opressão e massacres.

E quando os palestinos se defendem, são denominados de terroristas.

Repito, isso há mais de 60 anos.

Israel, que possui um arsenal atômico e o terceiro exercito mais poderoso do planeta, é apresentado como um Davi, enquanto os palestinos, que se defendem com paus e pedras recebem a pecha de Golias.

Por isso está sendo muito importante a eleição brasileira, na medida em que ela também serve para desmascarar essa mídia manipuladora, que faz da desonestidade sua razão de ser.
*Turquinho

São Paulo precisa avançar na História

São Paulo: Uma Onda de Liberdade


Um Estado em luta contra a alienação

Por Pedro Ayres

Jornalista

As análises políticas que se baseiam na economia política burguesa, embora feitas com o objetivo de desvelar a verdade dos fatos e assim se constituirem em poderosa arma contra o encobrimento da verdade, na prática, dificultam esse desvelar. Há vários fatores capazes de produzir esse efeito. Um deles, por sinal o mais comum, é a redução do movimento histórico a momentos estáticos, como se fossem fotogramas isolados. Um exemplo, é o fracionamento da História do Brasil. O objetivo é dar uma idéia da História a partir de um momento ou circunstância isolada, como se fosse o acontecido. Esse isolamento do fato histórico do processo no qual se insere, descontextualizando-o, impede as necessárias conexões, o que sempre resulta na justificativa e sustentação aos que estão no poder.

Um exemplo é a sonegação de um dado essencial para que se possa compreender todo o desenvolvimento histórico brasileiro: o escamoteamento do caráter capitalista da exploração colonial do país, desde seu início e, depois, sob o jugo imperialista. Nesse caso, como forma de justificar o "progressismo" desenvolvimentista do sistema de espoliação que iria ser adotado como norma no País, optam por alegar que teria existido a continuidade de estruturas de produção de natureza semifeudal ou pré-capitalistas. Um fato incontestavelmente falso.

Segundo os mais criteriosos e atualizados historiadores econômicos brasileiros, o Brasil, foi durante grande parte do período colonial, não só um dos sustentáculos da Coroa Portuguesa, como um dos mais lucrativos empórios capitalistas do mundo. A fantástica produção industrial do açúcar, por exemplo, para garantir os seus altos lucros e rentabilidade, teve que se socorrer de sucessivos avanços técnicos no plantio da cana e na instalação e operação dos engenhos.

Como o Nordeste, do Maranhão até a Bahia, entre os séculos XVI, XVII e XVIII, já apresentava índices de desenvolvimento urbano e comercial compatível com alguns centros europeus e hispano-americanos, a mineração do Centro-oeste brasileiro, por exemplo, ao conquistar amplos territórios, exigirá novas necessidades econômicas capitalistas mais adequadas ao que se fazia no Velho Continente, além do constante aumento da agricultura de subsistência e a normal criação de excedentes, que servirá de base para um incipiente processo interno de acumulação capitalista. Enfim, como se pode ver, há uma relação de causa e efeito em todo esse processo, jamais fenômenos isolados de formidáveis e heróicos seres humanos.

Assim, enquanto o restante da Europa, menos aquinhoada de colônias ultramarinas desenvolvia formas superiores de atividades capitalistas, seja criando as bases do moderno sistema financeiro, seja com a alteração laboral e associativa das corporações ofício, Portugal, por exemplo, prisioneiro da prodigalidade da Coroa Portuguesa, endividado com os bancos ingleses, via toda a sua riqueza ser drenada. Era o clássico caso do multibilionário pobre. O resultado é que milhares de aventureiros ibéricos e europeus "fizeram a América", ora para fugir da miséria e das doenças que assolavam o Velho Continente, ora para reerguer fortunas perdidas com a mineração, o comércio ou com a exploração agrícola ou pastoril, a partir do trabalho escravo.


É, assim, de fotograma em fotograma que a História nos é apresentada. No Brasil, como não poderia deixar de ser, a Colônia vai ser rica em mitos e heróis, alguns bem perto da lenda, outros, mais simples. O processo histórico de formação econômica do país é objeto de análises políticas que de análises políticas isentas não têm nada, já que negam o movimento - que é a essência de todo processo histórico - e nos apresentam a História como sendo apenas uma sucessão de feitos heróicos, com o cuidado de sempre negar o fator trabalho como a base desse processo.

Um exemplo é a Siderurgia. A descoberta do minério de ferro data de 1589, segundo Calógeras em "As Minas do Brasil". Em 1597, a siderurgia tinha o seu início em dois engenhos de fundição localizados nas minas de Biraçoiaba, na capitania de São Vicente, com o uso de mão-de-obra essencialmente africana, posto que a metalurgia e a siderurgia já eram de amplo domínio na África, com regiões reputadas de grande excelência, como Nigéria, Daomé, Benin e o Antigo Egito.

Foram negros de São Vicente que introduziram a siderurgia em Minas Gerais, pelo primitivo processo dos cadinhos, o que aliás já era uma técnica africana muito antiga. Ferraduras para animais, aros de roda, instrumentos agrícolas e de mineração eram por eles fabricados. Embora tanto a metalurgia, quanto a siderurgia coloniais brasileiras tenham sofrido forte repressão por parte do capital industrial europeu não-lusitano, foi possível a sua sobrevivência principalmente nas Gerais e zonas periféricas à mineração ou centros de transporte.


Entretanto, como era uma atividade massiva e incapaz de forjar grandes heróis, a não ser nos casos de sonegação e furto fiscal, como acontecia em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, há um forte silêncio sobre tais fatos, ao contrário do falso retrato de heroísmo das predadoras entradas e bandeiras, cujo escopo básico era o lucro imediato com o apresamento de índios e saques a alguns centros de mineração. Ora, como esses fotogramas das entradas e bandeiras foram transformados em mitos heróicos, passaram a simbolizar algo que nunca significaram realmente. Mas, como o sistema necessita criar mitos de permanência, toda uma província e depois um Estado é seduzido pela miragem do que não foi. Um fenômeno que vai sendo cada vez mais forte e trabalhado, não para honrar ou louvar esses tais "heróis", mas para justificar os novos predadores e os processos espoliativos capitalistas.

Como a História é sempre apresentada a partir desses fotogramas esparsos, o nexo fica perdido e assim, o processo político, composto por heróis e messias, vai se desenrolando, sem que o povo trabalhador, o verdadeiro protagonista do processo, sequer desconfie da importância básica de seu papel.

O resultado é a seqüência de governos "providenciais" e "carismáticos" (sic), como a mídia costuma dizer. Ou seja, em São Paulo, o trabalho político é desenvolvido como uma forma de preservação oligárquica e para que isso tenha sucesso é necessário que a população se oriente na crença da força de "heróis" nos moldes de um Adhemar de Barros, Jânio Quadros, Paulo Maluf, Franco Montoro, Orestes Quércia, Luiz Antonio Fleury, Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.

Romper com esse secular tipo de condicionamento é algo bem difícil e às vezes até doloroso. O fim de algumas ilusões até pode causar certo desconforto e sofrimento, pois o restabelecimento da verdade nem sempre é de supetão e com pronto alívio. No entanto, "A exigência de abandonar as ilusões sobre sua condição é a exigência de abandonar uma condição que necessita de ilusões"(K.Marx, Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel).

A atual batalha política de São Paulo é cada vez mais estratégica para o país. Justo fazer dessa batalha um dos mais sérios embates contra o neoliberalismo. É um bravo esforço, pois, ao se desvendar a falácia que era e é o poder do tucanato no Estado, foi possível compreender que uma vitória tucana seria o mesmo que consolidar um estado de exceção como algo inevitável e natural. Aliás, esse é o ardil que nos é vendido pela mídia, desde os idos de 1975, quando as teses de Friedman e Hayek sobre o (neo)liberalismo já faziam parte dos currículos universitários e dos governos.

O processo de desmonte do Estado de São Paulo e de alguns de seus serviços públicos essenciais foi feito aos poucos, tanto que grande parte das acusações de incúria administrativa a alguns governantes, a bem da verdade, são injustas do ponto de vista do julgamento individual desses governantes, já que apenas cumpriam, com maior ou menor rigor, a agenda estabelecida pelo sistema.

Em São Paulo, a partir de 1979, independentemente dos governantes, há extrema coerência nessa atividade. Uma ação que vai ter o seu ápice com Mário Covas, quando as bases de sustentação do Estado paulista são doadas às empresas privadas, sob o pífio e hipócrita argumento de modernização e reengenharia administrativa - nomes fantasias para o mais deslavado entreguismo do patrimônio público. Alckmin, como um fiel discípulo e seguidor da linha de Mário Covas, o grande líder político (neo)liberal de São Paulo e do país, representa a continuidade dessa política antinacionalista e desumana.

Agora, quando o império e sua economia política entram em colapso, torna-se fundamental que o Senador Aloizio Mercadante seja eleito Governador de São Paulo. É preciso extinguir com esse poder político neoliberal, que enquistado em São Paulo, tenta usá-lo como um aríete contra as políticas públicas integracionistas e nacionalistas.

Desse modo, para o Estado de São Paulo e para os paulistas comuns - aqueles que não fazem parte do sistema em termos de poder e servidão - é chegada a hora de construir sua desalienação política. Fazer com que todos esses isolados fotogramas de sua História passem a ter movimento e, com isso, surja o nexo que irá lhes garantir a libertação desse secular jugo capitalista.

Dilma, Mercadante, Netinho e Marta são os nexos que São Paulo precisa, ou seja, simbolizam os elos que irão fazer a ligação de todos os fotogramas isolados, porque fazem parte da tomada de consciência dos verdadeiros interesses e objetivos do povo paulista. Uma tomada de consciência possível, graças ao Governo Lula, que ao realizar políticas públicas efetivamente democráticas fez com que as ilusões perdessem a força. Uma força que lhes permitiu, até o momento, poderem sustentar o secular controle sobre tudo e todos.

Hoje, o povo paulista, analisando a verdadeira História de seu Estado e compreendendo o que está em jogo nas próximas eleições, pode perceber que estão presentes as reais condições para a sua liberdade.

Dilma, Mercadante, Netinho e Marta!

Venceremos!

********************
Pedro Ayres
Jornalista

Maconha no ar. Na TV, propaganda pró-consumo pela primeira vez

Maconha faz a cabeça de políticos no ostracismo


Maconha no ar. Na TV, propaganda pró-consumo pela primeira vez

Na americana Califórnia, nesta sexta, 3, foi apresentada a primeira publicidade televisiva para promover o uso terapêutico da maconha, informa o jurista Wálter Maierovitch. Lá, está em debate a aprovação de um projeto de lei que libera drogas e permite ao Estado faturar com impostos.

1. Ontem, na Califórnia, foi apresentado o primeiro spot televisivo para promover o uso terapêutico da maconha.
O anúncio foi transmitido pela rede de televisão KTXL, uma afiliada da Fox.
No vídeo de 30 segundos aparecem brancos e afro-americanos a falar a respeito dos benefícios do consumo de maconha para fim médico-terapêutico.
Além da fala, aparece nas tela escrito com explicações a respeito da utilidade da maconha no tratamento daqueles que sofrem de diabetes, hipertensão, hepatite etc.
A inserção não agradou os que são contrários à lei californiana que permite às pessoas, mediante receita médica, adquirirem maconha para uso terapêutico.


PANO RÁPIDO.

Prossegue na Califórnia o debate para aprovação do projeto de lei que libera drogas, com o Estado a faturar os tributos.
Enquanto isso, reuniu-se a autodenominada Comissão Global para as Políticas das Drogas.
Essa comissão é guiada por Fernando Henrique Cardoso, César Gaviria (que presidiu a Colômbia ao tempo dos grandes cartéis de Escobar, Orejuela etc) e Ernesto Zedillo (presidiu e quebrou economicamente o México, num período que apenas a economia dos cartéis foi próspera).
A comissão entendeu, como primeira proposta aprovada, declarar que a política de guerra às drogas faliu.
Grande descoberta. Certamente, ficará marcada na história da humanidade essa contribuição de FHC, Gaviria e Zedillo. Uma conclusão inédita que só os três (que criminalizaram o consumo de drogas nos seus governos) e a torcida do Flamengo sabiam.

Marina no colo da direita

Reproduzo artigo de Emir Sader, publicado em seu blog no sítio Carta Maior:

No Forum Social Mundial de Belém, em janeiro de 2009, Marina propagava que ela seria o Obama da Dilma. Já dava a impressão que as ilusões midiáticas tinham lhe subido à cabeça e que passava a estar sujeita a inúmeros riscos.

De militante ecologista seguidora de Chico Mendes, fez carreira parlamentar, até chegar a Ministra do Meio Ambiente do governo Lula, onde aparecia como contraponto de formas de desenvolvimentismo que não respeitariam o meio ambiente. Nunca apresentou alternativas, assumiu posições perdedoras, porque passou ao preservacionismo, forma conservadora da ecologia, de naturalismo regressivo. Só poderia isolar-se e perder.

Saiu e incutiram na sua cabeça que teria condições de fazer carreira sozinha, com a bandeira supostamente transversal da ecologia. Saiu supostamente com críticas de esquerda ao governo, mas não se deu conta – pela visão despolitizada da realidade que tem – da forte e incontornável polarização entre o bloco dirigido por Lula e pelo PT e o bloco de centro direita, dirigido pelos tucanos. Caiu na mesma esparrela oportunista de Heloísa Helena de querer aparecer como “terceira via”, eqüidistante entre os dois blocos, ao invés de variante no bloco de esquerda.

Foi se aproximando do bloco de direita, seguindo as trilhas do Gabeira – que tinha aderido ao neoliberalismo tucano, ao se embasbacar com as privatizações, para ele símbolo da modernidade – e foi sendo recebida de braços abertos pela mídia, conforme a Dilma crescia e o fantasma da sua vitória no primeiro turno aumentava.

As alianças da Marina foram consolidando essa trajetória na direção do centro e da direita, não apenas com empresários supostamente ecologistas – parece que o critério do bom empresário é esse e não o tratamento dos seus trabalhadores, a exploração da força de trabalho – e autores de auto-ajuda do tipo Gianetti da Fonseca, ao mesmo tempo que recebia o apoio envergonhado de ecologistas históricos.

O episódio da tentativa golpista da mídia e do Serra é definidor. Qualquer um com um mínimo de discernimento político se dá conta do caráter golpista da tentativa de impugnação da candidatura da Dilma – diante da derrota iminente no primeiro turno – com acusações de responsabilidade da direção da campanha, sem nenhum fundamento. Ficava claro o objetivo, típico do golpismo histórico – que vinha da UDN, de Carlos Lacerda, da imprensa de direita e que hoje está encarnado no bloco tucano-demista, dirigido ideológica e política pela velha mídia.

Marina, ao invés de denunciar o golpismo, se somou a ele, tentando, de maneira oportunista, tirar vantagens eleitorais, dizendo coisas como “se a Dilma (sic) faz isso agora, vai saber o que faria no governo”. Afirmações que definitivamente a fazem cair no colo da direita e cancelam qualquer traço progressista que sua candidatura poderia ter até agora. Quem estiver ainda com ela, está fazendo o jogo da direita golpista, não há mais mal entendidos possíveis.

Termina assim a carreira política da Marina, que causa danos gravíssimos à causa ecológica, de que se vale para tentar carreira oportunista. Quando não se distingue onde está a direita, se termina fazendo o jogo dela contra a esquerda.

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Aickmico está mentindo






"Aickmico está mentindo na propaganda eleitoral. Hoje mostrou que está com 54%. Isso precisa ser desmentido e os resultados reais precisam ser informados na propaganda de Mecradante, que já subiu e está com 24%, enquanto Aickmico está com 46%,